Às vezes o universo conspira. Uma noite no Tan Tan, Felipe e Juliana Matayoshi esbarraram em Simone Xirata e Yasmin Yonashiro. Coquetel vai, coquetel vem, os donos da Pace, uma das marcas mais reconhecidas do streetwear nacional, descobriram com as sócias do Jojo Ramen, um assunto em comum: Okinawa.
O conjunto das 169 ilhas mais ao Sul do Japão tem raízes do Reino de Ryukyu que remontam ao século 15, mas também muita influência externa. Tem até um conceito próprio, o champuru, que significa misturar ou fundir. Vale para a moda, vale para a gastronomia.
“A gente tem a mesma ascendência, a mãe do Felipe é de Okinawa, os nossos avôs e avós também. Começamos a conversar e a se conectar. Nenhum de nós nasceu lá, mas levantamos muito a bandeira”, conta Simone.
É por isso que os 426 metros quadrados da novíssima Pace Flagship Store, nos Jardins, contêm o Café Pace. Tocado por Simone e Yasmin, a cafeteria confirma a identidade kenkeijin, isso é, originária de Okinawa.
Com identidade visual brutalista, marcada por concreto e sobretudo madeira, o espaço se encaixa em dois andares. No seu primeiro e segundo do imóvel, fica a minicozinha e uma varandona. No segundo ou terceiro, a depender da lógica, além de um terraço, há mesonas comunitárias com cadeiras desenhadas por Felipe.
Batizadas de Tabulete Japonesin, são quadradas, têm três pés e um futonzinho. Convidam a longas sentadas (fica a dica do mais novo e design coworking!) e, claro, são perfeitas para a degustação do enxuto menuzinho das meninas.
Não, não tem ramen! Por ora, pelo menos. Em compensação, tem oniguiris. “Um deles, com carne de porco e missô, é bem tradicional. O de spam também, porque foi um embutido enlatado que se popularizou durante a guerra”, conta Yasmin.
O primeiro, é o Butamissô (R$ 14), o segundo, o Spam Musubi (R$ 28). Há também uma versão vegana com umeboshi (ameixinha em conserva) e pó de shissô (R$ 16). Dois sanduíches, o tamago (com ovos e pepino, R$ 34) e o katsu sando (com tonkatsu de porco, R$ 47) fecham as sugestões mais substanciosas.
Para quem quiser mais um acompanhamento para os cafés ou matchas, há receitas como o pão de queijo (que é mais um mochi queijudo, R$ 11), o karê pan (espécie de sonho com curry e carne suína, R$ 23 com duas unidades) e doçuras como o pudim de matcha com calda de caramelo (R$ 20) e o choco cake (bolo com mousse e chantili de chocolate, R$ 27).
Sobre o café de beber, vale dizer que ele é orgânico e especial. Vem das lavouras da família Minamihara, que, há quatro gerações, produz e torra grãos nos arredores de Franca, no interior paulista. O coado sai a R$ 16 e o cold brew, a R$ 14.
Mais para frente o Café Pace deve funcionar como bar de quinta a sábado, visto o sucesso dos coquetéis que Ryu Komorita (vencedor do World Class Brasil) preparou na inauguração da loja. Brunches também são uma possibilidade.
“Aqui tem coisa que lembra a nossa infância, comida de avó, memórias afetivas que a gente vai testar e, aos poucos, vamos vendo o que mais podemos trazer”, explica Simone.
Pace Café
Al. Itu, 1466, Jardins. De ter. a sáb. das 10h às 18h; dom., das 12h às 16h.