Crítica: ‘O Menu’ questiona o que é a arte por meio da alta gastronomia


Longa-metragem, que estreia em 1º de dezembro no Star+, fala sobre um jantar caríssimo e cheio de surpresas chocantes

Por Matheus Mans
Ralph Fiennes e Anya Taylor-Joy são os protagonistas de 'O Menu' Foto: 20th Century Studios

Logo no início de O Menu, filme que chega ao streaming Star+ em 1º de dezembro, podemos ver dois tipos de pessoas. De um lado, Tyler (Nicholas Hoult), um rapaz que não liga em pagar US$ 1,2 mil, por pessoa, em um restaurante. Do outro, Margot (Anya Taylor-Joy), que não entende por que alguém pagaria isso tudo por um menu degustação.

E, por trás disso tudo, o chef Julian Slowik (Ralph Fiennes). É ele quem comanda o badalado restaurante Hawthorne, localizado em uma ilhota própria e que cobra esse valor exorbitante das poucas pessoas selecionadas para participar de um jantar naquela noite. O que ninguém espera é que eventos caóticos e chocantes irão acontecer ali naquele espaço.

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O preço da comida em ‘O Menu’

De cara, quando começa a experiência no restaurante, o diretor Mark Mylod (conhecido por dirigir episódios de séries como Game of Thrones e Succession) deixa claro que O Menu não será um filme convencional. Não é um Bistrô Romantique, por exemplo, onde as pessoas e seus relacionamentos são o foco. Este filme foca na experiência e divergências.

Afinal, Slowik leva sua cozinha aos extremos. Com vieiras, pães (ou, melhor, a ausência de pães) e sua gastronomia molecular, ele vai chocando as pessoas e mostrando que busca, insistentemente, sair da zona de conforto e levar os clientes juntos. No entanto, o que será que é conforto para um chef que escolhe a dedo as pessoas que irão ao seu restaurante? 

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É quando essa pergunta começa a ser respondida que O Menu vai mostrando o seu verdadeiro desejo: qual o preço da gastronomia? O que é alta gastronomia? Um simples cheeseburger pode se enquadrar nisso? Mylod cutuca o espectador, que vai ficando mais e mais desconfortável com a experiência -- vale dizer que o filme tem sangue e violência.

Um chef está tentando sair de sua zona de conforto enquanto tenta levar os clientes ao seu lado Foto: 20th Century Studios

As diferentes visões de mundo também ajudam a mostrar a complexidade de compreender essas perguntas levantadas pelo filme. Tyler se surpreende e se empolga, Margot fica entediada e não compreende o que o chef está querendo mostrar com um prato vazio, apenas com molhos, e deixa o personagem de Fiennes (de Harry Potter) desconcertado.

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A cozinha como metáfora

O mais interessante disso tudo é como O Menu se vale da gastronomia para falar sobre o próprio cinema. Afinal, Mark Mylod está criticando a sociedade do espetáculo -- que pode estar em qualquer lugar, mas ganha corpo ao usar o cinema para falar sobre cinema. O salão do restaurante é a sala de cinema, com críticos sabichões, pessoas empolgadas com qualquer coisa, um grupo bajulador e aquela pessoa que não quer saber de pirotecnias.

E aí, no final, O Menu pergunta: o que queremos? O espetáculo a qualquer custo? Ou será que algo simples e bem feito não pode nos agradar? A resposta pode estar em um prato de comida, na arrogância e no passado de um chef, na reação do cliente e principalmente no que você, espectador, está pensando e querendo do outro lado da tela.

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Ralph Fiennes e Anya Taylor-Joy são os protagonistas de 'O Menu' Foto: 20th Century Studios

Logo no início de O Menu, filme que chega ao streaming Star+ em 1º de dezembro, podemos ver dois tipos de pessoas. De um lado, Tyler (Nicholas Hoult), um rapaz que não liga em pagar US$ 1,2 mil, por pessoa, em um restaurante. Do outro, Margot (Anya Taylor-Joy), que não entende por que alguém pagaria isso tudo por um menu degustação.

E, por trás disso tudo, o chef Julian Slowik (Ralph Fiennes). É ele quem comanda o badalado restaurante Hawthorne, localizado em uma ilhota própria e que cobra esse valor exorbitante das poucas pessoas selecionadas para participar de um jantar naquela noite. O que ninguém espera é que eventos caóticos e chocantes irão acontecer ali naquele espaço.

O preço da comida em ‘O Menu’

De cara, quando começa a experiência no restaurante, o diretor Mark Mylod (conhecido por dirigir episódios de séries como Game of Thrones e Succession) deixa claro que O Menu não será um filme convencional. Não é um Bistrô Romantique, por exemplo, onde as pessoas e seus relacionamentos são o foco. Este filme foca na experiência e divergências.

Afinal, Slowik leva sua cozinha aos extremos. Com vieiras, pães (ou, melhor, a ausência de pães) e sua gastronomia molecular, ele vai chocando as pessoas e mostrando que busca, insistentemente, sair da zona de conforto e levar os clientes juntos. No entanto, o que será que é conforto para um chef que escolhe a dedo as pessoas que irão ao seu restaurante? 

É quando essa pergunta começa a ser respondida que O Menu vai mostrando o seu verdadeiro desejo: qual o preço da gastronomia? O que é alta gastronomia? Um simples cheeseburger pode se enquadrar nisso? Mylod cutuca o espectador, que vai ficando mais e mais desconfortável com a experiência -- vale dizer que o filme tem sangue e violência.

Um chef está tentando sair de sua zona de conforto enquanto tenta levar os clientes ao seu lado Foto: 20th Century Studios

As diferentes visões de mundo também ajudam a mostrar a complexidade de compreender essas perguntas levantadas pelo filme. Tyler se surpreende e se empolga, Margot fica entediada e não compreende o que o chef está querendo mostrar com um prato vazio, apenas com molhos, e deixa o personagem de Fiennes (de Harry Potter) desconcertado.

A cozinha como metáfora

O mais interessante disso tudo é como O Menu se vale da gastronomia para falar sobre o próprio cinema. Afinal, Mark Mylod está criticando a sociedade do espetáculo -- que pode estar em qualquer lugar, mas ganha corpo ao usar o cinema para falar sobre cinema. O salão do restaurante é a sala de cinema, com críticos sabichões, pessoas empolgadas com qualquer coisa, um grupo bajulador e aquela pessoa que não quer saber de pirotecnias.

E aí, no final, O Menu pergunta: o que queremos? O espetáculo a qualquer custo? Ou será que algo simples e bem feito não pode nos agradar? A resposta pode estar em um prato de comida, na arrogância e no passado de um chef, na reação do cliente e principalmente no que você, espectador, está pensando e querendo do outro lado da tela.

Ralph Fiennes e Anya Taylor-Joy são os protagonistas de 'O Menu' Foto: 20th Century Studios

Logo no início de O Menu, filme que chega ao streaming Star+ em 1º de dezembro, podemos ver dois tipos de pessoas. De um lado, Tyler (Nicholas Hoult), um rapaz que não liga em pagar US$ 1,2 mil, por pessoa, em um restaurante. Do outro, Margot (Anya Taylor-Joy), que não entende por que alguém pagaria isso tudo por um menu degustação.

E, por trás disso tudo, o chef Julian Slowik (Ralph Fiennes). É ele quem comanda o badalado restaurante Hawthorne, localizado em uma ilhota própria e que cobra esse valor exorbitante das poucas pessoas selecionadas para participar de um jantar naquela noite. O que ninguém espera é que eventos caóticos e chocantes irão acontecer ali naquele espaço.

O preço da comida em ‘O Menu’

De cara, quando começa a experiência no restaurante, o diretor Mark Mylod (conhecido por dirigir episódios de séries como Game of Thrones e Succession) deixa claro que O Menu não será um filme convencional. Não é um Bistrô Romantique, por exemplo, onde as pessoas e seus relacionamentos são o foco. Este filme foca na experiência e divergências.

Afinal, Slowik leva sua cozinha aos extremos. Com vieiras, pães (ou, melhor, a ausência de pães) e sua gastronomia molecular, ele vai chocando as pessoas e mostrando que busca, insistentemente, sair da zona de conforto e levar os clientes juntos. No entanto, o que será que é conforto para um chef que escolhe a dedo as pessoas que irão ao seu restaurante? 

É quando essa pergunta começa a ser respondida que O Menu vai mostrando o seu verdadeiro desejo: qual o preço da gastronomia? O que é alta gastronomia? Um simples cheeseburger pode se enquadrar nisso? Mylod cutuca o espectador, que vai ficando mais e mais desconfortável com a experiência -- vale dizer que o filme tem sangue e violência.

Um chef está tentando sair de sua zona de conforto enquanto tenta levar os clientes ao seu lado Foto: 20th Century Studios

As diferentes visões de mundo também ajudam a mostrar a complexidade de compreender essas perguntas levantadas pelo filme. Tyler se surpreende e se empolga, Margot fica entediada e não compreende o que o chef está querendo mostrar com um prato vazio, apenas com molhos, e deixa o personagem de Fiennes (de Harry Potter) desconcertado.

A cozinha como metáfora

O mais interessante disso tudo é como O Menu se vale da gastronomia para falar sobre o próprio cinema. Afinal, Mark Mylod está criticando a sociedade do espetáculo -- que pode estar em qualquer lugar, mas ganha corpo ao usar o cinema para falar sobre cinema. O salão do restaurante é a sala de cinema, com críticos sabichões, pessoas empolgadas com qualquer coisa, um grupo bajulador e aquela pessoa que não quer saber de pirotecnias.

E aí, no final, O Menu pergunta: o que queremos? O espetáculo a qualquer custo? Ou será que algo simples e bem feito não pode nos agradar? A resposta pode estar em um prato de comida, na arrogância e no passado de um chef, na reação do cliente e principalmente no que você, espectador, está pensando e querendo do outro lado da tela.

Ralph Fiennes e Anya Taylor-Joy são os protagonistas de 'O Menu' Foto: 20th Century Studios

Logo no início de O Menu, filme que chega ao streaming Star+ em 1º de dezembro, podemos ver dois tipos de pessoas. De um lado, Tyler (Nicholas Hoult), um rapaz que não liga em pagar US$ 1,2 mil, por pessoa, em um restaurante. Do outro, Margot (Anya Taylor-Joy), que não entende por que alguém pagaria isso tudo por um menu degustação.

E, por trás disso tudo, o chef Julian Slowik (Ralph Fiennes). É ele quem comanda o badalado restaurante Hawthorne, localizado em uma ilhota própria e que cobra esse valor exorbitante das poucas pessoas selecionadas para participar de um jantar naquela noite. O que ninguém espera é que eventos caóticos e chocantes irão acontecer ali naquele espaço.

O preço da comida em ‘O Menu’

De cara, quando começa a experiência no restaurante, o diretor Mark Mylod (conhecido por dirigir episódios de séries como Game of Thrones e Succession) deixa claro que O Menu não será um filme convencional. Não é um Bistrô Romantique, por exemplo, onde as pessoas e seus relacionamentos são o foco. Este filme foca na experiência e divergências.

Afinal, Slowik leva sua cozinha aos extremos. Com vieiras, pães (ou, melhor, a ausência de pães) e sua gastronomia molecular, ele vai chocando as pessoas e mostrando que busca, insistentemente, sair da zona de conforto e levar os clientes juntos. No entanto, o que será que é conforto para um chef que escolhe a dedo as pessoas que irão ao seu restaurante? 

É quando essa pergunta começa a ser respondida que O Menu vai mostrando o seu verdadeiro desejo: qual o preço da gastronomia? O que é alta gastronomia? Um simples cheeseburger pode se enquadrar nisso? Mylod cutuca o espectador, que vai ficando mais e mais desconfortável com a experiência -- vale dizer que o filme tem sangue e violência.

Um chef está tentando sair de sua zona de conforto enquanto tenta levar os clientes ao seu lado Foto: 20th Century Studios

As diferentes visões de mundo também ajudam a mostrar a complexidade de compreender essas perguntas levantadas pelo filme. Tyler se surpreende e se empolga, Margot fica entediada e não compreende o que o chef está querendo mostrar com um prato vazio, apenas com molhos, e deixa o personagem de Fiennes (de Harry Potter) desconcertado.

A cozinha como metáfora

O mais interessante disso tudo é como O Menu se vale da gastronomia para falar sobre o próprio cinema. Afinal, Mark Mylod está criticando a sociedade do espetáculo -- que pode estar em qualquer lugar, mas ganha corpo ao usar o cinema para falar sobre cinema. O salão do restaurante é a sala de cinema, com críticos sabichões, pessoas empolgadas com qualquer coisa, um grupo bajulador e aquela pessoa que não quer saber de pirotecnias.

E aí, no final, O Menu pergunta: o que queremos? O espetáculo a qualquer custo? Ou será que algo simples e bem feito não pode nos agradar? A resposta pode estar em um prato de comida, na arrogância e no passado de um chef, na reação do cliente e principalmente no que você, espectador, está pensando e querendo do outro lado da tela.

Ralph Fiennes e Anya Taylor-Joy são os protagonistas de 'O Menu' Foto: 20th Century Studios

Logo no início de O Menu, filme que chega ao streaming Star+ em 1º de dezembro, podemos ver dois tipos de pessoas. De um lado, Tyler (Nicholas Hoult), um rapaz que não liga em pagar US$ 1,2 mil, por pessoa, em um restaurante. Do outro, Margot (Anya Taylor-Joy), que não entende por que alguém pagaria isso tudo por um menu degustação.

E, por trás disso tudo, o chef Julian Slowik (Ralph Fiennes). É ele quem comanda o badalado restaurante Hawthorne, localizado em uma ilhota própria e que cobra esse valor exorbitante das poucas pessoas selecionadas para participar de um jantar naquela noite. O que ninguém espera é que eventos caóticos e chocantes irão acontecer ali naquele espaço.

O preço da comida em ‘O Menu’

De cara, quando começa a experiência no restaurante, o diretor Mark Mylod (conhecido por dirigir episódios de séries como Game of Thrones e Succession) deixa claro que O Menu não será um filme convencional. Não é um Bistrô Romantique, por exemplo, onde as pessoas e seus relacionamentos são o foco. Este filme foca na experiência e divergências.

Afinal, Slowik leva sua cozinha aos extremos. Com vieiras, pães (ou, melhor, a ausência de pães) e sua gastronomia molecular, ele vai chocando as pessoas e mostrando que busca, insistentemente, sair da zona de conforto e levar os clientes juntos. No entanto, o que será que é conforto para um chef que escolhe a dedo as pessoas que irão ao seu restaurante? 

É quando essa pergunta começa a ser respondida que O Menu vai mostrando o seu verdadeiro desejo: qual o preço da gastronomia? O que é alta gastronomia? Um simples cheeseburger pode se enquadrar nisso? Mylod cutuca o espectador, que vai ficando mais e mais desconfortável com a experiência -- vale dizer que o filme tem sangue e violência.

Um chef está tentando sair de sua zona de conforto enquanto tenta levar os clientes ao seu lado Foto: 20th Century Studios

As diferentes visões de mundo também ajudam a mostrar a complexidade de compreender essas perguntas levantadas pelo filme. Tyler se surpreende e se empolga, Margot fica entediada e não compreende o que o chef está querendo mostrar com um prato vazio, apenas com molhos, e deixa o personagem de Fiennes (de Harry Potter) desconcertado.

A cozinha como metáfora

O mais interessante disso tudo é como O Menu se vale da gastronomia para falar sobre o próprio cinema. Afinal, Mark Mylod está criticando a sociedade do espetáculo -- que pode estar em qualquer lugar, mas ganha corpo ao usar o cinema para falar sobre cinema. O salão do restaurante é a sala de cinema, com críticos sabichões, pessoas empolgadas com qualquer coisa, um grupo bajulador e aquela pessoa que não quer saber de pirotecnias.

E aí, no final, O Menu pergunta: o que queremos? O espetáculo a qualquer custo? Ou será que algo simples e bem feito não pode nos agradar? A resposta pode estar em um prato de comida, na arrogância e no passado de um chef, na reação do cliente e principalmente no que você, espectador, está pensando e querendo do outro lado da tela.

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