De Bogotá, Colômbia
Na terra do Nobel Gabriel García Márquez a variedade é o trunfo. Há um ditado na Colômbia que diz que é possível tomar um suco de fruta diferente a cada dia do ano. Não deu tempo de tentar, mas bastam alguns dias em qualquer grande cidade do país para se encantar com a variedade de frutas de todas as cores e nomes – lulo, corozo, curuba. A Colômbia tem muito a oferecer além de apenas uma boa xícara de café (sem esquecer da Shakira, claro).
Junte a isso um emergente grupo de chefs que explora e redescobre os produtos locais na tentativa (bem sucedida) de apresentar os sabores colombianos. No alvo estão tanto os locais quanto os forasteiros, que já andam de olho no país que recebe as próximas duas edições do 50 Best América Latina neste ano e no próximo.
Apesar de pequeno em território, a costa que se estende do Oceano Atlântico ao Pacífico amplia a oferta gastronômica. É um país de regiões bem marcadas com diferentes zonas climáticas, algo que se reflete nas várias cozinhas regionais. (Assim como acontece no Brasil, não há uma única identidade gastronômica que dê conta de todas as regiões. )
Apesar da diversidade, há pratos marcantes, que darão as boas vindas assim que o turista pisar em solo colombiano. Minha primeira aposta – e a mais importante – são as arepas, base da alimentação local, o “pão colombiano”. São panquequinhas, redondas e achatadas, feitas de farinha de milho, ou de choclo, um tipo de milho mais doce, como são feitas em Medellín. Podem ser confeccionadas em diferentes tamanhos, mais finas ou mais grossas, e consumidas nas casas, nas ruas, fritas ou grelhadas.
As cores e sabores da Colômbia
Também não há como fugir dos patacones – ainda bem. São discos de plátanos (espécie de banana-da-terra) verdes amassados em forma de placa, fritos, bem crocantes, que acompanham muitos pratos salgados.
Talvez a sobremesa colombiana mais curiosa sejam as obleas, um sanduíche composto por dois biscoitos waffles gigantes e finíssimos com recheios variados, que podem ir do arequibe (nosso doce de leite) ao coco ralado. Muito populares são vendidos em qualquer esquina.
Agora às especificidades. Em Cartagena, no Caribe colombiano, come-se muitos peixes, frutas tropicais e pratos com herança das culturas africanas. Um exemplo é o arroz de coco, que não tem nada a ver com o nosso. De cor escura, quase queimado, começa com uma espécie de caramelo feito com o leite de coco fresco antes que se adicione o arroz. Apesar de parecer uma receita de sobremesa, é servida como acompanhamento para os peixes. Sem esquecer do rum, produzido ali e conhecido no mundo todo.
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Nos Andes, que cruzam a capital Bogotá, os caldos estão sempre presentes nos cardápios. O mais popular é o ajiaco, uma sopa de batata, milho e frango. Mesmo no calor, os restaurantes sempre oferecem opções de sopas.
Já em Medellín, segunda maior cidade do país, o prato mais famoso é a bandeja paisa. O nome bandeja é uma referência ao tamanho: ele ultrapassa os limites geométricos de um prato. É algo parecido com nosso PF, só que ainda mais farto. Leva arroz, feijão, linguiça, tomate, ovos, abacate e – mais importante – os chicharrones, cubos de barriga de porco fritos, sequinhos, muito consumidos por lá e que fazem lembrar nossos torresmos.
Por fim, na região Amazônica, outra fronteira do país, é onde se encontram em abundância frutas e peixes de água doce, a mandioca brava e seu tucupi, que abastecem restaurantes e bares de todos os cantos.
Para sorte dos visitantes, toda essa diversidade pode ser apreciada nas grandes cidades, como Bogotá e Medellín, onde chefs trabalham atualmente para criar uma identidade gastronômica para a múltipla e colorida Colômbia.
O que trazer
O café é o produto colombiano mais famoso, mas se tiver que escolher o que colocar na mala invista nas arepas. Nos mercados elas são encontradas embaladas, prontas para comer, em diferentes tamanhos. Chegando aqui, passe uma manteguinha e leve ao forno por poucos minutos. Ou então abra e recheie com o que quiser, como um tostex.
*VIAGEM A CONVITE DA PROCOLOMBIA