Nina Horta, cronista de gastronomia, morre aos 80 anos


Autora de livros, empresária e colunista da 'Folha de S. Paulo', Nina foi vítima de uma infecção generalizada

Por Redação Paladar
Atualização:

A cronista de gastronomia Nina Horta morreu aos 80 anos na noite deste domingo, 6, em São Paulo. 

Cozinheira, empresária e colunista do jornal Folha de S. Paulo, autora de livros como O frango ensopado da minha mãeNão é Sopa!, Nina lutava contra um câncer e foi vítima de uma infecção generalizada. 

O velório e o enterro foram realizados na manhã desta segunda, 7, no Cemitério do Morumbi. 

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Nina Horta lança seu livro 'O frango ensopado da minha mãe' em São Paulo, em outubro de 2015. Foto: Daniela Ramiro/Estadão

Entre panelas e palavras 

Nina foi uma das maiores cronistas de gastronomia do País. Mantinha sua coluna na Folha desde 1987. Seu último post foi em 6 de fevereiro. Em Pequenas Coisas, contava a história de uma "casinha jeitosa" que sobreviveu, sozinha, ao estouro da barragem de Brumadinho. Para falar de comida, escrevia sobre produtos, costumes, viagens, ficção, cotidiano, memósrias... Sempre de forma leve e divertida. 

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Sua primeira coletânea de crônicas, Não é Sopa! (Cia. das Letras), foi publicada em 1995. Em 2002 lançou o Vamos Comer - Da viagem das merendeiras, crônicas e conversas (Editora MEC). E em 2016, ganhou o Prêmio Jabuti de gastronomia com O Frango Ensopado da Minha Mãe (Cia. das Letras), que reúnia textos publicados no jornal nos últimos 20 anos. O livro é leitura obrigatória para quem gosta de ler e comer.

Sua última participação no mundo literário foi na tradução do livro Sal, Gordura, Ácido, Calor, da chef Samin Nosrat, recém-lançado no País pela editora Companhia das Letras. A obra inspirou a série Salt Fat Acid Heat, da Netflix.

Grande banqueteira, Nina também comandou durante 27 anos, ao lado da empresária Andrea Rinzler, o Buffet Ginger. Em 2012, as sócias romperam a parceria.

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Mineira, passou a maior parte de sua vida em São Paulo, onde se formou e fez pós-graduação na Faculdade de Educação da USP, mas tinha verdadeira paixão por Paraty, onde manteve um sítio por mais mais de 30 anos

Para Neide Rigocolunista do Paladar e amiga pessoal da escritora, maior legado de Nina foi sua forma de escrever: "era apaixonante, ela fazia poesia em forma de crônica. Ela tinha a sensibilidade de tirar emoções que nem a gente nem sabia que estavam dentro de nós. Ela entendia muito sobre tudo, não apenas comida, mas sobre o Brasil. Aprendi muito com ela, sempre. Lá trás, antes de qualquer um começar a falar sobre pancs (plantas alimentícias não convencionais), ela me apresentava ingredientes - foi a primeira pessoa a me mostrar a beldroega, por exemplo. Foi uma das pessoas mais importantes também na história do Come-se, meu blog. Minha vida é muito diferente depois que a ela falou sobre ele na sua coluna, comecei a receber muitos mais acessos, e ficar mais conhecida. Assim, sem ela, eu nem mesmo teria a minha coluna Nhac! no Paladar". E finaliza: "acredito que qualquer um que escreva sobre comida hoje, bebeu desta fonte". 

"Tive a sorte de poder falar para ela diversas vezes que baita inspiração ela foi na minha vida. Não é Sopa mudou como eu entendia a comida, e também a vida. Ela me ajudou a olhar para a comida com mais humor e mais prazer", conta Rita Lobo, que ajudou Nina a organizar seu segundo livro, o Frango Ensopado da Minha Mãe. "Ela tinha um humor só dela, um humor que não é comum da cozinha profissional. E um enorme prazer pelas coisas simples".

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"Nina deixou uma herança, precisamos sempre voltar aos seus textos", diz Maria Helena Guimarães, sócia do Ritz e do Spot, ex-cunhada e grande amiga da chef, com quem dividia longas conversas. "Ela sempre falava que precisávamos de papel almaço para documentar tudo que conversávamos". 

+ "No universo da comida, tudo a interessava", por Neide Rigo

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A cronista de gastronomia Nina Horta morreu aos 80 anos na noite deste domingo, 6, em São Paulo. 

Cozinheira, empresária e colunista do jornal Folha de S. Paulo, autora de livros como O frango ensopado da minha mãeNão é Sopa!, Nina lutava contra um câncer e foi vítima de uma infecção generalizada. 

O velório e o enterro foram realizados na manhã desta segunda, 7, no Cemitério do Morumbi. 

Nina Horta lança seu livro 'O frango ensopado da minha mãe' em São Paulo, em outubro de 2015. Foto: Daniela Ramiro/Estadão

Entre panelas e palavras 

Nina foi uma das maiores cronistas de gastronomia do País. Mantinha sua coluna na Folha desde 1987. Seu último post foi em 6 de fevereiro. Em Pequenas Coisas, contava a história de uma "casinha jeitosa" que sobreviveu, sozinha, ao estouro da barragem de Brumadinho. Para falar de comida, escrevia sobre produtos, costumes, viagens, ficção, cotidiano, memósrias... Sempre de forma leve e divertida. 

Sua primeira coletânea de crônicas, Não é Sopa! (Cia. das Letras), foi publicada em 1995. Em 2002 lançou o Vamos Comer - Da viagem das merendeiras, crônicas e conversas (Editora MEC). E em 2016, ganhou o Prêmio Jabuti de gastronomia com O Frango Ensopado da Minha Mãe (Cia. das Letras), que reúnia textos publicados no jornal nos últimos 20 anos. O livro é leitura obrigatória para quem gosta de ler e comer.

Sua última participação no mundo literário foi na tradução do livro Sal, Gordura, Ácido, Calor, da chef Samin Nosrat, recém-lançado no País pela editora Companhia das Letras. A obra inspirou a série Salt Fat Acid Heat, da Netflix.

Grande banqueteira, Nina também comandou durante 27 anos, ao lado da empresária Andrea Rinzler, o Buffet Ginger. Em 2012, as sócias romperam a parceria.

Mineira, passou a maior parte de sua vida em São Paulo, onde se formou e fez pós-graduação na Faculdade de Educação da USP, mas tinha verdadeira paixão por Paraty, onde manteve um sítio por mais mais de 30 anos

Para Neide Rigocolunista do Paladar e amiga pessoal da escritora, maior legado de Nina foi sua forma de escrever: "era apaixonante, ela fazia poesia em forma de crônica. Ela tinha a sensibilidade de tirar emoções que nem a gente nem sabia que estavam dentro de nós. Ela entendia muito sobre tudo, não apenas comida, mas sobre o Brasil. Aprendi muito com ela, sempre. Lá trás, antes de qualquer um começar a falar sobre pancs (plantas alimentícias não convencionais), ela me apresentava ingredientes - foi a primeira pessoa a me mostrar a beldroega, por exemplo. Foi uma das pessoas mais importantes também na história do Come-se, meu blog. Minha vida é muito diferente depois que a ela falou sobre ele na sua coluna, comecei a receber muitos mais acessos, e ficar mais conhecida. Assim, sem ela, eu nem mesmo teria a minha coluna Nhac! no Paladar". E finaliza: "acredito que qualquer um que escreva sobre comida hoje, bebeu desta fonte". 

"Tive a sorte de poder falar para ela diversas vezes que baita inspiração ela foi na minha vida. Não é Sopa mudou como eu entendia a comida, e também a vida. Ela me ajudou a olhar para a comida com mais humor e mais prazer", conta Rita Lobo, que ajudou Nina a organizar seu segundo livro, o Frango Ensopado da Minha Mãe. "Ela tinha um humor só dela, um humor que não é comum da cozinha profissional. E um enorme prazer pelas coisas simples".

"Nina deixou uma herança, precisamos sempre voltar aos seus textos", diz Maria Helena Guimarães, sócia do Ritz e do Spot, ex-cunhada e grande amiga da chef, com quem dividia longas conversas. "Ela sempre falava que precisávamos de papel almaço para documentar tudo que conversávamos". 

+ "No universo da comida, tudo a interessava", por Neide Rigo

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A cronista de gastronomia Nina Horta morreu aos 80 anos na noite deste domingo, 6, em São Paulo. 

Cozinheira, empresária e colunista do jornal Folha de S. Paulo, autora de livros como O frango ensopado da minha mãeNão é Sopa!, Nina lutava contra um câncer e foi vítima de uma infecção generalizada. 

O velório e o enterro foram realizados na manhã desta segunda, 7, no Cemitério do Morumbi. 

Nina Horta lança seu livro 'O frango ensopado da minha mãe' em São Paulo, em outubro de 2015. Foto: Daniela Ramiro/Estadão

Entre panelas e palavras 

Nina foi uma das maiores cronistas de gastronomia do País. Mantinha sua coluna na Folha desde 1987. Seu último post foi em 6 de fevereiro. Em Pequenas Coisas, contava a história de uma "casinha jeitosa" que sobreviveu, sozinha, ao estouro da barragem de Brumadinho. Para falar de comida, escrevia sobre produtos, costumes, viagens, ficção, cotidiano, memósrias... Sempre de forma leve e divertida. 

Sua primeira coletânea de crônicas, Não é Sopa! (Cia. das Letras), foi publicada em 1995. Em 2002 lançou o Vamos Comer - Da viagem das merendeiras, crônicas e conversas (Editora MEC). E em 2016, ganhou o Prêmio Jabuti de gastronomia com O Frango Ensopado da Minha Mãe (Cia. das Letras), que reúnia textos publicados no jornal nos últimos 20 anos. O livro é leitura obrigatória para quem gosta de ler e comer.

Sua última participação no mundo literário foi na tradução do livro Sal, Gordura, Ácido, Calor, da chef Samin Nosrat, recém-lançado no País pela editora Companhia das Letras. A obra inspirou a série Salt Fat Acid Heat, da Netflix.

Grande banqueteira, Nina também comandou durante 27 anos, ao lado da empresária Andrea Rinzler, o Buffet Ginger. Em 2012, as sócias romperam a parceria.

Mineira, passou a maior parte de sua vida em São Paulo, onde se formou e fez pós-graduação na Faculdade de Educação da USP, mas tinha verdadeira paixão por Paraty, onde manteve um sítio por mais mais de 30 anos

Para Neide Rigocolunista do Paladar e amiga pessoal da escritora, maior legado de Nina foi sua forma de escrever: "era apaixonante, ela fazia poesia em forma de crônica. Ela tinha a sensibilidade de tirar emoções que nem a gente nem sabia que estavam dentro de nós. Ela entendia muito sobre tudo, não apenas comida, mas sobre o Brasil. Aprendi muito com ela, sempre. Lá trás, antes de qualquer um começar a falar sobre pancs (plantas alimentícias não convencionais), ela me apresentava ingredientes - foi a primeira pessoa a me mostrar a beldroega, por exemplo. Foi uma das pessoas mais importantes também na história do Come-se, meu blog. Minha vida é muito diferente depois que a ela falou sobre ele na sua coluna, comecei a receber muitos mais acessos, e ficar mais conhecida. Assim, sem ela, eu nem mesmo teria a minha coluna Nhac! no Paladar". E finaliza: "acredito que qualquer um que escreva sobre comida hoje, bebeu desta fonte". 

"Tive a sorte de poder falar para ela diversas vezes que baita inspiração ela foi na minha vida. Não é Sopa mudou como eu entendia a comida, e também a vida. Ela me ajudou a olhar para a comida com mais humor e mais prazer", conta Rita Lobo, que ajudou Nina a organizar seu segundo livro, o Frango Ensopado da Minha Mãe. "Ela tinha um humor só dela, um humor que não é comum da cozinha profissional. E um enorme prazer pelas coisas simples".

"Nina deixou uma herança, precisamos sempre voltar aos seus textos", diz Maria Helena Guimarães, sócia do Ritz e do Spot, ex-cunhada e grande amiga da chef, com quem dividia longas conversas. "Ela sempre falava que precisávamos de papel almaço para documentar tudo que conversávamos". 

+ "No universo da comida, tudo a interessava", por Neide Rigo

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A cronista de gastronomia Nina Horta morreu aos 80 anos na noite deste domingo, 6, em São Paulo. 

Cozinheira, empresária e colunista do jornal Folha de S. Paulo, autora de livros como O frango ensopado da minha mãeNão é Sopa!, Nina lutava contra um câncer e foi vítima de uma infecção generalizada. 

O velório e o enterro foram realizados na manhã desta segunda, 7, no Cemitério do Morumbi. 

Nina Horta lança seu livro 'O frango ensopado da minha mãe' em São Paulo, em outubro de 2015. Foto: Daniela Ramiro/Estadão

Entre panelas e palavras 

Nina foi uma das maiores cronistas de gastronomia do País. Mantinha sua coluna na Folha desde 1987. Seu último post foi em 6 de fevereiro. Em Pequenas Coisas, contava a história de uma "casinha jeitosa" que sobreviveu, sozinha, ao estouro da barragem de Brumadinho. Para falar de comida, escrevia sobre produtos, costumes, viagens, ficção, cotidiano, memósrias... Sempre de forma leve e divertida. 

Sua primeira coletânea de crônicas, Não é Sopa! (Cia. das Letras), foi publicada em 1995. Em 2002 lançou o Vamos Comer - Da viagem das merendeiras, crônicas e conversas (Editora MEC). E em 2016, ganhou o Prêmio Jabuti de gastronomia com O Frango Ensopado da Minha Mãe (Cia. das Letras), que reúnia textos publicados no jornal nos últimos 20 anos. O livro é leitura obrigatória para quem gosta de ler e comer.

Sua última participação no mundo literário foi na tradução do livro Sal, Gordura, Ácido, Calor, da chef Samin Nosrat, recém-lançado no País pela editora Companhia das Letras. A obra inspirou a série Salt Fat Acid Heat, da Netflix.

Grande banqueteira, Nina também comandou durante 27 anos, ao lado da empresária Andrea Rinzler, o Buffet Ginger. Em 2012, as sócias romperam a parceria.

Mineira, passou a maior parte de sua vida em São Paulo, onde se formou e fez pós-graduação na Faculdade de Educação da USP, mas tinha verdadeira paixão por Paraty, onde manteve um sítio por mais mais de 30 anos

Para Neide Rigocolunista do Paladar e amiga pessoal da escritora, maior legado de Nina foi sua forma de escrever: "era apaixonante, ela fazia poesia em forma de crônica. Ela tinha a sensibilidade de tirar emoções que nem a gente nem sabia que estavam dentro de nós. Ela entendia muito sobre tudo, não apenas comida, mas sobre o Brasil. Aprendi muito com ela, sempre. Lá trás, antes de qualquer um começar a falar sobre pancs (plantas alimentícias não convencionais), ela me apresentava ingredientes - foi a primeira pessoa a me mostrar a beldroega, por exemplo. Foi uma das pessoas mais importantes também na história do Come-se, meu blog. Minha vida é muito diferente depois que a ela falou sobre ele na sua coluna, comecei a receber muitos mais acessos, e ficar mais conhecida. Assim, sem ela, eu nem mesmo teria a minha coluna Nhac! no Paladar". E finaliza: "acredito que qualquer um que escreva sobre comida hoje, bebeu desta fonte". 

"Tive a sorte de poder falar para ela diversas vezes que baita inspiração ela foi na minha vida. Não é Sopa mudou como eu entendia a comida, e também a vida. Ela me ajudou a olhar para a comida com mais humor e mais prazer", conta Rita Lobo, que ajudou Nina a organizar seu segundo livro, o Frango Ensopado da Minha Mãe. "Ela tinha um humor só dela, um humor que não é comum da cozinha profissional. E um enorme prazer pelas coisas simples".

"Nina deixou uma herança, precisamos sempre voltar aos seus textos", diz Maria Helena Guimarães, sócia do Ritz e do Spot, ex-cunhada e grande amiga da chef, com quem dividia longas conversas. "Ela sempre falava que precisávamos de papel almaço para documentar tudo que conversávamos". 

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