Suzana Barelli

Campeões de venda: degustação às cegas avalia rosés de até R$ 120


Estilo de vinho conquistou o paladar do brasileiro. 'Paladar' degustou 12 dos 15 rótulos mais importados no ano passado, com preços entre R$ 33,90 a R$ 114,40. Confira os melhores

Por Suzana Barelli

Nunca se bebeu tanto vinho rosé no Brasil. Em 2015, os rosados representavam 2% do total de rótulos importados para o nosso País. Cinco anos depois, sua participação passou para 7%, mesmo com o crescimento do volume de importação. Definitivamente, esse estilo de vinho, que não tem a acidez marcante de vários brancos nem os taninos dos tintos, conquistou o paladar do brasileiro.

Campeões de venda: degustação às cegas avaliou roses de até R$ 120 Foto: Tiago Queiroz/Estadão
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Na explicação dos especialistas, o rosé tem tudo a ver com o clima tropical do nosso País e combina perfeitamente com a nossa gastronomia. Mas quais são os rosados que mais agradam o consumidor, no universo de estilos de vinhos, daqueles levinhos, de cor clara, quase confundindo com um branco, aos de coloração mais escura, com aromas bem frutados e, em alguns casos, até uma ponta de tanino?

Para responder a essa pergunta, o Paladar degustou 12 dos 15 rótulos mais importados no ano passado, de acordo com o ranking da consultoria Ideal. São os campeões na preferência do brasileiro, aqueles que têm grande aceitação de mercado.

O resultado a seguir mostra que os preferidos são vinhos levemente frutados – poucos têm aromas exuberantes –, com um toque de doçura que, às vezes, esconde a acidez ou o amargor da bebida. São simples, para provar sem maiores compromissos. E vamos combinar que muitos vinhos podem, aliás, devem, ser apreciados desta maneira descompromissada.

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Paladar degustou 12 dos 15 rótulos mais importados no ano passado. São os campeões na preferência do brasileiro, aqueles que têm grande aceitação de mercado Foto: Tiago Queiroz/Estadão

Os rosés são listados abaixo pela ordem de preferência do trio de degustadores: Carina Cooper, sommelière da Vinícola Salton; Déco Rossi, consultor da Winet; e Suzana Barelli, colunista de vinhos do Paladar.

Como estamos em tempo de quarentena, para evitar o risco de contaminação, cada um recebeu as garrafas em casa (leia texto abaixo), provou e pontuou as amostras, numa degustação às cegas (sem saber que amostra correspondia a qual vinho).

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Avaliação dos rosés mais vendidos no Brasil

Brise Marine Mediterranée

França: R$ 110,90, na Grand Cru De garrafa estilosa, esse rosé do sul da França, com o Mediterranée como Indicação Geográfica Protegée, foi o destaque do painel para os três degustadores. De coloração salmão claro, traz notas frutadas, lembrando cerejas e framboesas frescas e perfumadas. No paladar, é mais contido, frutado e equilibrado, com uma acidez refrescante. A amostra foi também a mais seca do painel. Tem 12,5% de álcool.

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Brise Marine Mediterranée Foto: Grand Cru

Chilano

Chile; R$ 69,90, na Vivavinho.com.br Com cor rosada mais clara, esse rosé é elaborado com a uva Cabernet Sauvignon do vale central chileno e classificado como rosé meio doce. Seus aromas lembram morango e framboesas mais maduras. No paladar, tem corpo de média intensidade, mantém as notas de morango, mas se revela mais doce e com uma ponta de álcool, que traz uma sensação quente na boca. Com pouca persistência, deixa um final mais alcoólico no paladar. Tem 12,5% de álcool.

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Chilano Foto: Viva Vinho

 

Rosé Piscine

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França; R$ 114,40, no www.rosepiscine.com.br O segundo rosé mais importado no Brasil tem cor rosada clara, lembrando casca de cebola, e rótulo especial inspirado nas calçadas de Copacabana. Elaborado com a uva négrette, traz notas levemente florais e um toque frutado. Com corpo de média intensidade, segue as notas frutadas no paladar, mas com muito açúcar residual. A indicação na garrafa é para beber com gelo e, quando duas pedras de gelo são adicionadas, o vinho perde um pouco essa nota mais doce e se torna mais interessante. É um rosé que agrada, principalmente, os novos consumidores, que procuram uma bebida não tão seca. Tem 11% de álcool.

Rosé Piscine Foto: Rosé Piscine

 

Casal Garcia Rosé

Portugal; R$ 74,90, na Todovino.com.br Também classificado como rosé meio seco e elaborado na região de Vinhos Verdes, ao norte de Portugal, apresenta coloração rosada. É pouco aromático, com notas que remetem a frutas vermelhas e frutas do bosque. De corpo leve para médio, destaca-se pelo frescor e pelo final com alguma doçura. Tem 9,5% de álcool.

Casal Garcia Rosé Foto: Todo Vino

 

Adobe Reserva Rosé 2000

Chile; R$ 83, na La Pastina Uvas do Vale de Rapel dão origem a esse rosado da vinícola Emiliana, que segue o cultivo orgânico. Traz cor rosada bem clara, com aromas frutados sutis, lembrando frutas vermelhas, e notas mais oxidativas. De corpo leve para médio, é frutado no paladar. Apresenta o álcool presente, o que traz uma sensação mais quente no paladar. Tem 12,5% de álcool.

Adobe Reserva Rosé 2000 Foto: La Pastina

 

Mateus Rosé

Portugal; R$ 47,90, na Super Adega O vinho rosé mais vendido no Brasil, elaborado pela portuguesa Sogrape, tem cor rosada mais escura, com pequenas borbulhas (pétillant). No rótulo, a expressão “The original”, de quem sabe a sua importância história. Seus aromas frutados lembram morangos mais presentes. No paladar, é um vinho mais ligeiro, com bom frescor e aquela pontinha de açúcar que encanta os brasileiros. Tem 11% de álcool.

Mateus Rosé Foto: Supee Adega

 

Três Medallas Santa Rita 2020

Chile; R$ 44,90, no Pão de Açúcar O rosado da tradicional Viña Santa Rita tem cor clara, lembrando casca de cebola, com pequenas borbulhas (pétillant). É muito floral no nariz. Mantém as notas florais no paladar, mescladas com leves notas de fruta vermelha, lembrando morangos, e com uma ponta de açúcar residual a mais. Apresenta corpo leve, com final tostado, e álcool mais presente. Tem 12,5% de álcool.

Três Medallas Santa Rita 2020 Foto: Pão de Açúcar

 

Casillero del Diablo Reserva Rosé

Chile; R$ 62,90, na VCT A etiqueta mais colorida e com o símbolo do diabo estilizado chama a atenção desse rosé da linha Casillero del Diablo. O vinho apresenta coloração rosa claro e seus aromas remetem às frutas vermelhas mais frescas. As notas frutadas seguem no sabor, deste rosé de corpo médio, com leve frescor e de pouca persistência. Tem 12,5% de álcool.

Casillero del Diablo Reserva Rosé Foto: VCT

 

Reservado Rosé 2020 Santa Carolina 2000

Chile; R$ 41,99, na Casa Flora Esse vinho da categoria Reservado, elaborado com uvas do vale central chileno, tem cor rosada de média intensidade e aromas de frutas bem maduras, quase cozidas. No paladar, traz as notas de frutas vermelhas maduras e um dulçor, que o deixa desequilibrado. De corpo leve para médio, é curto em boca, com pouca persistência e final adocicado. Tem 12,5% de álcool.

Reservado Rosé 2020 Santa Carolina 2000 Foto: Casa Flora

 

Reservado Rosé Concha y Toro 

Chile; R$ 33,90, na VCT Com rótulo mais alegre do que os demais da sua linha, é classificado como rosé suave, o que indica um açúcar residual. No visual, apresenta cor vermelha, demonstrando uma maior extração das substâncias da casca da uva e traz aromas sutis de frutas vermelhas. É mais doce no paladar, para aqueles que apreciam um vinho suave, com maior peso em boca e pouco frescor. Tem 12% de álcool.

Reservado Rosé Concha y Toro Foto: VCT

 

Toro Loco 2019 

Espanha; R$ 56,35, na Wine.com.br Rosé espanhol, de Utiel-Requena, uma denominação de origem protegida, é elaborado apenas com a variedade bobal. Sua cor lembra um rosado quase vermelho, com aromas mais doces, que remetem à bala de frutas vermelhas, como framboesa. Tem corpo de média intensidade, até um leve tanino, talvez pela maior extração da cor da casca da uva. Apresenta mais persistência e final com leve doçura. Tem 12% de álcool.

Toro Loco 2019 Foto: Wine

 

Casal Mendes Rosé 2019

Portugal; R$ 37, na Portuscale Outro clássico entre os rosados portugueses, esse vinho da vinícola Aliança, elaborado na região do Minho português, tem cor vermelha com reflexos alaranjados. Seus aromas remetem às frutas vermelhas confitadas, num primeiro momento, depois a algo defumado, mais evoluído do que o esperado. Foi o rosado mais encorpado de todo o painel, curto, com carência de acidez. Tem 10,5% de álcool.

Casal Mendes Rosé 2019 Foto: Portuscale

 

Como foi feita a degustação

Como é impossível degustar com a máscara, hoje uma das maiores proteções ao covid-19, o Paladar decidiu apostar no modelo de degustação individual, com cada provador na segurança de sua casa.

Para isso, recorreu às garrafinhas de 200 ml. Pela manhã, as garrafas foram limpas e esterilizadas. Depois, as garrafas oficiais, de 750 ml, foram envoltas em papel alumínio e, em seguida, numeradas e abertas – chama atenção aqui que apenas duas garrafas estavam com rolha de cortiça. As demais estavam com a tampa de rosca. Detalhe: essas tampas são ideais para vedar esses vinhos, que são elaborados para serem consumidos logo, quando estão frescos e frutados, e não para envelhecer por anos na garrafa.

Degustação ás cegas foi feitaà distãncia Foto: Tiago Queiroz/Estadão

Os vinhos foram, então, divididos entre as garrafinhas, fechados com uma rolha e enviado para a casa dos degustadores. Carina Cooper e Déco Rossi provaram as garrafas numeradas e apenas com duas informações: que eram os vinhos rosés mais importados pelo Brasil e que o seu preço não passava dos R$ 100, com apenas duas exceções. 

Um rosé não apenas para a piscina

Desde que chegou ao Brasil em 2015, o Rosé Piscine é um marco no mercado de rosados. Até agora, só não desbancou o líder absoluto desse estilo, o português Mateus Rosé, mas já é o rótulo francês mais vendido em nosso país, segundo dados da consultoria Ideal. Em 2020, suas vendas aumentaram 45%, com um total de 300 mil garrafas comercializadas. Hidelbrando Lacerda, dono da marca no Brasil, explica por que o vinho faz tanto sucesso por aqui:

Como explicar o interesse crescente do brasileiro pelo rosé? É um vinho que veio a calhar no nosso clima. Aliado a isso, o brasileiro tem medo de errar na escolha do vinho. Mas como os rosés são muito parecidos, o consumidor compra com maior confiança. No caso do Rosé Piscine, é possível regular o paladar pela quantidade de gelo. Eu gosto dele com duas pedras de gelo, para equilibrar a doçura, mas tenho amigos que tomam o vinho apenas gelado e gostam dessa doçura.

Como surgiu o Rosé Piscine? Jacques Trainier, que é o presidente da cooperativa Vinovalle, no sudoeste francês, estava em férias na Provence, e viu que as pessoas colocavam gelo no vinho. Mas era só o gelo derreter para o vinho perder o seu gosto, diluído em água. Ele voltou para casa em Toulose, com uma ideia de elaborar um vinho próprio para beber com gelo. Escolheu a uva négrette, que tem acidez elevada e boa concentração de açúcar. A uva é colhida uma semana antes de sua maturação, para manter a acidez e ele elabora o rosé em tanques de inox.

E a ideia da garrafa estilizada, sempre no tom do azul das piscinas? Na França, a competitividade é muito agressiva e é preciso se diferenciar. Essa é uma garrafa que se destaca no ambiente. Agora, estamos lançando uma edição especial, inspirada na calçada de Copacabana. Fiz o pedido de 200 mil garrafas com esse rótulo e quando acabar, acabou, voltamos ao rótulo tradicional.

Nunca se bebeu tanto vinho rosé no Brasil. Em 2015, os rosados representavam 2% do total de rótulos importados para o nosso País. Cinco anos depois, sua participação passou para 7%, mesmo com o crescimento do volume de importação. Definitivamente, esse estilo de vinho, que não tem a acidez marcante de vários brancos nem os taninos dos tintos, conquistou o paladar do brasileiro.

Campeões de venda: degustação às cegas avaliou roses de até R$ 120 Foto: Tiago Queiroz/Estadão

Na explicação dos especialistas, o rosé tem tudo a ver com o clima tropical do nosso País e combina perfeitamente com a nossa gastronomia. Mas quais são os rosados que mais agradam o consumidor, no universo de estilos de vinhos, daqueles levinhos, de cor clara, quase confundindo com um branco, aos de coloração mais escura, com aromas bem frutados e, em alguns casos, até uma ponta de tanino?

Para responder a essa pergunta, o Paladar degustou 12 dos 15 rótulos mais importados no ano passado, de acordo com o ranking da consultoria Ideal. São os campeões na preferência do brasileiro, aqueles que têm grande aceitação de mercado.

O resultado a seguir mostra que os preferidos são vinhos levemente frutados – poucos têm aromas exuberantes –, com um toque de doçura que, às vezes, esconde a acidez ou o amargor da bebida. São simples, para provar sem maiores compromissos. E vamos combinar que muitos vinhos podem, aliás, devem, ser apreciados desta maneira descompromissada.

Paladar degustou 12 dos 15 rótulos mais importados no ano passado. São os campeões na preferência do brasileiro, aqueles que têm grande aceitação de mercado Foto: Tiago Queiroz/Estadão

Os rosés são listados abaixo pela ordem de preferência do trio de degustadores: Carina Cooper, sommelière da Vinícola Salton; Déco Rossi, consultor da Winet; e Suzana Barelli, colunista de vinhos do Paladar.

Como estamos em tempo de quarentena, para evitar o risco de contaminação, cada um recebeu as garrafas em casa (leia texto abaixo), provou e pontuou as amostras, numa degustação às cegas (sem saber que amostra correspondia a qual vinho).

Avaliação dos rosés mais vendidos no Brasil

Brise Marine Mediterranée

França: R$ 110,90, na Grand Cru De garrafa estilosa, esse rosé do sul da França, com o Mediterranée como Indicação Geográfica Protegée, foi o destaque do painel para os três degustadores. De coloração salmão claro, traz notas frutadas, lembrando cerejas e framboesas frescas e perfumadas. No paladar, é mais contido, frutado e equilibrado, com uma acidez refrescante. A amostra foi também a mais seca do painel. Tem 12,5% de álcool.

Brise Marine Mediterranée Foto: Grand Cru

Chilano

Chile; R$ 69,90, na Vivavinho.com.br Com cor rosada mais clara, esse rosé é elaborado com a uva Cabernet Sauvignon do vale central chileno e classificado como rosé meio doce. Seus aromas lembram morango e framboesas mais maduras. No paladar, tem corpo de média intensidade, mantém as notas de morango, mas se revela mais doce e com uma ponta de álcool, que traz uma sensação quente na boca. Com pouca persistência, deixa um final mais alcoólico no paladar. Tem 12,5% de álcool.

Chilano Foto: Viva Vinho

 

Rosé Piscine

França; R$ 114,40, no www.rosepiscine.com.br O segundo rosé mais importado no Brasil tem cor rosada clara, lembrando casca de cebola, e rótulo especial inspirado nas calçadas de Copacabana. Elaborado com a uva négrette, traz notas levemente florais e um toque frutado. Com corpo de média intensidade, segue as notas frutadas no paladar, mas com muito açúcar residual. A indicação na garrafa é para beber com gelo e, quando duas pedras de gelo são adicionadas, o vinho perde um pouco essa nota mais doce e se torna mais interessante. É um rosé que agrada, principalmente, os novos consumidores, que procuram uma bebida não tão seca. Tem 11% de álcool.

Rosé Piscine Foto: Rosé Piscine

 

Casal Garcia Rosé

Portugal; R$ 74,90, na Todovino.com.br Também classificado como rosé meio seco e elaborado na região de Vinhos Verdes, ao norte de Portugal, apresenta coloração rosada. É pouco aromático, com notas que remetem a frutas vermelhas e frutas do bosque. De corpo leve para médio, destaca-se pelo frescor e pelo final com alguma doçura. Tem 9,5% de álcool.

Casal Garcia Rosé Foto: Todo Vino

 

Adobe Reserva Rosé 2000

Chile; R$ 83, na La Pastina Uvas do Vale de Rapel dão origem a esse rosado da vinícola Emiliana, que segue o cultivo orgânico. Traz cor rosada bem clara, com aromas frutados sutis, lembrando frutas vermelhas, e notas mais oxidativas. De corpo leve para médio, é frutado no paladar. Apresenta o álcool presente, o que traz uma sensação mais quente no paladar. Tem 12,5% de álcool.

Adobe Reserva Rosé 2000 Foto: La Pastina

 

Mateus Rosé

Portugal; R$ 47,90, na Super Adega O vinho rosé mais vendido no Brasil, elaborado pela portuguesa Sogrape, tem cor rosada mais escura, com pequenas borbulhas (pétillant). No rótulo, a expressão “The original”, de quem sabe a sua importância história. Seus aromas frutados lembram morangos mais presentes. No paladar, é um vinho mais ligeiro, com bom frescor e aquela pontinha de açúcar que encanta os brasileiros. Tem 11% de álcool.

Mateus Rosé Foto: Supee Adega

 

Três Medallas Santa Rita 2020

Chile; R$ 44,90, no Pão de Açúcar O rosado da tradicional Viña Santa Rita tem cor clara, lembrando casca de cebola, com pequenas borbulhas (pétillant). É muito floral no nariz. Mantém as notas florais no paladar, mescladas com leves notas de fruta vermelha, lembrando morangos, e com uma ponta de açúcar residual a mais. Apresenta corpo leve, com final tostado, e álcool mais presente. Tem 12,5% de álcool.

Três Medallas Santa Rita 2020 Foto: Pão de Açúcar

 

Casillero del Diablo Reserva Rosé

Chile; R$ 62,90, na VCT A etiqueta mais colorida e com o símbolo do diabo estilizado chama a atenção desse rosé da linha Casillero del Diablo. O vinho apresenta coloração rosa claro e seus aromas remetem às frutas vermelhas mais frescas. As notas frutadas seguem no sabor, deste rosé de corpo médio, com leve frescor e de pouca persistência. Tem 12,5% de álcool.

Casillero del Diablo Reserva Rosé Foto: VCT

 

Reservado Rosé 2020 Santa Carolina 2000

Chile; R$ 41,99, na Casa Flora Esse vinho da categoria Reservado, elaborado com uvas do vale central chileno, tem cor rosada de média intensidade e aromas de frutas bem maduras, quase cozidas. No paladar, traz as notas de frutas vermelhas maduras e um dulçor, que o deixa desequilibrado. De corpo leve para médio, é curto em boca, com pouca persistência e final adocicado. Tem 12,5% de álcool.

Reservado Rosé 2020 Santa Carolina 2000 Foto: Casa Flora

 

Reservado Rosé Concha y Toro 

Chile; R$ 33,90, na VCT Com rótulo mais alegre do que os demais da sua linha, é classificado como rosé suave, o que indica um açúcar residual. No visual, apresenta cor vermelha, demonstrando uma maior extração das substâncias da casca da uva e traz aromas sutis de frutas vermelhas. É mais doce no paladar, para aqueles que apreciam um vinho suave, com maior peso em boca e pouco frescor. Tem 12% de álcool.

Reservado Rosé Concha y Toro Foto: VCT

 

Toro Loco 2019 

Espanha; R$ 56,35, na Wine.com.br Rosé espanhol, de Utiel-Requena, uma denominação de origem protegida, é elaborado apenas com a variedade bobal. Sua cor lembra um rosado quase vermelho, com aromas mais doces, que remetem à bala de frutas vermelhas, como framboesa. Tem corpo de média intensidade, até um leve tanino, talvez pela maior extração da cor da casca da uva. Apresenta mais persistência e final com leve doçura. Tem 12% de álcool.

Toro Loco 2019 Foto: Wine

 

Casal Mendes Rosé 2019

Portugal; R$ 37, na Portuscale Outro clássico entre os rosados portugueses, esse vinho da vinícola Aliança, elaborado na região do Minho português, tem cor vermelha com reflexos alaranjados. Seus aromas remetem às frutas vermelhas confitadas, num primeiro momento, depois a algo defumado, mais evoluído do que o esperado. Foi o rosado mais encorpado de todo o painel, curto, com carência de acidez. Tem 10,5% de álcool.

Casal Mendes Rosé 2019 Foto: Portuscale

 

Como foi feita a degustação

Como é impossível degustar com a máscara, hoje uma das maiores proteções ao covid-19, o Paladar decidiu apostar no modelo de degustação individual, com cada provador na segurança de sua casa.

Para isso, recorreu às garrafinhas de 200 ml. Pela manhã, as garrafas foram limpas e esterilizadas. Depois, as garrafas oficiais, de 750 ml, foram envoltas em papel alumínio e, em seguida, numeradas e abertas – chama atenção aqui que apenas duas garrafas estavam com rolha de cortiça. As demais estavam com a tampa de rosca. Detalhe: essas tampas são ideais para vedar esses vinhos, que são elaborados para serem consumidos logo, quando estão frescos e frutados, e não para envelhecer por anos na garrafa.

Degustação ás cegas foi feitaà distãncia Foto: Tiago Queiroz/Estadão

Os vinhos foram, então, divididos entre as garrafinhas, fechados com uma rolha e enviado para a casa dos degustadores. Carina Cooper e Déco Rossi provaram as garrafas numeradas e apenas com duas informações: que eram os vinhos rosés mais importados pelo Brasil e que o seu preço não passava dos R$ 100, com apenas duas exceções. 

Um rosé não apenas para a piscina

Desde que chegou ao Brasil em 2015, o Rosé Piscine é um marco no mercado de rosados. Até agora, só não desbancou o líder absoluto desse estilo, o português Mateus Rosé, mas já é o rótulo francês mais vendido em nosso país, segundo dados da consultoria Ideal. Em 2020, suas vendas aumentaram 45%, com um total de 300 mil garrafas comercializadas. Hidelbrando Lacerda, dono da marca no Brasil, explica por que o vinho faz tanto sucesso por aqui:

Como explicar o interesse crescente do brasileiro pelo rosé? É um vinho que veio a calhar no nosso clima. Aliado a isso, o brasileiro tem medo de errar na escolha do vinho. Mas como os rosés são muito parecidos, o consumidor compra com maior confiança. No caso do Rosé Piscine, é possível regular o paladar pela quantidade de gelo. Eu gosto dele com duas pedras de gelo, para equilibrar a doçura, mas tenho amigos que tomam o vinho apenas gelado e gostam dessa doçura.

Como surgiu o Rosé Piscine? Jacques Trainier, que é o presidente da cooperativa Vinovalle, no sudoeste francês, estava em férias na Provence, e viu que as pessoas colocavam gelo no vinho. Mas era só o gelo derreter para o vinho perder o seu gosto, diluído em água. Ele voltou para casa em Toulose, com uma ideia de elaborar um vinho próprio para beber com gelo. Escolheu a uva négrette, que tem acidez elevada e boa concentração de açúcar. A uva é colhida uma semana antes de sua maturação, para manter a acidez e ele elabora o rosé em tanques de inox.

E a ideia da garrafa estilizada, sempre no tom do azul das piscinas? Na França, a competitividade é muito agressiva e é preciso se diferenciar. Essa é uma garrafa que se destaca no ambiente. Agora, estamos lançando uma edição especial, inspirada na calçada de Copacabana. Fiz o pedido de 200 mil garrafas com esse rótulo e quando acabar, acabou, voltamos ao rótulo tradicional.

Nunca se bebeu tanto vinho rosé no Brasil. Em 2015, os rosados representavam 2% do total de rótulos importados para o nosso País. Cinco anos depois, sua participação passou para 7%, mesmo com o crescimento do volume de importação. Definitivamente, esse estilo de vinho, que não tem a acidez marcante de vários brancos nem os taninos dos tintos, conquistou o paladar do brasileiro.

Campeões de venda: degustação às cegas avaliou roses de até R$ 120 Foto: Tiago Queiroz/Estadão

Na explicação dos especialistas, o rosé tem tudo a ver com o clima tropical do nosso País e combina perfeitamente com a nossa gastronomia. Mas quais são os rosados que mais agradam o consumidor, no universo de estilos de vinhos, daqueles levinhos, de cor clara, quase confundindo com um branco, aos de coloração mais escura, com aromas bem frutados e, em alguns casos, até uma ponta de tanino?

Para responder a essa pergunta, o Paladar degustou 12 dos 15 rótulos mais importados no ano passado, de acordo com o ranking da consultoria Ideal. São os campeões na preferência do brasileiro, aqueles que têm grande aceitação de mercado.

O resultado a seguir mostra que os preferidos são vinhos levemente frutados – poucos têm aromas exuberantes –, com um toque de doçura que, às vezes, esconde a acidez ou o amargor da bebida. São simples, para provar sem maiores compromissos. E vamos combinar que muitos vinhos podem, aliás, devem, ser apreciados desta maneira descompromissada.

Paladar degustou 12 dos 15 rótulos mais importados no ano passado. São os campeões na preferência do brasileiro, aqueles que têm grande aceitação de mercado Foto: Tiago Queiroz/Estadão

Os rosés são listados abaixo pela ordem de preferência do trio de degustadores: Carina Cooper, sommelière da Vinícola Salton; Déco Rossi, consultor da Winet; e Suzana Barelli, colunista de vinhos do Paladar.

Como estamos em tempo de quarentena, para evitar o risco de contaminação, cada um recebeu as garrafas em casa (leia texto abaixo), provou e pontuou as amostras, numa degustação às cegas (sem saber que amostra correspondia a qual vinho).

Avaliação dos rosés mais vendidos no Brasil

Brise Marine Mediterranée

França: R$ 110,90, na Grand Cru De garrafa estilosa, esse rosé do sul da França, com o Mediterranée como Indicação Geográfica Protegée, foi o destaque do painel para os três degustadores. De coloração salmão claro, traz notas frutadas, lembrando cerejas e framboesas frescas e perfumadas. No paladar, é mais contido, frutado e equilibrado, com uma acidez refrescante. A amostra foi também a mais seca do painel. Tem 12,5% de álcool.

Brise Marine Mediterranée Foto: Grand Cru

Chilano

Chile; R$ 69,90, na Vivavinho.com.br Com cor rosada mais clara, esse rosé é elaborado com a uva Cabernet Sauvignon do vale central chileno e classificado como rosé meio doce. Seus aromas lembram morango e framboesas mais maduras. No paladar, tem corpo de média intensidade, mantém as notas de morango, mas se revela mais doce e com uma ponta de álcool, que traz uma sensação quente na boca. Com pouca persistência, deixa um final mais alcoólico no paladar. Tem 12,5% de álcool.

Chilano Foto: Viva Vinho

 

Rosé Piscine

França; R$ 114,40, no www.rosepiscine.com.br O segundo rosé mais importado no Brasil tem cor rosada clara, lembrando casca de cebola, e rótulo especial inspirado nas calçadas de Copacabana. Elaborado com a uva négrette, traz notas levemente florais e um toque frutado. Com corpo de média intensidade, segue as notas frutadas no paladar, mas com muito açúcar residual. A indicação na garrafa é para beber com gelo e, quando duas pedras de gelo são adicionadas, o vinho perde um pouco essa nota mais doce e se torna mais interessante. É um rosé que agrada, principalmente, os novos consumidores, que procuram uma bebida não tão seca. Tem 11% de álcool.

Rosé Piscine Foto: Rosé Piscine

 

Casal Garcia Rosé

Portugal; R$ 74,90, na Todovino.com.br Também classificado como rosé meio seco e elaborado na região de Vinhos Verdes, ao norte de Portugal, apresenta coloração rosada. É pouco aromático, com notas que remetem a frutas vermelhas e frutas do bosque. De corpo leve para médio, destaca-se pelo frescor e pelo final com alguma doçura. Tem 9,5% de álcool.

Casal Garcia Rosé Foto: Todo Vino

 

Adobe Reserva Rosé 2000

Chile; R$ 83, na La Pastina Uvas do Vale de Rapel dão origem a esse rosado da vinícola Emiliana, que segue o cultivo orgânico. Traz cor rosada bem clara, com aromas frutados sutis, lembrando frutas vermelhas, e notas mais oxidativas. De corpo leve para médio, é frutado no paladar. Apresenta o álcool presente, o que traz uma sensação mais quente no paladar. Tem 12,5% de álcool.

Adobe Reserva Rosé 2000 Foto: La Pastina

 

Mateus Rosé

Portugal; R$ 47,90, na Super Adega O vinho rosé mais vendido no Brasil, elaborado pela portuguesa Sogrape, tem cor rosada mais escura, com pequenas borbulhas (pétillant). No rótulo, a expressão “The original”, de quem sabe a sua importância história. Seus aromas frutados lembram morangos mais presentes. No paladar, é um vinho mais ligeiro, com bom frescor e aquela pontinha de açúcar que encanta os brasileiros. Tem 11% de álcool.

Mateus Rosé Foto: Supee Adega

 

Três Medallas Santa Rita 2020

Chile; R$ 44,90, no Pão de Açúcar O rosado da tradicional Viña Santa Rita tem cor clara, lembrando casca de cebola, com pequenas borbulhas (pétillant). É muito floral no nariz. Mantém as notas florais no paladar, mescladas com leves notas de fruta vermelha, lembrando morangos, e com uma ponta de açúcar residual a mais. Apresenta corpo leve, com final tostado, e álcool mais presente. Tem 12,5% de álcool.

Três Medallas Santa Rita 2020 Foto: Pão de Açúcar

 

Casillero del Diablo Reserva Rosé

Chile; R$ 62,90, na VCT A etiqueta mais colorida e com o símbolo do diabo estilizado chama a atenção desse rosé da linha Casillero del Diablo. O vinho apresenta coloração rosa claro e seus aromas remetem às frutas vermelhas mais frescas. As notas frutadas seguem no sabor, deste rosé de corpo médio, com leve frescor e de pouca persistência. Tem 12,5% de álcool.

Casillero del Diablo Reserva Rosé Foto: VCT

 

Reservado Rosé 2020 Santa Carolina 2000

Chile; R$ 41,99, na Casa Flora Esse vinho da categoria Reservado, elaborado com uvas do vale central chileno, tem cor rosada de média intensidade e aromas de frutas bem maduras, quase cozidas. No paladar, traz as notas de frutas vermelhas maduras e um dulçor, que o deixa desequilibrado. De corpo leve para médio, é curto em boca, com pouca persistência e final adocicado. Tem 12,5% de álcool.

Reservado Rosé 2020 Santa Carolina 2000 Foto: Casa Flora

 

Reservado Rosé Concha y Toro 

Chile; R$ 33,90, na VCT Com rótulo mais alegre do que os demais da sua linha, é classificado como rosé suave, o que indica um açúcar residual. No visual, apresenta cor vermelha, demonstrando uma maior extração das substâncias da casca da uva e traz aromas sutis de frutas vermelhas. É mais doce no paladar, para aqueles que apreciam um vinho suave, com maior peso em boca e pouco frescor. Tem 12% de álcool.

Reservado Rosé Concha y Toro Foto: VCT

 

Toro Loco 2019 

Espanha; R$ 56,35, na Wine.com.br Rosé espanhol, de Utiel-Requena, uma denominação de origem protegida, é elaborado apenas com a variedade bobal. Sua cor lembra um rosado quase vermelho, com aromas mais doces, que remetem à bala de frutas vermelhas, como framboesa. Tem corpo de média intensidade, até um leve tanino, talvez pela maior extração da cor da casca da uva. Apresenta mais persistência e final com leve doçura. Tem 12% de álcool.

Toro Loco 2019 Foto: Wine

 

Casal Mendes Rosé 2019

Portugal; R$ 37, na Portuscale Outro clássico entre os rosados portugueses, esse vinho da vinícola Aliança, elaborado na região do Minho português, tem cor vermelha com reflexos alaranjados. Seus aromas remetem às frutas vermelhas confitadas, num primeiro momento, depois a algo defumado, mais evoluído do que o esperado. Foi o rosado mais encorpado de todo o painel, curto, com carência de acidez. Tem 10,5% de álcool.

Casal Mendes Rosé 2019 Foto: Portuscale

 

Como foi feita a degustação

Como é impossível degustar com a máscara, hoje uma das maiores proteções ao covid-19, o Paladar decidiu apostar no modelo de degustação individual, com cada provador na segurança de sua casa.

Para isso, recorreu às garrafinhas de 200 ml. Pela manhã, as garrafas foram limpas e esterilizadas. Depois, as garrafas oficiais, de 750 ml, foram envoltas em papel alumínio e, em seguida, numeradas e abertas – chama atenção aqui que apenas duas garrafas estavam com rolha de cortiça. As demais estavam com a tampa de rosca. Detalhe: essas tampas são ideais para vedar esses vinhos, que são elaborados para serem consumidos logo, quando estão frescos e frutados, e não para envelhecer por anos na garrafa.

Degustação ás cegas foi feitaà distãncia Foto: Tiago Queiroz/Estadão

Os vinhos foram, então, divididos entre as garrafinhas, fechados com uma rolha e enviado para a casa dos degustadores. Carina Cooper e Déco Rossi provaram as garrafas numeradas e apenas com duas informações: que eram os vinhos rosés mais importados pelo Brasil e que o seu preço não passava dos R$ 100, com apenas duas exceções. 

Um rosé não apenas para a piscina

Desde que chegou ao Brasil em 2015, o Rosé Piscine é um marco no mercado de rosados. Até agora, só não desbancou o líder absoluto desse estilo, o português Mateus Rosé, mas já é o rótulo francês mais vendido em nosso país, segundo dados da consultoria Ideal. Em 2020, suas vendas aumentaram 45%, com um total de 300 mil garrafas comercializadas. Hidelbrando Lacerda, dono da marca no Brasil, explica por que o vinho faz tanto sucesso por aqui:

Como explicar o interesse crescente do brasileiro pelo rosé? É um vinho que veio a calhar no nosso clima. Aliado a isso, o brasileiro tem medo de errar na escolha do vinho. Mas como os rosés são muito parecidos, o consumidor compra com maior confiança. No caso do Rosé Piscine, é possível regular o paladar pela quantidade de gelo. Eu gosto dele com duas pedras de gelo, para equilibrar a doçura, mas tenho amigos que tomam o vinho apenas gelado e gostam dessa doçura.

Como surgiu o Rosé Piscine? Jacques Trainier, que é o presidente da cooperativa Vinovalle, no sudoeste francês, estava em férias na Provence, e viu que as pessoas colocavam gelo no vinho. Mas era só o gelo derreter para o vinho perder o seu gosto, diluído em água. Ele voltou para casa em Toulose, com uma ideia de elaborar um vinho próprio para beber com gelo. Escolheu a uva négrette, que tem acidez elevada e boa concentração de açúcar. A uva é colhida uma semana antes de sua maturação, para manter a acidez e ele elabora o rosé em tanques de inox.

E a ideia da garrafa estilizada, sempre no tom do azul das piscinas? Na França, a competitividade é muito agressiva e é preciso se diferenciar. Essa é uma garrafa que se destaca no ambiente. Agora, estamos lançando uma edição especial, inspirada na calçada de Copacabana. Fiz o pedido de 200 mil garrafas com esse rótulo e quando acabar, acabou, voltamos ao rótulo tradicional.

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