Suzana Barelli

Os vinhos brasileiros na edição 2021 do guia 'Descorchados'


Idealizada pelo crítico chileno Patricio Tapia, a publicação reúne e avalia vinhos da Argentina, do Brasil, do Chile e do Uruguai

Por Suzana Barelli

O crítico chileno Patrício Tapia despertou a ira dos defensores do vinho brasileiro cerca de dois meses atrás. Autor do Descorchados, o mais importante guia de vinhos da América Latina, Tapia teceu duras críticas aos nossos brancos e tintos na edição 2021 da publicação. Não gostou do que provou, apontou defeitos, como a dificuldade de obter frutos saudáveis, a falta de caráter varietal nos vinhos; problemas na maturação da uva (ou colhidas verdes ou maduras demais) e o uso de madeira exagerados em alguns tintos. 

Resultado: o crítico desclassificou mais de 80% dos rótulos degustados. Dos 397 brancos e tintos provados, Tapia selecionou apenas 46 para o guia. Lembrando que a maioria das amostras degustadas foram da safra de 2020, que foi bastante valorizada por aqui pelo seu clima.

Brancos e tintos brasileiros receberam duras críticas na edição 2021 do guia Descorchados Foto: Fernando Sciarra/Estadão
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Por outro lado, o crítico elogiou muito os espumantes brasileiros, que ele avalia desde 2014. O Descorchados nasceu como um guia chileno pouco mais de duas décadas atrás. Ao longo dos anos, incorporou os vinhos argentinos e, depois, os uruguaios. O Brasil entrou no guia com os espumantes; e três anos depois, em 2017, o crítico começou a avaliar nossos brancos e tintos.

A aposta nos espumantes brasileiros ficou clara no evento de lançamento do guia no Brasil, realizado na semana passada em São Paulo. Por três dias, o chileno conduziu 12 degustações temáticas, com poucos convidados provando os vinhos presencialmente, e transmissão pelos canais do YouTube. 

Na maioria dos painéis, o vinho tranquilo (ou seja, sem borbulhas) brasileiro apareceu de maneira tímida. Foram degustados dois brancos da vinícola Guaspari, da Serra da Mantiqueira (SP), o Vale da Pedra Branco (R$ 98) e o Vista do Bosque (R$ 162), os dois no site da vinícola, ou o Clarete 2020, da Era dos Ventos, que foi eleito o melhor tinto brasileiro do guia (R$ 199, na Familia Kogan Wines). Outro exemplo foi o recém-lançado Veste Amarela (R$ 95), um vinho laranja (quando a casca e o engaço de uvas brancas são fermentados junto com o mosto), elaborado pela vinícola Guatambu.

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O vinho entrou no painel “Chardonnay, o novo super herói sul-americano”, que contou com o também brasileiro Cuvee Giuseppe (R$ 97,34, na Miolo). Mas os maiores elogios aos Chardonnays ficaram com exemplares argentinos, como o Otronia (R$ 602, na World Wine), projeto na Patagonia argentina, do dono da vinícola uruguaia Garzon, e o Edad Média, do Altar Uco (R$ 521, na Familia Kogan Wine); ou chilenos, como o Pizzaras, da Errazuriz (R$ 1.321, na Grand Cru), e o Tara, que a Ventisquero, elabora no deserto do Atacama (R$ 399,90, na Cantu).

Os espumantes primeiro ganharam um painel próprio, com a degustação de nove rótulos, de estilos diversos. Começou com o Ponto Nero Cult, elaborado pelo método charmat, aquele em que a segunda fermentação, que forma as borbulhas, acontece em grandes tanques fechados (R$ 59, na Casa Valduga). E foi ganhando complexidade, como a cuvée especial da Chandon (R$ 550, a garrafa magnum, na Chandon).

Os destaques foram os espumantes sur lie, como chama a técnica de deixar a levedura na garrafa, sem filtrar. Quatro dos vinhos do painel seguiam esta técnica, como o Pizzato Vertigo (R$ 119, na Vineria9.com.br), e o Gioia Nature Sur Lie (R$ 149,90, na Uvasevinhos.com.br), lançamento da Aurora. “É muito boa a diversidade do espumante brasileiro”, escreveu o crítico no guia. 

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O espumante brasileiro entrou também na degustação de Pinot Noir, em que os grandes rótulos chilenos estavam presentes. Foi o Nature Rosé, que Estrelas do Brasil elabora apenas com a uva e que fica 40 meses em contato com as leveduras (R$ 125, na Estrelas do Brasil). Na edição impressa do guia, Tapia também destaca a qualidade dos nossos Moscatéis, apesar de não ter tido nenhuma prova com estes vinhos no lançamento do guia.

O crítico chileno Patrício Tapia despertou a ira dos defensores do vinho brasileiro cerca de dois meses atrás. Autor do Descorchados, o mais importante guia de vinhos da América Latina, Tapia teceu duras críticas aos nossos brancos e tintos na edição 2021 da publicação. Não gostou do que provou, apontou defeitos, como a dificuldade de obter frutos saudáveis, a falta de caráter varietal nos vinhos; problemas na maturação da uva (ou colhidas verdes ou maduras demais) e o uso de madeira exagerados em alguns tintos. 

Resultado: o crítico desclassificou mais de 80% dos rótulos degustados. Dos 397 brancos e tintos provados, Tapia selecionou apenas 46 para o guia. Lembrando que a maioria das amostras degustadas foram da safra de 2020, que foi bastante valorizada por aqui pelo seu clima.

Brancos e tintos brasileiros receberam duras críticas na edição 2021 do guia Descorchados Foto: Fernando Sciarra/Estadão

Por outro lado, o crítico elogiou muito os espumantes brasileiros, que ele avalia desde 2014. O Descorchados nasceu como um guia chileno pouco mais de duas décadas atrás. Ao longo dos anos, incorporou os vinhos argentinos e, depois, os uruguaios. O Brasil entrou no guia com os espumantes; e três anos depois, em 2017, o crítico começou a avaliar nossos brancos e tintos.

A aposta nos espumantes brasileiros ficou clara no evento de lançamento do guia no Brasil, realizado na semana passada em São Paulo. Por três dias, o chileno conduziu 12 degustações temáticas, com poucos convidados provando os vinhos presencialmente, e transmissão pelos canais do YouTube. 

Na maioria dos painéis, o vinho tranquilo (ou seja, sem borbulhas) brasileiro apareceu de maneira tímida. Foram degustados dois brancos da vinícola Guaspari, da Serra da Mantiqueira (SP), o Vale da Pedra Branco (R$ 98) e o Vista do Bosque (R$ 162), os dois no site da vinícola, ou o Clarete 2020, da Era dos Ventos, que foi eleito o melhor tinto brasileiro do guia (R$ 199, na Familia Kogan Wines). Outro exemplo foi o recém-lançado Veste Amarela (R$ 95), um vinho laranja (quando a casca e o engaço de uvas brancas são fermentados junto com o mosto), elaborado pela vinícola Guatambu.

O vinho entrou no painel “Chardonnay, o novo super herói sul-americano”, que contou com o também brasileiro Cuvee Giuseppe (R$ 97,34, na Miolo). Mas os maiores elogios aos Chardonnays ficaram com exemplares argentinos, como o Otronia (R$ 602, na World Wine), projeto na Patagonia argentina, do dono da vinícola uruguaia Garzon, e o Edad Média, do Altar Uco (R$ 521, na Familia Kogan Wine); ou chilenos, como o Pizzaras, da Errazuriz (R$ 1.321, na Grand Cru), e o Tara, que a Ventisquero, elabora no deserto do Atacama (R$ 399,90, na Cantu).

Os espumantes primeiro ganharam um painel próprio, com a degustação de nove rótulos, de estilos diversos. Começou com o Ponto Nero Cult, elaborado pelo método charmat, aquele em que a segunda fermentação, que forma as borbulhas, acontece em grandes tanques fechados (R$ 59, na Casa Valduga). E foi ganhando complexidade, como a cuvée especial da Chandon (R$ 550, a garrafa magnum, na Chandon).

Os destaques foram os espumantes sur lie, como chama a técnica de deixar a levedura na garrafa, sem filtrar. Quatro dos vinhos do painel seguiam esta técnica, como o Pizzato Vertigo (R$ 119, na Vineria9.com.br), e o Gioia Nature Sur Lie (R$ 149,90, na Uvasevinhos.com.br), lançamento da Aurora. “É muito boa a diversidade do espumante brasileiro”, escreveu o crítico no guia. 

O espumante brasileiro entrou também na degustação de Pinot Noir, em que os grandes rótulos chilenos estavam presentes. Foi o Nature Rosé, que Estrelas do Brasil elabora apenas com a uva e que fica 40 meses em contato com as leveduras (R$ 125, na Estrelas do Brasil). Na edição impressa do guia, Tapia também destaca a qualidade dos nossos Moscatéis, apesar de não ter tido nenhuma prova com estes vinhos no lançamento do guia.

O crítico chileno Patrício Tapia despertou a ira dos defensores do vinho brasileiro cerca de dois meses atrás. Autor do Descorchados, o mais importante guia de vinhos da América Latina, Tapia teceu duras críticas aos nossos brancos e tintos na edição 2021 da publicação. Não gostou do que provou, apontou defeitos, como a dificuldade de obter frutos saudáveis, a falta de caráter varietal nos vinhos; problemas na maturação da uva (ou colhidas verdes ou maduras demais) e o uso de madeira exagerados em alguns tintos. 

Resultado: o crítico desclassificou mais de 80% dos rótulos degustados. Dos 397 brancos e tintos provados, Tapia selecionou apenas 46 para o guia. Lembrando que a maioria das amostras degustadas foram da safra de 2020, que foi bastante valorizada por aqui pelo seu clima.

Brancos e tintos brasileiros receberam duras críticas na edição 2021 do guia Descorchados Foto: Fernando Sciarra/Estadão

Por outro lado, o crítico elogiou muito os espumantes brasileiros, que ele avalia desde 2014. O Descorchados nasceu como um guia chileno pouco mais de duas décadas atrás. Ao longo dos anos, incorporou os vinhos argentinos e, depois, os uruguaios. O Brasil entrou no guia com os espumantes; e três anos depois, em 2017, o crítico começou a avaliar nossos brancos e tintos.

A aposta nos espumantes brasileiros ficou clara no evento de lançamento do guia no Brasil, realizado na semana passada em São Paulo. Por três dias, o chileno conduziu 12 degustações temáticas, com poucos convidados provando os vinhos presencialmente, e transmissão pelos canais do YouTube. 

Na maioria dos painéis, o vinho tranquilo (ou seja, sem borbulhas) brasileiro apareceu de maneira tímida. Foram degustados dois brancos da vinícola Guaspari, da Serra da Mantiqueira (SP), o Vale da Pedra Branco (R$ 98) e o Vista do Bosque (R$ 162), os dois no site da vinícola, ou o Clarete 2020, da Era dos Ventos, que foi eleito o melhor tinto brasileiro do guia (R$ 199, na Familia Kogan Wines). Outro exemplo foi o recém-lançado Veste Amarela (R$ 95), um vinho laranja (quando a casca e o engaço de uvas brancas são fermentados junto com o mosto), elaborado pela vinícola Guatambu.

O vinho entrou no painel “Chardonnay, o novo super herói sul-americano”, que contou com o também brasileiro Cuvee Giuseppe (R$ 97,34, na Miolo). Mas os maiores elogios aos Chardonnays ficaram com exemplares argentinos, como o Otronia (R$ 602, na World Wine), projeto na Patagonia argentina, do dono da vinícola uruguaia Garzon, e o Edad Média, do Altar Uco (R$ 521, na Familia Kogan Wine); ou chilenos, como o Pizzaras, da Errazuriz (R$ 1.321, na Grand Cru), e o Tara, que a Ventisquero, elabora no deserto do Atacama (R$ 399,90, na Cantu).

Os espumantes primeiro ganharam um painel próprio, com a degustação de nove rótulos, de estilos diversos. Começou com o Ponto Nero Cult, elaborado pelo método charmat, aquele em que a segunda fermentação, que forma as borbulhas, acontece em grandes tanques fechados (R$ 59, na Casa Valduga). E foi ganhando complexidade, como a cuvée especial da Chandon (R$ 550, a garrafa magnum, na Chandon).

Os destaques foram os espumantes sur lie, como chama a técnica de deixar a levedura na garrafa, sem filtrar. Quatro dos vinhos do painel seguiam esta técnica, como o Pizzato Vertigo (R$ 119, na Vineria9.com.br), e o Gioia Nature Sur Lie (R$ 149,90, na Uvasevinhos.com.br), lançamento da Aurora. “É muito boa a diversidade do espumante brasileiro”, escreveu o crítico no guia. 

O espumante brasileiro entrou também na degustação de Pinot Noir, em que os grandes rótulos chilenos estavam presentes. Foi o Nature Rosé, que Estrelas do Brasil elabora apenas com a uva e que fica 40 meses em contato com as leveduras (R$ 125, na Estrelas do Brasil). Na edição impressa do guia, Tapia também destaca a qualidade dos nossos Moscatéis, apesar de não ter tido nenhuma prova com estes vinhos no lançamento do guia.

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