Suzana Barelli

“Até conhecer o mercado, eu não percebia como o espumante é uma referência para o vinho no Brasil”


Em entrevista exclusiva para o ‘Paladar’, Arnaud de Saignes, presidente da Maison Chandon, conta do potencial do Brasil para os espumantes

Por Suzana Barelli

O mercado de espumantes é promissor. O setor movimentou 36,7 bilhões no ano passado e deve chegar a US$ 55,4 bilhões em 2028, um crescimento de 7% ao ano nos próximos cinco anos, pelos dados da consultoria IMARC Group. No Brasil, a Chandon, a filial brasileira do grupo francês referência em borbulhas, não tem a menor dúvida deste potencial, muito pelo contrário. Arnaud de Saignes, presidente da Maison Chandon, diz que as vendas devem crescer por aqui, mesmo sem revelar os números. “Até conhecer o mercado, eu não percebia como o espumante é uma referência para o vinho no Brasil”, afirma ele. Confira a seguir a entrevista exclusiva que ele concedeu para o Paladar.

A filial brasileira da Chandon completou 50 anos. Como você analisa a atuação da Chandon fora da França?

Se olharmos para a história da Chandon, temos três fases. A primeira foi a transmissão francesa de conhecimento, que começou em 1959, com a chegada da nossa filial na Argentina. Era a equipe da Moet & Chandon explorando o mundo, que começou quando decidimos valorizar a nossa história de séculos em Champanhe e mostrar o nosso savoir-faire. A segunda fase foi quando unimos as nossas ideias com o conhecimento aprendido nessa primeira fase com o conhecimento que criamos em nossos projetos na Argentina, na Califórnia, no Brasil, esses dois em 1973, e depois na Austrália. E a terceira fase é agora, com o Mundo de Chandon, com seis vinícolas, que incluem também a Índia e a China. Todas as vinícolas ao redor do mundo dividem uma visão comum, mas fazem isso de uma maneira muito local, porque tem o terroir de cada lugar, as diferentes de clima, de cada cultura.

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Como é a troca de conhecimento entre os projetos?

Atualmente dividimos muito as informações. Temos um comitê técnico, que é muito ativo. Todos trazem ideias e as suas experiências. Eu acredito que temos um conhecimento único no mundo. Não é a experiência apenas em um terroir, mas em vários, e trazemos este conhecimento para o grupo. É a visão global, adaptada a cada realidade, a cada condição local. Cada país tem a liberdade de criar seus produtos. Essa é a expertise do grupo. Só elaboramos espumantes, mas no Brasil tem a riesling itálico: na Índia, a shiraz e a chenin blanc. O Philippe (Mével, principal enólogo da Chandon brasileira) criou o Passion, por exemplo.

Arnaud de Saignes, presidente da Maison Chandon, acredita que o Brasil pode crescer na produção de espumantes Foto: JULIANO PALMA
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Na França, a Moet & Chandon elabora espumantes pelo método clássico, com segunda fermentação na garrafa; no Brasil, a segunda fermentação acontece em tanques. Como o grupo trabalha para manter o clássico, mas ter também outros métodos de elaboração?

O propósito da Chandon é inovar, desbravar outros terroir, elaborar vinhos com frescor, com maior complexidade aromática, mais frutados. O Passion (espumante com maior açúcar residual da vinícola) é um bom exemplo. Criamos produtos novos. E não acho que seja um problema para as outras marcas do grupo. Mas sempre dividimos os nossos princípios, a questão da sustentabilidade, técnicas de irrigação. Muitas práticas são compartilhadas, mas cada maison têm as suas identidades. E oferecemos produtos para o consumidor que são diferentes.

Mas é possível provar aqui no Brasil os diferentes espumantes, que a Chandon elabora em diversos países?

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Infelizmente não. Eu adoraria levar o Paisson para a California e para a Austrália; o Apéritif (misto de espumante com laranja) da Argentina para o Brasil. O Blanc de Blanc da China para cá. Mas não queremos confundir o consumidor e trazer tantos produtos.

Qual a importância do Brasil comparada com os demais países?

Não revelamos os nossos números. O Brasil é um mercado importante, mas acho que pode ser muito maior.

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O que falta?

Temos uma marca muito conhecida e que vem sendo mais conhecida e desejada. A qualidade dos nossos espumantes no Brasil vem crescendo, e as inovações também. Mas se analisarmos o tamanho do mercado brasileiro, acreditamos que a Chandon tem potencial para continuar desenvolvendo a marca e o mercado.

No final dos anos 1990, a Chandon deixou de elaborar vinhos brancos e tintos no Brasil e focou apenas nos espumantes. Foi uma sábia decisão?

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Até conhecer o mercado, eu não percebia como o espumante é uma referência para o vinho no Brasil. É a segunda vez que venho ao Brasil. Isso é único porque no resto do mundo, o mercado de espumantes é uma parcela pequena. Mas no Brasil há mesmo uma apreciação, um entendimento da categoria do espumante.

A Chandon acaba de completar 50 anos de Brasil. O que esperar dos próximos 50 anos?

Eu espero que o Brasil traga criatividade, inovação e cultura. Temos o projeto da Casa Chandon (espaço para o consumidor entender como se faz um espumante e desfrutá-lo), temos as degustações. Eu acho que o Brasil tem uma cultura, uma diversidade que pode trazer para o mundo da Chandon.

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E quanto as vendas?

Somos ambiciosos. E nossa questão é até tão longe podemos ir. Não dividimos números, mas posso dizer que o Brasil é uma prioridade para a Chandon. Estamos investindo na vinícola, nas experiências para o consumidor.

E o programa de sustentabilidade?

Temos um programa grande. Hoje sabemos que temos um impacto no planeta, na sociedade. Queremos promover a biodiversidade em todos os projetos que atuamos. E estamos em seis país: Argentina, Califórnia, Brasil, Austrália, China e Índia.

O mercado de espumantes é promissor. O setor movimentou 36,7 bilhões no ano passado e deve chegar a US$ 55,4 bilhões em 2028, um crescimento de 7% ao ano nos próximos cinco anos, pelos dados da consultoria IMARC Group. No Brasil, a Chandon, a filial brasileira do grupo francês referência em borbulhas, não tem a menor dúvida deste potencial, muito pelo contrário. Arnaud de Saignes, presidente da Maison Chandon, diz que as vendas devem crescer por aqui, mesmo sem revelar os números. “Até conhecer o mercado, eu não percebia como o espumante é uma referência para o vinho no Brasil”, afirma ele. Confira a seguir a entrevista exclusiva que ele concedeu para o Paladar.

A filial brasileira da Chandon completou 50 anos. Como você analisa a atuação da Chandon fora da França?

Se olharmos para a história da Chandon, temos três fases. A primeira foi a transmissão francesa de conhecimento, que começou em 1959, com a chegada da nossa filial na Argentina. Era a equipe da Moet & Chandon explorando o mundo, que começou quando decidimos valorizar a nossa história de séculos em Champanhe e mostrar o nosso savoir-faire. A segunda fase foi quando unimos as nossas ideias com o conhecimento aprendido nessa primeira fase com o conhecimento que criamos em nossos projetos na Argentina, na Califórnia, no Brasil, esses dois em 1973, e depois na Austrália. E a terceira fase é agora, com o Mundo de Chandon, com seis vinícolas, que incluem também a Índia e a China. Todas as vinícolas ao redor do mundo dividem uma visão comum, mas fazem isso de uma maneira muito local, porque tem o terroir de cada lugar, as diferentes de clima, de cada cultura.

Como é a troca de conhecimento entre os projetos?

Atualmente dividimos muito as informações. Temos um comitê técnico, que é muito ativo. Todos trazem ideias e as suas experiências. Eu acredito que temos um conhecimento único no mundo. Não é a experiência apenas em um terroir, mas em vários, e trazemos este conhecimento para o grupo. É a visão global, adaptada a cada realidade, a cada condição local. Cada país tem a liberdade de criar seus produtos. Essa é a expertise do grupo. Só elaboramos espumantes, mas no Brasil tem a riesling itálico: na Índia, a shiraz e a chenin blanc. O Philippe (Mével, principal enólogo da Chandon brasileira) criou o Passion, por exemplo.

Arnaud de Saignes, presidente da Maison Chandon, acredita que o Brasil pode crescer na produção de espumantes Foto: JULIANO PALMA

Na França, a Moet & Chandon elabora espumantes pelo método clássico, com segunda fermentação na garrafa; no Brasil, a segunda fermentação acontece em tanques. Como o grupo trabalha para manter o clássico, mas ter também outros métodos de elaboração?

O propósito da Chandon é inovar, desbravar outros terroir, elaborar vinhos com frescor, com maior complexidade aromática, mais frutados. O Passion (espumante com maior açúcar residual da vinícola) é um bom exemplo. Criamos produtos novos. E não acho que seja um problema para as outras marcas do grupo. Mas sempre dividimos os nossos princípios, a questão da sustentabilidade, técnicas de irrigação. Muitas práticas são compartilhadas, mas cada maison têm as suas identidades. E oferecemos produtos para o consumidor que são diferentes.

Mas é possível provar aqui no Brasil os diferentes espumantes, que a Chandon elabora em diversos países?

Infelizmente não. Eu adoraria levar o Paisson para a California e para a Austrália; o Apéritif (misto de espumante com laranja) da Argentina para o Brasil. O Blanc de Blanc da China para cá. Mas não queremos confundir o consumidor e trazer tantos produtos.

Qual a importância do Brasil comparada com os demais países?

Não revelamos os nossos números. O Brasil é um mercado importante, mas acho que pode ser muito maior.

O que falta?

Temos uma marca muito conhecida e que vem sendo mais conhecida e desejada. A qualidade dos nossos espumantes no Brasil vem crescendo, e as inovações também. Mas se analisarmos o tamanho do mercado brasileiro, acreditamos que a Chandon tem potencial para continuar desenvolvendo a marca e o mercado.

No final dos anos 1990, a Chandon deixou de elaborar vinhos brancos e tintos no Brasil e focou apenas nos espumantes. Foi uma sábia decisão?

Até conhecer o mercado, eu não percebia como o espumante é uma referência para o vinho no Brasil. É a segunda vez que venho ao Brasil. Isso é único porque no resto do mundo, o mercado de espumantes é uma parcela pequena. Mas no Brasil há mesmo uma apreciação, um entendimento da categoria do espumante.

A Chandon acaba de completar 50 anos de Brasil. O que esperar dos próximos 50 anos?

Eu espero que o Brasil traga criatividade, inovação e cultura. Temos o projeto da Casa Chandon (espaço para o consumidor entender como se faz um espumante e desfrutá-lo), temos as degustações. Eu acho que o Brasil tem uma cultura, uma diversidade que pode trazer para o mundo da Chandon.

E quanto as vendas?

Somos ambiciosos. E nossa questão é até tão longe podemos ir. Não dividimos números, mas posso dizer que o Brasil é uma prioridade para a Chandon. Estamos investindo na vinícola, nas experiências para o consumidor.

E o programa de sustentabilidade?

Temos um programa grande. Hoje sabemos que temos um impacto no planeta, na sociedade. Queremos promover a biodiversidade em todos os projetos que atuamos. E estamos em seis país: Argentina, Califórnia, Brasil, Austrália, China e Índia.

O mercado de espumantes é promissor. O setor movimentou 36,7 bilhões no ano passado e deve chegar a US$ 55,4 bilhões em 2028, um crescimento de 7% ao ano nos próximos cinco anos, pelos dados da consultoria IMARC Group. No Brasil, a Chandon, a filial brasileira do grupo francês referência em borbulhas, não tem a menor dúvida deste potencial, muito pelo contrário. Arnaud de Saignes, presidente da Maison Chandon, diz que as vendas devem crescer por aqui, mesmo sem revelar os números. “Até conhecer o mercado, eu não percebia como o espumante é uma referência para o vinho no Brasil”, afirma ele. Confira a seguir a entrevista exclusiva que ele concedeu para o Paladar.

A filial brasileira da Chandon completou 50 anos. Como você analisa a atuação da Chandon fora da França?

Se olharmos para a história da Chandon, temos três fases. A primeira foi a transmissão francesa de conhecimento, que começou em 1959, com a chegada da nossa filial na Argentina. Era a equipe da Moet & Chandon explorando o mundo, que começou quando decidimos valorizar a nossa história de séculos em Champanhe e mostrar o nosso savoir-faire. A segunda fase foi quando unimos as nossas ideias com o conhecimento aprendido nessa primeira fase com o conhecimento que criamos em nossos projetos na Argentina, na Califórnia, no Brasil, esses dois em 1973, e depois na Austrália. E a terceira fase é agora, com o Mundo de Chandon, com seis vinícolas, que incluem também a Índia e a China. Todas as vinícolas ao redor do mundo dividem uma visão comum, mas fazem isso de uma maneira muito local, porque tem o terroir de cada lugar, as diferentes de clima, de cada cultura.

Como é a troca de conhecimento entre os projetos?

Atualmente dividimos muito as informações. Temos um comitê técnico, que é muito ativo. Todos trazem ideias e as suas experiências. Eu acredito que temos um conhecimento único no mundo. Não é a experiência apenas em um terroir, mas em vários, e trazemos este conhecimento para o grupo. É a visão global, adaptada a cada realidade, a cada condição local. Cada país tem a liberdade de criar seus produtos. Essa é a expertise do grupo. Só elaboramos espumantes, mas no Brasil tem a riesling itálico: na Índia, a shiraz e a chenin blanc. O Philippe (Mével, principal enólogo da Chandon brasileira) criou o Passion, por exemplo.

Arnaud de Saignes, presidente da Maison Chandon, acredita que o Brasil pode crescer na produção de espumantes Foto: JULIANO PALMA

Na França, a Moet & Chandon elabora espumantes pelo método clássico, com segunda fermentação na garrafa; no Brasil, a segunda fermentação acontece em tanques. Como o grupo trabalha para manter o clássico, mas ter também outros métodos de elaboração?

O propósito da Chandon é inovar, desbravar outros terroir, elaborar vinhos com frescor, com maior complexidade aromática, mais frutados. O Passion (espumante com maior açúcar residual da vinícola) é um bom exemplo. Criamos produtos novos. E não acho que seja um problema para as outras marcas do grupo. Mas sempre dividimos os nossos princípios, a questão da sustentabilidade, técnicas de irrigação. Muitas práticas são compartilhadas, mas cada maison têm as suas identidades. E oferecemos produtos para o consumidor que são diferentes.

Mas é possível provar aqui no Brasil os diferentes espumantes, que a Chandon elabora em diversos países?

Infelizmente não. Eu adoraria levar o Paisson para a California e para a Austrália; o Apéritif (misto de espumante com laranja) da Argentina para o Brasil. O Blanc de Blanc da China para cá. Mas não queremos confundir o consumidor e trazer tantos produtos.

Qual a importância do Brasil comparada com os demais países?

Não revelamos os nossos números. O Brasil é um mercado importante, mas acho que pode ser muito maior.

O que falta?

Temos uma marca muito conhecida e que vem sendo mais conhecida e desejada. A qualidade dos nossos espumantes no Brasil vem crescendo, e as inovações também. Mas se analisarmos o tamanho do mercado brasileiro, acreditamos que a Chandon tem potencial para continuar desenvolvendo a marca e o mercado.

No final dos anos 1990, a Chandon deixou de elaborar vinhos brancos e tintos no Brasil e focou apenas nos espumantes. Foi uma sábia decisão?

Até conhecer o mercado, eu não percebia como o espumante é uma referência para o vinho no Brasil. É a segunda vez que venho ao Brasil. Isso é único porque no resto do mundo, o mercado de espumantes é uma parcela pequena. Mas no Brasil há mesmo uma apreciação, um entendimento da categoria do espumante.

A Chandon acaba de completar 50 anos de Brasil. O que esperar dos próximos 50 anos?

Eu espero que o Brasil traga criatividade, inovação e cultura. Temos o projeto da Casa Chandon (espaço para o consumidor entender como se faz um espumante e desfrutá-lo), temos as degustações. Eu acho que o Brasil tem uma cultura, uma diversidade que pode trazer para o mundo da Chandon.

E quanto as vendas?

Somos ambiciosos. E nossa questão é até tão longe podemos ir. Não dividimos números, mas posso dizer que o Brasil é uma prioridade para a Chandon. Estamos investindo na vinícola, nas experiências para o consumidor.

E o programa de sustentabilidade?

Temos um programa grande. Hoje sabemos que temos um impacto no planeta, na sociedade. Queremos promover a biodiversidade em todos os projetos que atuamos. E estamos em seis país: Argentina, Califórnia, Brasil, Austrália, China e Índia.

O mercado de espumantes é promissor. O setor movimentou 36,7 bilhões no ano passado e deve chegar a US$ 55,4 bilhões em 2028, um crescimento de 7% ao ano nos próximos cinco anos, pelos dados da consultoria IMARC Group. No Brasil, a Chandon, a filial brasileira do grupo francês referência em borbulhas, não tem a menor dúvida deste potencial, muito pelo contrário. Arnaud de Saignes, presidente da Maison Chandon, diz que as vendas devem crescer por aqui, mesmo sem revelar os números. “Até conhecer o mercado, eu não percebia como o espumante é uma referência para o vinho no Brasil”, afirma ele. Confira a seguir a entrevista exclusiva que ele concedeu para o Paladar.

A filial brasileira da Chandon completou 50 anos. Como você analisa a atuação da Chandon fora da França?

Se olharmos para a história da Chandon, temos três fases. A primeira foi a transmissão francesa de conhecimento, que começou em 1959, com a chegada da nossa filial na Argentina. Era a equipe da Moet & Chandon explorando o mundo, que começou quando decidimos valorizar a nossa história de séculos em Champanhe e mostrar o nosso savoir-faire. A segunda fase foi quando unimos as nossas ideias com o conhecimento aprendido nessa primeira fase com o conhecimento que criamos em nossos projetos na Argentina, na Califórnia, no Brasil, esses dois em 1973, e depois na Austrália. E a terceira fase é agora, com o Mundo de Chandon, com seis vinícolas, que incluem também a Índia e a China. Todas as vinícolas ao redor do mundo dividem uma visão comum, mas fazem isso de uma maneira muito local, porque tem o terroir de cada lugar, as diferentes de clima, de cada cultura.

Como é a troca de conhecimento entre os projetos?

Atualmente dividimos muito as informações. Temos um comitê técnico, que é muito ativo. Todos trazem ideias e as suas experiências. Eu acredito que temos um conhecimento único no mundo. Não é a experiência apenas em um terroir, mas em vários, e trazemos este conhecimento para o grupo. É a visão global, adaptada a cada realidade, a cada condição local. Cada país tem a liberdade de criar seus produtos. Essa é a expertise do grupo. Só elaboramos espumantes, mas no Brasil tem a riesling itálico: na Índia, a shiraz e a chenin blanc. O Philippe (Mével, principal enólogo da Chandon brasileira) criou o Passion, por exemplo.

Arnaud de Saignes, presidente da Maison Chandon, acredita que o Brasil pode crescer na produção de espumantes Foto: JULIANO PALMA

Na França, a Moet & Chandon elabora espumantes pelo método clássico, com segunda fermentação na garrafa; no Brasil, a segunda fermentação acontece em tanques. Como o grupo trabalha para manter o clássico, mas ter também outros métodos de elaboração?

O propósito da Chandon é inovar, desbravar outros terroir, elaborar vinhos com frescor, com maior complexidade aromática, mais frutados. O Passion (espumante com maior açúcar residual da vinícola) é um bom exemplo. Criamos produtos novos. E não acho que seja um problema para as outras marcas do grupo. Mas sempre dividimos os nossos princípios, a questão da sustentabilidade, técnicas de irrigação. Muitas práticas são compartilhadas, mas cada maison têm as suas identidades. E oferecemos produtos para o consumidor que são diferentes.

Mas é possível provar aqui no Brasil os diferentes espumantes, que a Chandon elabora em diversos países?

Infelizmente não. Eu adoraria levar o Paisson para a California e para a Austrália; o Apéritif (misto de espumante com laranja) da Argentina para o Brasil. O Blanc de Blanc da China para cá. Mas não queremos confundir o consumidor e trazer tantos produtos.

Qual a importância do Brasil comparada com os demais países?

Não revelamos os nossos números. O Brasil é um mercado importante, mas acho que pode ser muito maior.

O que falta?

Temos uma marca muito conhecida e que vem sendo mais conhecida e desejada. A qualidade dos nossos espumantes no Brasil vem crescendo, e as inovações também. Mas se analisarmos o tamanho do mercado brasileiro, acreditamos que a Chandon tem potencial para continuar desenvolvendo a marca e o mercado.

No final dos anos 1990, a Chandon deixou de elaborar vinhos brancos e tintos no Brasil e focou apenas nos espumantes. Foi uma sábia decisão?

Até conhecer o mercado, eu não percebia como o espumante é uma referência para o vinho no Brasil. É a segunda vez que venho ao Brasil. Isso é único porque no resto do mundo, o mercado de espumantes é uma parcela pequena. Mas no Brasil há mesmo uma apreciação, um entendimento da categoria do espumante.

A Chandon acaba de completar 50 anos de Brasil. O que esperar dos próximos 50 anos?

Eu espero que o Brasil traga criatividade, inovação e cultura. Temos o projeto da Casa Chandon (espaço para o consumidor entender como se faz um espumante e desfrutá-lo), temos as degustações. Eu acho que o Brasil tem uma cultura, uma diversidade que pode trazer para o mundo da Chandon.

E quanto as vendas?

Somos ambiciosos. E nossa questão é até tão longe podemos ir. Não dividimos números, mas posso dizer que o Brasil é uma prioridade para a Chandon. Estamos investindo na vinícola, nas experiências para o consumidor.

E o programa de sustentabilidade?

Temos um programa grande. Hoje sabemos que temos um impacto no planeta, na sociedade. Queremos promover a biodiversidade em todos os projetos que atuamos. E estamos em seis país: Argentina, Califórnia, Brasil, Austrália, China e Índia.

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