Amor, Paixão e Azeite: ‘Toscana’, da Netflix, é a dica de 'Paladar' para o final de semana


Filme conta a história de Theo, um chef de cozinha que vai à Itália contra sua vontade, mas que se redescobre em Toscana

Por Matheus Mans
Cena do filme 'Toscana', da Netflix, que tem uma trama que mistura amor e gastronomia Foto: Netflix

Em uma cena de Toscana, filme da Netflix que chegou ao catálogo na última quarta-feira, 18, o irritadiço chef dinamarquês Theo (Anders Matthesen) decide fazer uma parada em um restaurante na região de Toscana, na Itália, em uma viagem de última hora. Está incomodado com tudo: o atendimento, a mesa bamba, a borda suja do prato, o gelo no copo. Decide ir embora, até que prova inocentemente o azeite servido. Seus olhos brilham.

Esse é um dos corações do longa-metragem, que marca estreia deste espaço. Toda sexta-feira, Paladar vai indicar produções ligadas ao mundo da gastronomia para você aproveitar no seu final de semana.

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Em Toscana, dirigido por Mehdi Avaz (Kollision), que também assina o roteiro ao lado de Nikolaj Scherfig (da série The Bridge), o filme também fala muito sobre amor, paixão e paternidade. Afinal, Theo está na região para resolver pendências deixadas na herança pelo seu falecido pai. Ainda por cima, cruza caminhos com Sophia (Cristiana Dell'Anna), mulher de temperamento forte e que desperta paixões.

É um romance dramático que mistura a frieza do cinema nórdico com o calor das paisagens italianas, tendo esse homem confuso, irritado e perfeccionista como o motor de uma trama que se desenvolve conforme ele se descobre. Mas a gastronomia não poderia deixar de ser uma das protagonistas do filme. Não só pela profissão do personagem, como também pela região, que respira e transpira boa cozinha, com ingredientes frescos, locais e saborosos.

Ingredientes locais em ‘Toscana’

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Os ingredientes locais, aliás, são o ponto de transformação de Theo. Ele está em Toscana contra sua vontade. Apenas burocracia. No entanto, aquele azeite é a primeira fagulha na mente do chef de que aquela região tem algo de especial. E isso não é apenas ficção: Toscana é conhecida por ter alguns dos melhores azeites de Itália – em até do mundo. A região também conta com único rótulo de Origem Geográfica Protegida (IGP) de azeites.

Isso acontece por haver uma diversidade impressionante de azeitonas, conferindo um sabor rico e distinto para o azeite. Dentre as principais, há a azeitona Frantoio, que confere um sabor frutado; a Maraiolo, de notas picantes; e o Leccino, mais doce e suave. Isso sem falar do frescor do azeite, plantado e colhido no “quintal de casa”. Assim, comer uma tradicional salada toscana ou um delicioso sanduíche de berinjela, se torna ainda mais agradável.

Depois desse começo, os ingredientes locais continuam com grande importância dentro da história de Toscana. Primeiro, o chef é arrebatado pelo sabor do azeite e entende que há algo de especial na região. Depois, se aproxima de Sophia quando ela começa preparativos para um casamento. O chef vê sua oportunidade de explorar o que é produzido por lá para aumentar seu repertório e, de quebra, ainda se aproximar dessa mulher que o arrebatou.

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Theo e Sophie são os protagonistas da história da Netflix Foto: Netflix

É nesse momento que outras belezas gastronômicas da região são apresentadas. Ainda que Toscana seja conhecida pela ricotta e pelo pecorino toscano, há uma cena inspiradora dos personagens em uma cooperativa que produz o famoso queijo Parmigiano Reggiano. Há, também, uma sequência de caça e o contato com produtores agrícolas dessa região tão rica também em plantações de produtos como tomate e azeitonas. Tudo fresco e saboroso.

'Toscana' é um bom filme?

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Dessa forma, Toscana não tem a gastronomia como tema principal de sua história. Aqui, o foco é o desenvolvimento emocional do personagem Anders Matthesen – além do romance que nasce nesse momento em que o chef vive um vazio emocional. No entanto, a comida é a força por trás de todos os acontecimentos do filme. É ela quem promove os encontros, as descobertas, as memórias. Sem a gastronomia local, Theo teria ido embora rapidamente.

Como filme, o longa-metragem fica devendo um pouco. Há clichês que se repetem, além de ter algumas repetições narrativas. Histórias que já vimos por aí. Oras, quantos filmes não falam sobre pessoas ranzinzas que, apesar da barreira emocional, se apaixonam perdidamente? Dá até para citar um que tem um chef como seu personagem principal: Pegando Fogo, com Bradley Cooper.

Além disso, falta um pouco de força em sua metade final. Toda aquela emoção despejada no começo fica perdida ali, sem se espalhar para outros momentos do filme. O final, além de ser previsível justamente por sua repetição narrativa, acaba sendo corrido. Parece que o cineasta tinha pouco tempo para incluir um arco dramático sobre o personagem e seu pai. Pecou em não desenvolver isso ao longo de todo o filme.

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No entanto, Toscana se destaca justamente pela beleza das paisagens e, acima de tudo, a valorização da comida.

Mehdi Avaz não filma a gastronomia apenas como passagem, mas como fim. Theo está redescobrindo suas paixões, seus amores. Muito por conta de Sophia, é claro, mas principalmente por conta de uma gastronomia que, com ingredientes locais e frescos, pode e deve causar uma paixão ainda maior. Toscana é um filme sobre amor e paixão, sim. Mas não só entre pessoas, mas também entre um homem perdido e uma cozinha à espera.

Cena do filme 'Toscana', da Netflix, que tem uma trama que mistura amor e gastronomia Foto: Netflix

Em uma cena de Toscana, filme da Netflix que chegou ao catálogo na última quarta-feira, 18, o irritadiço chef dinamarquês Theo (Anders Matthesen) decide fazer uma parada em um restaurante na região de Toscana, na Itália, em uma viagem de última hora. Está incomodado com tudo: o atendimento, a mesa bamba, a borda suja do prato, o gelo no copo. Decide ir embora, até que prova inocentemente o azeite servido. Seus olhos brilham.

Esse é um dos corações do longa-metragem, que marca estreia deste espaço. Toda sexta-feira, Paladar vai indicar produções ligadas ao mundo da gastronomia para você aproveitar no seu final de semana.

Em Toscana, dirigido por Mehdi Avaz (Kollision), que também assina o roteiro ao lado de Nikolaj Scherfig (da série The Bridge), o filme também fala muito sobre amor, paixão e paternidade. Afinal, Theo está na região para resolver pendências deixadas na herança pelo seu falecido pai. Ainda por cima, cruza caminhos com Sophia (Cristiana Dell'Anna), mulher de temperamento forte e que desperta paixões.

É um romance dramático que mistura a frieza do cinema nórdico com o calor das paisagens italianas, tendo esse homem confuso, irritado e perfeccionista como o motor de uma trama que se desenvolve conforme ele se descobre. Mas a gastronomia não poderia deixar de ser uma das protagonistas do filme. Não só pela profissão do personagem, como também pela região, que respira e transpira boa cozinha, com ingredientes frescos, locais e saborosos.

Ingredientes locais em ‘Toscana’

Os ingredientes locais, aliás, são o ponto de transformação de Theo. Ele está em Toscana contra sua vontade. Apenas burocracia. No entanto, aquele azeite é a primeira fagulha na mente do chef de que aquela região tem algo de especial. E isso não é apenas ficção: Toscana é conhecida por ter alguns dos melhores azeites de Itália – em até do mundo. A região também conta com único rótulo de Origem Geográfica Protegida (IGP) de azeites.

Isso acontece por haver uma diversidade impressionante de azeitonas, conferindo um sabor rico e distinto para o azeite. Dentre as principais, há a azeitona Frantoio, que confere um sabor frutado; a Maraiolo, de notas picantes; e o Leccino, mais doce e suave. Isso sem falar do frescor do azeite, plantado e colhido no “quintal de casa”. Assim, comer uma tradicional salada toscana ou um delicioso sanduíche de berinjela, se torna ainda mais agradável.

Depois desse começo, os ingredientes locais continuam com grande importância dentro da história de Toscana. Primeiro, o chef é arrebatado pelo sabor do azeite e entende que há algo de especial na região. Depois, se aproxima de Sophia quando ela começa preparativos para um casamento. O chef vê sua oportunidade de explorar o que é produzido por lá para aumentar seu repertório e, de quebra, ainda se aproximar dessa mulher que o arrebatou.

Theo e Sophie são os protagonistas da história da Netflix Foto: Netflix

É nesse momento que outras belezas gastronômicas da região são apresentadas. Ainda que Toscana seja conhecida pela ricotta e pelo pecorino toscano, há uma cena inspiradora dos personagens em uma cooperativa que produz o famoso queijo Parmigiano Reggiano. Há, também, uma sequência de caça e o contato com produtores agrícolas dessa região tão rica também em plantações de produtos como tomate e azeitonas. Tudo fresco e saboroso.

'Toscana' é um bom filme?

Dessa forma, Toscana não tem a gastronomia como tema principal de sua história. Aqui, o foco é o desenvolvimento emocional do personagem Anders Matthesen – além do romance que nasce nesse momento em que o chef vive um vazio emocional. No entanto, a comida é a força por trás de todos os acontecimentos do filme. É ela quem promove os encontros, as descobertas, as memórias. Sem a gastronomia local, Theo teria ido embora rapidamente.

Como filme, o longa-metragem fica devendo um pouco. Há clichês que se repetem, além de ter algumas repetições narrativas. Histórias que já vimos por aí. Oras, quantos filmes não falam sobre pessoas ranzinzas que, apesar da barreira emocional, se apaixonam perdidamente? Dá até para citar um que tem um chef como seu personagem principal: Pegando Fogo, com Bradley Cooper.

Além disso, falta um pouco de força em sua metade final. Toda aquela emoção despejada no começo fica perdida ali, sem se espalhar para outros momentos do filme. O final, além de ser previsível justamente por sua repetição narrativa, acaba sendo corrido. Parece que o cineasta tinha pouco tempo para incluir um arco dramático sobre o personagem e seu pai. Pecou em não desenvolver isso ao longo de todo o filme.

No entanto, Toscana se destaca justamente pela beleza das paisagens e, acima de tudo, a valorização da comida.

Mehdi Avaz não filma a gastronomia apenas como passagem, mas como fim. Theo está redescobrindo suas paixões, seus amores. Muito por conta de Sophia, é claro, mas principalmente por conta de uma gastronomia que, com ingredientes locais e frescos, pode e deve causar uma paixão ainda maior. Toscana é um filme sobre amor e paixão, sim. Mas não só entre pessoas, mas também entre um homem perdido e uma cozinha à espera.

Cena do filme 'Toscana', da Netflix, que tem uma trama que mistura amor e gastronomia Foto: Netflix

Em uma cena de Toscana, filme da Netflix que chegou ao catálogo na última quarta-feira, 18, o irritadiço chef dinamarquês Theo (Anders Matthesen) decide fazer uma parada em um restaurante na região de Toscana, na Itália, em uma viagem de última hora. Está incomodado com tudo: o atendimento, a mesa bamba, a borda suja do prato, o gelo no copo. Decide ir embora, até que prova inocentemente o azeite servido. Seus olhos brilham.

Esse é um dos corações do longa-metragem, que marca estreia deste espaço. Toda sexta-feira, Paladar vai indicar produções ligadas ao mundo da gastronomia para você aproveitar no seu final de semana.

Em Toscana, dirigido por Mehdi Avaz (Kollision), que também assina o roteiro ao lado de Nikolaj Scherfig (da série The Bridge), o filme também fala muito sobre amor, paixão e paternidade. Afinal, Theo está na região para resolver pendências deixadas na herança pelo seu falecido pai. Ainda por cima, cruza caminhos com Sophia (Cristiana Dell'Anna), mulher de temperamento forte e que desperta paixões.

É um romance dramático que mistura a frieza do cinema nórdico com o calor das paisagens italianas, tendo esse homem confuso, irritado e perfeccionista como o motor de uma trama que se desenvolve conforme ele se descobre. Mas a gastronomia não poderia deixar de ser uma das protagonistas do filme. Não só pela profissão do personagem, como também pela região, que respira e transpira boa cozinha, com ingredientes frescos, locais e saborosos.

Ingredientes locais em ‘Toscana’

Os ingredientes locais, aliás, são o ponto de transformação de Theo. Ele está em Toscana contra sua vontade. Apenas burocracia. No entanto, aquele azeite é a primeira fagulha na mente do chef de que aquela região tem algo de especial. E isso não é apenas ficção: Toscana é conhecida por ter alguns dos melhores azeites de Itália – em até do mundo. A região também conta com único rótulo de Origem Geográfica Protegida (IGP) de azeites.

Isso acontece por haver uma diversidade impressionante de azeitonas, conferindo um sabor rico e distinto para o azeite. Dentre as principais, há a azeitona Frantoio, que confere um sabor frutado; a Maraiolo, de notas picantes; e o Leccino, mais doce e suave. Isso sem falar do frescor do azeite, plantado e colhido no “quintal de casa”. Assim, comer uma tradicional salada toscana ou um delicioso sanduíche de berinjela, se torna ainda mais agradável.

Depois desse começo, os ingredientes locais continuam com grande importância dentro da história de Toscana. Primeiro, o chef é arrebatado pelo sabor do azeite e entende que há algo de especial na região. Depois, se aproxima de Sophia quando ela começa preparativos para um casamento. O chef vê sua oportunidade de explorar o que é produzido por lá para aumentar seu repertório e, de quebra, ainda se aproximar dessa mulher que o arrebatou.

Theo e Sophie são os protagonistas da história da Netflix Foto: Netflix

É nesse momento que outras belezas gastronômicas da região são apresentadas. Ainda que Toscana seja conhecida pela ricotta e pelo pecorino toscano, há uma cena inspiradora dos personagens em uma cooperativa que produz o famoso queijo Parmigiano Reggiano. Há, também, uma sequência de caça e o contato com produtores agrícolas dessa região tão rica também em plantações de produtos como tomate e azeitonas. Tudo fresco e saboroso.

'Toscana' é um bom filme?

Dessa forma, Toscana não tem a gastronomia como tema principal de sua história. Aqui, o foco é o desenvolvimento emocional do personagem Anders Matthesen – além do romance que nasce nesse momento em que o chef vive um vazio emocional. No entanto, a comida é a força por trás de todos os acontecimentos do filme. É ela quem promove os encontros, as descobertas, as memórias. Sem a gastronomia local, Theo teria ido embora rapidamente.

Como filme, o longa-metragem fica devendo um pouco. Há clichês que se repetem, além de ter algumas repetições narrativas. Histórias que já vimos por aí. Oras, quantos filmes não falam sobre pessoas ranzinzas que, apesar da barreira emocional, se apaixonam perdidamente? Dá até para citar um que tem um chef como seu personagem principal: Pegando Fogo, com Bradley Cooper.

Além disso, falta um pouco de força em sua metade final. Toda aquela emoção despejada no começo fica perdida ali, sem se espalhar para outros momentos do filme. O final, além de ser previsível justamente por sua repetição narrativa, acaba sendo corrido. Parece que o cineasta tinha pouco tempo para incluir um arco dramático sobre o personagem e seu pai. Pecou em não desenvolver isso ao longo de todo o filme.

No entanto, Toscana se destaca justamente pela beleza das paisagens e, acima de tudo, a valorização da comida.

Mehdi Avaz não filma a gastronomia apenas como passagem, mas como fim. Theo está redescobrindo suas paixões, seus amores. Muito por conta de Sophia, é claro, mas principalmente por conta de uma gastronomia que, com ingredientes locais e frescos, pode e deve causar uma paixão ainda maior. Toscana é um filme sobre amor e paixão, sim. Mas não só entre pessoas, mas também entre um homem perdido e uma cozinha à espera.

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