Crítica: ‘Operação Cerveja’ fala sobre lembranças gustativas e históricas


Filme de Peter Farrelly parte da relação de soldados com cervejas americanas para falar sobre a memória da Guerra do Vietnã

Por Matheus Mans
Zac Effron é o protagonista de 'Operação Cerveja', filme exclusivo do Apple TV+ Foto: Apple TV+

Quais emoções um sabor pode trazer? Quais memórias, quais sentimentos? É a partir dessa premissa, e a importância dessa emoção, que nasce a história de Operação Cerveja, filme exclusivo do Apple TV+ que chegou ao catálogo nesta sexta-feira, 30.

Dirigido por Peter Farrelly, o cineasta por trás do oscarizado Green Book: O Guia, o longa-metragem conta a história de Chickie Donohue (Efron). Ele é um rapaz que faz algo totalmente inesperado: viajar sozinho para a linha de frente para levar, aos soldados no Vietnã, suas cervejas americanas favoritas. É a maneira que ele encontra de levar um pedacinho dos Estados Unidos para esses amigos no front, muito longe de suas casas.

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Logo de cara, a premissa causa surpresa -- ainda mais por ser uma história real. Em entrevista ao Estadão, o diretor Peter Farrelly falou que essa é uma das histórias mais bizarras e imbecis que já ouviu. E foi justamente isso que o atraiu para o projeto.

Mas há algo de verdadeiro no desejo de Chickie: levar um pedacinho aos soldados por meio de sabores. Os amigos do protagonista no Vietnã podem tomar qualquer bebida que for, mas nenhuma terá a força da memória afetiva como uma cerveja que é vendida nos bares dos Estados Unidos. Por meio do sabor, Chickie leva os soldados para casa e seus lares.

Depois, adotando uma história típica dos filmes de Farrelly, sempre muito calcados em “roadie movies”, Operação Cerveja fala de outro resgate de memórias. Só que, desta vez, nada a ver com o sabor, mas com os efeitos da Guerra do Vietnã nos Estados Unidos. 

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'Operação Cerveja' e suas reflexões

Ainda que não seja uma jornada alucinante como a do capitão Benjamin L. Willard de Apocalypse Now, a história de Chickie traça uma decadência moral do herói americano, tirando todos os clichês ao redor desse tipo de personagem, que agora está livre para entender e mudar. Farrelly, enquanto isso, oferece um gole de cerveja e sugere: vamos repensar nosso passado, nossa História e aqueles conflitos que nos moldaram?

Operação Cerveja é, assim, um filme sobre lembranças. Ao falar sobre a Guerra do Vietnã, pode-se até pensar que foi um conflito que trouxe mudanças -- para alguns, até mesmo positivas. É como se fosse beber um gole de sua cerveja americana favorita e lembrar dos bons momentos automaticamente. Farrelly, porém, tenta trazer outro olhar e mostrar que, até mesmo as boas cervejas podem conter notas de amargor para além do agradável.

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Zac Effron é o protagonista de 'Operação Cerveja', filme exclusivo do Apple TV+ Foto: Apple TV+

Quais emoções um sabor pode trazer? Quais memórias, quais sentimentos? É a partir dessa premissa, e a importância dessa emoção, que nasce a história de Operação Cerveja, filme exclusivo do Apple TV+ que chegou ao catálogo nesta sexta-feira, 30.

Dirigido por Peter Farrelly, o cineasta por trás do oscarizado Green Book: O Guia, o longa-metragem conta a história de Chickie Donohue (Efron). Ele é um rapaz que faz algo totalmente inesperado: viajar sozinho para a linha de frente para levar, aos soldados no Vietnã, suas cervejas americanas favoritas. É a maneira que ele encontra de levar um pedacinho dos Estados Unidos para esses amigos no front, muito longe de suas casas.

Logo de cara, a premissa causa surpresa -- ainda mais por ser uma história real. Em entrevista ao Estadão, o diretor Peter Farrelly falou que essa é uma das histórias mais bizarras e imbecis que já ouviu. E foi justamente isso que o atraiu para o projeto.

Mas há algo de verdadeiro no desejo de Chickie: levar um pedacinho aos soldados por meio de sabores. Os amigos do protagonista no Vietnã podem tomar qualquer bebida que for, mas nenhuma terá a força da memória afetiva como uma cerveja que é vendida nos bares dos Estados Unidos. Por meio do sabor, Chickie leva os soldados para casa e seus lares.

Depois, adotando uma história típica dos filmes de Farrelly, sempre muito calcados em “roadie movies”, Operação Cerveja fala de outro resgate de memórias. Só que, desta vez, nada a ver com o sabor, mas com os efeitos da Guerra do Vietnã nos Estados Unidos. 

'Operação Cerveja' e suas reflexões

Ainda que não seja uma jornada alucinante como a do capitão Benjamin L. Willard de Apocalypse Now, a história de Chickie traça uma decadência moral do herói americano, tirando todos os clichês ao redor desse tipo de personagem, que agora está livre para entender e mudar. Farrelly, enquanto isso, oferece um gole de cerveja e sugere: vamos repensar nosso passado, nossa História e aqueles conflitos que nos moldaram?

Operação Cerveja é, assim, um filme sobre lembranças. Ao falar sobre a Guerra do Vietnã, pode-se até pensar que foi um conflito que trouxe mudanças -- para alguns, até mesmo positivas. É como se fosse beber um gole de sua cerveja americana favorita e lembrar dos bons momentos automaticamente. Farrelly, porém, tenta trazer outro olhar e mostrar que, até mesmo as boas cervejas podem conter notas de amargor para além do agradável.

Zac Effron é o protagonista de 'Operação Cerveja', filme exclusivo do Apple TV+ Foto: Apple TV+

Quais emoções um sabor pode trazer? Quais memórias, quais sentimentos? É a partir dessa premissa, e a importância dessa emoção, que nasce a história de Operação Cerveja, filme exclusivo do Apple TV+ que chegou ao catálogo nesta sexta-feira, 30.

Dirigido por Peter Farrelly, o cineasta por trás do oscarizado Green Book: O Guia, o longa-metragem conta a história de Chickie Donohue (Efron). Ele é um rapaz que faz algo totalmente inesperado: viajar sozinho para a linha de frente para levar, aos soldados no Vietnã, suas cervejas americanas favoritas. É a maneira que ele encontra de levar um pedacinho dos Estados Unidos para esses amigos no front, muito longe de suas casas.

Logo de cara, a premissa causa surpresa -- ainda mais por ser uma história real. Em entrevista ao Estadão, o diretor Peter Farrelly falou que essa é uma das histórias mais bizarras e imbecis que já ouviu. E foi justamente isso que o atraiu para o projeto.

Mas há algo de verdadeiro no desejo de Chickie: levar um pedacinho aos soldados por meio de sabores. Os amigos do protagonista no Vietnã podem tomar qualquer bebida que for, mas nenhuma terá a força da memória afetiva como uma cerveja que é vendida nos bares dos Estados Unidos. Por meio do sabor, Chickie leva os soldados para casa e seus lares.

Depois, adotando uma história típica dos filmes de Farrelly, sempre muito calcados em “roadie movies”, Operação Cerveja fala de outro resgate de memórias. Só que, desta vez, nada a ver com o sabor, mas com os efeitos da Guerra do Vietnã nos Estados Unidos. 

'Operação Cerveja' e suas reflexões

Ainda que não seja uma jornada alucinante como a do capitão Benjamin L. Willard de Apocalypse Now, a história de Chickie traça uma decadência moral do herói americano, tirando todos os clichês ao redor desse tipo de personagem, que agora está livre para entender e mudar. Farrelly, enquanto isso, oferece um gole de cerveja e sugere: vamos repensar nosso passado, nossa História e aqueles conflitos que nos moldaram?

Operação Cerveja é, assim, um filme sobre lembranças. Ao falar sobre a Guerra do Vietnã, pode-se até pensar que foi um conflito que trouxe mudanças -- para alguns, até mesmo positivas. É como se fosse beber um gole de sua cerveja americana favorita e lembrar dos bons momentos automaticamente. Farrelly, porém, tenta trazer outro olhar e mostrar que, até mesmo as boas cervejas podem conter notas de amargor para além do agradável.

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