Há sempre um desbravador que, com sorte ou bom tino para negócios, instala seu restaurante em uma rua ainda pouco explorada, faz sucesso e vira chamariz para outras casas ainda sem ponto para se fixar. Um estabelecimento chama o outro – e assim nasce um corredor gastronômico, uma só via que reúne diferentes opções de programas para comer e beber.
Esse fenômeno não é novo – existem hoje diversas ruas já consagradas por sua vocação gastronômica, como é o caso da Rua dos Pinheiros, que nos últimos dez anos foi tomada por restaurantes, bares, lanchonetes e docerias. O sucesso foi tanto, que ela ficou pequena para abrigar tantos pretendentes. De uns tempos para cá, eles foram parar nas suas travessas.
Outro bom exemplo é a Rua Amauri, no Itaim Bibi, que despontou como corredor gastronômico no início dos anos 2000, viveu seus tempos de crise e, hoje, ganha fôlego com a chegada de novas casas – a mais recente é o restaurante Miù, de cozinha japonesa, que se junta a veteranos como o Parigi e a lanchonete Yellow Giraffe.
E como não falar da reocupação do centro da cidade? Na região da Praça da República, boa parte do que inaugurou recentemente se concentra na Rua Major Sertório. Quem diria? A mesma via que no passado legalizou os cortiços na cidade, hoje, fala sobre cafés especiais e métodos de extração.
Rua Major Sertório
Depois que Janaína e Jefferson Rueda resolveram reocupar o centro da cidade – com o pioneiro Bar da Dona Onça (2008), seguido pel’A Casa do Porco (2015), o Hot Pork (2018) e a Sorveteria do Centro (também de 2018) –, outras casas moderninhas, com serviço despojado, começaram a pipocar na região da Praça da República. Como boa parte delas fica concentrada na Rua Major Sertório, formou-se um novo corredor gastronômico. Veja aqui os destaque da rua.
Rua Amauri
Referência gastronômica no início dos anos 2000, a rua de pouco mais de 300 metros, localizada entre as movimentadas Faria Lima e 9 de Julho, perdeu seu prestígio com o fechamento de casas importantes, como Porto Rubaiyat e Ecco.
Mas, recentemente, empreendimentos abriram as portas por ali, dando novo sopro de vida à rua. Grande responsável por essa fase é o grupo +55, que no último ano abriu três restaurantes na via (Bagatelle, Bottega Bernacca e Miù) e promete mais dois até o fim de 2020.
“A Amauri é uma rua muito gostosa, com calçadas largas. Não tem como não tirar proveito de tudo isso. É muito bom ver de volta seu movimento nas noites de sexta-feira”, comemora Gabriel Carvalho, CEO do grupo. Veteranos e novatos compartilham este novo momento da rua. Veja a lista completa de restaurantes aqui.
Rua Guaicuí
Antes pacata, a pequena Rua Guacuí, nos arredores do Largo da Batata, ganhou vida com a chegada do bar Pitico, no início de 2015, e aos poucos, com a abertura de casas do mesmo grupo de amigos, se transformou no reduto boêmio mais disputado (e charmoso) do Baixo Pinheiros. O barulho foi tanto que atraiu o interesse de outros projetos para a rua e os quarteirões próximos, trazendo frescor à região, que hoje vive abarrotada, até nas noites durante a semana. A inauguração da descolada Bráz Elettrica, na primeira semana do ano, carimba de vez a força da rua. Confira tudo o que tem por lá aqui.
Rua Cônego Eugênio Leite
Não bastasse concentrar boa parte dos estabelecimentos do bairro, a Rua dos Pinheiros ainda impulsiona o surgimento de outros corredores gastronômicos em suas travessas. É o caso da Rua Cônego Eugênio Leite, que até pouco tempo atrás não atinava para a restauração – era habitada apenas pela Vinheria Percussi, desde 1985, e pelo Consulado Mineiro, de 1991. Hoje são mais de oito endereços. Veja os destaques da rua aqui.