Amor pela gastronomia: ‘O Sushi dos Sonhos de Jiro’ é a dica de Paladar para o final de semana


Documentário, que fala sobre um dos restaurantes mais celebrados do Japão, está disponível de graça no streaming

Por Matheus Mans
O sushi é o protagonista do longa-metragem sobre um pequeno restaurante no Japão Foto: Sato TV

É possível dizer, até mesmo com certa segurança, que O Sushi dos Sonhos de Jiro é o melhor documentário já feito sobre gastronomia. Dirigido, produzido e roteirizado por David Gelb (produtor de Chef’s Table), o longa-metragem, disponível de graça no streaming Pluto TV, conta a história de Jiro, um senhor japonês de 85 anos que comanda o estrelado e cobiçado Sukiyabashi Jiro Honten, um restaurante formado por um balcão, dez lugares e um amor profundo pela gastronomia.

No cardápio, apenas um tipo de comida: sushi. No entanto, não espere uma iguaria feita de modo industrial, sem atenção. Jiro, ao lado do filho, seleciona todos os produtos usados com dedicação. O peixe é fresquíssimo, o arroz é da melhor qualidade. Cada parte daquele sushi, até a pincelada de um molho ou a presença de wasabi dentro da composição, é bem pensada. Jiro se dedica ao produto que está fazendo, olhando para os mínimos detalhes.

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Amor e humildade em ‘Jiro Dreams of Sushi’

É aí que vem o coração do documentário e que faz com que o filme se torne tão potente. Ao invés de focar apenas nos processos do restaurante, o que já renderia um filme e tanto, David Gelb acaba mostrando o amor e a humildade de Jiro. Na casa dos 85 anos quando o documentário foi gravado, por volta de 2010, o chef japonês se entrega à comida que está fazendo. Não faz aquilo de olho no glamour ou dinheiro: quer fazer tudo bem feito. 

Afinal, ele enxerga o momento em que o cliente está comendo aquele sushi como uma entrega -- dele e da pessoa do outro lado do balcão. É um momento, também, de construção de memória, gustativa e sensitiva. Se fizer bem feito, Jiro sabe que fará com que a pessoa carregue aquele momento em específico, em um pequeno balcão no subúrbio de Tóquio, para sempre. Não é algo simples, algo banal. É uma ação muito forte e verdadeira.

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Para além disso, há também uma lição importante sobre sucesso. Ainda que seja uma mensagem que envelheceu um pouco mal, muito por conta da precarização do trabalho ao redor do mundo, Jiro se dedicou desde cedo ao sushi. Aos 10 anos, já fazia a iguaria e buscava encontrar a melhor maneira de construir o sabor do sushi. Fez isso sem parar até atingir a perfeição (perfeição mesmo? Será?) bem mais velho, consciente daquele produto.

Jiro Ono comanda o restauranteSukiyabashi Jiro Honten Foto: Sato

Enquanto isso, do lado de David Gelb, há um cuidado tremendo com todos os detalhes daquela história. A fotografia do próprio Gelb evidencia o sushi como um rei imponente e saboroso, repleto de camadas em sua simplicidade. O roteiro também não exagera na lição de moral: ainda que tenha uma mensagem bem clara, ele não fica jogando isso na cara do público. Pelo contrário. Deixa tudo rolar com tranquilidade para o espectador absorver tudo.

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É, enfim, um filme sobre entrega. Sobre o amor pela gastronomia, pela experiência ao redor de um prato, pela beleza de amar a comida e fazer com que outras pessoas a amem igualmente. Um grande filme sobre um pequeno restaurante, mas que se tornou ponto de encontro de algumas das maiores celebridades do mundo e praticamente impossível para que meros mortais, como eu e você, encontrem um espaço em sua atribulado agenda.

O que aconteceu com Jiro Ono e seu restaurante?

Até por essa questão de ser praticamente impossível ir ao Sukiyabashi Jiro Honten, o restaurante perdeu suas três estrelas Michelin em 2019 -- afinal, para conseguir reservar um dos dez lugares, é preciso ter contatos. Isso acaba ferindo uma das regras essenciais do guia de restaurantes, já que ele precisa ser totalmente aberto ao público. Não é mais o caso. No entanto, apesar dessa perda, o restaurante continua sendo uma referência.

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Jiro Ono, enquanto isso, continua em atividade, mesmo aos 96 anos de idade. O filho já está mais à frente do local, como já tinha sido visto em

O Sushi dos Sonhos de Jiro

. Mas ele continua por trás da essência do restaurante, colocando os ingredientes como definidores da experiência e a memória do público sendo formada com atenção e cuidado.

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O sushi é o protagonista do longa-metragem sobre um pequeno restaurante no Japão Foto: Sato TV

É possível dizer, até mesmo com certa segurança, que O Sushi dos Sonhos de Jiro é o melhor documentário já feito sobre gastronomia. Dirigido, produzido e roteirizado por David Gelb (produtor de Chef’s Table), o longa-metragem, disponível de graça no streaming Pluto TV, conta a história de Jiro, um senhor japonês de 85 anos que comanda o estrelado e cobiçado Sukiyabashi Jiro Honten, um restaurante formado por um balcão, dez lugares e um amor profundo pela gastronomia.

No cardápio, apenas um tipo de comida: sushi. No entanto, não espere uma iguaria feita de modo industrial, sem atenção. Jiro, ao lado do filho, seleciona todos os produtos usados com dedicação. O peixe é fresquíssimo, o arroz é da melhor qualidade. Cada parte daquele sushi, até a pincelada de um molho ou a presença de wasabi dentro da composição, é bem pensada. Jiro se dedica ao produto que está fazendo, olhando para os mínimos detalhes.

Amor e humildade em ‘Jiro Dreams of Sushi’

É aí que vem o coração do documentário e que faz com que o filme se torne tão potente. Ao invés de focar apenas nos processos do restaurante, o que já renderia um filme e tanto, David Gelb acaba mostrando o amor e a humildade de Jiro. Na casa dos 85 anos quando o documentário foi gravado, por volta de 2010, o chef japonês se entrega à comida que está fazendo. Não faz aquilo de olho no glamour ou dinheiro: quer fazer tudo bem feito. 

Afinal, ele enxerga o momento em que o cliente está comendo aquele sushi como uma entrega -- dele e da pessoa do outro lado do balcão. É um momento, também, de construção de memória, gustativa e sensitiva. Se fizer bem feito, Jiro sabe que fará com que a pessoa carregue aquele momento em específico, em um pequeno balcão no subúrbio de Tóquio, para sempre. Não é algo simples, algo banal. É uma ação muito forte e verdadeira.

Para além disso, há também uma lição importante sobre sucesso. Ainda que seja uma mensagem que envelheceu um pouco mal, muito por conta da precarização do trabalho ao redor do mundo, Jiro se dedicou desde cedo ao sushi. Aos 10 anos, já fazia a iguaria e buscava encontrar a melhor maneira de construir o sabor do sushi. Fez isso sem parar até atingir a perfeição (perfeição mesmo? Será?) bem mais velho, consciente daquele produto.

Jiro Ono comanda o restauranteSukiyabashi Jiro Honten Foto: Sato

Enquanto isso, do lado de David Gelb, há um cuidado tremendo com todos os detalhes daquela história. A fotografia do próprio Gelb evidencia o sushi como um rei imponente e saboroso, repleto de camadas em sua simplicidade. O roteiro também não exagera na lição de moral: ainda que tenha uma mensagem bem clara, ele não fica jogando isso na cara do público. Pelo contrário. Deixa tudo rolar com tranquilidade para o espectador absorver tudo.

É, enfim, um filme sobre entrega. Sobre o amor pela gastronomia, pela experiência ao redor de um prato, pela beleza de amar a comida e fazer com que outras pessoas a amem igualmente. Um grande filme sobre um pequeno restaurante, mas que se tornou ponto de encontro de algumas das maiores celebridades do mundo e praticamente impossível para que meros mortais, como eu e você, encontrem um espaço em sua atribulado agenda.

O que aconteceu com Jiro Ono e seu restaurante?

Até por essa questão de ser praticamente impossível ir ao Sukiyabashi Jiro Honten, o restaurante perdeu suas três estrelas Michelin em 2019 -- afinal, para conseguir reservar um dos dez lugares, é preciso ter contatos. Isso acaba ferindo uma das regras essenciais do guia de restaurantes, já que ele precisa ser totalmente aberto ao público. Não é mais o caso. No entanto, apesar dessa perda, o restaurante continua sendo uma referência.

Jiro Ono, enquanto isso, continua em atividade, mesmo aos 96 anos de idade. O filho já está mais à frente do local, como já tinha sido visto em

O Sushi dos Sonhos de Jiro

. Mas ele continua por trás da essência do restaurante, colocando os ingredientes como definidores da experiência e a memória do público sendo formada com atenção e cuidado.

O sushi é o protagonista do longa-metragem sobre um pequeno restaurante no Japão Foto: Sato TV

É possível dizer, até mesmo com certa segurança, que O Sushi dos Sonhos de Jiro é o melhor documentário já feito sobre gastronomia. Dirigido, produzido e roteirizado por David Gelb (produtor de Chef’s Table), o longa-metragem, disponível de graça no streaming Pluto TV, conta a história de Jiro, um senhor japonês de 85 anos que comanda o estrelado e cobiçado Sukiyabashi Jiro Honten, um restaurante formado por um balcão, dez lugares e um amor profundo pela gastronomia.

No cardápio, apenas um tipo de comida: sushi. No entanto, não espere uma iguaria feita de modo industrial, sem atenção. Jiro, ao lado do filho, seleciona todos os produtos usados com dedicação. O peixe é fresquíssimo, o arroz é da melhor qualidade. Cada parte daquele sushi, até a pincelada de um molho ou a presença de wasabi dentro da composição, é bem pensada. Jiro se dedica ao produto que está fazendo, olhando para os mínimos detalhes.

Amor e humildade em ‘Jiro Dreams of Sushi’

É aí que vem o coração do documentário e que faz com que o filme se torne tão potente. Ao invés de focar apenas nos processos do restaurante, o que já renderia um filme e tanto, David Gelb acaba mostrando o amor e a humildade de Jiro. Na casa dos 85 anos quando o documentário foi gravado, por volta de 2010, o chef japonês se entrega à comida que está fazendo. Não faz aquilo de olho no glamour ou dinheiro: quer fazer tudo bem feito. 

Afinal, ele enxerga o momento em que o cliente está comendo aquele sushi como uma entrega -- dele e da pessoa do outro lado do balcão. É um momento, também, de construção de memória, gustativa e sensitiva. Se fizer bem feito, Jiro sabe que fará com que a pessoa carregue aquele momento em específico, em um pequeno balcão no subúrbio de Tóquio, para sempre. Não é algo simples, algo banal. É uma ação muito forte e verdadeira.

Para além disso, há também uma lição importante sobre sucesso. Ainda que seja uma mensagem que envelheceu um pouco mal, muito por conta da precarização do trabalho ao redor do mundo, Jiro se dedicou desde cedo ao sushi. Aos 10 anos, já fazia a iguaria e buscava encontrar a melhor maneira de construir o sabor do sushi. Fez isso sem parar até atingir a perfeição (perfeição mesmo? Será?) bem mais velho, consciente daquele produto.

Jiro Ono comanda o restauranteSukiyabashi Jiro Honten Foto: Sato

Enquanto isso, do lado de David Gelb, há um cuidado tremendo com todos os detalhes daquela história. A fotografia do próprio Gelb evidencia o sushi como um rei imponente e saboroso, repleto de camadas em sua simplicidade. O roteiro também não exagera na lição de moral: ainda que tenha uma mensagem bem clara, ele não fica jogando isso na cara do público. Pelo contrário. Deixa tudo rolar com tranquilidade para o espectador absorver tudo.

É, enfim, um filme sobre entrega. Sobre o amor pela gastronomia, pela experiência ao redor de um prato, pela beleza de amar a comida e fazer com que outras pessoas a amem igualmente. Um grande filme sobre um pequeno restaurante, mas que se tornou ponto de encontro de algumas das maiores celebridades do mundo e praticamente impossível para que meros mortais, como eu e você, encontrem um espaço em sua atribulado agenda.

O que aconteceu com Jiro Ono e seu restaurante?

Até por essa questão de ser praticamente impossível ir ao Sukiyabashi Jiro Honten, o restaurante perdeu suas três estrelas Michelin em 2019 -- afinal, para conseguir reservar um dos dez lugares, é preciso ter contatos. Isso acaba ferindo uma das regras essenciais do guia de restaurantes, já que ele precisa ser totalmente aberto ao público. Não é mais o caso. No entanto, apesar dessa perda, o restaurante continua sendo uma referência.

Jiro Ono, enquanto isso, continua em atividade, mesmo aos 96 anos de idade. O filho já está mais à frente do local, como já tinha sido visto em

O Sushi dos Sonhos de Jiro

. Mas ele continua por trás da essência do restaurante, colocando os ingredientes como definidores da experiência e a memória do público sendo formada com atenção e cuidado.

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