Vamos falar de cervejas. E de muitas outras bebidas

Milk beer não é cerveja nem tem leite


Urbana lança primeira a primeira milk beer do Brasil. Ela ganha esse nome pela lactose que entra na receita e, por ter ingrediente de origem animal, não pode ser registrada como cerveja

Por Carolina Oda
Atualização:

Acaba de ser lançada, oficialmente, a primeira “milk beer” do Brasil. Chama milk, mas não tem leite. É de cervejaria, mas, pela legislação, não é considerada cerveja. Então, o que é?

É a Teta, uma milk brown ale. A cervejaria Urbana, que produz a receita desde 2012 de maneira caseira, finalmente a coloca nas prateleiras. A cerveja não leva leite, mas sim lactose, o açúcar do leite. E por que isso? Porque a lactose não é fermentada pelas leveduras da cerveja, não é consumida e, sendo assim, se adicionada ao mosto, ela fica presente até o final, intacta, dando doçura e corpo. 

A liberação da venda era esperada há tempos pela Urbana. Como por norma do Mapa (Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento) é proibida a adição de qualquer ingrediente de origem animal em cerveja, eles conseguiram aprovar, mas somente com a condição de registrá-la como bebida alcoólica mista e não como cerveja. (O mesmo que aconteceu com a Colorado Appia, que tem mel).

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Mesmo podendo ser utilizada em qualquer estilo, costuma ser adicionada às stouts, não só porque foi o primeiro a receber o açúcar e, consequentemente, ser o tradicional, mas também por contrastar bem com o sabor dos maltes tostados. Inclusive, foi um dos rótulos que indicamos na coluna sobre a vinda da Stone para o Brasil. Virou modinha nos EUA – que ressuscitaram o estilo – e, por aqui, com essa abertura de precedentes pelo governo, pode também ficar mais fácil de encontrar. Afinal, falar de doçura, mesmo numa era em que o lúpulo é o deus-maior cervejeiro, pode ter sim seu público, ainda mais no país da cana-de-açúcar, fã de um docinho.

História. Para variar, existem pelo menos duas versões sobre a origem da receita. Uma diz que o estilo surgiu por volta de 1800, quando era costume misturar leite à cerveja para reforçar o lanche dos trabalhadores. Além disso, diziam que a bebida fazia tão bem à saúde que teria virado recomendação médica para várias doenças e até para mães em amamentação para aumentar a produção de leite.

Já a outra história é a de que as cervejas frescas, as milds, eram uma tendência na mesma época. Estando novas, ainda continham açúcar residual, mas como ficavam nos barris, com o tempo e pela ação das leveduras, os açúcares eram consumidos e a cerveja se tornava seca, ou seja, sem dulçor. Não adiantava colocar açúcar de cana, de que o fermento também gosta. Então, usaram lactose para adoçar sem fermentar mais.

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Seja qual for a versão, em 1875, John Henry Johnson patenteou o estilo, imaginando essa cerveja tão nutritiva. Ele acabou não realizando o projeto, mas, em 1907, outros viram o potencial e a Makenson’s Brewery produziu comercialmente aquela que é considerada a primeira representante comercial. Por volta de 1900, o governo inglês proibiu o uso do “milk” no nome, tanto porque não tinha nenhuma comprovação dos benefícios da lactose para a saúde, quanto para evitar que a cerveja acabasse caindo em copo de criança. Depois disso, “sweet stout” ou “cream stout” foram utilizados para descrever o rótulo. 

URBANA MILK BROWN ALE Origem: São Paulo Preço: R$ 29,90 (473 ml) na Let’s Beer

  Foto: Divulgação
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Uma milk brown ale, ou seja, seu estilo base é o brown ale. De produção sazonal, tem 6,9% de álcool e flocos de milho na receita, o que diminui o corpo e dá leveza à bebida. Tem as notas tostadas do malte, lembrando café e chocolate, a doçura leve da lactose, mas a persistência do lúpulo. Ou seja, apesar do açúcar, ainda é uma cerveja para aqueles que também gostam de amargor. 

Acaba de ser lançada, oficialmente, a primeira “milk beer” do Brasil. Chama milk, mas não tem leite. É de cervejaria, mas, pela legislação, não é considerada cerveja. Então, o que é?

É a Teta, uma milk brown ale. A cervejaria Urbana, que produz a receita desde 2012 de maneira caseira, finalmente a coloca nas prateleiras. A cerveja não leva leite, mas sim lactose, o açúcar do leite. E por que isso? Porque a lactose não é fermentada pelas leveduras da cerveja, não é consumida e, sendo assim, se adicionada ao mosto, ela fica presente até o final, intacta, dando doçura e corpo. 

A liberação da venda era esperada há tempos pela Urbana. Como por norma do Mapa (Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento) é proibida a adição de qualquer ingrediente de origem animal em cerveja, eles conseguiram aprovar, mas somente com a condição de registrá-la como bebida alcoólica mista e não como cerveja. (O mesmo que aconteceu com a Colorado Appia, que tem mel).

Mesmo podendo ser utilizada em qualquer estilo, costuma ser adicionada às stouts, não só porque foi o primeiro a receber o açúcar e, consequentemente, ser o tradicional, mas também por contrastar bem com o sabor dos maltes tostados. Inclusive, foi um dos rótulos que indicamos na coluna sobre a vinda da Stone para o Brasil. Virou modinha nos EUA – que ressuscitaram o estilo – e, por aqui, com essa abertura de precedentes pelo governo, pode também ficar mais fácil de encontrar. Afinal, falar de doçura, mesmo numa era em que o lúpulo é o deus-maior cervejeiro, pode ter sim seu público, ainda mais no país da cana-de-açúcar, fã de um docinho.

História. Para variar, existem pelo menos duas versões sobre a origem da receita. Uma diz que o estilo surgiu por volta de 1800, quando era costume misturar leite à cerveja para reforçar o lanche dos trabalhadores. Além disso, diziam que a bebida fazia tão bem à saúde que teria virado recomendação médica para várias doenças e até para mães em amamentação para aumentar a produção de leite.

Já a outra história é a de que as cervejas frescas, as milds, eram uma tendência na mesma época. Estando novas, ainda continham açúcar residual, mas como ficavam nos barris, com o tempo e pela ação das leveduras, os açúcares eram consumidos e a cerveja se tornava seca, ou seja, sem dulçor. Não adiantava colocar açúcar de cana, de que o fermento também gosta. Então, usaram lactose para adoçar sem fermentar mais.

Seja qual for a versão, em 1875, John Henry Johnson patenteou o estilo, imaginando essa cerveja tão nutritiva. Ele acabou não realizando o projeto, mas, em 1907, outros viram o potencial e a Makenson’s Brewery produziu comercialmente aquela que é considerada a primeira representante comercial. Por volta de 1900, o governo inglês proibiu o uso do “milk” no nome, tanto porque não tinha nenhuma comprovação dos benefícios da lactose para a saúde, quanto para evitar que a cerveja acabasse caindo em copo de criança. Depois disso, “sweet stout” ou “cream stout” foram utilizados para descrever o rótulo. 

URBANA MILK BROWN ALE Origem: São Paulo Preço: R$ 29,90 (473 ml) na Let’s Beer

  Foto: Divulgação

Uma milk brown ale, ou seja, seu estilo base é o brown ale. De produção sazonal, tem 6,9% de álcool e flocos de milho na receita, o que diminui o corpo e dá leveza à bebida. Tem as notas tostadas do malte, lembrando café e chocolate, a doçura leve da lactose, mas a persistência do lúpulo. Ou seja, apesar do açúcar, ainda é uma cerveja para aqueles que também gostam de amargor. 

Acaba de ser lançada, oficialmente, a primeira “milk beer” do Brasil. Chama milk, mas não tem leite. É de cervejaria, mas, pela legislação, não é considerada cerveja. Então, o que é?

É a Teta, uma milk brown ale. A cervejaria Urbana, que produz a receita desde 2012 de maneira caseira, finalmente a coloca nas prateleiras. A cerveja não leva leite, mas sim lactose, o açúcar do leite. E por que isso? Porque a lactose não é fermentada pelas leveduras da cerveja, não é consumida e, sendo assim, se adicionada ao mosto, ela fica presente até o final, intacta, dando doçura e corpo. 

A liberação da venda era esperada há tempos pela Urbana. Como por norma do Mapa (Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento) é proibida a adição de qualquer ingrediente de origem animal em cerveja, eles conseguiram aprovar, mas somente com a condição de registrá-la como bebida alcoólica mista e não como cerveja. (O mesmo que aconteceu com a Colorado Appia, que tem mel).

Mesmo podendo ser utilizada em qualquer estilo, costuma ser adicionada às stouts, não só porque foi o primeiro a receber o açúcar e, consequentemente, ser o tradicional, mas também por contrastar bem com o sabor dos maltes tostados. Inclusive, foi um dos rótulos que indicamos na coluna sobre a vinda da Stone para o Brasil. Virou modinha nos EUA – que ressuscitaram o estilo – e, por aqui, com essa abertura de precedentes pelo governo, pode também ficar mais fácil de encontrar. Afinal, falar de doçura, mesmo numa era em que o lúpulo é o deus-maior cervejeiro, pode ter sim seu público, ainda mais no país da cana-de-açúcar, fã de um docinho.

História. Para variar, existem pelo menos duas versões sobre a origem da receita. Uma diz que o estilo surgiu por volta de 1800, quando era costume misturar leite à cerveja para reforçar o lanche dos trabalhadores. Além disso, diziam que a bebida fazia tão bem à saúde que teria virado recomendação médica para várias doenças e até para mães em amamentação para aumentar a produção de leite.

Já a outra história é a de que as cervejas frescas, as milds, eram uma tendência na mesma época. Estando novas, ainda continham açúcar residual, mas como ficavam nos barris, com o tempo e pela ação das leveduras, os açúcares eram consumidos e a cerveja se tornava seca, ou seja, sem dulçor. Não adiantava colocar açúcar de cana, de que o fermento também gosta. Então, usaram lactose para adoçar sem fermentar mais.

Seja qual for a versão, em 1875, John Henry Johnson patenteou o estilo, imaginando essa cerveja tão nutritiva. Ele acabou não realizando o projeto, mas, em 1907, outros viram o potencial e a Makenson’s Brewery produziu comercialmente aquela que é considerada a primeira representante comercial. Por volta de 1900, o governo inglês proibiu o uso do “milk” no nome, tanto porque não tinha nenhuma comprovação dos benefícios da lactose para a saúde, quanto para evitar que a cerveja acabasse caindo em copo de criança. Depois disso, “sweet stout” ou “cream stout” foram utilizados para descrever o rótulo. 

URBANA MILK BROWN ALE Origem: São Paulo Preço: R$ 29,90 (473 ml) na Let’s Beer

  Foto: Divulgação

Uma milk brown ale, ou seja, seu estilo base é o brown ale. De produção sazonal, tem 6,9% de álcool e flocos de milho na receita, o que diminui o corpo e dá leveza à bebida. Tem as notas tostadas do malte, lembrando café e chocolate, a doçura leve da lactose, mas a persistência do lúpulo. Ou seja, apesar do açúcar, ainda é uma cerveja para aqueles que também gostam de amargor. 

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