Vamos falar de cervejas. E de muitas outras bebidas

A vez do gim brasileiro (com DNA gringo e em alambique de cachaça)


Um ano depois de ver nascer o Virga e o Arapuru, mercado ganha outras duas marcas brasileiras de gim: Amázzoni e Vitória Régia

Por Carolina Oda
Atualização:

Tem coisa que está na moda e tem coisa que é tendência. Tendências são comportamentos em evolução, novos consensos, com grandes chances de longa duração e vindos de mudanças culturais na sociedade. Já os modismos vêm e vão bem rápido. Há quem diga que gim está na moda, mas podemos apostar que não. Ele veio pra ficar. E a tendência maior atrelada a isso é produzir gim no Brasil.

Em agosto do ano passado, dois gins eram lançados no intervalo de uma semana: Virga e Arapuru. No Virga (R$ 109), há um sócio da Holanda, berço do gim. Já o Arapuru (R$ 136) nasceu da ideia de um eslovaco. Coincidentemente, vivemos um déjà vu nesta semana. Novamente no intervalo de uma semana, mais dois gins produzidos no Brasil são lançados: Amázzoni (R$ 130), que tem argentino e italiano na sociedade, e Vitória Régia (R$ 75), que tem inglês.

Criadores do gim Virga: Joscha Niemann, Gabriel Foltran, João Leme e Felipe Januzzi. Foto: Leo Feltran|Divulgação
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Considerando que esse movimento já começou há mais de uma década fora do País, principalmente na Europa e nos Estados Unidos, não é inexplicável o fato de ter tanto gringo fazendo gim aqui no Brasil. É gente com um olho lá fora e que viu oportunidade no mercado interno. Além das marcas citadas, outras estão no forno e há rumores de que até a cachaçaria Velho Barreiro vai lançar um gim.

Não será a primeira cachaçaria envolvida nesse mercado, já que o gim Vitória Régia é um lançamento da cachaçaria Yaguara. E não se trata de mera coincidência, mas de oportunidade, já que para fazer o gim eles usam os alambiques de que dispõem. O processo é parecido com o da cachaça, já que gim é uma bebida obtida pela destilação de um álcool neutro, que pode ser de cana, de uva, de cereais e até de leite, com a diferença de que gim deve levar obrigatoriamente zimbro e pode conter outros ingredientes de origem vegetal (os botânicos).

Gim Amázzoni. Foto: Amázzoni|Divulgação
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No caso do Virga, os produtores adicionam a própria cachaça (uma desenvolvida exclusivamente para essa finalidade) à receita do gim, inspirados pelo Ferdinad´s Saar Dry Gin, um gim alemão que leva vinho Riesling na composição. O casamento do gim com cachaça faz sentido pela história de um dos sócios do Virga, Felipe Januzzi, idealizador do projeto Mapa da Cachaça e um dos maiores especialistas em cachaça do País. O resultado da bebida na boca é um caráter único de brasilidade facilmente detectável.

Voltando aos equipamentos de produção, temos 40 mil alambiques produzindo cachaça no Brasil. Imagina só pegar um álcool neutro, infusionar com o que a imaginação permitir e revolucionar não só o mercado de gim como dar uma sacudida no relativamente estagnado mundo da cachaça? Em Paraty, no Rio, isso é feito desde os tempos coloniais com a cachaça Azuladinha Celeste, que leva folhas ou flores de tangerina na coluna do alambique de cobre e, após a destilação, fica com um leve toque azulado e aromas cítricos. Mas os produtores não podem vender a Azuladinha fora do alambique, já que não pode ser registrado no Ministério da Agricultura pelo fato de não ser aceitável por lei uma cachaça levar tangerina na composição.

Gim Vitória Régia. Foto: Vitória Régia|Divulgação
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Terceirização. Considerando a possibilidade de fazer gim em qualquer alambique, serão os investidores as novas cervejarias ciganas? Escolha seu blend de botânicos, contrate um alambique com capacidade ociosa, faça seu rótulo personalizado e… temos mais um gim no mercado. O Amázzoni, que produz no Rio de Janeiro, vislumbrou essa demanda e saiu na frente, sendo o primeiro a construir um alambique voltado à produção exclusiva do destilado com zimbro. Geograficamente bem localizado no eixo Rio-SP, deve abrir para produções terceirizadas, com uma capacidade de 1.000 garrafas por dia.

Mesmo sendo uma bebida cara, com preços que giram em torno de três dígitos para gins de alta qualidade, o consumo da bebida só cresce no mercado. Segundo a IWSR (International Wine & Spirit Research), empresa de pesquisa sediada em Londres especializada no mercado de bebidas alcoólicas, no Brasil o consumo subiu 40% nos últimos cinco anos. O impulso foi a evolução da coquetelaria por aqui, principalmente porque os dois coquetéis mais pedidos do momento (gim tônica e negroni) levam gim na receita.

A construção dessa nova cultura influencia não só, obviamente, o mercado de gim, mas causa um efeito dominó na indústria e na importação de água tônica, no design de copos, nas pesquisas para a produção de zimbro, nos conceitos dos bares e por aí vai. Numa tendência (e não moda) em franco crescimento.

Tem coisa que está na moda e tem coisa que é tendência. Tendências são comportamentos em evolução, novos consensos, com grandes chances de longa duração e vindos de mudanças culturais na sociedade. Já os modismos vêm e vão bem rápido. Há quem diga que gim está na moda, mas podemos apostar que não. Ele veio pra ficar. E a tendência maior atrelada a isso é produzir gim no Brasil.

Em agosto do ano passado, dois gins eram lançados no intervalo de uma semana: Virga e Arapuru. No Virga (R$ 109), há um sócio da Holanda, berço do gim. Já o Arapuru (R$ 136) nasceu da ideia de um eslovaco. Coincidentemente, vivemos um déjà vu nesta semana. Novamente no intervalo de uma semana, mais dois gins produzidos no Brasil são lançados: Amázzoni (R$ 130), que tem argentino e italiano na sociedade, e Vitória Régia (R$ 75), que tem inglês.

Criadores do gim Virga: Joscha Niemann, Gabriel Foltran, João Leme e Felipe Januzzi. Foto: Leo Feltran|Divulgação

Considerando que esse movimento já começou há mais de uma década fora do País, principalmente na Europa e nos Estados Unidos, não é inexplicável o fato de ter tanto gringo fazendo gim aqui no Brasil. É gente com um olho lá fora e que viu oportunidade no mercado interno. Além das marcas citadas, outras estão no forno e há rumores de que até a cachaçaria Velho Barreiro vai lançar um gim.

Não será a primeira cachaçaria envolvida nesse mercado, já que o gim Vitória Régia é um lançamento da cachaçaria Yaguara. E não se trata de mera coincidência, mas de oportunidade, já que para fazer o gim eles usam os alambiques de que dispõem. O processo é parecido com o da cachaça, já que gim é uma bebida obtida pela destilação de um álcool neutro, que pode ser de cana, de uva, de cereais e até de leite, com a diferença de que gim deve levar obrigatoriamente zimbro e pode conter outros ingredientes de origem vegetal (os botânicos).

Gim Amázzoni. Foto: Amázzoni|Divulgação

No caso do Virga, os produtores adicionam a própria cachaça (uma desenvolvida exclusivamente para essa finalidade) à receita do gim, inspirados pelo Ferdinad´s Saar Dry Gin, um gim alemão que leva vinho Riesling na composição. O casamento do gim com cachaça faz sentido pela história de um dos sócios do Virga, Felipe Januzzi, idealizador do projeto Mapa da Cachaça e um dos maiores especialistas em cachaça do País. O resultado da bebida na boca é um caráter único de brasilidade facilmente detectável.

Voltando aos equipamentos de produção, temos 40 mil alambiques produzindo cachaça no Brasil. Imagina só pegar um álcool neutro, infusionar com o que a imaginação permitir e revolucionar não só o mercado de gim como dar uma sacudida no relativamente estagnado mundo da cachaça? Em Paraty, no Rio, isso é feito desde os tempos coloniais com a cachaça Azuladinha Celeste, que leva folhas ou flores de tangerina na coluna do alambique de cobre e, após a destilação, fica com um leve toque azulado e aromas cítricos. Mas os produtores não podem vender a Azuladinha fora do alambique, já que não pode ser registrado no Ministério da Agricultura pelo fato de não ser aceitável por lei uma cachaça levar tangerina na composição.

Gim Vitória Régia. Foto: Vitória Régia|Divulgação

Terceirização. Considerando a possibilidade de fazer gim em qualquer alambique, serão os investidores as novas cervejarias ciganas? Escolha seu blend de botânicos, contrate um alambique com capacidade ociosa, faça seu rótulo personalizado e… temos mais um gim no mercado. O Amázzoni, que produz no Rio de Janeiro, vislumbrou essa demanda e saiu na frente, sendo o primeiro a construir um alambique voltado à produção exclusiva do destilado com zimbro. Geograficamente bem localizado no eixo Rio-SP, deve abrir para produções terceirizadas, com uma capacidade de 1.000 garrafas por dia.

Mesmo sendo uma bebida cara, com preços que giram em torno de três dígitos para gins de alta qualidade, o consumo da bebida só cresce no mercado. Segundo a IWSR (International Wine & Spirit Research), empresa de pesquisa sediada em Londres especializada no mercado de bebidas alcoólicas, no Brasil o consumo subiu 40% nos últimos cinco anos. O impulso foi a evolução da coquetelaria por aqui, principalmente porque os dois coquetéis mais pedidos do momento (gim tônica e negroni) levam gim na receita.

A construção dessa nova cultura influencia não só, obviamente, o mercado de gim, mas causa um efeito dominó na indústria e na importação de água tônica, no design de copos, nas pesquisas para a produção de zimbro, nos conceitos dos bares e por aí vai. Numa tendência (e não moda) em franco crescimento.

Tem coisa que está na moda e tem coisa que é tendência. Tendências são comportamentos em evolução, novos consensos, com grandes chances de longa duração e vindos de mudanças culturais na sociedade. Já os modismos vêm e vão bem rápido. Há quem diga que gim está na moda, mas podemos apostar que não. Ele veio pra ficar. E a tendência maior atrelada a isso é produzir gim no Brasil.

Em agosto do ano passado, dois gins eram lançados no intervalo de uma semana: Virga e Arapuru. No Virga (R$ 109), há um sócio da Holanda, berço do gim. Já o Arapuru (R$ 136) nasceu da ideia de um eslovaco. Coincidentemente, vivemos um déjà vu nesta semana. Novamente no intervalo de uma semana, mais dois gins produzidos no Brasil são lançados: Amázzoni (R$ 130), que tem argentino e italiano na sociedade, e Vitória Régia (R$ 75), que tem inglês.

Criadores do gim Virga: Joscha Niemann, Gabriel Foltran, João Leme e Felipe Januzzi. Foto: Leo Feltran|Divulgação

Considerando que esse movimento já começou há mais de uma década fora do País, principalmente na Europa e nos Estados Unidos, não é inexplicável o fato de ter tanto gringo fazendo gim aqui no Brasil. É gente com um olho lá fora e que viu oportunidade no mercado interno. Além das marcas citadas, outras estão no forno e há rumores de que até a cachaçaria Velho Barreiro vai lançar um gim.

Não será a primeira cachaçaria envolvida nesse mercado, já que o gim Vitória Régia é um lançamento da cachaçaria Yaguara. E não se trata de mera coincidência, mas de oportunidade, já que para fazer o gim eles usam os alambiques de que dispõem. O processo é parecido com o da cachaça, já que gim é uma bebida obtida pela destilação de um álcool neutro, que pode ser de cana, de uva, de cereais e até de leite, com a diferença de que gim deve levar obrigatoriamente zimbro e pode conter outros ingredientes de origem vegetal (os botânicos).

Gim Amázzoni. Foto: Amázzoni|Divulgação

No caso do Virga, os produtores adicionam a própria cachaça (uma desenvolvida exclusivamente para essa finalidade) à receita do gim, inspirados pelo Ferdinad´s Saar Dry Gin, um gim alemão que leva vinho Riesling na composição. O casamento do gim com cachaça faz sentido pela história de um dos sócios do Virga, Felipe Januzzi, idealizador do projeto Mapa da Cachaça e um dos maiores especialistas em cachaça do País. O resultado da bebida na boca é um caráter único de brasilidade facilmente detectável.

Voltando aos equipamentos de produção, temos 40 mil alambiques produzindo cachaça no Brasil. Imagina só pegar um álcool neutro, infusionar com o que a imaginação permitir e revolucionar não só o mercado de gim como dar uma sacudida no relativamente estagnado mundo da cachaça? Em Paraty, no Rio, isso é feito desde os tempos coloniais com a cachaça Azuladinha Celeste, que leva folhas ou flores de tangerina na coluna do alambique de cobre e, após a destilação, fica com um leve toque azulado e aromas cítricos. Mas os produtores não podem vender a Azuladinha fora do alambique, já que não pode ser registrado no Ministério da Agricultura pelo fato de não ser aceitável por lei uma cachaça levar tangerina na composição.

Gim Vitória Régia. Foto: Vitória Régia|Divulgação

Terceirização. Considerando a possibilidade de fazer gim em qualquer alambique, serão os investidores as novas cervejarias ciganas? Escolha seu blend de botânicos, contrate um alambique com capacidade ociosa, faça seu rótulo personalizado e… temos mais um gim no mercado. O Amázzoni, que produz no Rio de Janeiro, vislumbrou essa demanda e saiu na frente, sendo o primeiro a construir um alambique voltado à produção exclusiva do destilado com zimbro. Geograficamente bem localizado no eixo Rio-SP, deve abrir para produções terceirizadas, com uma capacidade de 1.000 garrafas por dia.

Mesmo sendo uma bebida cara, com preços que giram em torno de três dígitos para gins de alta qualidade, o consumo da bebida só cresce no mercado. Segundo a IWSR (International Wine & Spirit Research), empresa de pesquisa sediada em Londres especializada no mercado de bebidas alcoólicas, no Brasil o consumo subiu 40% nos últimos cinco anos. O impulso foi a evolução da coquetelaria por aqui, principalmente porque os dois coquetéis mais pedidos do momento (gim tônica e negroni) levam gim na receita.

A construção dessa nova cultura influencia não só, obviamente, o mercado de gim, mas causa um efeito dominó na indústria e na importação de água tônica, no design de copos, nas pesquisas para a produção de zimbro, nos conceitos dos bares e por aí vai. Numa tendência (e não moda) em franco crescimento.

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