Foto de comida muda restaurantes e influencia chefs


Sabe o que é fazer uma plate-y (pronuncia-se pleití)? É tirar uma fotografia de um prato e postar na internet, hábito que tem hoje muito poder no mundo da gastronomia

Por Isabelle Moreira Lima

Se há um ditado desgastado pelo tempo é o que afirma que beleza não põe mesa. Hoje, uma imagem massivamente curtida no Instagram vale mais que mil estrelas Michelin. Prova de que o exagero destas afirmações faz sentido é que o Culinary Institute of America, em Nova York, considerada a Harvard da cozinha, lança em maio do ano que vem seu curso de fotografia digital para aspirantes a chefs. Os professores são um fotógrafo e uma food stylist. “Vamos ensinar os princípios e as técnicas para se criar conteúdo e narrativa visual por meio da fotografia digital. Os alunos analisarão tendências históricas e atuais da indústria da comida e trabalharão em locações e estúdio”, conta a reitora do CIA, Denise Bauer.

Produção. A food stylist Kersti Bowser, do CIA, orienta aluna sobre como ornamentar uma abóbora Foto: Phil Mansfield

E já tem restaurantes mundo afora contratando “produtores de comida” para trabalhar lado a lado com seus cozinheiros. É o caso do australiano The Grounds of Alexandria, em Sidney; E o investimento não para aí, tem gente reformando o salão para deixar o ambiente mais fotogênico. O craque Danny Meyer, dono do Union Square Hospitality Group e um dos restaurateurs mais célebres dos Estados Unidos, fez de tudo para sua nova pizzaria nova-iorquina, a Martina, ficar bem na foto.

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É que nos nossos tempos impera o aforismo do gourmand romano Apício: saboreia-se primeiro com os olhos. E, por isso, é fundamental mandar bem nas plate-ys, as fotos de comida. 

+ Henrique Fogaça leva Sal para Shopping Cidade Jardim+ Os grandes temperos do mundo

Ver uma foto apetitosa de um prato bem montado desperta emoções fortes. Segundo o pesquisador britânico Charles Spence, do departamento de Psicologia Experimental da Universidade de Oxford, um dos maiores crescimentos de fluxo sanguíneo no cérebro ocorre quando somos expostos a imagens de comidas atraentes. Além disso, a visualização pode causar salivação e a liberação de sucos gástricos. “Pesquisas mostram que há ativação de uma série de áreas do cérebro, incluindo as de gosto, quando vemos imagens de comidas altamente desejáveis – ou pornfood, em outras palavras”, escreve em seu Gastrophysics: the New Science of Eating (336 páginas, Ed. Viking; US$ 18,36 na Amazon), recém-lançado na Inglaterra.

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As pesquisas de Spence levaram a outra descoberta fantástica, a de que a comida em movimento (ou a ideia dela) faz milagres no cérebro de um comensal. Imagine: a gema escorrendo em um ovo pochê, uma fatia de lasanha sendo levantada do prato por uma espátula, um suco colorido e refrescante sendo despejado da jarra ao copo. É isso que explica o sucesso de ferramentas como o Boomerang (que põem a imagem em movimento) e dos pequenos vídeos publicados na rede.

  Foto: Phil Mansfield|CIA

E não ache que isso tudo é coisa de gringo. No Brasil, os chefs já se deram conta de que têm de trabalhar melhor a imagem de seus pratos. Com 800 milhões de usuários no mundo e 45 milhões deles no Brasil, seu segundo maior mercado, o Instagram é uma das maiores e mais baratas vitrines gastronômicas que um restaurante pode ter.  Carla Pernambuco, do Carlota, usuária ativa da rede, diz que muitas vezes usa seu feed como cardápio eletrônico. “Posto quase diariamente fotos dos meus pratos. A resposta é imediata nas redes e os clientes pedem os pratos postados”, diz. Para ela, as redes trouxeram intercâmbio e divulgação da culinária brasileira muito maior que no passado. 

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Para a confeiteira Viviane Wakuda, as redes também são boa vitrine. “Às vezes publico a foto de um bolo e logo em seguida vem pedido de encomenda. Geralmente são clientes jovens”, conta.

Thiago Bañares, do Tan Tan Noodle Bar, faz postagens estratégicas para vender seus especiais: coquetéis nos dias quentes, ensopados fumegantes no frio, sempre publicados no fim da jornada de trabalho, quando a fome aperta. Ele conta que ajustou a luz da casa e escolheu o tom da madeira que reveste o salão para favorecer as fotos. “Usei um prato de comida para fazer os testes”, diz.

Embora acredite que as redes influenciam a gastronomia atual, Bañares diz que respeita a ordem sabor em primeiro lugar, textura em segundo e aparência em terceiro. “Aparência é a última coisa, mas não deixa de ser importante. Você não quer comer comida feia. É a coisa do porn food: tem pratos que realmente causam furor nos clientes.”

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+ Katsu sando: sanduíche de carne empanada no pão branco ganha São Paulo+ Onde comer bun em São Paulo

A maioria dos chefs também já se deu conta de que as redes sociais são um bom método de pesquisa, encurtam fronteiras e trazem referências antes acessíveis apenas a quem tinha tempo e dinheiro para viajar. “Uso para postar pratos que estou testando, para ver a reação das pessoas”, conta Thomas Troisgros, do carioca Olympe, que aproveita as redes para acompanhar tendências. “Mídia social é o jeito que o mundo corre hoje, pauta cardápio, imprensa, chefs. Vivemos a era da informação e quem souber lidar com isso vai se dar bem”, afirma Alberto Landgraf, ex-Epice e que prepara sua nova casa carioca Oteque para 2018. Segundo ele, assim como viagens, livros e visitas a museus, as redes são fonte de pesquisa e até para fazer amizade. 

Mas há o outro lado da moeda. Se os chef fazem propaganda e definem seus menus, também recebem críticas na rede. Da mesma forma que as fotos publicadas por clientes funcionam como uma espécie de boca-a-boca mediado pelo celular, fazem também as vezes de juiz. 

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+ Monte seu kit de aromas de vinhos+ Conheça a história de um legítimo Lafite chinês

“Ficou muito fácil opinar. Antigamente, só críticos experientes o faziam. Hoje, as pessoas dão opinião própria como se fosse uma crítica”, reclama Rodolfo de Sanctis, do Nino Cucina.

TERMO FOOD PORN NASCE NOS ANOS 1970 

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O termo food porn (ou gastro porn), muito difundido hoje para referir-se à atividade de admirar fotos de comidas elaboradas e sentir-se estimulado por elas, surgiu da década de 1970, em plena Nouvelle Cuisine. A expressão foi cunhada pelo jornalista político Alexander Cockburn em uma resenha que escreveu na New York Review of Books sobre o livro French Cookery, de Paul Bocuse, mais exatamente sobre uma receita com ingredientes impossíveis de encontrar nos Estados Unidos, um crayfish (espécie de lagostim de água doce) gratinado à la Fernand Point. “O gastro porn aumenta a emoção e também a sensação de estar diante de algo inalcançável ao oferecer fotografias coloridas de várias receitas completas”, escreveu Cockburn. 

Entre panelas e celulares

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Tentação

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4 | 4

Elegância

Foto: Reprodução

Três dicas de ouro para bombar sua foto de comida

O fotógrafo especializado em comida Phil Masnfield será o professor do novo curso de fotografia digital e food styling do Culinary Institute of America. Para ele, mais que uma moda de Instagram, a atual obsessão por boas fotos de comida é fruto do espírito do tempo, em que a gastronomia virou estilo de vida e está em todos os lugares. 

1. Descubra o que chama sua atenção no prato. É interessante por que é diferente? Parece com algo que sua avó fez? Tente destacar na foto a característica que te atrai

2. Posicione o prato de modo que a luz do ambiente o ilumine bem. Deixar o prato na janela para pegar a luz natural, por exemplo, é uma ótima ideia

3. Fotografre o prato quando ainda estiver fresco, assim que chega à mesa. Em dois minutos o visual já muda

Se há um ditado desgastado pelo tempo é o que afirma que beleza não põe mesa. Hoje, uma imagem massivamente curtida no Instagram vale mais que mil estrelas Michelin. Prova de que o exagero destas afirmações faz sentido é que o Culinary Institute of America, em Nova York, considerada a Harvard da cozinha, lança em maio do ano que vem seu curso de fotografia digital para aspirantes a chefs. Os professores são um fotógrafo e uma food stylist. “Vamos ensinar os princípios e as técnicas para se criar conteúdo e narrativa visual por meio da fotografia digital. Os alunos analisarão tendências históricas e atuais da indústria da comida e trabalharão em locações e estúdio”, conta a reitora do CIA, Denise Bauer.

Produção. A food stylist Kersti Bowser, do CIA, orienta aluna sobre como ornamentar uma abóbora Foto: Phil Mansfield

E já tem restaurantes mundo afora contratando “produtores de comida” para trabalhar lado a lado com seus cozinheiros. É o caso do australiano The Grounds of Alexandria, em Sidney; E o investimento não para aí, tem gente reformando o salão para deixar o ambiente mais fotogênico. O craque Danny Meyer, dono do Union Square Hospitality Group e um dos restaurateurs mais célebres dos Estados Unidos, fez de tudo para sua nova pizzaria nova-iorquina, a Martina, ficar bem na foto.

É que nos nossos tempos impera o aforismo do gourmand romano Apício: saboreia-se primeiro com os olhos. E, por isso, é fundamental mandar bem nas plate-ys, as fotos de comida. 

+ Henrique Fogaça leva Sal para Shopping Cidade Jardim+ Os grandes temperos do mundo

Ver uma foto apetitosa de um prato bem montado desperta emoções fortes. Segundo o pesquisador britânico Charles Spence, do departamento de Psicologia Experimental da Universidade de Oxford, um dos maiores crescimentos de fluxo sanguíneo no cérebro ocorre quando somos expostos a imagens de comidas atraentes. Além disso, a visualização pode causar salivação e a liberação de sucos gástricos. “Pesquisas mostram que há ativação de uma série de áreas do cérebro, incluindo as de gosto, quando vemos imagens de comidas altamente desejáveis – ou pornfood, em outras palavras”, escreve em seu Gastrophysics: the New Science of Eating (336 páginas, Ed. Viking; US$ 18,36 na Amazon), recém-lançado na Inglaterra.

As pesquisas de Spence levaram a outra descoberta fantástica, a de que a comida em movimento (ou a ideia dela) faz milagres no cérebro de um comensal. Imagine: a gema escorrendo em um ovo pochê, uma fatia de lasanha sendo levantada do prato por uma espátula, um suco colorido e refrescante sendo despejado da jarra ao copo. É isso que explica o sucesso de ferramentas como o Boomerang (que põem a imagem em movimento) e dos pequenos vídeos publicados na rede.

  Foto: Phil Mansfield|CIA

E não ache que isso tudo é coisa de gringo. No Brasil, os chefs já se deram conta de que têm de trabalhar melhor a imagem de seus pratos. Com 800 milhões de usuários no mundo e 45 milhões deles no Brasil, seu segundo maior mercado, o Instagram é uma das maiores e mais baratas vitrines gastronômicas que um restaurante pode ter.  Carla Pernambuco, do Carlota, usuária ativa da rede, diz que muitas vezes usa seu feed como cardápio eletrônico. “Posto quase diariamente fotos dos meus pratos. A resposta é imediata nas redes e os clientes pedem os pratos postados”, diz. Para ela, as redes trouxeram intercâmbio e divulgação da culinária brasileira muito maior que no passado. 

Para a confeiteira Viviane Wakuda, as redes também são boa vitrine. “Às vezes publico a foto de um bolo e logo em seguida vem pedido de encomenda. Geralmente são clientes jovens”, conta.

Thiago Bañares, do Tan Tan Noodle Bar, faz postagens estratégicas para vender seus especiais: coquetéis nos dias quentes, ensopados fumegantes no frio, sempre publicados no fim da jornada de trabalho, quando a fome aperta. Ele conta que ajustou a luz da casa e escolheu o tom da madeira que reveste o salão para favorecer as fotos. “Usei um prato de comida para fazer os testes”, diz.

Embora acredite que as redes influenciam a gastronomia atual, Bañares diz que respeita a ordem sabor em primeiro lugar, textura em segundo e aparência em terceiro. “Aparência é a última coisa, mas não deixa de ser importante. Você não quer comer comida feia. É a coisa do porn food: tem pratos que realmente causam furor nos clientes.”

+ Katsu sando: sanduíche de carne empanada no pão branco ganha São Paulo+ Onde comer bun em São Paulo

A maioria dos chefs também já se deu conta de que as redes sociais são um bom método de pesquisa, encurtam fronteiras e trazem referências antes acessíveis apenas a quem tinha tempo e dinheiro para viajar. “Uso para postar pratos que estou testando, para ver a reação das pessoas”, conta Thomas Troisgros, do carioca Olympe, que aproveita as redes para acompanhar tendências. “Mídia social é o jeito que o mundo corre hoje, pauta cardápio, imprensa, chefs. Vivemos a era da informação e quem souber lidar com isso vai se dar bem”, afirma Alberto Landgraf, ex-Epice e que prepara sua nova casa carioca Oteque para 2018. Segundo ele, assim como viagens, livros e visitas a museus, as redes são fonte de pesquisa e até para fazer amizade. 

Mas há o outro lado da moeda. Se os chef fazem propaganda e definem seus menus, também recebem críticas na rede. Da mesma forma que as fotos publicadas por clientes funcionam como uma espécie de boca-a-boca mediado pelo celular, fazem também as vezes de juiz. 

+ Monte seu kit de aromas de vinhos+ Conheça a história de um legítimo Lafite chinês

“Ficou muito fácil opinar. Antigamente, só críticos experientes o faziam. Hoje, as pessoas dão opinião própria como se fosse uma crítica”, reclama Rodolfo de Sanctis, do Nino Cucina.

TERMO FOOD PORN NASCE NOS ANOS 1970 

O termo food porn (ou gastro porn), muito difundido hoje para referir-se à atividade de admirar fotos de comidas elaboradas e sentir-se estimulado por elas, surgiu da década de 1970, em plena Nouvelle Cuisine. A expressão foi cunhada pelo jornalista político Alexander Cockburn em uma resenha que escreveu na New York Review of Books sobre o livro French Cookery, de Paul Bocuse, mais exatamente sobre uma receita com ingredientes impossíveis de encontrar nos Estados Unidos, um crayfish (espécie de lagostim de água doce) gratinado à la Fernand Point. “O gastro porn aumenta a emoção e também a sensação de estar diante de algo inalcançável ao oferecer fotografias coloridas de várias receitas completas”, escreveu Cockburn. 

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Três dicas de ouro para bombar sua foto de comida

O fotógrafo especializado em comida Phil Masnfield será o professor do novo curso de fotografia digital e food styling do Culinary Institute of America. Para ele, mais que uma moda de Instagram, a atual obsessão por boas fotos de comida é fruto do espírito do tempo, em que a gastronomia virou estilo de vida e está em todos os lugares. 

1. Descubra o que chama sua atenção no prato. É interessante por que é diferente? Parece com algo que sua avó fez? Tente destacar na foto a característica que te atrai

2. Posicione o prato de modo que a luz do ambiente o ilumine bem. Deixar o prato na janela para pegar a luz natural, por exemplo, é uma ótima ideia

3. Fotografre o prato quando ainda estiver fresco, assim que chega à mesa. Em dois minutos o visual já muda

Se há um ditado desgastado pelo tempo é o que afirma que beleza não põe mesa. Hoje, uma imagem massivamente curtida no Instagram vale mais que mil estrelas Michelin. Prova de que o exagero destas afirmações faz sentido é que o Culinary Institute of America, em Nova York, considerada a Harvard da cozinha, lança em maio do ano que vem seu curso de fotografia digital para aspirantes a chefs. Os professores são um fotógrafo e uma food stylist. “Vamos ensinar os princípios e as técnicas para se criar conteúdo e narrativa visual por meio da fotografia digital. Os alunos analisarão tendências históricas e atuais da indústria da comida e trabalharão em locações e estúdio”, conta a reitora do CIA, Denise Bauer.

Produção. A food stylist Kersti Bowser, do CIA, orienta aluna sobre como ornamentar uma abóbora Foto: Phil Mansfield

E já tem restaurantes mundo afora contratando “produtores de comida” para trabalhar lado a lado com seus cozinheiros. É o caso do australiano The Grounds of Alexandria, em Sidney; E o investimento não para aí, tem gente reformando o salão para deixar o ambiente mais fotogênico. O craque Danny Meyer, dono do Union Square Hospitality Group e um dos restaurateurs mais célebres dos Estados Unidos, fez de tudo para sua nova pizzaria nova-iorquina, a Martina, ficar bem na foto.

É que nos nossos tempos impera o aforismo do gourmand romano Apício: saboreia-se primeiro com os olhos. E, por isso, é fundamental mandar bem nas plate-ys, as fotos de comida. 

+ Henrique Fogaça leva Sal para Shopping Cidade Jardim+ Os grandes temperos do mundo

Ver uma foto apetitosa de um prato bem montado desperta emoções fortes. Segundo o pesquisador britânico Charles Spence, do departamento de Psicologia Experimental da Universidade de Oxford, um dos maiores crescimentos de fluxo sanguíneo no cérebro ocorre quando somos expostos a imagens de comidas atraentes. Além disso, a visualização pode causar salivação e a liberação de sucos gástricos. “Pesquisas mostram que há ativação de uma série de áreas do cérebro, incluindo as de gosto, quando vemos imagens de comidas altamente desejáveis – ou pornfood, em outras palavras”, escreve em seu Gastrophysics: the New Science of Eating (336 páginas, Ed. Viking; US$ 18,36 na Amazon), recém-lançado na Inglaterra.

As pesquisas de Spence levaram a outra descoberta fantástica, a de que a comida em movimento (ou a ideia dela) faz milagres no cérebro de um comensal. Imagine: a gema escorrendo em um ovo pochê, uma fatia de lasanha sendo levantada do prato por uma espátula, um suco colorido e refrescante sendo despejado da jarra ao copo. É isso que explica o sucesso de ferramentas como o Boomerang (que põem a imagem em movimento) e dos pequenos vídeos publicados na rede.

  Foto: Phil Mansfield|CIA

E não ache que isso tudo é coisa de gringo. No Brasil, os chefs já se deram conta de que têm de trabalhar melhor a imagem de seus pratos. Com 800 milhões de usuários no mundo e 45 milhões deles no Brasil, seu segundo maior mercado, o Instagram é uma das maiores e mais baratas vitrines gastronômicas que um restaurante pode ter.  Carla Pernambuco, do Carlota, usuária ativa da rede, diz que muitas vezes usa seu feed como cardápio eletrônico. “Posto quase diariamente fotos dos meus pratos. A resposta é imediata nas redes e os clientes pedem os pratos postados”, diz. Para ela, as redes trouxeram intercâmbio e divulgação da culinária brasileira muito maior que no passado. 

Para a confeiteira Viviane Wakuda, as redes também são boa vitrine. “Às vezes publico a foto de um bolo e logo em seguida vem pedido de encomenda. Geralmente são clientes jovens”, conta.

Thiago Bañares, do Tan Tan Noodle Bar, faz postagens estratégicas para vender seus especiais: coquetéis nos dias quentes, ensopados fumegantes no frio, sempre publicados no fim da jornada de trabalho, quando a fome aperta. Ele conta que ajustou a luz da casa e escolheu o tom da madeira que reveste o salão para favorecer as fotos. “Usei um prato de comida para fazer os testes”, diz.

Embora acredite que as redes influenciam a gastronomia atual, Bañares diz que respeita a ordem sabor em primeiro lugar, textura em segundo e aparência em terceiro. “Aparência é a última coisa, mas não deixa de ser importante. Você não quer comer comida feia. É a coisa do porn food: tem pratos que realmente causam furor nos clientes.”

+ Katsu sando: sanduíche de carne empanada no pão branco ganha São Paulo+ Onde comer bun em São Paulo

A maioria dos chefs também já se deu conta de que as redes sociais são um bom método de pesquisa, encurtam fronteiras e trazem referências antes acessíveis apenas a quem tinha tempo e dinheiro para viajar. “Uso para postar pratos que estou testando, para ver a reação das pessoas”, conta Thomas Troisgros, do carioca Olympe, que aproveita as redes para acompanhar tendências. “Mídia social é o jeito que o mundo corre hoje, pauta cardápio, imprensa, chefs. Vivemos a era da informação e quem souber lidar com isso vai se dar bem”, afirma Alberto Landgraf, ex-Epice e que prepara sua nova casa carioca Oteque para 2018. Segundo ele, assim como viagens, livros e visitas a museus, as redes são fonte de pesquisa e até para fazer amizade. 

Mas há o outro lado da moeda. Se os chef fazem propaganda e definem seus menus, também recebem críticas na rede. Da mesma forma que as fotos publicadas por clientes funcionam como uma espécie de boca-a-boca mediado pelo celular, fazem também as vezes de juiz. 

+ Monte seu kit de aromas de vinhos+ Conheça a história de um legítimo Lafite chinês

“Ficou muito fácil opinar. Antigamente, só críticos experientes o faziam. Hoje, as pessoas dão opinião própria como se fosse uma crítica”, reclama Rodolfo de Sanctis, do Nino Cucina.

TERMO FOOD PORN NASCE NOS ANOS 1970 

O termo food porn (ou gastro porn), muito difundido hoje para referir-se à atividade de admirar fotos de comidas elaboradas e sentir-se estimulado por elas, surgiu da década de 1970, em plena Nouvelle Cuisine. A expressão foi cunhada pelo jornalista político Alexander Cockburn em uma resenha que escreveu na New York Review of Books sobre o livro French Cookery, de Paul Bocuse, mais exatamente sobre uma receita com ingredientes impossíveis de encontrar nos Estados Unidos, um crayfish (espécie de lagostim de água doce) gratinado à la Fernand Point. “O gastro porn aumenta a emoção e também a sensação de estar diante de algo inalcançável ao oferecer fotografias coloridas de várias receitas completas”, escreveu Cockburn. 

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Três dicas de ouro para bombar sua foto de comida

O fotógrafo especializado em comida Phil Masnfield será o professor do novo curso de fotografia digital e food styling do Culinary Institute of America. Para ele, mais que uma moda de Instagram, a atual obsessão por boas fotos de comida é fruto do espírito do tempo, em que a gastronomia virou estilo de vida e está em todos os lugares. 

1. Descubra o que chama sua atenção no prato. É interessante por que é diferente? Parece com algo que sua avó fez? Tente destacar na foto a característica que te atrai

2. Posicione o prato de modo que a luz do ambiente o ilumine bem. Deixar o prato na janela para pegar a luz natural, por exemplo, é uma ótima ideia

3. Fotografre o prato quando ainda estiver fresco, assim que chega à mesa. Em dois minutos o visual já muda

Se há um ditado desgastado pelo tempo é o que afirma que beleza não põe mesa. Hoje, uma imagem massivamente curtida no Instagram vale mais que mil estrelas Michelin. Prova de que o exagero destas afirmações faz sentido é que o Culinary Institute of America, em Nova York, considerada a Harvard da cozinha, lança em maio do ano que vem seu curso de fotografia digital para aspirantes a chefs. Os professores são um fotógrafo e uma food stylist. “Vamos ensinar os princípios e as técnicas para se criar conteúdo e narrativa visual por meio da fotografia digital. Os alunos analisarão tendências históricas e atuais da indústria da comida e trabalharão em locações e estúdio”, conta a reitora do CIA, Denise Bauer.

Produção. A food stylist Kersti Bowser, do CIA, orienta aluna sobre como ornamentar uma abóbora Foto: Phil Mansfield

E já tem restaurantes mundo afora contratando “produtores de comida” para trabalhar lado a lado com seus cozinheiros. É o caso do australiano The Grounds of Alexandria, em Sidney; E o investimento não para aí, tem gente reformando o salão para deixar o ambiente mais fotogênico. O craque Danny Meyer, dono do Union Square Hospitality Group e um dos restaurateurs mais célebres dos Estados Unidos, fez de tudo para sua nova pizzaria nova-iorquina, a Martina, ficar bem na foto.

É que nos nossos tempos impera o aforismo do gourmand romano Apício: saboreia-se primeiro com os olhos. E, por isso, é fundamental mandar bem nas plate-ys, as fotos de comida. 

+ Henrique Fogaça leva Sal para Shopping Cidade Jardim+ Os grandes temperos do mundo

Ver uma foto apetitosa de um prato bem montado desperta emoções fortes. Segundo o pesquisador britânico Charles Spence, do departamento de Psicologia Experimental da Universidade de Oxford, um dos maiores crescimentos de fluxo sanguíneo no cérebro ocorre quando somos expostos a imagens de comidas atraentes. Além disso, a visualização pode causar salivação e a liberação de sucos gástricos. “Pesquisas mostram que há ativação de uma série de áreas do cérebro, incluindo as de gosto, quando vemos imagens de comidas altamente desejáveis – ou pornfood, em outras palavras”, escreve em seu Gastrophysics: the New Science of Eating (336 páginas, Ed. Viking; US$ 18,36 na Amazon), recém-lançado na Inglaterra.

As pesquisas de Spence levaram a outra descoberta fantástica, a de que a comida em movimento (ou a ideia dela) faz milagres no cérebro de um comensal. Imagine: a gema escorrendo em um ovo pochê, uma fatia de lasanha sendo levantada do prato por uma espátula, um suco colorido e refrescante sendo despejado da jarra ao copo. É isso que explica o sucesso de ferramentas como o Boomerang (que põem a imagem em movimento) e dos pequenos vídeos publicados na rede.

  Foto: Phil Mansfield|CIA

E não ache que isso tudo é coisa de gringo. No Brasil, os chefs já se deram conta de que têm de trabalhar melhor a imagem de seus pratos. Com 800 milhões de usuários no mundo e 45 milhões deles no Brasil, seu segundo maior mercado, o Instagram é uma das maiores e mais baratas vitrines gastronômicas que um restaurante pode ter.  Carla Pernambuco, do Carlota, usuária ativa da rede, diz que muitas vezes usa seu feed como cardápio eletrônico. “Posto quase diariamente fotos dos meus pratos. A resposta é imediata nas redes e os clientes pedem os pratos postados”, diz. Para ela, as redes trouxeram intercâmbio e divulgação da culinária brasileira muito maior que no passado. 

Para a confeiteira Viviane Wakuda, as redes também são boa vitrine. “Às vezes publico a foto de um bolo e logo em seguida vem pedido de encomenda. Geralmente são clientes jovens”, conta.

Thiago Bañares, do Tan Tan Noodle Bar, faz postagens estratégicas para vender seus especiais: coquetéis nos dias quentes, ensopados fumegantes no frio, sempre publicados no fim da jornada de trabalho, quando a fome aperta. Ele conta que ajustou a luz da casa e escolheu o tom da madeira que reveste o salão para favorecer as fotos. “Usei um prato de comida para fazer os testes”, diz.

Embora acredite que as redes influenciam a gastronomia atual, Bañares diz que respeita a ordem sabor em primeiro lugar, textura em segundo e aparência em terceiro. “Aparência é a última coisa, mas não deixa de ser importante. Você não quer comer comida feia. É a coisa do porn food: tem pratos que realmente causam furor nos clientes.”

+ Katsu sando: sanduíche de carne empanada no pão branco ganha São Paulo+ Onde comer bun em São Paulo

A maioria dos chefs também já se deu conta de que as redes sociais são um bom método de pesquisa, encurtam fronteiras e trazem referências antes acessíveis apenas a quem tinha tempo e dinheiro para viajar. “Uso para postar pratos que estou testando, para ver a reação das pessoas”, conta Thomas Troisgros, do carioca Olympe, que aproveita as redes para acompanhar tendências. “Mídia social é o jeito que o mundo corre hoje, pauta cardápio, imprensa, chefs. Vivemos a era da informação e quem souber lidar com isso vai se dar bem”, afirma Alberto Landgraf, ex-Epice e que prepara sua nova casa carioca Oteque para 2018. Segundo ele, assim como viagens, livros e visitas a museus, as redes são fonte de pesquisa e até para fazer amizade. 

Mas há o outro lado da moeda. Se os chef fazem propaganda e definem seus menus, também recebem críticas na rede. Da mesma forma que as fotos publicadas por clientes funcionam como uma espécie de boca-a-boca mediado pelo celular, fazem também as vezes de juiz. 

+ Monte seu kit de aromas de vinhos+ Conheça a história de um legítimo Lafite chinês

“Ficou muito fácil opinar. Antigamente, só críticos experientes o faziam. Hoje, as pessoas dão opinião própria como se fosse uma crítica”, reclama Rodolfo de Sanctis, do Nino Cucina.

TERMO FOOD PORN NASCE NOS ANOS 1970 

O termo food porn (ou gastro porn), muito difundido hoje para referir-se à atividade de admirar fotos de comidas elaboradas e sentir-se estimulado por elas, surgiu da década de 1970, em plena Nouvelle Cuisine. A expressão foi cunhada pelo jornalista político Alexander Cockburn em uma resenha que escreveu na New York Review of Books sobre o livro French Cookery, de Paul Bocuse, mais exatamente sobre uma receita com ingredientes impossíveis de encontrar nos Estados Unidos, um crayfish (espécie de lagostim de água doce) gratinado à la Fernand Point. “O gastro porn aumenta a emoção e também a sensação de estar diante de algo inalcançável ao oferecer fotografias coloridas de várias receitas completas”, escreveu Cockburn. 

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Três dicas de ouro para bombar sua foto de comida

O fotógrafo especializado em comida Phil Masnfield será o professor do novo curso de fotografia digital e food styling do Culinary Institute of America. Para ele, mais que uma moda de Instagram, a atual obsessão por boas fotos de comida é fruto do espírito do tempo, em que a gastronomia virou estilo de vida e está em todos os lugares. 

1. Descubra o que chama sua atenção no prato. É interessante por que é diferente? Parece com algo que sua avó fez? Tente destacar na foto a característica que te atrai

2. Posicione o prato de modo que a luz do ambiente o ilumine bem. Deixar o prato na janela para pegar a luz natural, por exemplo, é uma ótima ideia

3. Fotografre o prato quando ainda estiver fresco, assim que chega à mesa. Em dois minutos o visual já muda

Se há um ditado desgastado pelo tempo é o que afirma que beleza não põe mesa. Hoje, uma imagem massivamente curtida no Instagram vale mais que mil estrelas Michelin. Prova de que o exagero destas afirmações faz sentido é que o Culinary Institute of America, em Nova York, considerada a Harvard da cozinha, lança em maio do ano que vem seu curso de fotografia digital para aspirantes a chefs. Os professores são um fotógrafo e uma food stylist. “Vamos ensinar os princípios e as técnicas para se criar conteúdo e narrativa visual por meio da fotografia digital. Os alunos analisarão tendências históricas e atuais da indústria da comida e trabalharão em locações e estúdio”, conta a reitora do CIA, Denise Bauer.

Produção. A food stylist Kersti Bowser, do CIA, orienta aluna sobre como ornamentar uma abóbora Foto: Phil Mansfield

E já tem restaurantes mundo afora contratando “produtores de comida” para trabalhar lado a lado com seus cozinheiros. É o caso do australiano The Grounds of Alexandria, em Sidney; E o investimento não para aí, tem gente reformando o salão para deixar o ambiente mais fotogênico. O craque Danny Meyer, dono do Union Square Hospitality Group e um dos restaurateurs mais célebres dos Estados Unidos, fez de tudo para sua nova pizzaria nova-iorquina, a Martina, ficar bem na foto.

É que nos nossos tempos impera o aforismo do gourmand romano Apício: saboreia-se primeiro com os olhos. E, por isso, é fundamental mandar bem nas plate-ys, as fotos de comida. 

+ Henrique Fogaça leva Sal para Shopping Cidade Jardim+ Os grandes temperos do mundo

Ver uma foto apetitosa de um prato bem montado desperta emoções fortes. Segundo o pesquisador britânico Charles Spence, do departamento de Psicologia Experimental da Universidade de Oxford, um dos maiores crescimentos de fluxo sanguíneo no cérebro ocorre quando somos expostos a imagens de comidas atraentes. Além disso, a visualização pode causar salivação e a liberação de sucos gástricos. “Pesquisas mostram que há ativação de uma série de áreas do cérebro, incluindo as de gosto, quando vemos imagens de comidas altamente desejáveis – ou pornfood, em outras palavras”, escreve em seu Gastrophysics: the New Science of Eating (336 páginas, Ed. Viking; US$ 18,36 na Amazon), recém-lançado na Inglaterra.

As pesquisas de Spence levaram a outra descoberta fantástica, a de que a comida em movimento (ou a ideia dela) faz milagres no cérebro de um comensal. Imagine: a gema escorrendo em um ovo pochê, uma fatia de lasanha sendo levantada do prato por uma espátula, um suco colorido e refrescante sendo despejado da jarra ao copo. É isso que explica o sucesso de ferramentas como o Boomerang (que põem a imagem em movimento) e dos pequenos vídeos publicados na rede.

  Foto: Phil Mansfield|CIA

E não ache que isso tudo é coisa de gringo. No Brasil, os chefs já se deram conta de que têm de trabalhar melhor a imagem de seus pratos. Com 800 milhões de usuários no mundo e 45 milhões deles no Brasil, seu segundo maior mercado, o Instagram é uma das maiores e mais baratas vitrines gastronômicas que um restaurante pode ter.  Carla Pernambuco, do Carlota, usuária ativa da rede, diz que muitas vezes usa seu feed como cardápio eletrônico. “Posto quase diariamente fotos dos meus pratos. A resposta é imediata nas redes e os clientes pedem os pratos postados”, diz. Para ela, as redes trouxeram intercâmbio e divulgação da culinária brasileira muito maior que no passado. 

Para a confeiteira Viviane Wakuda, as redes também são boa vitrine. “Às vezes publico a foto de um bolo e logo em seguida vem pedido de encomenda. Geralmente são clientes jovens”, conta.

Thiago Bañares, do Tan Tan Noodle Bar, faz postagens estratégicas para vender seus especiais: coquetéis nos dias quentes, ensopados fumegantes no frio, sempre publicados no fim da jornada de trabalho, quando a fome aperta. Ele conta que ajustou a luz da casa e escolheu o tom da madeira que reveste o salão para favorecer as fotos. “Usei um prato de comida para fazer os testes”, diz.

Embora acredite que as redes influenciam a gastronomia atual, Bañares diz que respeita a ordem sabor em primeiro lugar, textura em segundo e aparência em terceiro. “Aparência é a última coisa, mas não deixa de ser importante. Você não quer comer comida feia. É a coisa do porn food: tem pratos que realmente causam furor nos clientes.”

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A maioria dos chefs também já se deu conta de que as redes sociais são um bom método de pesquisa, encurtam fronteiras e trazem referências antes acessíveis apenas a quem tinha tempo e dinheiro para viajar. “Uso para postar pratos que estou testando, para ver a reação das pessoas”, conta Thomas Troisgros, do carioca Olympe, que aproveita as redes para acompanhar tendências. “Mídia social é o jeito que o mundo corre hoje, pauta cardápio, imprensa, chefs. Vivemos a era da informação e quem souber lidar com isso vai se dar bem”, afirma Alberto Landgraf, ex-Epice e que prepara sua nova casa carioca Oteque para 2018. Segundo ele, assim como viagens, livros e visitas a museus, as redes são fonte de pesquisa e até para fazer amizade. 

Mas há o outro lado da moeda. Se os chef fazem propaganda e definem seus menus, também recebem críticas na rede. Da mesma forma que as fotos publicadas por clientes funcionam como uma espécie de boca-a-boca mediado pelo celular, fazem também as vezes de juiz. 

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“Ficou muito fácil opinar. Antigamente, só críticos experientes o faziam. Hoje, as pessoas dão opinião própria como se fosse uma crítica”, reclama Rodolfo de Sanctis, do Nino Cucina.

TERMO FOOD PORN NASCE NOS ANOS 1970 

O termo food porn (ou gastro porn), muito difundido hoje para referir-se à atividade de admirar fotos de comidas elaboradas e sentir-se estimulado por elas, surgiu da década de 1970, em plena Nouvelle Cuisine. A expressão foi cunhada pelo jornalista político Alexander Cockburn em uma resenha que escreveu na New York Review of Books sobre o livro French Cookery, de Paul Bocuse, mais exatamente sobre uma receita com ingredientes impossíveis de encontrar nos Estados Unidos, um crayfish (espécie de lagostim de água doce) gratinado à la Fernand Point. “O gastro porn aumenta a emoção e também a sensação de estar diante de algo inalcançável ao oferecer fotografias coloridas de várias receitas completas”, escreveu Cockburn. 

Entre panelas e celulares

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Cérebro ativo

Foto: Reprodução
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Menu

Foto: Reprodução
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Tentação

Foto: Reprodução
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Elegância

Foto: Reprodução

Três dicas de ouro para bombar sua foto de comida

O fotógrafo especializado em comida Phil Masnfield será o professor do novo curso de fotografia digital e food styling do Culinary Institute of America. Para ele, mais que uma moda de Instagram, a atual obsessão por boas fotos de comida é fruto do espírito do tempo, em que a gastronomia virou estilo de vida e está em todos os lugares. 

1. Descubra o que chama sua atenção no prato. É interessante por que é diferente? Parece com algo que sua avó fez? Tente destacar na foto a característica que te atrai

2. Posicione o prato de modo que a luz do ambiente o ilumine bem. Deixar o prato na janela para pegar a luz natural, por exemplo, é uma ótima ideia

3. Fotografre o prato quando ainda estiver fresco, assim que chega à mesa. Em dois minutos o visual já muda

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