Anna Angotti & Demian Takahashi: Embora a gente tenha apego ao Casserole - com seu charme do Centro nos anos dourados e a enorme vantagem de ficar aberto aos domingos -, a verdade há de ser dita: o filé au poivre não estava à altura da nossa simpatia pelo lugar. O molho sem alma, a carne morna desmaiadinha, as batatas sem graça... tudo colaborou para transformar o que era para ser uma glamurosa noite de domingo numa triste nostalgia. Blog Alho, Passas e Maçãs: Poucos pratos são tão clássicos no cardápio de um bistrô quanto o filé au poivre. O do Casserole mantém a risca: filé alto e macio, servido no ponto exato, sobre molho denso e acompanhado de batatinhas com creme de leite. E pimenta. Com mais um pouco de pimenta, acompanhada de pimenta. Para encerrar, algumas pitadas de... pimenta. Você começa a comer e ela entra por todos os poros, impregna todos os sentidos e persiste longamente após a refeição: boa para a memória. Cinco horas depois você ainda lembra dela. Seu destaque é tamanho que mal se percebem os demais sabores do prato. E então o protagonismo se transforma em problema. Braulio Pasmanik: Um prato tradicional da cozinha francesa do norte, bem feito, com pimenta-do-reino, preta e verde na proporção correta, que não decepciona, mas também não tem o "punch" suficiente para levar um prêmio Paladar! Jacques Trefois: É gostoso ver esse antigo e clássico bistrô francês cheio de gente. Essa casa é idêntica faz 40 anos. Desde que conheci esse restaurante, nada mudou, nem a comida. Esse filé au poivre com batatas à la creme é igual ao que eu comi há 4 décadas. Até me senti bem mais jovem, amassando as batatas e misturando-as com o bom molho de pimenta preta. Um grande clássico da comida de bistrô francês, muito bem feito. Janaina Fidalgo: Uma pena que um clássico como este tenha perdido seu brilho de outras épocas. O que aconteceu com a carne? Estava seca, dura, difícil de cortar até com a faca. Teria sido congelada antes do preparo? Não dá para entender o que aconteceu. Luiz Horta: Carne sem sal e sem sabor. Pena, num lugar tão querido. Neide Rigo: A carne estava super macia e bem temperada, embora a crosta queimadinha tenha conferido certo sabor amargo, que não chegou a incomodar. Já as batatas que acompanhavam eram cobertas com um molho à base de creme de leite com um sabor forte de leite queimado, certamente não previsto. Uma pena, porque a carne estava muito boa. Patrícia Ferraz: É um prato que costumo pedir sempre, mas dessa vez não estava bom. A carne chegou esturricada por fora e com o interior quase frio, a impressão é de que estava congelada... Roberto Smeraldi: Outro prato que traz boa carne, corretamente executado e recomendável. Sem graça as batatas com creme de leite que acompanham. Pode ser boa pedida, mas não consigo encontrar uma razão para ele ganhar um prêmio. Silvio Giannini: Como já provei inúmeras vezes esse prato, é melhor admitir desde já: sou fã confesso. Em primeiro, impressiona-me o rigor na sua execução. Sempre tenho a convicção de ver o mesmo prato chegar à mesa, como se retornasse ao ponto inicial de um filme que adoro rever. A generosa porção de filé mignon é tratada com carinho, mantendo sua suculência interna, ainda que ofereça uma crostinha deliciosamente crocante. O denso molho, repleto de potentes grãos de pimenta-do-reino, ganha a companhia delicada das generosas batatas "a la crème", o que abranda o conjunto. Sem mencionar que é divertido brincar com os talheres no encontro dos dois molhos no centro do prato. Concorrência boa, ainda assim ficou em terceiro lugar no meu ranking pessoal.
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