Administrador de empresas de formação, Tavares cresceu nas fazendas de cacau do pai. Sobreviveu à vassoura de bruxa, mas viu sua produção cair drasticamente. “Se não fosse o cacau gourmet, dificilmente eu continuaria com as fazendas. Produzir cacau é muito caro”, diz.
Sua produção de cacau gourmet é vendida quase inteira para a Harald, que estampa em um dos seus chocolates finos o nome do produtor. Parte vai para o Rio de Janeiro, direto para as mãos de Samantha Aquim; e outra, para a Nespresso, que também usa o cacau do produtor.
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Meticuloso, Tavares avalia sensorialmente cada lote que sai das suas fazendas. Corta amêndoas e testa no nariz e na boca a qualidade delas quanto à fermentação e sabores específicos. Todas as informações são tabuladas em uma ficha de avaliação que ele próprio desenvolveu. “Se não estiver no meu padrão, não vendo como cacau gourmet”, diz mostrando a tabela com as anotações que faz.
Como resultado do trabalho, viu a procura por suas amêndoas crescer. “Consigo vender até o cacau que não é gourmet por um preço melhor.” Mais empresas querem usar o nome do produtor em seus chocolates, mas Tavares só concede o privilégio aos chocolateiros que utilizam suas melhores amêndoas.
De classe. João Tavares só dá nome a cacau gourmet. FOTO: João Milet Meirelles/Estadão.