Para uma boa salada caesar, adicione couve na mistura


A caesar é a salada que pode ser encontrada em cardápios do mundo todo, preparada das mais diferentes maneiras, mas se preparada com folhas escuras ganha ainda mais sabor

Por Julia Moskin

The New York Times

A caesar, quando preparada corretamente, é uma salada de características múltiplas: além do sabor, que é espetacular, ela mexe com os outros sentidos, uma verdadeira revolução de contrastes, fria e crocante.

Primeiro, tem as folhas, delicadas, contra o molho, grosso e marcante; a crocância dos croutons contra o frescor suave da verdura; a mostarda, forte, contra o queijo substancioso; as anchovas salgadas contra o limão cítrico; o ardor do alho contra a maciez do ovo.

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Infelizmente é raro encontrar no mercado uma caesar que tenha pelo menos metade dos ingredientes usados de forma correta. É por isso que a salada perfeita é aquela que se faz em casa – e a minha versão moderna favorita é a que leva mais verduras que apenas alface. É verdade que ela se tornou a opção padrão, muito boa por sinal, mas a fórmula original pedia folhas mais fortes e amargas para ficar à altura do tempero.

RECEITA: + Salada caesar com alface romana e couve 

Em um relatório de 1947 sobre a popularidade cada vez maior da receita na Califórnia, Gladwin Hill, na época diretor da sucursal do New York Times em Los Angeles, escreveu para a editora de gastronomia do jornal, Jane Nickerson, em Nova York: "É fundamental pelo menos duas verduras de sabor marcante, tipo alface romana, endívia, escarola. Alface comum não pode."

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Por isso, se quiser incrementar sua salada caesar, use couve, couve-de-folhas ou outras verduras escuras

Além de tudo, a mudança oferece outro grande benefício que esse tipo de verdura de folha resistente tem: ela pode ser preparada e temperada várias horas antes de ser servida e guardada na geladeira sem que se tema um colapso total que certamente aconteceria se tentasse o mesmo com a salada verde tradicional.

  Foto: Rikki Snyder|NYT
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Mesmo o fã mais apaixonado das folhas escuras vai concordar que uma salada só de couve amarga demais. Para mim, a solução ideal é equilibrá-la com outras verduras, tornando-a assim mais suculenta e vibrante. E a combinação da tonalidade escura da couve com a mais clara da alface cria um contraste visual interessante. O centro amarelado das folhas de escarola misturadas à couve também pode ser uma combinação interessante para outro dia.

No Acme, o bistrô recém-reformado do NoHo, o chef Brian Loiacono vai mais além, preparando uma opção com couve toscana negra e couve-de-bruxelas picada. "Se o molho for bem forte e picante, pode usar verduras que, a princípio não se consideraria pôr numa salada", diz ele. E ensina: "Deixá-la descansar depois do preparo, mesmo que seja um minutinho ou dois, ajuda a suavizar o sabor e penetrá-lo melhor."

Qualquer tipo de couve funciona bem; o negócio é só ter o cuidado de picar bem miudinho. Os pedaços das que têm folhas mais grosseiras e irregulares, como a toscana (também conhecida como dinossauro), não podem ser maiores que um selo. Já os pedaços da frisada podem ficar do tamanho de um cartão de visitas.

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Não é preciso "massagear" as folhas para deixá-las macias; o limão que há no molho e o tempo na geladeira se encarregam disso. Se for usar a alface romana, deixe as folhas maiores inteiras. Ao lado dos brotinhos do meio do pé, elas são as partes mais crocantes.

LEIA MAIS: + Patrícia Ferraz ensina fazer a salada caesar clássica

Depois de escolhidas as verduras, lave tudo em uma tigela gigante ou na pia, com água bem gelada. Alguns cubos de gelo, aliás, também não são má ideia; isso porque a baixa temperatura ajuda a retesar as folhas que estão pensando em murchar. É melhor fazer isso várias horas ou até um dia antes para lhes dar a chance de secarem completamente.

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Loiacono faz a lavagem na noite anterior, em água gelada, e dispõe as folhas em um tabuleiro forrado com toalha antes de levá-lo para a geladeira, onde passa a noite. Eu as seco com pano de prato; a seguir, coloco em uma tigela funda, com um saco de gelo embaixo e outro em cima, para deixar as folhas supergeladas.

  Foto: Rikki Snyder|NYT

Para o molho, contanto que os ingredientes fundamentais estejam presentes – alho, queijo parmesão, limão, molho inglês ou anchova, azeite, pimenta-do-reino e mostarda (que não faz parte da receita original, mas ajuda a dar sabor e a emulsificar) – as proporções podem ser ajustadas de acordo com o gosto do freguês. O segredo é experimentar conforme for fazendo: a salada caesar original, como o steak tartare e a guacamole, era preparada à mesa, de acordo com as preferências do cliente.

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Só há uma condição: no fim, ele tem que ficar salgado, cremoso, ácido e picante – elemento que se perde nos restaurantes, onde as caesars são ainda mais tímidas. No tempero clássico, a mostarda faz até os olhos se encherem de lágrimas; o alho, cru, é sentido em agulhadas na língua; a pimenta-do-reino, recém moída, faz até espirrar. Não é uma ardência explícita, mas tem tons complexos, tomando de assalto todos os sentidos. E todo esse ardume é equilibrado pelo azeite substancioso, o queijo e o ovo que dão à salada seu sabor completo e inconfundível.

The New York Times

A caesar, quando preparada corretamente, é uma salada de características múltiplas: além do sabor, que é espetacular, ela mexe com os outros sentidos, uma verdadeira revolução de contrastes, fria e crocante.

Primeiro, tem as folhas, delicadas, contra o molho, grosso e marcante; a crocância dos croutons contra o frescor suave da verdura; a mostarda, forte, contra o queijo substancioso; as anchovas salgadas contra o limão cítrico; o ardor do alho contra a maciez do ovo.

Infelizmente é raro encontrar no mercado uma caesar que tenha pelo menos metade dos ingredientes usados de forma correta. É por isso que a salada perfeita é aquela que se faz em casa – e a minha versão moderna favorita é a que leva mais verduras que apenas alface. É verdade que ela se tornou a opção padrão, muito boa por sinal, mas a fórmula original pedia folhas mais fortes e amargas para ficar à altura do tempero.

RECEITA: + Salada caesar com alface romana e couve 

Em um relatório de 1947 sobre a popularidade cada vez maior da receita na Califórnia, Gladwin Hill, na época diretor da sucursal do New York Times em Los Angeles, escreveu para a editora de gastronomia do jornal, Jane Nickerson, em Nova York: "É fundamental pelo menos duas verduras de sabor marcante, tipo alface romana, endívia, escarola. Alface comum não pode."

Por isso, se quiser incrementar sua salada caesar, use couve, couve-de-folhas ou outras verduras escuras

Além de tudo, a mudança oferece outro grande benefício que esse tipo de verdura de folha resistente tem: ela pode ser preparada e temperada várias horas antes de ser servida e guardada na geladeira sem que se tema um colapso total que certamente aconteceria se tentasse o mesmo com a salada verde tradicional.

  Foto: Rikki Snyder|NYT

Mesmo o fã mais apaixonado das folhas escuras vai concordar que uma salada só de couve amarga demais. Para mim, a solução ideal é equilibrá-la com outras verduras, tornando-a assim mais suculenta e vibrante. E a combinação da tonalidade escura da couve com a mais clara da alface cria um contraste visual interessante. O centro amarelado das folhas de escarola misturadas à couve também pode ser uma combinação interessante para outro dia.

No Acme, o bistrô recém-reformado do NoHo, o chef Brian Loiacono vai mais além, preparando uma opção com couve toscana negra e couve-de-bruxelas picada. "Se o molho for bem forte e picante, pode usar verduras que, a princípio não se consideraria pôr numa salada", diz ele. E ensina: "Deixá-la descansar depois do preparo, mesmo que seja um minutinho ou dois, ajuda a suavizar o sabor e penetrá-lo melhor."

Qualquer tipo de couve funciona bem; o negócio é só ter o cuidado de picar bem miudinho. Os pedaços das que têm folhas mais grosseiras e irregulares, como a toscana (também conhecida como dinossauro), não podem ser maiores que um selo. Já os pedaços da frisada podem ficar do tamanho de um cartão de visitas.

Não é preciso "massagear" as folhas para deixá-las macias; o limão que há no molho e o tempo na geladeira se encarregam disso. Se for usar a alface romana, deixe as folhas maiores inteiras. Ao lado dos brotinhos do meio do pé, elas são as partes mais crocantes.

LEIA MAIS: + Patrícia Ferraz ensina fazer a salada caesar clássica

Depois de escolhidas as verduras, lave tudo em uma tigela gigante ou na pia, com água bem gelada. Alguns cubos de gelo, aliás, também não são má ideia; isso porque a baixa temperatura ajuda a retesar as folhas que estão pensando em murchar. É melhor fazer isso várias horas ou até um dia antes para lhes dar a chance de secarem completamente.

Loiacono faz a lavagem na noite anterior, em água gelada, e dispõe as folhas em um tabuleiro forrado com toalha antes de levá-lo para a geladeira, onde passa a noite. Eu as seco com pano de prato; a seguir, coloco em uma tigela funda, com um saco de gelo embaixo e outro em cima, para deixar as folhas supergeladas.

  Foto: Rikki Snyder|NYT

Para o molho, contanto que os ingredientes fundamentais estejam presentes – alho, queijo parmesão, limão, molho inglês ou anchova, azeite, pimenta-do-reino e mostarda (que não faz parte da receita original, mas ajuda a dar sabor e a emulsificar) – as proporções podem ser ajustadas de acordo com o gosto do freguês. O segredo é experimentar conforme for fazendo: a salada caesar original, como o steak tartare e a guacamole, era preparada à mesa, de acordo com as preferências do cliente.

Só há uma condição: no fim, ele tem que ficar salgado, cremoso, ácido e picante – elemento que se perde nos restaurantes, onde as caesars são ainda mais tímidas. No tempero clássico, a mostarda faz até os olhos se encherem de lágrimas; o alho, cru, é sentido em agulhadas na língua; a pimenta-do-reino, recém moída, faz até espirrar. Não é uma ardência explícita, mas tem tons complexos, tomando de assalto todos os sentidos. E todo esse ardume é equilibrado pelo azeite substancioso, o queijo e o ovo que dão à salada seu sabor completo e inconfundível.

The New York Times

A caesar, quando preparada corretamente, é uma salada de características múltiplas: além do sabor, que é espetacular, ela mexe com os outros sentidos, uma verdadeira revolução de contrastes, fria e crocante.

Primeiro, tem as folhas, delicadas, contra o molho, grosso e marcante; a crocância dos croutons contra o frescor suave da verdura; a mostarda, forte, contra o queijo substancioso; as anchovas salgadas contra o limão cítrico; o ardor do alho contra a maciez do ovo.

Infelizmente é raro encontrar no mercado uma caesar que tenha pelo menos metade dos ingredientes usados de forma correta. É por isso que a salada perfeita é aquela que se faz em casa – e a minha versão moderna favorita é a que leva mais verduras que apenas alface. É verdade que ela se tornou a opção padrão, muito boa por sinal, mas a fórmula original pedia folhas mais fortes e amargas para ficar à altura do tempero.

RECEITA: + Salada caesar com alface romana e couve 

Em um relatório de 1947 sobre a popularidade cada vez maior da receita na Califórnia, Gladwin Hill, na época diretor da sucursal do New York Times em Los Angeles, escreveu para a editora de gastronomia do jornal, Jane Nickerson, em Nova York: "É fundamental pelo menos duas verduras de sabor marcante, tipo alface romana, endívia, escarola. Alface comum não pode."

Por isso, se quiser incrementar sua salada caesar, use couve, couve-de-folhas ou outras verduras escuras

Além de tudo, a mudança oferece outro grande benefício que esse tipo de verdura de folha resistente tem: ela pode ser preparada e temperada várias horas antes de ser servida e guardada na geladeira sem que se tema um colapso total que certamente aconteceria se tentasse o mesmo com a salada verde tradicional.

  Foto: Rikki Snyder|NYT

Mesmo o fã mais apaixonado das folhas escuras vai concordar que uma salada só de couve amarga demais. Para mim, a solução ideal é equilibrá-la com outras verduras, tornando-a assim mais suculenta e vibrante. E a combinação da tonalidade escura da couve com a mais clara da alface cria um contraste visual interessante. O centro amarelado das folhas de escarola misturadas à couve também pode ser uma combinação interessante para outro dia.

No Acme, o bistrô recém-reformado do NoHo, o chef Brian Loiacono vai mais além, preparando uma opção com couve toscana negra e couve-de-bruxelas picada. "Se o molho for bem forte e picante, pode usar verduras que, a princípio não se consideraria pôr numa salada", diz ele. E ensina: "Deixá-la descansar depois do preparo, mesmo que seja um minutinho ou dois, ajuda a suavizar o sabor e penetrá-lo melhor."

Qualquer tipo de couve funciona bem; o negócio é só ter o cuidado de picar bem miudinho. Os pedaços das que têm folhas mais grosseiras e irregulares, como a toscana (também conhecida como dinossauro), não podem ser maiores que um selo. Já os pedaços da frisada podem ficar do tamanho de um cartão de visitas.

Não é preciso "massagear" as folhas para deixá-las macias; o limão que há no molho e o tempo na geladeira se encarregam disso. Se for usar a alface romana, deixe as folhas maiores inteiras. Ao lado dos brotinhos do meio do pé, elas são as partes mais crocantes.

LEIA MAIS: + Patrícia Ferraz ensina fazer a salada caesar clássica

Depois de escolhidas as verduras, lave tudo em uma tigela gigante ou na pia, com água bem gelada. Alguns cubos de gelo, aliás, também não são má ideia; isso porque a baixa temperatura ajuda a retesar as folhas que estão pensando em murchar. É melhor fazer isso várias horas ou até um dia antes para lhes dar a chance de secarem completamente.

Loiacono faz a lavagem na noite anterior, em água gelada, e dispõe as folhas em um tabuleiro forrado com toalha antes de levá-lo para a geladeira, onde passa a noite. Eu as seco com pano de prato; a seguir, coloco em uma tigela funda, com um saco de gelo embaixo e outro em cima, para deixar as folhas supergeladas.

  Foto: Rikki Snyder|NYT

Para o molho, contanto que os ingredientes fundamentais estejam presentes – alho, queijo parmesão, limão, molho inglês ou anchova, azeite, pimenta-do-reino e mostarda (que não faz parte da receita original, mas ajuda a dar sabor e a emulsificar) – as proporções podem ser ajustadas de acordo com o gosto do freguês. O segredo é experimentar conforme for fazendo: a salada caesar original, como o steak tartare e a guacamole, era preparada à mesa, de acordo com as preferências do cliente.

Só há uma condição: no fim, ele tem que ficar salgado, cremoso, ácido e picante – elemento que se perde nos restaurantes, onde as caesars são ainda mais tímidas. No tempero clássico, a mostarda faz até os olhos se encherem de lágrimas; o alho, cru, é sentido em agulhadas na língua; a pimenta-do-reino, recém moída, faz até espirrar. Não é uma ardência explícita, mas tem tons complexos, tomando de assalto todos os sentidos. E todo esse ardume é equilibrado pelo azeite substancioso, o queijo e o ovo que dão à salada seu sabor completo e inconfundível.

The New York Times

A caesar, quando preparada corretamente, é uma salada de características múltiplas: além do sabor, que é espetacular, ela mexe com os outros sentidos, uma verdadeira revolução de contrastes, fria e crocante.

Primeiro, tem as folhas, delicadas, contra o molho, grosso e marcante; a crocância dos croutons contra o frescor suave da verdura; a mostarda, forte, contra o queijo substancioso; as anchovas salgadas contra o limão cítrico; o ardor do alho contra a maciez do ovo.

Infelizmente é raro encontrar no mercado uma caesar que tenha pelo menos metade dos ingredientes usados de forma correta. É por isso que a salada perfeita é aquela que se faz em casa – e a minha versão moderna favorita é a que leva mais verduras que apenas alface. É verdade que ela se tornou a opção padrão, muito boa por sinal, mas a fórmula original pedia folhas mais fortes e amargas para ficar à altura do tempero.

RECEITA: + Salada caesar com alface romana e couve 

Em um relatório de 1947 sobre a popularidade cada vez maior da receita na Califórnia, Gladwin Hill, na época diretor da sucursal do New York Times em Los Angeles, escreveu para a editora de gastronomia do jornal, Jane Nickerson, em Nova York: "É fundamental pelo menos duas verduras de sabor marcante, tipo alface romana, endívia, escarola. Alface comum não pode."

Por isso, se quiser incrementar sua salada caesar, use couve, couve-de-folhas ou outras verduras escuras

Além de tudo, a mudança oferece outro grande benefício que esse tipo de verdura de folha resistente tem: ela pode ser preparada e temperada várias horas antes de ser servida e guardada na geladeira sem que se tema um colapso total que certamente aconteceria se tentasse o mesmo com a salada verde tradicional.

  Foto: Rikki Snyder|NYT

Mesmo o fã mais apaixonado das folhas escuras vai concordar que uma salada só de couve amarga demais. Para mim, a solução ideal é equilibrá-la com outras verduras, tornando-a assim mais suculenta e vibrante. E a combinação da tonalidade escura da couve com a mais clara da alface cria um contraste visual interessante. O centro amarelado das folhas de escarola misturadas à couve também pode ser uma combinação interessante para outro dia.

No Acme, o bistrô recém-reformado do NoHo, o chef Brian Loiacono vai mais além, preparando uma opção com couve toscana negra e couve-de-bruxelas picada. "Se o molho for bem forte e picante, pode usar verduras que, a princípio não se consideraria pôr numa salada", diz ele. E ensina: "Deixá-la descansar depois do preparo, mesmo que seja um minutinho ou dois, ajuda a suavizar o sabor e penetrá-lo melhor."

Qualquer tipo de couve funciona bem; o negócio é só ter o cuidado de picar bem miudinho. Os pedaços das que têm folhas mais grosseiras e irregulares, como a toscana (também conhecida como dinossauro), não podem ser maiores que um selo. Já os pedaços da frisada podem ficar do tamanho de um cartão de visitas.

Não é preciso "massagear" as folhas para deixá-las macias; o limão que há no molho e o tempo na geladeira se encarregam disso. Se for usar a alface romana, deixe as folhas maiores inteiras. Ao lado dos brotinhos do meio do pé, elas são as partes mais crocantes.

LEIA MAIS: + Patrícia Ferraz ensina fazer a salada caesar clássica

Depois de escolhidas as verduras, lave tudo em uma tigela gigante ou na pia, com água bem gelada. Alguns cubos de gelo, aliás, também não são má ideia; isso porque a baixa temperatura ajuda a retesar as folhas que estão pensando em murchar. É melhor fazer isso várias horas ou até um dia antes para lhes dar a chance de secarem completamente.

Loiacono faz a lavagem na noite anterior, em água gelada, e dispõe as folhas em um tabuleiro forrado com toalha antes de levá-lo para a geladeira, onde passa a noite. Eu as seco com pano de prato; a seguir, coloco em uma tigela funda, com um saco de gelo embaixo e outro em cima, para deixar as folhas supergeladas.

  Foto: Rikki Snyder|NYT

Para o molho, contanto que os ingredientes fundamentais estejam presentes – alho, queijo parmesão, limão, molho inglês ou anchova, azeite, pimenta-do-reino e mostarda (que não faz parte da receita original, mas ajuda a dar sabor e a emulsificar) – as proporções podem ser ajustadas de acordo com o gosto do freguês. O segredo é experimentar conforme for fazendo: a salada caesar original, como o steak tartare e a guacamole, era preparada à mesa, de acordo com as preferências do cliente.

Só há uma condição: no fim, ele tem que ficar salgado, cremoso, ácido e picante – elemento que se perde nos restaurantes, onde as caesars são ainda mais tímidas. No tempero clássico, a mostarda faz até os olhos se encherem de lágrimas; o alho, cru, é sentido em agulhadas na língua; a pimenta-do-reino, recém moída, faz até espirrar. Não é uma ardência explícita, mas tem tons complexos, tomando de assalto todos os sentidos. E todo esse ardume é equilibrado pelo azeite substancioso, o queijo e o ovo que dão à salada seu sabor completo e inconfundível.

The New York Times

A caesar, quando preparada corretamente, é uma salada de características múltiplas: além do sabor, que é espetacular, ela mexe com os outros sentidos, uma verdadeira revolução de contrastes, fria e crocante.

Primeiro, tem as folhas, delicadas, contra o molho, grosso e marcante; a crocância dos croutons contra o frescor suave da verdura; a mostarda, forte, contra o queijo substancioso; as anchovas salgadas contra o limão cítrico; o ardor do alho contra a maciez do ovo.

Infelizmente é raro encontrar no mercado uma caesar que tenha pelo menos metade dos ingredientes usados de forma correta. É por isso que a salada perfeita é aquela que se faz em casa – e a minha versão moderna favorita é a que leva mais verduras que apenas alface. É verdade que ela se tornou a opção padrão, muito boa por sinal, mas a fórmula original pedia folhas mais fortes e amargas para ficar à altura do tempero.

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Em um relatório de 1947 sobre a popularidade cada vez maior da receita na Califórnia, Gladwin Hill, na época diretor da sucursal do New York Times em Los Angeles, escreveu para a editora de gastronomia do jornal, Jane Nickerson, em Nova York: "É fundamental pelo menos duas verduras de sabor marcante, tipo alface romana, endívia, escarola. Alface comum não pode."

Por isso, se quiser incrementar sua salada caesar, use couve, couve-de-folhas ou outras verduras escuras

Além de tudo, a mudança oferece outro grande benefício que esse tipo de verdura de folha resistente tem: ela pode ser preparada e temperada várias horas antes de ser servida e guardada na geladeira sem que se tema um colapso total que certamente aconteceria se tentasse o mesmo com a salada verde tradicional.

  Foto: Rikki Snyder|NYT

Mesmo o fã mais apaixonado das folhas escuras vai concordar que uma salada só de couve amarga demais. Para mim, a solução ideal é equilibrá-la com outras verduras, tornando-a assim mais suculenta e vibrante. E a combinação da tonalidade escura da couve com a mais clara da alface cria um contraste visual interessante. O centro amarelado das folhas de escarola misturadas à couve também pode ser uma combinação interessante para outro dia.

No Acme, o bistrô recém-reformado do NoHo, o chef Brian Loiacono vai mais além, preparando uma opção com couve toscana negra e couve-de-bruxelas picada. "Se o molho for bem forte e picante, pode usar verduras que, a princípio não se consideraria pôr numa salada", diz ele. E ensina: "Deixá-la descansar depois do preparo, mesmo que seja um minutinho ou dois, ajuda a suavizar o sabor e penetrá-lo melhor."

Qualquer tipo de couve funciona bem; o negócio é só ter o cuidado de picar bem miudinho. Os pedaços das que têm folhas mais grosseiras e irregulares, como a toscana (também conhecida como dinossauro), não podem ser maiores que um selo. Já os pedaços da frisada podem ficar do tamanho de um cartão de visitas.

Não é preciso "massagear" as folhas para deixá-las macias; o limão que há no molho e o tempo na geladeira se encarregam disso. Se for usar a alface romana, deixe as folhas maiores inteiras. Ao lado dos brotinhos do meio do pé, elas são as partes mais crocantes.

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Depois de escolhidas as verduras, lave tudo em uma tigela gigante ou na pia, com água bem gelada. Alguns cubos de gelo, aliás, também não são má ideia; isso porque a baixa temperatura ajuda a retesar as folhas que estão pensando em murchar. É melhor fazer isso várias horas ou até um dia antes para lhes dar a chance de secarem completamente.

Loiacono faz a lavagem na noite anterior, em água gelada, e dispõe as folhas em um tabuleiro forrado com toalha antes de levá-lo para a geladeira, onde passa a noite. Eu as seco com pano de prato; a seguir, coloco em uma tigela funda, com um saco de gelo embaixo e outro em cima, para deixar as folhas supergeladas.

  Foto: Rikki Snyder|NYT

Para o molho, contanto que os ingredientes fundamentais estejam presentes – alho, queijo parmesão, limão, molho inglês ou anchova, azeite, pimenta-do-reino e mostarda (que não faz parte da receita original, mas ajuda a dar sabor e a emulsificar) – as proporções podem ser ajustadas de acordo com o gosto do freguês. O segredo é experimentar conforme for fazendo: a salada caesar original, como o steak tartare e a guacamole, era preparada à mesa, de acordo com as preferências do cliente.

Só há uma condição: no fim, ele tem que ficar salgado, cremoso, ácido e picante – elemento que se perde nos restaurantes, onde as caesars são ainda mais tímidas. No tempero clássico, a mostarda faz até os olhos se encherem de lágrimas; o alho, cru, é sentido em agulhadas na língua; a pimenta-do-reino, recém moída, faz até espirrar. Não é uma ardência explícita, mas tem tons complexos, tomando de assalto todos os sentidos. E todo esse ardume é equilibrado pelo azeite substancioso, o queijo e o ovo que dão à salada seu sabor completo e inconfundível.

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