Qual o melhor chá verde de saquinho?


Time de especialistas avaliou 10 marcas encontradas nas redes de supermercado

Por Chris Campos
Atualização:

“Um bom chá verde é aquele que você coloca na boca e te acolhe, te dá um momento gostoso”, acredita a chef de cozinha Telma Shiraishi, do restaurante Aizomê @aizomerestaurante e do Aizomê Café, um dos mais bem cotados da cidade. Telma é uma apaixonada pela bebida mais consumida no Japão, tanto pelo sabor e pela tradição quanto pelos benefícios à saúde.

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Assista o 10 Tempos Paladar com Telma Shiraishi

A bebida feita a partir das folhas da planta camellia sinensis tem, em sua composição, antioxidades e cafeína, dupla que ajuda a proteger regiões do cérebro associadas a memorização e aprendizado. Há estudos que associam o consumo de chá verde à redução do colesterol.

O tempo de preparo de cada um dos chás testados foi seguido à risca segundo as informações das respectivas embalagens Foto: Tiago Queiroz / ESTADÃO
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Qual é o verdadeiro chá verde?

São muitos os tipos de chá verde. Dependendo do tempo de colheita e dos processos de produção, a bebida tem variações de cor e de sabor. Por ser tão múltiplo, o chá verde pode ser harmonizado com diversos tipos de comidas, entre sabores salgados e doces. Telma Shiraishi é categórica ao afirmar que a bebida que mais combina com sushi e com doces japoneses é o chá verde. “No Japão tem um chá verde para cada momento do dia”, acrescenta a chef.

A sommelier de chás, Paty Akemi, proprietária de uma casa especializada na bebida, a Mori Chazeria @morichazeria, acrescenta: “Temos chás tostados, outros mais frescos, com notas florais, mais frutados; tudo isso faz com que essa complexidade de sabores torne o chá verde uma bebida muito interessante quando harmonizada com a comida”.

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Os chás foram servidos aos jurados em copinhos numerados Foto: Tiago Queiroz / ESTADÃO

Pode tomar chá verde todos os dias?

Com tanta versatilidade e benefícios, por que não incluir o chá verde no dia-a-dia? Uma boa maneira de começar a experimentar chá verde é optar pelas versões em saquinhos disponíveis nas prateleiras dos supermercados. Paladar selecionou 14 marcas para o teste. Dessas, quatro marcas foram desclassificadas pelo júri durante a avaliação por apresentarem algum tipo de contaminação por sabor, geralmente de outras ervas, como hortelã, carqueja, camomila...

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Um dos jurados do teste, o especialista em chás, Benício Coura @chado.oficial, explica: “Tivemos que ignorar algumas marcas porque elas apresentaram contaminação de sabor, não sabemos em qual parte do processo.”

Os time de especialistas convidado para o teste de chá verde, a partir da esquerda: Paty Akemi, sommelier de chás, proprietária da Mori Chazeria; a sommelier de chás Cleo Reis, a chef de cozinha Telma Shiraishi, proprietária do restaurante Aizomê, e o especialista em chás Benício Coura Foto: Tiago Queiroz / ESTADÃO

Para que serve o chá verde?

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“Além de a bebida ser um bom acompanhamento para pratos doces e salgados, o importante é que ela seja um momento de prazer no seu dia”, acredita Paty Akemi. A especialista diz que ainda há resistência de muitas pessoas em tomar chá verde por conta do amargor da bebida, que nem sempre é o sabor predominante no chá verde. Ela explica: “Há o frescor, o dulçor, muitas vezes umami, o salgado, notas muito bonitas de sabor e aroma no chá verde, você só precisa entender qual é o seu sabor preferido”.

Uma curiosidade interessante a respeito do teste - realizado às cegas em uma tarde quente na Mori Chazeria, no bairro dos Jardins, em São Paulo - foi o fato de as três marcas melhor avaliadas serem brasileiras.

Durante o teste, o time de jurados convidados por Paladar provou chás em saquinho preparados na hora segundo o modo de preparo descrito em suas respectivas embalagens. Nesse ponto, algumas marcas deixaram a desejar. “De maneira geral, os rótulos dos chás são mal formulados porque não existem na indústria especialistas em chá para avaliar o sabor ideal desse chá para entregar ao consumidor”, avalia Benício Coura.

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Qual é o melhor chá verde?

Foi uma avaliação bastante criteriosa, em que os jurados tiveram tempo para degustar calmamente cada um dos chás, sentir os aromas das folhas antes e depois da infusão em água quente e também observar com cuidado critérios como cor, amargor, dulçor, umami e complexidade de sabores da bebida.

“Deu para notar muita diferença de qualidade, principalmente, e ver que temos muita coisa boa aqui no Brasil”, atesta Cleo Reis @cleocharista, que detém o título de melhor sommelier de chá do Brasil. Uma dica valiosa da especialista: preste atenção ao rótulo do chá que você compra. “Algumas embalagens são bem precisas com relação ao tempo de infusão do chá e quantidade água ideal para mergulhar o saquinho de chá”, explica. “Isso indica um maior cuidado do fabricante com relação ao chá que ele está oferecendo ao consumidor”.

Abaixo você confere a marca que levou o Selo Paladar. E as demais, listadas em ordem alfabética, com os comentários dos jurados do teste.

A marca brasileira Yamamotoyama levou o Selo Paladar no teste de chá verde Foto: Tiago Queiroz / ESTADÃO

O melhor chá verde de saquinho

  1. YAMAMOTOYAMA
  2. AMAYA
  3. YAMAMOTOYAMA Orgânico
As 10 marcas avaliadas pelo time de jurados; nos copos de chá nota-se as variações de cores das bebidas  Foto: Tiago Queiroz / ESTADÃO

Os 10 chás verdes na avaliação do júri, em ordem alfabética



Ahmad Tea

Um chá com muitos defeitos de processamento. A impressão de sabor foi de folhas de chá velhas, já bastante oxidadas. A acidez metálica também não agradou... (R$ 15,40, 20 g ou 10 sachês)

Amaya

Um chá de corpo interessante, aroma intenso e bem equilibrado. No quesito sabor, apresentou notas que remetem a milho e aspargo, além de um amargor agradável. Perfeito para quem está começando a se encantar com o sabor do chá verde. O chá ocupa o segundo lugar no ranking deste teste (R$ 8,90, 30 g ou 15 sachês)

Organic

Um chá avaliado como “flat”, sem brilho e de pouca complexidade. Não entregou nem sabor, nem aroma (R$ 12,10, 13 g ou 10 sachês)

Taeq

O sabor fresco e agradável remete ao do chá preto. Um dos jurados apontou uma acidez que não deveria estar presente em um chá verde (R$ 8,59, 24 g ou 15 saquinhos)

Teekanne

Um chá com leve adstringência que remete ao sabor do chá verde chinês. Foi identificado um amargor pouco agradável na bebida. As folhas contidas no saquinho se desprendem durante a infusão (R$ 42,00, 35 g ou 20 sachês)

The Vert

O chá apresentou coloração muito escura, folhas muito picadas e sem nenhuma nota aromática. Na boca, a sensação metálica no final não agradou. Os jurados também apontaram falta de complexidade de sabores (R$ 16,80, 50 g ou 25 sachês)

The Vert de Chine

“Lembrou chá de erva-mate”, atestou um dos jurados. O sabor doce e caramelado ficou distante do esperado para um chá verde. Aroma e sabor foram avaliados como muito fracos, apesar de serem agradáveis (R$ 14,60, 40 g ou 20 sachês)

Twinings

“Sabor de chá velho”, anotou um dos jurados. O chá também se apresentou sabor residual metálico e um amargor negativo muito presente. “Não tem perfil de chá verde”, atestou outro integrante do júri (R$ 25,99, 20 g ou 10 sachês)

Yamamotoyama

Nosso campeão da vez foi avaliado com muito próximo de um autêntico chá verde japonês. Com boa granulometria e bem redondo. Apresentou notas complexas, umami e aroma bastante presente. “Uma grata surpresa“, nas palavras de um dos jurados (R$ 8,50, 30 g ou 15 sachês)

Yamamotoyama Orgânico

Um chá de sabor delicado, adocicado e floral. Aroma suave, umami leve e presente e boa complexidade de sabores. A embalagem recomenda infusão de 1 minuto para o preparo do chá, mas os jurados avaliaram que 2 minutos é o tempo ideal para extrair o melhor deste chá que ocupa o terceiro lugar no nosso teste (R$ 12,10, 30 g ou 15 sachês)

Matcha com fruta vira tendência em São Paulo

Quais os benefícios do matcha?

Matcha é o mesmo que chá verde?

“Um bom chá verde é aquele que você coloca na boca e te acolhe, te dá um momento gostoso”, acredita a chef de cozinha Telma Shiraishi, do restaurante Aizomê @aizomerestaurante e do Aizomê Café, um dos mais bem cotados da cidade. Telma é uma apaixonada pela bebida mais consumida no Japão, tanto pelo sabor e pela tradição quanto pelos benefícios à saúde.

Assista o 10 Tempos Paladar com Telma Shiraishi

A bebida feita a partir das folhas da planta camellia sinensis tem, em sua composição, antioxidades e cafeína, dupla que ajuda a proteger regiões do cérebro associadas a memorização e aprendizado. Há estudos que associam o consumo de chá verde à redução do colesterol.

O tempo de preparo de cada um dos chás testados foi seguido à risca segundo as informações das respectivas embalagens Foto: Tiago Queiroz / ESTADÃO

Qual é o verdadeiro chá verde?

São muitos os tipos de chá verde. Dependendo do tempo de colheita e dos processos de produção, a bebida tem variações de cor e de sabor. Por ser tão múltiplo, o chá verde pode ser harmonizado com diversos tipos de comidas, entre sabores salgados e doces. Telma Shiraishi é categórica ao afirmar que a bebida que mais combina com sushi e com doces japoneses é o chá verde. “No Japão tem um chá verde para cada momento do dia”, acrescenta a chef.

A sommelier de chás, Paty Akemi, proprietária de uma casa especializada na bebida, a Mori Chazeria @morichazeria, acrescenta: “Temos chás tostados, outros mais frescos, com notas florais, mais frutados; tudo isso faz com que essa complexidade de sabores torne o chá verde uma bebida muito interessante quando harmonizada com a comida”.

Os chás foram servidos aos jurados em copinhos numerados Foto: Tiago Queiroz / ESTADÃO

Pode tomar chá verde todos os dias?

Com tanta versatilidade e benefícios, por que não incluir o chá verde no dia-a-dia? Uma boa maneira de começar a experimentar chá verde é optar pelas versões em saquinhos disponíveis nas prateleiras dos supermercados. Paladar selecionou 14 marcas para o teste. Dessas, quatro marcas foram desclassificadas pelo júri durante a avaliação por apresentarem algum tipo de contaminação por sabor, geralmente de outras ervas, como hortelã, carqueja, camomila...

Um dos jurados do teste, o especialista em chás, Benício Coura @chado.oficial, explica: “Tivemos que ignorar algumas marcas porque elas apresentaram contaminação de sabor, não sabemos em qual parte do processo.”

Os time de especialistas convidado para o teste de chá verde, a partir da esquerda: Paty Akemi, sommelier de chás, proprietária da Mori Chazeria; a sommelier de chás Cleo Reis, a chef de cozinha Telma Shiraishi, proprietária do restaurante Aizomê, e o especialista em chás Benício Coura Foto: Tiago Queiroz / ESTADÃO

Para que serve o chá verde?

“Além de a bebida ser um bom acompanhamento para pratos doces e salgados, o importante é que ela seja um momento de prazer no seu dia”, acredita Paty Akemi. A especialista diz que ainda há resistência de muitas pessoas em tomar chá verde por conta do amargor da bebida, que nem sempre é o sabor predominante no chá verde. Ela explica: “Há o frescor, o dulçor, muitas vezes umami, o salgado, notas muito bonitas de sabor e aroma no chá verde, você só precisa entender qual é o seu sabor preferido”.

Uma curiosidade interessante a respeito do teste - realizado às cegas em uma tarde quente na Mori Chazeria, no bairro dos Jardins, em São Paulo - foi o fato de as três marcas melhor avaliadas serem brasileiras.

Durante o teste, o time de jurados convidados por Paladar provou chás em saquinho preparados na hora segundo o modo de preparo descrito em suas respectivas embalagens. Nesse ponto, algumas marcas deixaram a desejar. “De maneira geral, os rótulos dos chás são mal formulados porque não existem na indústria especialistas em chá para avaliar o sabor ideal desse chá para entregar ao consumidor”, avalia Benício Coura.

Qual é o melhor chá verde?

Foi uma avaliação bastante criteriosa, em que os jurados tiveram tempo para degustar calmamente cada um dos chás, sentir os aromas das folhas antes e depois da infusão em água quente e também observar com cuidado critérios como cor, amargor, dulçor, umami e complexidade de sabores da bebida.

“Deu para notar muita diferença de qualidade, principalmente, e ver que temos muita coisa boa aqui no Brasil”, atesta Cleo Reis @cleocharista, que detém o título de melhor sommelier de chá do Brasil. Uma dica valiosa da especialista: preste atenção ao rótulo do chá que você compra. “Algumas embalagens são bem precisas com relação ao tempo de infusão do chá e quantidade água ideal para mergulhar o saquinho de chá”, explica. “Isso indica um maior cuidado do fabricante com relação ao chá que ele está oferecendo ao consumidor”.

Abaixo você confere a marca que levou o Selo Paladar. E as demais, listadas em ordem alfabética, com os comentários dos jurados do teste.

A marca brasileira Yamamotoyama levou o Selo Paladar no teste de chá verde Foto: Tiago Queiroz / ESTADÃO

O melhor chá verde de saquinho

  1. YAMAMOTOYAMA
  2. AMAYA
  3. YAMAMOTOYAMA Orgânico
As 10 marcas avaliadas pelo time de jurados; nos copos de chá nota-se as variações de cores das bebidas  Foto: Tiago Queiroz / ESTADÃO

Os 10 chás verdes na avaliação do júri, em ordem alfabética



Ahmad Tea

Um chá com muitos defeitos de processamento. A impressão de sabor foi de folhas de chá velhas, já bastante oxidadas. A acidez metálica também não agradou... (R$ 15,40, 20 g ou 10 sachês)

Amaya

Um chá de corpo interessante, aroma intenso e bem equilibrado. No quesito sabor, apresentou notas que remetem a milho e aspargo, além de um amargor agradável. Perfeito para quem está começando a se encantar com o sabor do chá verde. O chá ocupa o segundo lugar no ranking deste teste (R$ 8,90, 30 g ou 15 sachês)

Organic

Um chá avaliado como “flat”, sem brilho e de pouca complexidade. Não entregou nem sabor, nem aroma (R$ 12,10, 13 g ou 10 sachês)

Taeq

O sabor fresco e agradável remete ao do chá preto. Um dos jurados apontou uma acidez que não deveria estar presente em um chá verde (R$ 8,59, 24 g ou 15 saquinhos)

Teekanne

Um chá com leve adstringência que remete ao sabor do chá verde chinês. Foi identificado um amargor pouco agradável na bebida. As folhas contidas no saquinho se desprendem durante a infusão (R$ 42,00, 35 g ou 20 sachês)

The Vert

O chá apresentou coloração muito escura, folhas muito picadas e sem nenhuma nota aromática. Na boca, a sensação metálica no final não agradou. Os jurados também apontaram falta de complexidade de sabores (R$ 16,80, 50 g ou 25 sachês)

The Vert de Chine

“Lembrou chá de erva-mate”, atestou um dos jurados. O sabor doce e caramelado ficou distante do esperado para um chá verde. Aroma e sabor foram avaliados como muito fracos, apesar de serem agradáveis (R$ 14,60, 40 g ou 20 sachês)

Twinings

“Sabor de chá velho”, anotou um dos jurados. O chá também se apresentou sabor residual metálico e um amargor negativo muito presente. “Não tem perfil de chá verde”, atestou outro integrante do júri (R$ 25,99, 20 g ou 10 sachês)

Yamamotoyama

Nosso campeão da vez foi avaliado com muito próximo de um autêntico chá verde japonês. Com boa granulometria e bem redondo. Apresentou notas complexas, umami e aroma bastante presente. “Uma grata surpresa“, nas palavras de um dos jurados (R$ 8,50, 30 g ou 15 sachês)

Yamamotoyama Orgânico

Um chá de sabor delicado, adocicado e floral. Aroma suave, umami leve e presente e boa complexidade de sabores. A embalagem recomenda infusão de 1 minuto para o preparo do chá, mas os jurados avaliaram que 2 minutos é o tempo ideal para extrair o melhor deste chá que ocupa o terceiro lugar no nosso teste (R$ 12,10, 30 g ou 15 sachês)

Matcha com fruta vira tendência em São Paulo

Quais os benefícios do matcha?

Matcha é o mesmo que chá verde?

“Um bom chá verde é aquele que você coloca na boca e te acolhe, te dá um momento gostoso”, acredita a chef de cozinha Telma Shiraishi, do restaurante Aizomê @aizomerestaurante e do Aizomê Café, um dos mais bem cotados da cidade. Telma é uma apaixonada pela bebida mais consumida no Japão, tanto pelo sabor e pela tradição quanto pelos benefícios à saúde.

Assista o 10 Tempos Paladar com Telma Shiraishi

A bebida feita a partir das folhas da planta camellia sinensis tem, em sua composição, antioxidades e cafeína, dupla que ajuda a proteger regiões do cérebro associadas a memorização e aprendizado. Há estudos que associam o consumo de chá verde à redução do colesterol.

O tempo de preparo de cada um dos chás testados foi seguido à risca segundo as informações das respectivas embalagens Foto: Tiago Queiroz / ESTADÃO

Qual é o verdadeiro chá verde?

São muitos os tipos de chá verde. Dependendo do tempo de colheita e dos processos de produção, a bebida tem variações de cor e de sabor. Por ser tão múltiplo, o chá verde pode ser harmonizado com diversos tipos de comidas, entre sabores salgados e doces. Telma Shiraishi é categórica ao afirmar que a bebida que mais combina com sushi e com doces japoneses é o chá verde. “No Japão tem um chá verde para cada momento do dia”, acrescenta a chef.

A sommelier de chás, Paty Akemi, proprietária de uma casa especializada na bebida, a Mori Chazeria @morichazeria, acrescenta: “Temos chás tostados, outros mais frescos, com notas florais, mais frutados; tudo isso faz com que essa complexidade de sabores torne o chá verde uma bebida muito interessante quando harmonizada com a comida”.

Os chás foram servidos aos jurados em copinhos numerados Foto: Tiago Queiroz / ESTADÃO

Pode tomar chá verde todos os dias?

Com tanta versatilidade e benefícios, por que não incluir o chá verde no dia-a-dia? Uma boa maneira de começar a experimentar chá verde é optar pelas versões em saquinhos disponíveis nas prateleiras dos supermercados. Paladar selecionou 14 marcas para o teste. Dessas, quatro marcas foram desclassificadas pelo júri durante a avaliação por apresentarem algum tipo de contaminação por sabor, geralmente de outras ervas, como hortelã, carqueja, camomila...

Um dos jurados do teste, o especialista em chás, Benício Coura @chado.oficial, explica: “Tivemos que ignorar algumas marcas porque elas apresentaram contaminação de sabor, não sabemos em qual parte do processo.”

Os time de especialistas convidado para o teste de chá verde, a partir da esquerda: Paty Akemi, sommelier de chás, proprietária da Mori Chazeria; a sommelier de chás Cleo Reis, a chef de cozinha Telma Shiraishi, proprietária do restaurante Aizomê, e o especialista em chás Benício Coura Foto: Tiago Queiroz / ESTADÃO

Para que serve o chá verde?

“Além de a bebida ser um bom acompanhamento para pratos doces e salgados, o importante é que ela seja um momento de prazer no seu dia”, acredita Paty Akemi. A especialista diz que ainda há resistência de muitas pessoas em tomar chá verde por conta do amargor da bebida, que nem sempre é o sabor predominante no chá verde. Ela explica: “Há o frescor, o dulçor, muitas vezes umami, o salgado, notas muito bonitas de sabor e aroma no chá verde, você só precisa entender qual é o seu sabor preferido”.

Uma curiosidade interessante a respeito do teste - realizado às cegas em uma tarde quente na Mori Chazeria, no bairro dos Jardins, em São Paulo - foi o fato de as três marcas melhor avaliadas serem brasileiras.

Durante o teste, o time de jurados convidados por Paladar provou chás em saquinho preparados na hora segundo o modo de preparo descrito em suas respectivas embalagens. Nesse ponto, algumas marcas deixaram a desejar. “De maneira geral, os rótulos dos chás são mal formulados porque não existem na indústria especialistas em chá para avaliar o sabor ideal desse chá para entregar ao consumidor”, avalia Benício Coura.

Qual é o melhor chá verde?

Foi uma avaliação bastante criteriosa, em que os jurados tiveram tempo para degustar calmamente cada um dos chás, sentir os aromas das folhas antes e depois da infusão em água quente e também observar com cuidado critérios como cor, amargor, dulçor, umami e complexidade de sabores da bebida.

“Deu para notar muita diferença de qualidade, principalmente, e ver que temos muita coisa boa aqui no Brasil”, atesta Cleo Reis @cleocharista, que detém o título de melhor sommelier de chá do Brasil. Uma dica valiosa da especialista: preste atenção ao rótulo do chá que você compra. “Algumas embalagens são bem precisas com relação ao tempo de infusão do chá e quantidade água ideal para mergulhar o saquinho de chá”, explica. “Isso indica um maior cuidado do fabricante com relação ao chá que ele está oferecendo ao consumidor”.

Abaixo você confere a marca que levou o Selo Paladar. E as demais, listadas em ordem alfabética, com os comentários dos jurados do teste.

A marca brasileira Yamamotoyama levou o Selo Paladar no teste de chá verde Foto: Tiago Queiroz / ESTADÃO

O melhor chá verde de saquinho

  1. YAMAMOTOYAMA
  2. AMAYA
  3. YAMAMOTOYAMA Orgânico
As 10 marcas avaliadas pelo time de jurados; nos copos de chá nota-se as variações de cores das bebidas  Foto: Tiago Queiroz / ESTADÃO

Os 10 chás verdes na avaliação do júri, em ordem alfabética



Ahmad Tea

Um chá com muitos defeitos de processamento. A impressão de sabor foi de folhas de chá velhas, já bastante oxidadas. A acidez metálica também não agradou... (R$ 15,40, 20 g ou 10 sachês)

Amaya

Um chá de corpo interessante, aroma intenso e bem equilibrado. No quesito sabor, apresentou notas que remetem a milho e aspargo, além de um amargor agradável. Perfeito para quem está começando a se encantar com o sabor do chá verde. O chá ocupa o segundo lugar no ranking deste teste (R$ 8,90, 30 g ou 15 sachês)

Organic

Um chá avaliado como “flat”, sem brilho e de pouca complexidade. Não entregou nem sabor, nem aroma (R$ 12,10, 13 g ou 10 sachês)

Taeq

O sabor fresco e agradável remete ao do chá preto. Um dos jurados apontou uma acidez que não deveria estar presente em um chá verde (R$ 8,59, 24 g ou 15 saquinhos)

Teekanne

Um chá com leve adstringência que remete ao sabor do chá verde chinês. Foi identificado um amargor pouco agradável na bebida. As folhas contidas no saquinho se desprendem durante a infusão (R$ 42,00, 35 g ou 20 sachês)

The Vert

O chá apresentou coloração muito escura, folhas muito picadas e sem nenhuma nota aromática. Na boca, a sensação metálica no final não agradou. Os jurados também apontaram falta de complexidade de sabores (R$ 16,80, 50 g ou 25 sachês)

The Vert de Chine

“Lembrou chá de erva-mate”, atestou um dos jurados. O sabor doce e caramelado ficou distante do esperado para um chá verde. Aroma e sabor foram avaliados como muito fracos, apesar de serem agradáveis (R$ 14,60, 40 g ou 20 sachês)

Twinings

“Sabor de chá velho”, anotou um dos jurados. O chá também se apresentou sabor residual metálico e um amargor negativo muito presente. “Não tem perfil de chá verde”, atestou outro integrante do júri (R$ 25,99, 20 g ou 10 sachês)

Yamamotoyama

Nosso campeão da vez foi avaliado com muito próximo de um autêntico chá verde japonês. Com boa granulometria e bem redondo. Apresentou notas complexas, umami e aroma bastante presente. “Uma grata surpresa“, nas palavras de um dos jurados (R$ 8,50, 30 g ou 15 sachês)

Yamamotoyama Orgânico

Um chá de sabor delicado, adocicado e floral. Aroma suave, umami leve e presente e boa complexidade de sabores. A embalagem recomenda infusão de 1 minuto para o preparo do chá, mas os jurados avaliaram que 2 minutos é o tempo ideal para extrair o melhor deste chá que ocupa o terceiro lugar no nosso teste (R$ 12,10, 30 g ou 15 sachês)

Matcha com fruta vira tendência em São Paulo

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