Suzana Barelli

Conheça a Confraria das Pretas


No mês da Consciência Negra, a coluna conta histórias como a de Silvana Aluá, que trabalha pela difusão do conhecimentos sobre vinhos e negritude

Por Suzana Barelli
Silvana Aluá, sommelière e fundadora da Confraria das Pretas. Foto: Felipe Veiga

A sommelière Silvana Aluá, fundadora da Confraria das Pretas, exemplifica, como poucas, a realidade da população negra que trabalha no mundo do vinho. Formada sommelière em 2010 pelo Senac, ela batalhou muito para ter espaço entre as taças de brancos e tintos, e hoje é exemplo da força dos consumidores negros da bebida no Brasil. Ela conseguiu seu lugar ao criar a Confraria das Pretas, que tem o slogan de que “pretes bebem vinho”, e é definida como um aquilombamento que se reúne periodicamente para difundir conhecimentos sobre vinhos e negritude”.

A história de Silvana é uma das que serão contadas neste espaço neste mês da Consciência Negra. Silvana começou tímida. Com o diploma na mão, conseguiu emprego em lojas de vinho, mas sofria para levar suas taças no ônibus cheio para participar de encontros em que ela era a única não branca presente. E este é apenas um exemplo da sua dificuldade para entrar no setor. Com sede de conhecimento, sabia que estes encontros em torno do vinho são uma maneira de aprender mais, mas não era fácil. No vinho, é comum o ditado de que é preciso “litragem” – ou seja, provar muitos rótulos de estilos diferentes, ao longo do tempo – para aprender. E, para isso, os eventos de degustação são tão necessários.

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Os confrades num dos encontros do grupo. Foto: Felipe Veiga

A confraria nasceu em 2017, com o objetivo de reunir pessoas negras para falar de vinho. Começou com pequenos encontros presenciais, que se tornaram on-line durante a pandemia, por razões óbvias, e hoje mesclam os dois formatos.  No início, Silvana até vetava a participação de não negros (e isso aconteceu comigo, quando fui me inscrever para um dos encontros). Atualmente, a confraria até aceita a presença de não negros, principalmente quando acompanhados de confrades negros. “Mas eu deixo claro que eles estão ocupando o espaço de um negro”, afirma Silvana.

O modelo criado por Silvana também difere das demais confrarias. Há, claro, degustações de vinho e a própria especialista indica rótulos para os participantes. Mas ela aposta também em outras ações ao redor da bebida, como o Rolê do Vinho, que são encontros agendados para conhecer bares e vinícolas.

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Outra atividade que faz sucesso entre os confrades são os encontros que unem a degustação da bebida com uma apresentação ou mesmo um bate-papo de um especialista em assuntos de interesse ao grupo. “Já trouxe ginecologista, psicóloga, dermatologista”, conta ela. O especialista é definido a partir de demandas dos próprios confrades. E acrescenta: “no nosso bate-papo sempre tem temas que nos interessam, como a religião afro, a história do movimento negro, inclusive do nosso passado.”

A atual crítica da confraria é a falta de ações afirmativas no setor. “Tem muita gente preta que quer entrar neste mundo, mas os cursos não são baratos”, conta ela. Atualmente, Silvana está, inclusive, negociando uma parceria com uma escola de vinho, pensando em disponibilizar bolsas e descontos para a população negra. Outra consequência do crescimento da confraria é que empresários já a procuram para disponibilizar vagas para profissionais negros neste setor.

Para participar da confraria, é preciso de inscrever pelo site. Não há mensalidade. 

Silvana Aluá, sommelière e fundadora da Confraria das Pretas. Foto: Felipe Veiga

A sommelière Silvana Aluá, fundadora da Confraria das Pretas, exemplifica, como poucas, a realidade da população negra que trabalha no mundo do vinho. Formada sommelière em 2010 pelo Senac, ela batalhou muito para ter espaço entre as taças de brancos e tintos, e hoje é exemplo da força dos consumidores negros da bebida no Brasil. Ela conseguiu seu lugar ao criar a Confraria das Pretas, que tem o slogan de que “pretes bebem vinho”, e é definida como um aquilombamento que se reúne periodicamente para difundir conhecimentos sobre vinhos e negritude”.

A história de Silvana é uma das que serão contadas neste espaço neste mês da Consciência Negra. Silvana começou tímida. Com o diploma na mão, conseguiu emprego em lojas de vinho, mas sofria para levar suas taças no ônibus cheio para participar de encontros em que ela era a única não branca presente. E este é apenas um exemplo da sua dificuldade para entrar no setor. Com sede de conhecimento, sabia que estes encontros em torno do vinho são uma maneira de aprender mais, mas não era fácil. No vinho, é comum o ditado de que é preciso “litragem” – ou seja, provar muitos rótulos de estilos diferentes, ao longo do tempo – para aprender. E, para isso, os eventos de degustação são tão necessários.

Os confrades num dos encontros do grupo. Foto: Felipe Veiga

A confraria nasceu em 2017, com o objetivo de reunir pessoas negras para falar de vinho. Começou com pequenos encontros presenciais, que se tornaram on-line durante a pandemia, por razões óbvias, e hoje mesclam os dois formatos.  No início, Silvana até vetava a participação de não negros (e isso aconteceu comigo, quando fui me inscrever para um dos encontros). Atualmente, a confraria até aceita a presença de não negros, principalmente quando acompanhados de confrades negros. “Mas eu deixo claro que eles estão ocupando o espaço de um negro”, afirma Silvana.

O modelo criado por Silvana também difere das demais confrarias. Há, claro, degustações de vinho e a própria especialista indica rótulos para os participantes. Mas ela aposta também em outras ações ao redor da bebida, como o Rolê do Vinho, que são encontros agendados para conhecer bares e vinícolas.

Outra atividade que faz sucesso entre os confrades são os encontros que unem a degustação da bebida com uma apresentação ou mesmo um bate-papo de um especialista em assuntos de interesse ao grupo. “Já trouxe ginecologista, psicóloga, dermatologista”, conta ela. O especialista é definido a partir de demandas dos próprios confrades. E acrescenta: “no nosso bate-papo sempre tem temas que nos interessam, como a religião afro, a história do movimento negro, inclusive do nosso passado.”

A atual crítica da confraria é a falta de ações afirmativas no setor. “Tem muita gente preta que quer entrar neste mundo, mas os cursos não são baratos”, conta ela. Atualmente, Silvana está, inclusive, negociando uma parceria com uma escola de vinho, pensando em disponibilizar bolsas e descontos para a população negra. Outra consequência do crescimento da confraria é que empresários já a procuram para disponibilizar vagas para profissionais negros neste setor.

Para participar da confraria, é preciso de inscrever pelo site. Não há mensalidade. 

Silvana Aluá, sommelière e fundadora da Confraria das Pretas. Foto: Felipe Veiga

A sommelière Silvana Aluá, fundadora da Confraria das Pretas, exemplifica, como poucas, a realidade da população negra que trabalha no mundo do vinho. Formada sommelière em 2010 pelo Senac, ela batalhou muito para ter espaço entre as taças de brancos e tintos, e hoje é exemplo da força dos consumidores negros da bebida no Brasil. Ela conseguiu seu lugar ao criar a Confraria das Pretas, que tem o slogan de que “pretes bebem vinho”, e é definida como um aquilombamento que se reúne periodicamente para difundir conhecimentos sobre vinhos e negritude”.

A história de Silvana é uma das que serão contadas neste espaço neste mês da Consciência Negra. Silvana começou tímida. Com o diploma na mão, conseguiu emprego em lojas de vinho, mas sofria para levar suas taças no ônibus cheio para participar de encontros em que ela era a única não branca presente. E este é apenas um exemplo da sua dificuldade para entrar no setor. Com sede de conhecimento, sabia que estes encontros em torno do vinho são uma maneira de aprender mais, mas não era fácil. No vinho, é comum o ditado de que é preciso “litragem” – ou seja, provar muitos rótulos de estilos diferentes, ao longo do tempo – para aprender. E, para isso, os eventos de degustação são tão necessários.

Os confrades num dos encontros do grupo. Foto: Felipe Veiga

A confraria nasceu em 2017, com o objetivo de reunir pessoas negras para falar de vinho. Começou com pequenos encontros presenciais, que se tornaram on-line durante a pandemia, por razões óbvias, e hoje mesclam os dois formatos.  No início, Silvana até vetava a participação de não negros (e isso aconteceu comigo, quando fui me inscrever para um dos encontros). Atualmente, a confraria até aceita a presença de não negros, principalmente quando acompanhados de confrades negros. “Mas eu deixo claro que eles estão ocupando o espaço de um negro”, afirma Silvana.

O modelo criado por Silvana também difere das demais confrarias. Há, claro, degustações de vinho e a própria especialista indica rótulos para os participantes. Mas ela aposta também em outras ações ao redor da bebida, como o Rolê do Vinho, que são encontros agendados para conhecer bares e vinícolas.

Outra atividade que faz sucesso entre os confrades são os encontros que unem a degustação da bebida com uma apresentação ou mesmo um bate-papo de um especialista em assuntos de interesse ao grupo. “Já trouxe ginecologista, psicóloga, dermatologista”, conta ela. O especialista é definido a partir de demandas dos próprios confrades. E acrescenta: “no nosso bate-papo sempre tem temas que nos interessam, como a religião afro, a história do movimento negro, inclusive do nosso passado.”

A atual crítica da confraria é a falta de ações afirmativas no setor. “Tem muita gente preta que quer entrar neste mundo, mas os cursos não são baratos”, conta ela. Atualmente, Silvana está, inclusive, negociando uma parceria com uma escola de vinho, pensando em disponibilizar bolsas e descontos para a população negra. Outra consequência do crescimento da confraria é que empresários já a procuram para disponibilizar vagas para profissionais negros neste setor.

Para participar da confraria, é preciso de inscrever pelo site. Não há mensalidade. 

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