O mercado de chocolates finos de origem brasileira, que vem crescendo nos últimos anos e desbancando marcas estrangeiras em confeitarias, restaurantes e empórios, ganhou mais um aliado: o Centro de Inovação do Cacau, inaugurado na semana passada em Ilhéus (BA).
Trata-se de um laboratório com tecnologia de ponta para fazer análises de amêndoas de cacau, prestando serviços a produtores de variados portes e mesmo à indústria processadora. São testes de qualidade para detectar defeitos, classificar a fermentação, medir nível de acidez, percentual de gordura, índice de oxidação de gordura e vários outros. A partir de maio, a ideia é ter também análises gustativas.
Para o mercado, o ganho é o monitoramento da qualidade do cacau brasileiro. Com laudos em mãos, os produtores de boas amêndoas podem pedir preços mais justos por seus produtos no mercado internacional, sem deixá-los cair no caldo grosso das commodities. Além disso, pode ser feito o controle dos lotes, de acordo com as variedades do cacau e o tipo de fermentação das amêndoas, detalhamento que já acontece no mundo do café especial.
“Muitas grandes empresas processadoras compram amêndoas de cacau em larga quantidade e acabam perdendo a rastreabilidade delas”, exemplifica o biólogo Cristiano Villela, diretor científico do centro. Segundo ele, a prestação de serviços se estende a todo o País e o primeiro teste de qualidade é gratuito para qualquer cliente. Depois, as análises partem de R$ 75.
Além de empresários da Bahia, eles já receberam demanda de duas fazendas do Pará. Os dois Estados são os maiores produtores de cacau do País e contam com cacauicultores que lançaram suas próprias marcas de chocolate de origem no mercado. Só na Bahia, segundo Villela, são cerca de 45 marcas locais de chocolate de produtores.
Esse é o público potencial do centro, que é uma iniciativa do Parque Científico e Tecnológico do Sul da Bahia, fundado em 2015 e que reúne uma série de associações, institutos e universidades. O Centro de Inovação do Cacau ainda possui, além da gerência do Parque, mantenedores interessados na maior qualificação da indústria do cacau e do chocolate, como a marca paulista Harald e a marca baiana Chor.
Feira em São Paulo
Com a expansão do mercado de chocolate de origem pelo País, São Paulo também vai ganhar uma edição do Festival Internacional do Cacau e Chocolate, que é realizado desde 2009 em Ilhéus (BA) e desde 2013 em Belém (PA), com participação de variadas marcas e produtores nacionais.
Encabeçado pelo empresário baiano Marco Lessa, da marca Chor, o festival será realizado por aqui de 2 a 4 de junho, nos mesmos moldes das outras cidades, com os estandes misturados a espaços para a realização de aulas-show e palestras.
+ LEIA MAIS:Pará entra no mercado de chocolate de origem A expectativa é reunir cerca de 80 expositores no segundo pavimento do prédio da Bienal, no Ibirapuera, em que 70% deles serão de marcas nacionais (50% da Bahia) e o restante de fora do País. O suporte técnico aqui é feito pelo confeiteiro Lucas Corazza.
SERVIÇO
Centro de Inovação do Cacau Tel.: 73/3680-5200 (ramal 5663), comercial@pctsb.orgpctsb.org/cic/ Serviços: forumdocacau.com.br/centro-de-inovacao-do-cacau/nosso-trabalho/ Pedido de análises: pctsb.org/cic/analises/requisicao
Chocolat São Paulo 2017 - Festival Internacional do Cacau e Chocolate De 2 a 4 de junho Fundação Bienal, Parque Ibirapuera Av. Pedro Álvares Cabral, s/nº, Ibirapuera