Um espumante que, além de dar prazer, traz as vantagens da ingestão do colágeno, para a firmeza da pele. Por um momento, a proposta pode parecer inusitada, mas o primeiro espumante brasileiro com colágeno vem chamando atenção. Recém-lançado pela dupla de amigas Regina Vanderlinde, que é a presidente da OIV, a organização internacional da Vinha e do Vinho, e da enóloga Patrícia Possamai, o espumante Bella Sparkling Collagen Pink tem os mesmos aromas e sabores encontrados em seus pares, mas traz o benefício extra do colágeno.
Na verdade, por questões de legislação, a Bella Wines é classificada como uma bebida alcoólica mista. A lei brasileira define o espumante como um vinho, elaborado exclusivamente com uvas, em que as borbulhas, ou o anidrido carbônico no seu termo técnico, provém de uma segunda fermentação. Ao acrescentar o colágeno, não é mais possível classificá-lo como tal.
A ideia, conta Regina, nasceu no projeto de mestrado de Patrícia, que foi sua aluna no Instituto de Biotecnologia da Universidade de Caxias do Sul. “Nossa ideia era desenvolver um produto juntas, que tivesse aceitação no mercado”, conta Regina. O projeto universitário já nasceu com foco em ser um negócio da dupla, que criaram a Bella Wine. O colágeno foi pensado porque o Brasil é um grande consumidor de produtos cosméticos e de higiene pessoal. “Somos o terceiro país que mais consume produtos cosméticos e isso não deixa de ser um estímulo para consumir mais vinhos”, conta Regina.
A dupla fez vários testes com diferentes colágenos e suas concentrações, aproveitando que Regina é farmacêutica bioquímica (foi por mais de duas décadas professora da universidade), e Patrícia é enóloga, atualmente diretora do site www.vinhosweb.com.br.
Na fórmula final, peptídeos ativos do colágeno Verisol foram acrescentados na garrafa, na proporção de 2,5 g de colágeno para cada 750 ml da bebida. É a dose, diz Regina, recomendada para as mulheres.
O enólogo Alejandro Cardozo, que participou dos testes iniciais para o desenvolvimento do produto, conta que o colágeno não passa gosto para a bebida. Ele é adicionado ao espumante no final da sua elaboração, atualmente terceirizada na vinícola Domno, do Grupo Valduga. O espumante com colágeno é elaborado com as uvas Chardonnay, Merlot, Pinot Noir e Riesling, e vendido por R$ 98, no www.vinhosweb.com.br e, em breve, no www.terroirdomundo.com.br.
É o mesmo que acontece com os espumantes que têm folha de ouro adicionada ao líquido. O ouro não altera seus sabores e os aromas, mas mexe com o visual. Na própria garrafa, é possível ver as partículas douradas misturadas ao líquido. “Nosso marketing é que é uma joia, mas com custo acessível”, afirma Caroline Lopes, proprietária da Cheti.
O espumante é elaborado pelo enólogo Cardozo, nas versões brut e rosé, e vendido no www.cheti.com.br, por R$ 179, a garrafa. “Utilizamos o que as pessoas chamam de ouro comestível”, conta Caroline. O ouro, de 23 ou 24 quilates, não tem metais adicionais e por isso é classificado como comestível. Como o nosso organismo não consegue processar o ouro, ele é eliminado depois de ingerido.
São poucos os espumantes com ouro comercializados no Brasil. No passado, a importadora Mistral chegou a trazer o crémant da Borgonha da francesa Parigot, que tinha as folhas de ouro. Cremant é como são chamados os espumantes franceses elaborados fora da região de Champanhe. Carolina Licari, da Parigot, conta que o produto foi criado por uma demanda de um cliente, e que atualmente a produção é pequena. “A ingestão de ouro era algo muito cobiçado desde o Egito antigo e ainda hoje as culturas asiáticas acreditam que traz benefícios como a longevidade, além de ser lindo para os olhos”, afirma Carolina.