Suzana Barelli

Como garimpar bons rótulos em uma feira de vinhos


Com cerca de 1 mil marcas em exibição, a ProWine possibilita encontrar bons vinhos e descobrir tendências

Por Suzana Barelli

Dois vinhos brancos, elaborados com a uva albariño, foi o que mais me impressionou na ProWine, feira voltada para os profissionais do setor, que aconteceu nesta semana em São Paulo. Os rótulos são os dois crus de albariño da Compañia Uruguaya de Vinos de Mar, um projeto do casal argentino Gerardo Michelini e Andrea Muffato, no povoado de Gárzon, no litoral uruguaio.

Na minha descrição destes vinhos, estão termos como cítrico, tenso, fresco, salino, o que destoa da maioria dos brancos elaborados com essa uva no Uruguai, em geral mais frutados e untuosos (a variedade vem se destacando como uma das melhores uvas brancas para o país). Devem chegar ao Brasil ainda este ano, por preço ao redor de R$ 350, pela Vinoterra. Há também um albariño de entrada de linha e, nos tintos, bons pinot noir e tannat, do casal que elabora vinhos de muita tipicidade também na Argentina e na Espanha, com preço a partir de R$ 150.

ProWine conta com cerca de 1 mil marcas em exibição Foto: ProWine/Divulgação
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Encontrar vinhos que surpreenda pelas mais diversas razões (pode ser pelo estilo, pela tendência, pelo preço, por exemplo) é um dos objetivos das feiras do setor. Para isso, é preciso provar muita coisa e cuspir (só descartando as amostras é possível avaliar os diversos rótulos em exposição). Mas este não é o único objetivo de uma feira de vinhos e o que levou tanta gente aos três dias do evento (foram exatos 10.425 visitantes, o que deixou muito dos corredores lotados).

Uma degustação do chileno Patricio Tapia, por exemplo, permitiu comparar ícones argentinos e chilenos da safra de 2021, ano de muita qualidade nos dois lados da Cordilheira dos Andes. Na Argentina, a comparação foi difícil estabelecer qual o melhor entre o Adrianna Vineyard Mundus Bacilus Terrae Malbec 2021 e o Finca Piedra Infinita Supercal Malbec 2021, dois ícones elaborados apenas com a malbec e fermentados em tanques de concreto. “É o primeiro ano que o Mundus Bacilus foi elaborado assim. É uma procura por valorizar o terroir”, destaca Tapia. No mesmo painel, destaque para o Jardín de Hormigas Vino de Jardín Malbec 2021, lançado pela primeira vez nesta safra. São vinhedos ainda jovens, plantados em 2017, e que devem ganhar complexidade com o tempo. Do lado chileno, a chance de provar (e comparar) lado a lado os ícones Seña, Casa Real e Almaviva, todos ainda muito jovens, mas de estilos diferentes.

Os corredores da ProWine, lotados de pessoas em busca de novidades do setor Foto: Divulgação/ProWine
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Ainda pela feira, Adriano Miolo, da vinícola que tem o seu sobrenome, apresentava a primeira safra do trebbiano, o segundo vinho da linha Wild. É um projeto pequeno na vinícola, na qual os vinhos são elaborados com leveduras indígenas (ou seja, do próprio vinhedo) e sem a adição de sulfito (utilizado para estabilizar o vinho). “Fizemos diversas experiências até encontrar uma uva branca que desse certo neste projeto”, conta ele. A ideia é crescer a linha, também com um vinho laranja (branco que fica mais tempo em contato com as cascas). Mais que isso: o aprendizado em vinificar com as leveduras do próprio vinhedo agora não se restringe mais à linha Wild. “Quatro dos nossos lendários já são realizados desta maneira”, conta Adriano Miolo. São os vinhos ícones da vinícola, mostrando como o maior conhecimento vem se espalhando em todo o projeto.

Nem só de vinhos vive a feira. No estande da Tanyno, importadora relativamente jovem, com foco em vinhos premiuns, o comentário era a nova taça de vinho. Com preço a partir de R$ 59, no caso da com capacidade para 530 ml, é uma taça levíssima (100 gramas) e finíssima, inspirada na Zalto (a preferida dos sommeliers, mas que tem preço unitário a partir de R$ 400). Na importadora, foco também em barolos, brunellos e champanhes, em geral com preços 30% dos praticados no mercado, e a parceria para trabalhar com os rótulos premiuns da chilena Errazuriz. Aqui o destaque é a linha Pizarras, com uvas próximas ao oceano Pacífico, no vale de Aconcagua.

Enfim, experiências que as feiras de vinho proporcionam.

Dois vinhos brancos, elaborados com a uva albariño, foi o que mais me impressionou na ProWine, feira voltada para os profissionais do setor, que aconteceu nesta semana em São Paulo. Os rótulos são os dois crus de albariño da Compañia Uruguaya de Vinos de Mar, um projeto do casal argentino Gerardo Michelini e Andrea Muffato, no povoado de Gárzon, no litoral uruguaio.

Na minha descrição destes vinhos, estão termos como cítrico, tenso, fresco, salino, o que destoa da maioria dos brancos elaborados com essa uva no Uruguai, em geral mais frutados e untuosos (a variedade vem se destacando como uma das melhores uvas brancas para o país). Devem chegar ao Brasil ainda este ano, por preço ao redor de R$ 350, pela Vinoterra. Há também um albariño de entrada de linha e, nos tintos, bons pinot noir e tannat, do casal que elabora vinhos de muita tipicidade também na Argentina e na Espanha, com preço a partir de R$ 150.

ProWine conta com cerca de 1 mil marcas em exibição Foto: ProWine/Divulgação

Encontrar vinhos que surpreenda pelas mais diversas razões (pode ser pelo estilo, pela tendência, pelo preço, por exemplo) é um dos objetivos das feiras do setor. Para isso, é preciso provar muita coisa e cuspir (só descartando as amostras é possível avaliar os diversos rótulos em exposição). Mas este não é o único objetivo de uma feira de vinhos e o que levou tanta gente aos três dias do evento (foram exatos 10.425 visitantes, o que deixou muito dos corredores lotados).

Uma degustação do chileno Patricio Tapia, por exemplo, permitiu comparar ícones argentinos e chilenos da safra de 2021, ano de muita qualidade nos dois lados da Cordilheira dos Andes. Na Argentina, a comparação foi difícil estabelecer qual o melhor entre o Adrianna Vineyard Mundus Bacilus Terrae Malbec 2021 e o Finca Piedra Infinita Supercal Malbec 2021, dois ícones elaborados apenas com a malbec e fermentados em tanques de concreto. “É o primeiro ano que o Mundus Bacilus foi elaborado assim. É uma procura por valorizar o terroir”, destaca Tapia. No mesmo painel, destaque para o Jardín de Hormigas Vino de Jardín Malbec 2021, lançado pela primeira vez nesta safra. São vinhedos ainda jovens, plantados em 2017, e que devem ganhar complexidade com o tempo. Do lado chileno, a chance de provar (e comparar) lado a lado os ícones Seña, Casa Real e Almaviva, todos ainda muito jovens, mas de estilos diferentes.

Os corredores da ProWine, lotados de pessoas em busca de novidades do setor Foto: Divulgação/ProWine

Ainda pela feira, Adriano Miolo, da vinícola que tem o seu sobrenome, apresentava a primeira safra do trebbiano, o segundo vinho da linha Wild. É um projeto pequeno na vinícola, na qual os vinhos são elaborados com leveduras indígenas (ou seja, do próprio vinhedo) e sem a adição de sulfito (utilizado para estabilizar o vinho). “Fizemos diversas experiências até encontrar uma uva branca que desse certo neste projeto”, conta ele. A ideia é crescer a linha, também com um vinho laranja (branco que fica mais tempo em contato com as cascas). Mais que isso: o aprendizado em vinificar com as leveduras do próprio vinhedo agora não se restringe mais à linha Wild. “Quatro dos nossos lendários já são realizados desta maneira”, conta Adriano Miolo. São os vinhos ícones da vinícola, mostrando como o maior conhecimento vem se espalhando em todo o projeto.

Nem só de vinhos vive a feira. No estande da Tanyno, importadora relativamente jovem, com foco em vinhos premiuns, o comentário era a nova taça de vinho. Com preço a partir de R$ 59, no caso da com capacidade para 530 ml, é uma taça levíssima (100 gramas) e finíssima, inspirada na Zalto (a preferida dos sommeliers, mas que tem preço unitário a partir de R$ 400). Na importadora, foco também em barolos, brunellos e champanhes, em geral com preços 30% dos praticados no mercado, e a parceria para trabalhar com os rótulos premiuns da chilena Errazuriz. Aqui o destaque é a linha Pizarras, com uvas próximas ao oceano Pacífico, no vale de Aconcagua.

Enfim, experiências que as feiras de vinho proporcionam.

Dois vinhos brancos, elaborados com a uva albariño, foi o que mais me impressionou na ProWine, feira voltada para os profissionais do setor, que aconteceu nesta semana em São Paulo. Os rótulos são os dois crus de albariño da Compañia Uruguaya de Vinos de Mar, um projeto do casal argentino Gerardo Michelini e Andrea Muffato, no povoado de Gárzon, no litoral uruguaio.

Na minha descrição destes vinhos, estão termos como cítrico, tenso, fresco, salino, o que destoa da maioria dos brancos elaborados com essa uva no Uruguai, em geral mais frutados e untuosos (a variedade vem se destacando como uma das melhores uvas brancas para o país). Devem chegar ao Brasil ainda este ano, por preço ao redor de R$ 350, pela Vinoterra. Há também um albariño de entrada de linha e, nos tintos, bons pinot noir e tannat, do casal que elabora vinhos de muita tipicidade também na Argentina e na Espanha, com preço a partir de R$ 150.

ProWine conta com cerca de 1 mil marcas em exibição Foto: ProWine/Divulgação

Encontrar vinhos que surpreenda pelas mais diversas razões (pode ser pelo estilo, pela tendência, pelo preço, por exemplo) é um dos objetivos das feiras do setor. Para isso, é preciso provar muita coisa e cuspir (só descartando as amostras é possível avaliar os diversos rótulos em exposição). Mas este não é o único objetivo de uma feira de vinhos e o que levou tanta gente aos três dias do evento (foram exatos 10.425 visitantes, o que deixou muito dos corredores lotados).

Uma degustação do chileno Patricio Tapia, por exemplo, permitiu comparar ícones argentinos e chilenos da safra de 2021, ano de muita qualidade nos dois lados da Cordilheira dos Andes. Na Argentina, a comparação foi difícil estabelecer qual o melhor entre o Adrianna Vineyard Mundus Bacilus Terrae Malbec 2021 e o Finca Piedra Infinita Supercal Malbec 2021, dois ícones elaborados apenas com a malbec e fermentados em tanques de concreto. “É o primeiro ano que o Mundus Bacilus foi elaborado assim. É uma procura por valorizar o terroir”, destaca Tapia. No mesmo painel, destaque para o Jardín de Hormigas Vino de Jardín Malbec 2021, lançado pela primeira vez nesta safra. São vinhedos ainda jovens, plantados em 2017, e que devem ganhar complexidade com o tempo. Do lado chileno, a chance de provar (e comparar) lado a lado os ícones Seña, Casa Real e Almaviva, todos ainda muito jovens, mas de estilos diferentes.

Os corredores da ProWine, lotados de pessoas em busca de novidades do setor Foto: Divulgação/ProWine

Ainda pela feira, Adriano Miolo, da vinícola que tem o seu sobrenome, apresentava a primeira safra do trebbiano, o segundo vinho da linha Wild. É um projeto pequeno na vinícola, na qual os vinhos são elaborados com leveduras indígenas (ou seja, do próprio vinhedo) e sem a adição de sulfito (utilizado para estabilizar o vinho). “Fizemos diversas experiências até encontrar uma uva branca que desse certo neste projeto”, conta ele. A ideia é crescer a linha, também com um vinho laranja (branco que fica mais tempo em contato com as cascas). Mais que isso: o aprendizado em vinificar com as leveduras do próprio vinhedo agora não se restringe mais à linha Wild. “Quatro dos nossos lendários já são realizados desta maneira”, conta Adriano Miolo. São os vinhos ícones da vinícola, mostrando como o maior conhecimento vem se espalhando em todo o projeto.

Nem só de vinhos vive a feira. No estande da Tanyno, importadora relativamente jovem, com foco em vinhos premiuns, o comentário era a nova taça de vinho. Com preço a partir de R$ 59, no caso da com capacidade para 530 ml, é uma taça levíssima (100 gramas) e finíssima, inspirada na Zalto (a preferida dos sommeliers, mas que tem preço unitário a partir de R$ 400). Na importadora, foco também em barolos, brunellos e champanhes, em geral com preços 30% dos praticados no mercado, e a parceria para trabalhar com os rótulos premiuns da chilena Errazuriz. Aqui o destaque é a linha Pizarras, com uvas próximas ao oceano Pacífico, no vale de Aconcagua.

Enfim, experiências que as feiras de vinho proporcionam.

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