Qual o melhor catchup do supermercado? 


Avaliamos às cegas marcas do molho à base de tomate, açúcar, vinagre e especiarias e testamos se eles dão “match” com batata chips 

Por Cintia Oliveira
Atualização:

Seja como par perfeito da batata frita, ou como um toque a mais para o hambúrguer, o hot-dog ou o misto quente, o fato é que o catchup está em todas. O molho à base de tomate, especiarias, vinagre, sal e açúcar, também é um curinga na cozinha. Pode ser utilizado como ingrediente do estrogonofe (na versão brasileira, claro), é base para o molho barbecue, além de dar uma levantada no clássico steak tartare francês.

Independentemente do uso do catchup, o fato é que o molho precisa preencher alguns requisitos para ser considerado de qualidade. “Tem que ter equilíbrio entre dulçor e acidez, além de um ter um toque de salinidade”, define o chef Paulo Yoller, da hamburgueria Meats, na capital paulista. Com essas características em mente, ele desenvolveu - em parceria com a Hela Spice - um catchup à base de tomate, especiarias e um toque de caramelo, que é servido com exclusividade em sua lanchonete.

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'Paladar' testou às cegasdez marcas de catchup. Foto: Alex Silva/Estadão

Quem também faz o próprio catchup, assim como praticamente todos os ingredientes que compõem seus hot-dogs, é o chef Alexandre Park, que comanda o PoPa Artesanal Hot Dog, em São Paulo. Embora o molho ganhe um toque oriental, com vinagre de arroz e saquê mirin, não tem nada de exageros no sabor. “Para mim, o catchup tem que ser o mais neutro possível. Afinal, os protagonistas do hot-dog são o pão e a salsicha”, explica.

Como se trata de um ingrediente tão presente no nosso dia a dia, nas gôndolas dos supermercados não faltam opções. Com o objetivo de descobrir qual é o melhor, o Paladar organizou uma degustação com dez marcas. No carrinho de compras, só as versões tradicionais, que custaram entre R$ 7,89 e R$ 24,80.

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Para encarar essa missão, reunimos um time de jurados, composto pelos chefs Yoller e Park; da professora do curso de gastronomia da Universidade Anhembi Morumbi Aline Guedes; e das chefs Giovanna Perrone, do restaurante Casa Rios e da lanchonete Zoe Sandwich Shop, e Júlia Tricate, do restaurante De Segunda.

Como foi feito o teste

Cada um dos integrantes do júri recebeu um delivery com as amostras de catchup identificadas apenas por números, ou seja, sem que pudessem identificar as marcas. Juntamente com os molhos, os jurados também receberam batatas chips temperadas com sal marinho da marca inglesa Tyrrells. O objetivo era apontar qual dos catchups daria o melhor “match” com a batata.

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Jurados receberam em casa as amostras descaracterizadas. Foto: Alex Silva/Estadão

Os catchups foram avaliados a partir de critérios como aparência, textura, aroma e sabor. E o molho que recebeu a melhor pontuação foi o da marca Qualitá, produzido pela Predilecta para o Grupo Pão de Açúcar (GPA). Mas ele ficou apenas um ponto à frente do segundo colocado, o da marca norte-americana French's. O bronze ficou com a Heinz. A seguir, confira as avaliações:

*preços atualizados no dia 07/06/2024.

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1° Qualitá

(R$ 10,99; 400g no Pão de Açúcar) Produzido pela Predilecta, o catchup da marca pertencente ao Grupo Pão de Açúcar (GPA) conquistou medalha de ouro na degustação às cegas. Feito com polpa de tomate, açúcar, vinagre e sal, é o único da seleção a levar pectina, muito utilizada na produção de geleias para dar consistência. Com textura cremosa e brilho intenso, tem uma coloração avermelhada mais escura. Outro ponto positivo se deve ao sabor. “Esse tem boa acidez e bastante gosto de tomate”, elogia um dos jurados.

O catchup da Qualitá levou o Selo Paladar de melhor do mercado Foto: Alex Silva
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2° French’s

(R$ 29,90; 567g na venda online do Pátio Gourmet) Com apenas um ponto de diferença do primeiro colocado, o catchup produzido nos Estados Unidos ganhou medalha de prata no teste às cegas. Além dos ingredientes clássicos, como concentrado de tomate, açúcar, vinagre e sal, o molho da marca também leva cebola em pó. De acordo com a embalagem, o produto tem aromas e sabores naturais. De coloração avermelhada viva, tem brilho e textura cremosa. Na boca, apresenta um tom a mais de acidez e notas de caramelo. “Dá para sentir um leve toque de especiarias”, comenta um dos jurados.

Catchup French's. Foto: Alex Silva/Estadão
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3° Heinz

(R$ 14,99; 397g no Pão de Açúcar) Produzido no Brasil, o catchup da marca norte-americana leva apenas seis ingredientes: tomate, açúcar, vinagre, sal, cebola e aroma natural - não especificado na formulação. Com textura cremosa e brilho intenso, apresenta uma coloração avermelhada mais viva. Já na avaliação gustativa, o que sobressai é o sabor do tomate. Embora tenha acidez e dulçor na medida certa, falta complexidade. “O sabor é o que eu espero de um catchup, mas não vai além disso”, observa um dos membros do júri.

Catchup Heinz. Foto: Alex Silva/Estadão

4° Budweiser

(R$ 17,98; 340g no Mambo Delivery) Desenvolvido pela Blue Hops, o catchup tradicional da marca de cervejas combina malte e lúpulo, além de tomate e especiarias na formulação. Com textura mais rústica, típica dos artesanais, o molho tem uma coloração avermelhada mais escura. Quanto ao sabor, sobressai o tomate, mas tem um tom a mais de acidez. “Falta complexidade”, avalia um dos jurados. Porém, esse dividiu opiniões. “Achei esse bem saboroso. Um dos meus favoritos”, comenta outro jurado.

Catchup Budweiser. Foto: Alex Silva/Estadão

5° Mutti

(R$ 24,70; 340g na Casa Santa Luzia) Produzido em Parma, na Itália, é o único que vem na garrafinha de vidro. Além de não ter conservantes nem espessantes, 2,2 quilos de tomate fresco são utilizados para produzir um quilo de catchup, de acordo com informações da embalagem. Elaborado com tomates italianos, tem coloração avermelhada vibrante, além de brilho e cremosidade. Na boca, o que predomina é o sabor do tomate e tem um tom a mais de dulçor. “Lembra mais um molho de tomate do que um catchup”, comenta um dos jurados.

Catchup Mutti. Foto: Alex Silva/Estadão

6° Hellmann’s

(R$ 14,79; 380g no Pão de Açúcar) Embora seja mais conhecida pela maionese, a marca pertencente à Unilever também tem uma linha de catchups. A versão tradicional é elaborada com ingredientes clássicos, além de goma xantana, ácido cítrico e outros componentes de nome difícil, como o carboximetilcelulose. Com brilho intenso e coloração vermelha brilhante, a aparência é o ponto alto. “Apesar da consistência cremosa, a textura é um pouco gelatinosa”, observa um membro do júri. Com um tom a mais de dulçor, de sal e de acidez, poderia ter mais sabor de tomate.

Catchup Hellmman's. Foto: Alex Silva/Estadão

7° Strumpf

(R$ 18,40; 210g na Casa Santa Luzia) Como o próprio rótulo diz, o catchup tradicional da marca é rústico, ou seja, mais pedaçudo que outros produtos do gênero. Além de tomate, vinagre, sal e especiarias, o molho também leva açúcar mascavo na formulação. Com textura um pouco mais líquida, é levemente opaco e tem uma coloração mais puxada para o marrom. “Parece mais artesanal”, aponta um dos jurados. Na boca, o que predomina são as especiarias, que encobrem o sabor do tomate, mas poderia ter mais dulçor e salinidade.

Catchup Strumpf. Foto: Alex Silva/Estadão

8° Cepêra

(R$ 10,39; 400g na loja online da Cepêra) Tem como base tomate, açúcar, vinagre, sal, além de espessantes, conservantes e aromatizantes. Com textura levemente gelatinosa, o catchup apresenta coloração avermelhada e levemente opaca, além de uma textura mais líquida. Quanto ao sabor, tem pouca acidez e é mais doce do que o necessário. “O que se destaca é o sabor do caramelo, não o do tomate”, comenta um dos jurados.

Catchup Cepêra. Foto: Alex Silva/Estadão

9° Arisco

(R$ 9,89; 370g no Sonda) A marca, que faz parte do guarda-chuva da Unilever, tem como base tomate, vinagre, açúcar e sal, além de carboximetilcelulose sódica, goma xantana, ácido ascórbico e por aí vai. Com coloração alaranjada e muito brilho, tem textura levemente gelatinosa. Na boca, sente-se um tom a mais de sal, açúcar e vinagre. E mal dá para sentir o sabor do tomate. “Com certeza, esse é industrializado. Dá para sentir a presença de emulsificante e estabilizante”, comenta um dos jurados.

Catchup Arisco. Foto: Alex Silva/Estadão

10° Hemmer

(R$ 9,99; 320g no Pão de Açúcar) Com sede em Blumenau (SC), a empresa especializada em molhos e conservas tem o catchup tradicional em seu portfólio. Feito com polpa de tomate, açúcar, vinagre, sal e especiarias, a formulação ainda leva conservantes, acidulantes e espessantes. Mas o que chama atenção no rótulo é que o primeiro ingrediente mencionado é água, o que reflete na textura do molho, a mais líquida do teste. “O aroma do tomate poderia ser mais presente”, aponta um dos membros do júri. Com sabor mais neutro e sem notas de especiarias, tem pouco sal e dulçor.

Catchup Hemmer. Foto: Alex Silva/Estadão

Conheça os jurados

Alexandre Park, @popaartesanal Depois de quase duas décadas de atuação em advocacia empresarial, Park largou tudo para se dedicar à sua verdadeira paixão: a cozinha. Pós-graduado em gastronomia, passou por restaurantes como Kinoshita, D.O.M. e Maní. Durante três anos, ele rodou os Estados Unidos e Canadá pesquisando estilos de hot-dog. Toda essa pesquisa resultou no PoPa Artesanal Hot Dog, lanchonete especializada no sanduíche que funciona na rua Oscar Freire.

Aline Guedes, @chefalineguedes Mestre em Hospitalidade e especialista em vinhos, trabalhou com chefs como Alex Atala e Bel Coelho. E, no exterior, passou uma temporada como subchef de um hotel em Dubai, nos Emirados Árabes. Ex-participante do reality show Mestre do Sabor (Rede Globo), atualmente é professora do curso de gastronomia da Universidade Anhembi Morumbi.

Giovanna Perrone, @gi.perrone Nascida em Santos (SP), Giovanna veio para a capital paulista estudar gastronomia. E, em São Paulo, abriu o Rios na companhia do namorado, o chef Rodrigo Aguiar. Vencedora do concurso Talentos da Gastronomia Nespresso, que trouxe a ela a oportunidade de trabalhar em restaurantes do chef francês Alain Ducasse, ela foi campeã da primeira temporada do reality show Top Chef Brasil (Record TV). Atualmente, comanda o Casa Rios com Aguiar, além da Zoe Sandwich Shop.

A chef Giovanna Perrone provando os catchups às cegas. Foto: Taba Benedicto/Estadão

Júlia Tricate, @jutricate Formada em gastronomia, Júlia iniciou a sua carreira com o chef Rodrigo Oliveira no restaurante Mocotó. Com passagens pela Fundação Alícia, do lendário chef Ferran Adrià, em Barcelona, na Espanha, e pelo restaurante Noma, em Copenhague, na Dinamarca, ela venceu o reality show The Taste Brasil (GNT). E, na companhia de seu marido, o chef Gabriel Coelho, ela comanda o restaurante De Segunda. Em breve, eles vão abrir o Botequim De Primeira, na Vila Madalena.

Paulo Yoller, @pauloyoller Formado em gastronomia, Yoller passou por restaurantes como o Fasano e o La Tambouille, mas foi em um açougue que ele descobriu a sua paixão pelas carnes. Depois de passar pela cozinha da Butcher's Market, em 2012, ele abriu a sua hamburgueria, a Meats, que funciona até hoje em uma esquina na Rua dos Pinheiros. Recentemente, ele venceu o reality show Cook Island - Ilha do Sabor (GNT).

Qual catchup combina mais com a batata chips?

Além de avaliar os catchups, o júri recebeu a missão de eleger qual das marcas dá o melhor “match” com as batatas chips. Porém, não houve consenso entre eles - pelo contrário. Cada um escolheu uma marca diferente.

Enquanto um membro do júri preferiu o French’s, que ficou com a medalha de prata por conta de sua acidez e dulçor, outro jurado elegeu o da Budweiser como a melhor opção por conta de seu dulçor acentuado, que contrastou bem com o sal das batatas.

Outro jurado apontou a melhor combinação no teste às cegas com o catchup Heinz, que ficou em terceiro lugar da degustação, graças ao seu equilíbrio entre dulçor, acidez e sal. Já um membro do júri preferiu o Strumpf, por conta das notas de especiarias. Outropreferiu o italiano Mutti, por causa de seu sabor e textura.

Seja como par perfeito da batata frita, ou como um toque a mais para o hambúrguer, o hot-dog ou o misto quente, o fato é que o catchup está em todas. O molho à base de tomate, especiarias, vinagre, sal e açúcar, também é um curinga na cozinha. Pode ser utilizado como ingrediente do estrogonofe (na versão brasileira, claro), é base para o molho barbecue, além de dar uma levantada no clássico steak tartare francês.

Independentemente do uso do catchup, o fato é que o molho precisa preencher alguns requisitos para ser considerado de qualidade. “Tem que ter equilíbrio entre dulçor e acidez, além de um ter um toque de salinidade”, define o chef Paulo Yoller, da hamburgueria Meats, na capital paulista. Com essas características em mente, ele desenvolveu - em parceria com a Hela Spice - um catchup à base de tomate, especiarias e um toque de caramelo, que é servido com exclusividade em sua lanchonete.

'Paladar' testou às cegasdez marcas de catchup. Foto: Alex Silva/Estadão

Quem também faz o próprio catchup, assim como praticamente todos os ingredientes que compõem seus hot-dogs, é o chef Alexandre Park, que comanda o PoPa Artesanal Hot Dog, em São Paulo. Embora o molho ganhe um toque oriental, com vinagre de arroz e saquê mirin, não tem nada de exageros no sabor. “Para mim, o catchup tem que ser o mais neutro possível. Afinal, os protagonistas do hot-dog são o pão e a salsicha”, explica.

Como se trata de um ingrediente tão presente no nosso dia a dia, nas gôndolas dos supermercados não faltam opções. Com o objetivo de descobrir qual é o melhor, o Paladar organizou uma degustação com dez marcas. No carrinho de compras, só as versões tradicionais, que custaram entre R$ 7,89 e R$ 24,80.

Para encarar essa missão, reunimos um time de jurados, composto pelos chefs Yoller e Park; da professora do curso de gastronomia da Universidade Anhembi Morumbi Aline Guedes; e das chefs Giovanna Perrone, do restaurante Casa Rios e da lanchonete Zoe Sandwich Shop, e Júlia Tricate, do restaurante De Segunda.

Como foi feito o teste

Cada um dos integrantes do júri recebeu um delivery com as amostras de catchup identificadas apenas por números, ou seja, sem que pudessem identificar as marcas. Juntamente com os molhos, os jurados também receberam batatas chips temperadas com sal marinho da marca inglesa Tyrrells. O objetivo era apontar qual dos catchups daria o melhor “match” com a batata.

Jurados receberam em casa as amostras descaracterizadas. Foto: Alex Silva/Estadão

Os catchups foram avaliados a partir de critérios como aparência, textura, aroma e sabor. E o molho que recebeu a melhor pontuação foi o da marca Qualitá, produzido pela Predilecta para o Grupo Pão de Açúcar (GPA). Mas ele ficou apenas um ponto à frente do segundo colocado, o da marca norte-americana French's. O bronze ficou com a Heinz. A seguir, confira as avaliações:

*preços atualizados no dia 07/06/2024.

1° Qualitá

(R$ 10,99; 400g no Pão de Açúcar) Produzido pela Predilecta, o catchup da marca pertencente ao Grupo Pão de Açúcar (GPA) conquistou medalha de ouro na degustação às cegas. Feito com polpa de tomate, açúcar, vinagre e sal, é o único da seleção a levar pectina, muito utilizada na produção de geleias para dar consistência. Com textura cremosa e brilho intenso, tem uma coloração avermelhada mais escura. Outro ponto positivo se deve ao sabor. “Esse tem boa acidez e bastante gosto de tomate”, elogia um dos jurados.

O catchup da Qualitá levou o Selo Paladar de melhor do mercado Foto: Alex Silva

2° French’s

(R$ 29,90; 567g na venda online do Pátio Gourmet) Com apenas um ponto de diferença do primeiro colocado, o catchup produzido nos Estados Unidos ganhou medalha de prata no teste às cegas. Além dos ingredientes clássicos, como concentrado de tomate, açúcar, vinagre e sal, o molho da marca também leva cebola em pó. De acordo com a embalagem, o produto tem aromas e sabores naturais. De coloração avermelhada viva, tem brilho e textura cremosa. Na boca, apresenta um tom a mais de acidez e notas de caramelo. “Dá para sentir um leve toque de especiarias”, comenta um dos jurados.

Catchup French's. Foto: Alex Silva/Estadão

3° Heinz

(R$ 14,99; 397g no Pão de Açúcar) Produzido no Brasil, o catchup da marca norte-americana leva apenas seis ingredientes: tomate, açúcar, vinagre, sal, cebola e aroma natural - não especificado na formulação. Com textura cremosa e brilho intenso, apresenta uma coloração avermelhada mais viva. Já na avaliação gustativa, o que sobressai é o sabor do tomate. Embora tenha acidez e dulçor na medida certa, falta complexidade. “O sabor é o que eu espero de um catchup, mas não vai além disso”, observa um dos membros do júri.

Catchup Heinz. Foto: Alex Silva/Estadão

4° Budweiser

(R$ 17,98; 340g no Mambo Delivery) Desenvolvido pela Blue Hops, o catchup tradicional da marca de cervejas combina malte e lúpulo, além de tomate e especiarias na formulação. Com textura mais rústica, típica dos artesanais, o molho tem uma coloração avermelhada mais escura. Quanto ao sabor, sobressai o tomate, mas tem um tom a mais de acidez. “Falta complexidade”, avalia um dos jurados. Porém, esse dividiu opiniões. “Achei esse bem saboroso. Um dos meus favoritos”, comenta outro jurado.

Catchup Budweiser. Foto: Alex Silva/Estadão

5° Mutti

(R$ 24,70; 340g na Casa Santa Luzia) Produzido em Parma, na Itália, é o único que vem na garrafinha de vidro. Além de não ter conservantes nem espessantes, 2,2 quilos de tomate fresco são utilizados para produzir um quilo de catchup, de acordo com informações da embalagem. Elaborado com tomates italianos, tem coloração avermelhada vibrante, além de brilho e cremosidade. Na boca, o que predomina é o sabor do tomate e tem um tom a mais de dulçor. “Lembra mais um molho de tomate do que um catchup”, comenta um dos jurados.

Catchup Mutti. Foto: Alex Silva/Estadão

6° Hellmann’s

(R$ 14,79; 380g no Pão de Açúcar) Embora seja mais conhecida pela maionese, a marca pertencente à Unilever também tem uma linha de catchups. A versão tradicional é elaborada com ingredientes clássicos, além de goma xantana, ácido cítrico e outros componentes de nome difícil, como o carboximetilcelulose. Com brilho intenso e coloração vermelha brilhante, a aparência é o ponto alto. “Apesar da consistência cremosa, a textura é um pouco gelatinosa”, observa um membro do júri. Com um tom a mais de dulçor, de sal e de acidez, poderia ter mais sabor de tomate.

Catchup Hellmman's. Foto: Alex Silva/Estadão

7° Strumpf

(R$ 18,40; 210g na Casa Santa Luzia) Como o próprio rótulo diz, o catchup tradicional da marca é rústico, ou seja, mais pedaçudo que outros produtos do gênero. Além de tomate, vinagre, sal e especiarias, o molho também leva açúcar mascavo na formulação. Com textura um pouco mais líquida, é levemente opaco e tem uma coloração mais puxada para o marrom. “Parece mais artesanal”, aponta um dos jurados. Na boca, o que predomina são as especiarias, que encobrem o sabor do tomate, mas poderia ter mais dulçor e salinidade.

Catchup Strumpf. Foto: Alex Silva/Estadão

8° Cepêra

(R$ 10,39; 400g na loja online da Cepêra) Tem como base tomate, açúcar, vinagre, sal, além de espessantes, conservantes e aromatizantes. Com textura levemente gelatinosa, o catchup apresenta coloração avermelhada e levemente opaca, além de uma textura mais líquida. Quanto ao sabor, tem pouca acidez e é mais doce do que o necessário. “O que se destaca é o sabor do caramelo, não o do tomate”, comenta um dos jurados.

Catchup Cepêra. Foto: Alex Silva/Estadão

9° Arisco

(R$ 9,89; 370g no Sonda) A marca, que faz parte do guarda-chuva da Unilever, tem como base tomate, vinagre, açúcar e sal, além de carboximetilcelulose sódica, goma xantana, ácido ascórbico e por aí vai. Com coloração alaranjada e muito brilho, tem textura levemente gelatinosa. Na boca, sente-se um tom a mais de sal, açúcar e vinagre. E mal dá para sentir o sabor do tomate. “Com certeza, esse é industrializado. Dá para sentir a presença de emulsificante e estabilizante”, comenta um dos jurados.

Catchup Arisco. Foto: Alex Silva/Estadão

10° Hemmer

(R$ 9,99; 320g no Pão de Açúcar) Com sede em Blumenau (SC), a empresa especializada em molhos e conservas tem o catchup tradicional em seu portfólio. Feito com polpa de tomate, açúcar, vinagre, sal e especiarias, a formulação ainda leva conservantes, acidulantes e espessantes. Mas o que chama atenção no rótulo é que o primeiro ingrediente mencionado é água, o que reflete na textura do molho, a mais líquida do teste. “O aroma do tomate poderia ser mais presente”, aponta um dos membros do júri. Com sabor mais neutro e sem notas de especiarias, tem pouco sal e dulçor.

Catchup Hemmer. Foto: Alex Silva/Estadão

Conheça os jurados

Alexandre Park, @popaartesanal Depois de quase duas décadas de atuação em advocacia empresarial, Park largou tudo para se dedicar à sua verdadeira paixão: a cozinha. Pós-graduado em gastronomia, passou por restaurantes como Kinoshita, D.O.M. e Maní. Durante três anos, ele rodou os Estados Unidos e Canadá pesquisando estilos de hot-dog. Toda essa pesquisa resultou no PoPa Artesanal Hot Dog, lanchonete especializada no sanduíche que funciona na rua Oscar Freire.

Aline Guedes, @chefalineguedes Mestre em Hospitalidade e especialista em vinhos, trabalhou com chefs como Alex Atala e Bel Coelho. E, no exterior, passou uma temporada como subchef de um hotel em Dubai, nos Emirados Árabes. Ex-participante do reality show Mestre do Sabor (Rede Globo), atualmente é professora do curso de gastronomia da Universidade Anhembi Morumbi.

Giovanna Perrone, @gi.perrone Nascida em Santos (SP), Giovanna veio para a capital paulista estudar gastronomia. E, em São Paulo, abriu o Rios na companhia do namorado, o chef Rodrigo Aguiar. Vencedora do concurso Talentos da Gastronomia Nespresso, que trouxe a ela a oportunidade de trabalhar em restaurantes do chef francês Alain Ducasse, ela foi campeã da primeira temporada do reality show Top Chef Brasil (Record TV). Atualmente, comanda o Casa Rios com Aguiar, além da Zoe Sandwich Shop.

A chef Giovanna Perrone provando os catchups às cegas. Foto: Taba Benedicto/Estadão

Júlia Tricate, @jutricate Formada em gastronomia, Júlia iniciou a sua carreira com o chef Rodrigo Oliveira no restaurante Mocotó. Com passagens pela Fundação Alícia, do lendário chef Ferran Adrià, em Barcelona, na Espanha, e pelo restaurante Noma, em Copenhague, na Dinamarca, ela venceu o reality show The Taste Brasil (GNT). E, na companhia de seu marido, o chef Gabriel Coelho, ela comanda o restaurante De Segunda. Em breve, eles vão abrir o Botequim De Primeira, na Vila Madalena.

Paulo Yoller, @pauloyoller Formado em gastronomia, Yoller passou por restaurantes como o Fasano e o La Tambouille, mas foi em um açougue que ele descobriu a sua paixão pelas carnes. Depois de passar pela cozinha da Butcher's Market, em 2012, ele abriu a sua hamburgueria, a Meats, que funciona até hoje em uma esquina na Rua dos Pinheiros. Recentemente, ele venceu o reality show Cook Island - Ilha do Sabor (GNT).

Qual catchup combina mais com a batata chips?

Além de avaliar os catchups, o júri recebeu a missão de eleger qual das marcas dá o melhor “match” com as batatas chips. Porém, não houve consenso entre eles - pelo contrário. Cada um escolheu uma marca diferente.

Enquanto um membro do júri preferiu o French’s, que ficou com a medalha de prata por conta de sua acidez e dulçor, outro jurado elegeu o da Budweiser como a melhor opção por conta de seu dulçor acentuado, que contrastou bem com o sal das batatas.

Outro jurado apontou a melhor combinação no teste às cegas com o catchup Heinz, que ficou em terceiro lugar da degustação, graças ao seu equilíbrio entre dulçor, acidez e sal. Já um membro do júri preferiu o Strumpf, por conta das notas de especiarias. Outropreferiu o italiano Mutti, por causa de seu sabor e textura.

Seja como par perfeito da batata frita, ou como um toque a mais para o hambúrguer, o hot-dog ou o misto quente, o fato é que o catchup está em todas. O molho à base de tomate, especiarias, vinagre, sal e açúcar, também é um curinga na cozinha. Pode ser utilizado como ingrediente do estrogonofe (na versão brasileira, claro), é base para o molho barbecue, além de dar uma levantada no clássico steak tartare francês.

Independentemente do uso do catchup, o fato é que o molho precisa preencher alguns requisitos para ser considerado de qualidade. “Tem que ter equilíbrio entre dulçor e acidez, além de um ter um toque de salinidade”, define o chef Paulo Yoller, da hamburgueria Meats, na capital paulista. Com essas características em mente, ele desenvolveu - em parceria com a Hela Spice - um catchup à base de tomate, especiarias e um toque de caramelo, que é servido com exclusividade em sua lanchonete.

'Paladar' testou às cegasdez marcas de catchup. Foto: Alex Silva/Estadão

Quem também faz o próprio catchup, assim como praticamente todos os ingredientes que compõem seus hot-dogs, é o chef Alexandre Park, que comanda o PoPa Artesanal Hot Dog, em São Paulo. Embora o molho ganhe um toque oriental, com vinagre de arroz e saquê mirin, não tem nada de exageros no sabor. “Para mim, o catchup tem que ser o mais neutro possível. Afinal, os protagonistas do hot-dog são o pão e a salsicha”, explica.

Como se trata de um ingrediente tão presente no nosso dia a dia, nas gôndolas dos supermercados não faltam opções. Com o objetivo de descobrir qual é o melhor, o Paladar organizou uma degustação com dez marcas. No carrinho de compras, só as versões tradicionais, que custaram entre R$ 7,89 e R$ 24,80.

Para encarar essa missão, reunimos um time de jurados, composto pelos chefs Yoller e Park; da professora do curso de gastronomia da Universidade Anhembi Morumbi Aline Guedes; e das chefs Giovanna Perrone, do restaurante Casa Rios e da lanchonete Zoe Sandwich Shop, e Júlia Tricate, do restaurante De Segunda.

Como foi feito o teste

Cada um dos integrantes do júri recebeu um delivery com as amostras de catchup identificadas apenas por números, ou seja, sem que pudessem identificar as marcas. Juntamente com os molhos, os jurados também receberam batatas chips temperadas com sal marinho da marca inglesa Tyrrells. O objetivo era apontar qual dos catchups daria o melhor “match” com a batata.

Jurados receberam em casa as amostras descaracterizadas. Foto: Alex Silva/Estadão

Os catchups foram avaliados a partir de critérios como aparência, textura, aroma e sabor. E o molho que recebeu a melhor pontuação foi o da marca Qualitá, produzido pela Predilecta para o Grupo Pão de Açúcar (GPA). Mas ele ficou apenas um ponto à frente do segundo colocado, o da marca norte-americana French's. O bronze ficou com a Heinz. A seguir, confira as avaliações:

*preços atualizados no dia 07/06/2024.

1° Qualitá

(R$ 10,99; 400g no Pão de Açúcar) Produzido pela Predilecta, o catchup da marca pertencente ao Grupo Pão de Açúcar (GPA) conquistou medalha de ouro na degustação às cegas. Feito com polpa de tomate, açúcar, vinagre e sal, é o único da seleção a levar pectina, muito utilizada na produção de geleias para dar consistência. Com textura cremosa e brilho intenso, tem uma coloração avermelhada mais escura. Outro ponto positivo se deve ao sabor. “Esse tem boa acidez e bastante gosto de tomate”, elogia um dos jurados.

O catchup da Qualitá levou o Selo Paladar de melhor do mercado Foto: Alex Silva

2° French’s

(R$ 29,90; 567g na venda online do Pátio Gourmet) Com apenas um ponto de diferença do primeiro colocado, o catchup produzido nos Estados Unidos ganhou medalha de prata no teste às cegas. Além dos ingredientes clássicos, como concentrado de tomate, açúcar, vinagre e sal, o molho da marca também leva cebola em pó. De acordo com a embalagem, o produto tem aromas e sabores naturais. De coloração avermelhada viva, tem brilho e textura cremosa. Na boca, apresenta um tom a mais de acidez e notas de caramelo. “Dá para sentir um leve toque de especiarias”, comenta um dos jurados.

Catchup French's. Foto: Alex Silva/Estadão

3° Heinz

(R$ 14,99; 397g no Pão de Açúcar) Produzido no Brasil, o catchup da marca norte-americana leva apenas seis ingredientes: tomate, açúcar, vinagre, sal, cebola e aroma natural - não especificado na formulação. Com textura cremosa e brilho intenso, apresenta uma coloração avermelhada mais viva. Já na avaliação gustativa, o que sobressai é o sabor do tomate. Embora tenha acidez e dulçor na medida certa, falta complexidade. “O sabor é o que eu espero de um catchup, mas não vai além disso”, observa um dos membros do júri.

Catchup Heinz. Foto: Alex Silva/Estadão

4° Budweiser

(R$ 17,98; 340g no Mambo Delivery) Desenvolvido pela Blue Hops, o catchup tradicional da marca de cervejas combina malte e lúpulo, além de tomate e especiarias na formulação. Com textura mais rústica, típica dos artesanais, o molho tem uma coloração avermelhada mais escura. Quanto ao sabor, sobressai o tomate, mas tem um tom a mais de acidez. “Falta complexidade”, avalia um dos jurados. Porém, esse dividiu opiniões. “Achei esse bem saboroso. Um dos meus favoritos”, comenta outro jurado.

Catchup Budweiser. Foto: Alex Silva/Estadão

5° Mutti

(R$ 24,70; 340g na Casa Santa Luzia) Produzido em Parma, na Itália, é o único que vem na garrafinha de vidro. Além de não ter conservantes nem espessantes, 2,2 quilos de tomate fresco são utilizados para produzir um quilo de catchup, de acordo com informações da embalagem. Elaborado com tomates italianos, tem coloração avermelhada vibrante, além de brilho e cremosidade. Na boca, o que predomina é o sabor do tomate e tem um tom a mais de dulçor. “Lembra mais um molho de tomate do que um catchup”, comenta um dos jurados.

Catchup Mutti. Foto: Alex Silva/Estadão

6° Hellmann’s

(R$ 14,79; 380g no Pão de Açúcar) Embora seja mais conhecida pela maionese, a marca pertencente à Unilever também tem uma linha de catchups. A versão tradicional é elaborada com ingredientes clássicos, além de goma xantana, ácido cítrico e outros componentes de nome difícil, como o carboximetilcelulose. Com brilho intenso e coloração vermelha brilhante, a aparência é o ponto alto. “Apesar da consistência cremosa, a textura é um pouco gelatinosa”, observa um membro do júri. Com um tom a mais de dulçor, de sal e de acidez, poderia ter mais sabor de tomate.

Catchup Hellmman's. Foto: Alex Silva/Estadão

7° Strumpf

(R$ 18,40; 210g na Casa Santa Luzia) Como o próprio rótulo diz, o catchup tradicional da marca é rústico, ou seja, mais pedaçudo que outros produtos do gênero. Além de tomate, vinagre, sal e especiarias, o molho também leva açúcar mascavo na formulação. Com textura um pouco mais líquida, é levemente opaco e tem uma coloração mais puxada para o marrom. “Parece mais artesanal”, aponta um dos jurados. Na boca, o que predomina são as especiarias, que encobrem o sabor do tomate, mas poderia ter mais dulçor e salinidade.

Catchup Strumpf. Foto: Alex Silva/Estadão

8° Cepêra

(R$ 10,39; 400g na loja online da Cepêra) Tem como base tomate, açúcar, vinagre, sal, além de espessantes, conservantes e aromatizantes. Com textura levemente gelatinosa, o catchup apresenta coloração avermelhada e levemente opaca, além de uma textura mais líquida. Quanto ao sabor, tem pouca acidez e é mais doce do que o necessário. “O que se destaca é o sabor do caramelo, não o do tomate”, comenta um dos jurados.

Catchup Cepêra. Foto: Alex Silva/Estadão

9° Arisco

(R$ 9,89; 370g no Sonda) A marca, que faz parte do guarda-chuva da Unilever, tem como base tomate, vinagre, açúcar e sal, além de carboximetilcelulose sódica, goma xantana, ácido ascórbico e por aí vai. Com coloração alaranjada e muito brilho, tem textura levemente gelatinosa. Na boca, sente-se um tom a mais de sal, açúcar e vinagre. E mal dá para sentir o sabor do tomate. “Com certeza, esse é industrializado. Dá para sentir a presença de emulsificante e estabilizante”, comenta um dos jurados.

Catchup Arisco. Foto: Alex Silva/Estadão

10° Hemmer

(R$ 9,99; 320g no Pão de Açúcar) Com sede em Blumenau (SC), a empresa especializada em molhos e conservas tem o catchup tradicional em seu portfólio. Feito com polpa de tomate, açúcar, vinagre, sal e especiarias, a formulação ainda leva conservantes, acidulantes e espessantes. Mas o que chama atenção no rótulo é que o primeiro ingrediente mencionado é água, o que reflete na textura do molho, a mais líquida do teste. “O aroma do tomate poderia ser mais presente”, aponta um dos membros do júri. Com sabor mais neutro e sem notas de especiarias, tem pouco sal e dulçor.

Catchup Hemmer. Foto: Alex Silva/Estadão

Conheça os jurados

Alexandre Park, @popaartesanal Depois de quase duas décadas de atuação em advocacia empresarial, Park largou tudo para se dedicar à sua verdadeira paixão: a cozinha. Pós-graduado em gastronomia, passou por restaurantes como Kinoshita, D.O.M. e Maní. Durante três anos, ele rodou os Estados Unidos e Canadá pesquisando estilos de hot-dog. Toda essa pesquisa resultou no PoPa Artesanal Hot Dog, lanchonete especializada no sanduíche que funciona na rua Oscar Freire.

Aline Guedes, @chefalineguedes Mestre em Hospitalidade e especialista em vinhos, trabalhou com chefs como Alex Atala e Bel Coelho. E, no exterior, passou uma temporada como subchef de um hotel em Dubai, nos Emirados Árabes. Ex-participante do reality show Mestre do Sabor (Rede Globo), atualmente é professora do curso de gastronomia da Universidade Anhembi Morumbi.

Giovanna Perrone, @gi.perrone Nascida em Santos (SP), Giovanna veio para a capital paulista estudar gastronomia. E, em São Paulo, abriu o Rios na companhia do namorado, o chef Rodrigo Aguiar. Vencedora do concurso Talentos da Gastronomia Nespresso, que trouxe a ela a oportunidade de trabalhar em restaurantes do chef francês Alain Ducasse, ela foi campeã da primeira temporada do reality show Top Chef Brasil (Record TV). Atualmente, comanda o Casa Rios com Aguiar, além da Zoe Sandwich Shop.

A chef Giovanna Perrone provando os catchups às cegas. Foto: Taba Benedicto/Estadão

Júlia Tricate, @jutricate Formada em gastronomia, Júlia iniciou a sua carreira com o chef Rodrigo Oliveira no restaurante Mocotó. Com passagens pela Fundação Alícia, do lendário chef Ferran Adrià, em Barcelona, na Espanha, e pelo restaurante Noma, em Copenhague, na Dinamarca, ela venceu o reality show The Taste Brasil (GNT). E, na companhia de seu marido, o chef Gabriel Coelho, ela comanda o restaurante De Segunda. Em breve, eles vão abrir o Botequim De Primeira, na Vila Madalena.

Paulo Yoller, @pauloyoller Formado em gastronomia, Yoller passou por restaurantes como o Fasano e o La Tambouille, mas foi em um açougue que ele descobriu a sua paixão pelas carnes. Depois de passar pela cozinha da Butcher's Market, em 2012, ele abriu a sua hamburgueria, a Meats, que funciona até hoje em uma esquina na Rua dos Pinheiros. Recentemente, ele venceu o reality show Cook Island - Ilha do Sabor (GNT).

Qual catchup combina mais com a batata chips?

Além de avaliar os catchups, o júri recebeu a missão de eleger qual das marcas dá o melhor “match” com as batatas chips. Porém, não houve consenso entre eles - pelo contrário. Cada um escolheu uma marca diferente.

Enquanto um membro do júri preferiu o French’s, que ficou com a medalha de prata por conta de sua acidez e dulçor, outro jurado elegeu o da Budweiser como a melhor opção por conta de seu dulçor acentuado, que contrastou bem com o sal das batatas.

Outro jurado apontou a melhor combinação no teste às cegas com o catchup Heinz, que ficou em terceiro lugar da degustação, graças ao seu equilíbrio entre dulçor, acidez e sal. Já um membro do júri preferiu o Strumpf, por conta das notas de especiarias. Outropreferiu o italiano Mutti, por causa de seu sabor e textura.

Seja como par perfeito da batata frita, ou como um toque a mais para o hambúrguer, o hot-dog ou o misto quente, o fato é que o catchup está em todas. O molho à base de tomate, especiarias, vinagre, sal e açúcar, também é um curinga na cozinha. Pode ser utilizado como ingrediente do estrogonofe (na versão brasileira, claro), é base para o molho barbecue, além de dar uma levantada no clássico steak tartare francês.

Independentemente do uso do catchup, o fato é que o molho precisa preencher alguns requisitos para ser considerado de qualidade. “Tem que ter equilíbrio entre dulçor e acidez, além de um ter um toque de salinidade”, define o chef Paulo Yoller, da hamburgueria Meats, na capital paulista. Com essas características em mente, ele desenvolveu - em parceria com a Hela Spice - um catchup à base de tomate, especiarias e um toque de caramelo, que é servido com exclusividade em sua lanchonete.

'Paladar' testou às cegasdez marcas de catchup. Foto: Alex Silva/Estadão

Quem também faz o próprio catchup, assim como praticamente todos os ingredientes que compõem seus hot-dogs, é o chef Alexandre Park, que comanda o PoPa Artesanal Hot Dog, em São Paulo. Embora o molho ganhe um toque oriental, com vinagre de arroz e saquê mirin, não tem nada de exageros no sabor. “Para mim, o catchup tem que ser o mais neutro possível. Afinal, os protagonistas do hot-dog são o pão e a salsicha”, explica.

Como se trata de um ingrediente tão presente no nosso dia a dia, nas gôndolas dos supermercados não faltam opções. Com o objetivo de descobrir qual é o melhor, o Paladar organizou uma degustação com dez marcas. No carrinho de compras, só as versões tradicionais, que custaram entre R$ 7,89 e R$ 24,80.

Para encarar essa missão, reunimos um time de jurados, composto pelos chefs Yoller e Park; da professora do curso de gastronomia da Universidade Anhembi Morumbi Aline Guedes; e das chefs Giovanna Perrone, do restaurante Casa Rios e da lanchonete Zoe Sandwich Shop, e Júlia Tricate, do restaurante De Segunda.

Como foi feito o teste

Cada um dos integrantes do júri recebeu um delivery com as amostras de catchup identificadas apenas por números, ou seja, sem que pudessem identificar as marcas. Juntamente com os molhos, os jurados também receberam batatas chips temperadas com sal marinho da marca inglesa Tyrrells. O objetivo era apontar qual dos catchups daria o melhor “match” com a batata.

Jurados receberam em casa as amostras descaracterizadas. Foto: Alex Silva/Estadão

Os catchups foram avaliados a partir de critérios como aparência, textura, aroma e sabor. E o molho que recebeu a melhor pontuação foi o da marca Qualitá, produzido pela Predilecta para o Grupo Pão de Açúcar (GPA). Mas ele ficou apenas um ponto à frente do segundo colocado, o da marca norte-americana French's. O bronze ficou com a Heinz. A seguir, confira as avaliações:

*preços atualizados no dia 07/06/2024.

1° Qualitá

(R$ 10,99; 400g no Pão de Açúcar) Produzido pela Predilecta, o catchup da marca pertencente ao Grupo Pão de Açúcar (GPA) conquistou medalha de ouro na degustação às cegas. Feito com polpa de tomate, açúcar, vinagre e sal, é o único da seleção a levar pectina, muito utilizada na produção de geleias para dar consistência. Com textura cremosa e brilho intenso, tem uma coloração avermelhada mais escura. Outro ponto positivo se deve ao sabor. “Esse tem boa acidez e bastante gosto de tomate”, elogia um dos jurados.

O catchup da Qualitá levou o Selo Paladar de melhor do mercado Foto: Alex Silva

2° French’s

(R$ 29,90; 567g na venda online do Pátio Gourmet) Com apenas um ponto de diferença do primeiro colocado, o catchup produzido nos Estados Unidos ganhou medalha de prata no teste às cegas. Além dos ingredientes clássicos, como concentrado de tomate, açúcar, vinagre e sal, o molho da marca também leva cebola em pó. De acordo com a embalagem, o produto tem aromas e sabores naturais. De coloração avermelhada viva, tem brilho e textura cremosa. Na boca, apresenta um tom a mais de acidez e notas de caramelo. “Dá para sentir um leve toque de especiarias”, comenta um dos jurados.

Catchup French's. Foto: Alex Silva/Estadão

3° Heinz

(R$ 14,99; 397g no Pão de Açúcar) Produzido no Brasil, o catchup da marca norte-americana leva apenas seis ingredientes: tomate, açúcar, vinagre, sal, cebola e aroma natural - não especificado na formulação. Com textura cremosa e brilho intenso, apresenta uma coloração avermelhada mais viva. Já na avaliação gustativa, o que sobressai é o sabor do tomate. Embora tenha acidez e dulçor na medida certa, falta complexidade. “O sabor é o que eu espero de um catchup, mas não vai além disso”, observa um dos membros do júri.

Catchup Heinz. Foto: Alex Silva/Estadão

4° Budweiser

(R$ 17,98; 340g no Mambo Delivery) Desenvolvido pela Blue Hops, o catchup tradicional da marca de cervejas combina malte e lúpulo, além de tomate e especiarias na formulação. Com textura mais rústica, típica dos artesanais, o molho tem uma coloração avermelhada mais escura. Quanto ao sabor, sobressai o tomate, mas tem um tom a mais de acidez. “Falta complexidade”, avalia um dos jurados. Porém, esse dividiu opiniões. “Achei esse bem saboroso. Um dos meus favoritos”, comenta outro jurado.

Catchup Budweiser. Foto: Alex Silva/Estadão

5° Mutti

(R$ 24,70; 340g na Casa Santa Luzia) Produzido em Parma, na Itália, é o único que vem na garrafinha de vidro. Além de não ter conservantes nem espessantes, 2,2 quilos de tomate fresco são utilizados para produzir um quilo de catchup, de acordo com informações da embalagem. Elaborado com tomates italianos, tem coloração avermelhada vibrante, além de brilho e cremosidade. Na boca, o que predomina é o sabor do tomate e tem um tom a mais de dulçor. “Lembra mais um molho de tomate do que um catchup”, comenta um dos jurados.

Catchup Mutti. Foto: Alex Silva/Estadão

6° Hellmann’s

(R$ 14,79; 380g no Pão de Açúcar) Embora seja mais conhecida pela maionese, a marca pertencente à Unilever também tem uma linha de catchups. A versão tradicional é elaborada com ingredientes clássicos, além de goma xantana, ácido cítrico e outros componentes de nome difícil, como o carboximetilcelulose. Com brilho intenso e coloração vermelha brilhante, a aparência é o ponto alto. “Apesar da consistência cremosa, a textura é um pouco gelatinosa”, observa um membro do júri. Com um tom a mais de dulçor, de sal e de acidez, poderia ter mais sabor de tomate.

Catchup Hellmman's. Foto: Alex Silva/Estadão

7° Strumpf

(R$ 18,40; 210g na Casa Santa Luzia) Como o próprio rótulo diz, o catchup tradicional da marca é rústico, ou seja, mais pedaçudo que outros produtos do gênero. Além de tomate, vinagre, sal e especiarias, o molho também leva açúcar mascavo na formulação. Com textura um pouco mais líquida, é levemente opaco e tem uma coloração mais puxada para o marrom. “Parece mais artesanal”, aponta um dos jurados. Na boca, o que predomina são as especiarias, que encobrem o sabor do tomate, mas poderia ter mais dulçor e salinidade.

Catchup Strumpf. Foto: Alex Silva/Estadão

8° Cepêra

(R$ 10,39; 400g na loja online da Cepêra) Tem como base tomate, açúcar, vinagre, sal, além de espessantes, conservantes e aromatizantes. Com textura levemente gelatinosa, o catchup apresenta coloração avermelhada e levemente opaca, além de uma textura mais líquida. Quanto ao sabor, tem pouca acidez e é mais doce do que o necessário. “O que se destaca é o sabor do caramelo, não o do tomate”, comenta um dos jurados.

Catchup Cepêra. Foto: Alex Silva/Estadão

9° Arisco

(R$ 9,89; 370g no Sonda) A marca, que faz parte do guarda-chuva da Unilever, tem como base tomate, vinagre, açúcar e sal, além de carboximetilcelulose sódica, goma xantana, ácido ascórbico e por aí vai. Com coloração alaranjada e muito brilho, tem textura levemente gelatinosa. Na boca, sente-se um tom a mais de sal, açúcar e vinagre. E mal dá para sentir o sabor do tomate. “Com certeza, esse é industrializado. Dá para sentir a presença de emulsificante e estabilizante”, comenta um dos jurados.

Catchup Arisco. Foto: Alex Silva/Estadão

10° Hemmer

(R$ 9,99; 320g no Pão de Açúcar) Com sede em Blumenau (SC), a empresa especializada em molhos e conservas tem o catchup tradicional em seu portfólio. Feito com polpa de tomate, açúcar, vinagre, sal e especiarias, a formulação ainda leva conservantes, acidulantes e espessantes. Mas o que chama atenção no rótulo é que o primeiro ingrediente mencionado é água, o que reflete na textura do molho, a mais líquida do teste. “O aroma do tomate poderia ser mais presente”, aponta um dos membros do júri. Com sabor mais neutro e sem notas de especiarias, tem pouco sal e dulçor.

Catchup Hemmer. Foto: Alex Silva/Estadão

Conheça os jurados

Alexandre Park, @popaartesanal Depois de quase duas décadas de atuação em advocacia empresarial, Park largou tudo para se dedicar à sua verdadeira paixão: a cozinha. Pós-graduado em gastronomia, passou por restaurantes como Kinoshita, D.O.M. e Maní. Durante três anos, ele rodou os Estados Unidos e Canadá pesquisando estilos de hot-dog. Toda essa pesquisa resultou no PoPa Artesanal Hot Dog, lanchonete especializada no sanduíche que funciona na rua Oscar Freire.

Aline Guedes, @chefalineguedes Mestre em Hospitalidade e especialista em vinhos, trabalhou com chefs como Alex Atala e Bel Coelho. E, no exterior, passou uma temporada como subchef de um hotel em Dubai, nos Emirados Árabes. Ex-participante do reality show Mestre do Sabor (Rede Globo), atualmente é professora do curso de gastronomia da Universidade Anhembi Morumbi.

Giovanna Perrone, @gi.perrone Nascida em Santos (SP), Giovanna veio para a capital paulista estudar gastronomia. E, em São Paulo, abriu o Rios na companhia do namorado, o chef Rodrigo Aguiar. Vencedora do concurso Talentos da Gastronomia Nespresso, que trouxe a ela a oportunidade de trabalhar em restaurantes do chef francês Alain Ducasse, ela foi campeã da primeira temporada do reality show Top Chef Brasil (Record TV). Atualmente, comanda o Casa Rios com Aguiar, além da Zoe Sandwich Shop.

A chef Giovanna Perrone provando os catchups às cegas. Foto: Taba Benedicto/Estadão

Júlia Tricate, @jutricate Formada em gastronomia, Júlia iniciou a sua carreira com o chef Rodrigo Oliveira no restaurante Mocotó. Com passagens pela Fundação Alícia, do lendário chef Ferran Adrià, em Barcelona, na Espanha, e pelo restaurante Noma, em Copenhague, na Dinamarca, ela venceu o reality show The Taste Brasil (GNT). E, na companhia de seu marido, o chef Gabriel Coelho, ela comanda o restaurante De Segunda. Em breve, eles vão abrir o Botequim De Primeira, na Vila Madalena.

Paulo Yoller, @pauloyoller Formado em gastronomia, Yoller passou por restaurantes como o Fasano e o La Tambouille, mas foi em um açougue que ele descobriu a sua paixão pelas carnes. Depois de passar pela cozinha da Butcher's Market, em 2012, ele abriu a sua hamburgueria, a Meats, que funciona até hoje em uma esquina na Rua dos Pinheiros. Recentemente, ele venceu o reality show Cook Island - Ilha do Sabor (GNT).

Qual catchup combina mais com a batata chips?

Além de avaliar os catchups, o júri recebeu a missão de eleger qual das marcas dá o melhor “match” com as batatas chips. Porém, não houve consenso entre eles - pelo contrário. Cada um escolheu uma marca diferente.

Enquanto um membro do júri preferiu o French’s, que ficou com a medalha de prata por conta de sua acidez e dulçor, outro jurado elegeu o da Budweiser como a melhor opção por conta de seu dulçor acentuado, que contrastou bem com o sal das batatas.

Outro jurado apontou a melhor combinação no teste às cegas com o catchup Heinz, que ficou em terceiro lugar da degustação, graças ao seu equilíbrio entre dulçor, acidez e sal. Já um membro do júri preferiu o Strumpf, por conta das notas de especiarias. Outropreferiu o italiano Mutti, por causa de seu sabor e textura.

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