A combinação de bebidas, alcoólicas ou não, com o bom e velho cafezinho rende bons drinques. Especialistas e apaixonados por café se rendem cada vez mais a receitas que vão de café com garapa ao Negroni enriquecido com a bebida favorita de 10 entre 10 brasileiros.
Néli Pereira, mixologista e autora do livro “Da botica ao boteco” (Companhia de Mesa), considera o café sempre uma boa opção na coquetelaria. A pergunta que ela se faz sempre que inventa uma nova receita para seus vídeos semanais e para o cardápio do seu bar, o Zebra, é: que tipo de café usar. “Expresso, coado, cold brew..., o que tipos de variados de café podem agregar ao coquetel?”, questiona. “O café pode adicionar textura, potência de sabor, leveza, acidez, amargor ou doçura ao drinque; o principal é lidar com o café como o ingrediente complexo e completo que ele é”.
Para Alê D´Agostino, bartender, criador da @aptkspirits, outro entusiasta do café como ingrediente para drinques, é preciso equilíbrio na hora de dosar a quantidade para que o resultado não se torne enjoativo. “Gosto de café combinado especialmente com bebidas envelhecidas, como rum ou uísque”, explica.
Muita gente opta por drinques com café considerando a escolha por uma bebida energizante. Para Néli Pereira, isso é um equívoco. “A cafeína se mantém intacta nos drinques, de fato, mas é importante prestar atenção: quando bebemos um drinque com café estamos ingerindo uma bebida alcóolica e não uma bebida energizante”.
Se você ainda não provou um drinque com café, pode experimentar opções como o Café 70 (R$ 45), que leva Cynar 70, licor de café, espresso e bitter de laranja, e o White Russian (R$ 39), feito com vodka, licor de café e creme de leite, ambos na carta de drinques do Le Jazz Petit.
Gil Carvalhosa Leite, um dos sócios do grupo Le Jazz, e um dos responsáveis pela nova carta de drinques das casas, afirma que a cafeína com álcool é um boost a mais, que agrada especialmente a clientela que já ama café e coquetéis mais cremosos.
No Preto Cozinha, uma opção de drinque com café é o Espresso do Cerrado (R$ 37), uma mistura de cachaças envelhecidas lavadas em azeite de licuri, licor creme de pequi e café espresso. Fatinha Afonso, bartender da casa, aposta no café como boa opção de ingrediente quando se deseja um sabor mais intenso, um aroma robusto e um pequeno estímulo aos sentidos no drinque.
O coquetel Kate Moss (R$ 44), espresso martini preparado com Grappa Alba e pimenta-do-reino, é o drinque com café servido no Barouche. Danilo Nakamura, consultor de drinks da casa, acredita que o café é uma oção bastante democrática para drinques. “O espresso martini foi criado com vodka, o Irish Coffee é feito com uísque... Não tem regra pra isso, até com tônica combina, o espresso tônica é o melhor exemplo”.
Néli Pereira reforça essa ideia. “Café combina com muitas bebidas, inclusive não-alcóolicas, por exemplo: café com caldo de cana é um dos melhores drinques que eu provei nos últimos tempos”, diz. “Café também combina com uma gama de cachaças, tanto as brancas quanto as envelhecidas, quando você trabalha aromas da madeira com o aroma do café, quando eles se complementam é muito interessante”.
Espaço Zebra – Rua Major Diogo, 237, reservas e informações sobre o horário de funcionamento no WhatsApp: 11 91653 3120
Le Jazz Petit - Rua dos Pinheiros, 262, Pinheiros, tel: 11 94216-9564. Segunda a quinta-feira, das 17h à 0h. Sexta, das 17h à 1h. Sábado, das 12h à 1h. Domingo, das 12h às 23h. Instagram: @lejazzpetitbar
Barouche - Rua Medeiros de Albuquerque, 401, Vila Madalena. Terça a sábado, das 15h às 23h. Reservas via Get In. Instagram: @barouche.sp
Preto Cozinha - Rua Fradique Coutinho, 276, Pinheiros. Segunda a quinta-feira, das 12h às 23h. Sexta e Sábado, das 12h à 1h. Domingo, das 12h às 18h. Instagram: @preto.cozinha