Suzana Barelli

Descobertas de um vinhedo antigo


Na taça, o vinho promete, apesar do perfil diferente dos cabernet sauvignon chilenos, mais ácidos

Por Suzana Barelli
Rótulo provisório do vinho cabernet sauvignon; ao fundo o enólogo Ricardo Baettig. Foto: Suzana Barelli / Estadão

Há coincidências no mundo do vinho. Um dia, o enólogo chileno Rodrigo Moletto, do projeto 7 Colores, contou ao também enólogo Ricardo Baettig que sua família tinha um vinhedo antigo de cabernet sauvignon em Ránquil, sul do Chile. Moletto não sabia a idade certa dos vinhedos - pelos registros, são mais de 100 anos -, mas conhecia o potencial das uvas, que seu avô dava aos vizinhos. Sabia também que Baettig, principal enólogo da Viña Morandé, estava interessado em vinhas antigas de cabernet.

Por sorte, as duas vinícolas pertencem ao mesmo dono, o grupo Yarur, com recursos nas áreas de finanças, farmacêutica e também de vinhedos. Baettig resolveu visitar a vinha e se encantou. São vinhedos realmente antigos, inicialmente cultivados em vasos (como arbustos) e em algum momento convertidos para espaldeira, o sistema de condução que deixa as plantas lado a lado. No mesmo terreno, mas do outro lado da colina, há também um outro vinhedo de cabernet sauvignon, cultivado em espaldeira, e não tão antigo assim. Foi plantado por volta de 60 anos atrás.

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Não demorou para que esse cabernet sauvignon entrasse na linha Aventura, o projeto de vinhos inovadores da Morandé. A Aventura, aliás, acaba de ganhar a sua própria vinícola, um investimento de US$ 2 milhões, no Vale de Cachapoal, que reúne todas as “ferramentas” de que um enólogo precisa para testar novas vinificações. Nas opções de vinificação há desde lagares de concreto, ânforas, cubas de cerâmica, tanques em formato de ovo e invertidos até barricas e fudres (grandes barricas) de carvalho. A novidade da vez são pequenos tanques redondos de cerâmica, que lembram gigantes bolas de tênis, batizados de clyver. “Eles têm estrutura microporosa, que permite o envelhecimento prolongado do vinho, sem passar aromas e sabores à bebida”, explica, entusiasmado, Baettig.

Mas voltando ao cabernet sauvignon. As uvas dos dois vinhedos, o centenário e o de “apenas” cinco ou seis décadas, foram vinificadas separadas; um chamado de Olivos (o centenário) e o outro, de Capilla. Os dois fermentaram em tanques de concreto aberto (sem a tampa), amadureceram por 18 meses em barricas usadas de carvalho e agora descansam em garrafas. Na taça, o vinho promete, apesar de ser um perfil um pouco diferente dos conhecidos cabernet sauvignon chilenos, com taninos mais sedosos, aromas de frutas vermelhas frescas e muita acidez. Baettig planeja ter a consultoria de um enólogo de Bordeaux, para afinar o vinho. Agora é esperar seu lançamento, sem esquecer que há outras variedades centenárias nos 14 hectares de vinhedos da propriedade em Ránquil.

Rótulo provisório do vinho cabernet sauvignon; ao fundo o enólogo Ricardo Baettig. Foto: Suzana Barelli / Estadão

Há coincidências no mundo do vinho. Um dia, o enólogo chileno Rodrigo Moletto, do projeto 7 Colores, contou ao também enólogo Ricardo Baettig que sua família tinha um vinhedo antigo de cabernet sauvignon em Ránquil, sul do Chile. Moletto não sabia a idade certa dos vinhedos - pelos registros, são mais de 100 anos -, mas conhecia o potencial das uvas, que seu avô dava aos vizinhos. Sabia também que Baettig, principal enólogo da Viña Morandé, estava interessado em vinhas antigas de cabernet.

Por sorte, as duas vinícolas pertencem ao mesmo dono, o grupo Yarur, com recursos nas áreas de finanças, farmacêutica e também de vinhedos. Baettig resolveu visitar a vinha e se encantou. São vinhedos realmente antigos, inicialmente cultivados em vasos (como arbustos) e em algum momento convertidos para espaldeira, o sistema de condução que deixa as plantas lado a lado. No mesmo terreno, mas do outro lado da colina, há também um outro vinhedo de cabernet sauvignon, cultivado em espaldeira, e não tão antigo assim. Foi plantado por volta de 60 anos atrás.

Não demorou para que esse cabernet sauvignon entrasse na linha Aventura, o projeto de vinhos inovadores da Morandé. A Aventura, aliás, acaba de ganhar a sua própria vinícola, um investimento de US$ 2 milhões, no Vale de Cachapoal, que reúne todas as “ferramentas” de que um enólogo precisa para testar novas vinificações. Nas opções de vinificação há desde lagares de concreto, ânforas, cubas de cerâmica, tanques em formato de ovo e invertidos até barricas e fudres (grandes barricas) de carvalho. A novidade da vez são pequenos tanques redondos de cerâmica, que lembram gigantes bolas de tênis, batizados de clyver. “Eles têm estrutura microporosa, que permite o envelhecimento prolongado do vinho, sem passar aromas e sabores à bebida”, explica, entusiasmado, Baettig.

Mas voltando ao cabernet sauvignon. As uvas dos dois vinhedos, o centenário e o de “apenas” cinco ou seis décadas, foram vinificadas separadas; um chamado de Olivos (o centenário) e o outro, de Capilla. Os dois fermentaram em tanques de concreto aberto (sem a tampa), amadureceram por 18 meses em barricas usadas de carvalho e agora descansam em garrafas. Na taça, o vinho promete, apesar de ser um perfil um pouco diferente dos conhecidos cabernet sauvignon chilenos, com taninos mais sedosos, aromas de frutas vermelhas frescas e muita acidez. Baettig planeja ter a consultoria de um enólogo de Bordeaux, para afinar o vinho. Agora é esperar seu lançamento, sem esquecer que há outras variedades centenárias nos 14 hectares de vinhedos da propriedade em Ránquil.

Rótulo provisório do vinho cabernet sauvignon; ao fundo o enólogo Ricardo Baettig. Foto: Suzana Barelli / Estadão

Há coincidências no mundo do vinho. Um dia, o enólogo chileno Rodrigo Moletto, do projeto 7 Colores, contou ao também enólogo Ricardo Baettig que sua família tinha um vinhedo antigo de cabernet sauvignon em Ránquil, sul do Chile. Moletto não sabia a idade certa dos vinhedos - pelos registros, são mais de 100 anos -, mas conhecia o potencial das uvas, que seu avô dava aos vizinhos. Sabia também que Baettig, principal enólogo da Viña Morandé, estava interessado em vinhas antigas de cabernet.

Por sorte, as duas vinícolas pertencem ao mesmo dono, o grupo Yarur, com recursos nas áreas de finanças, farmacêutica e também de vinhedos. Baettig resolveu visitar a vinha e se encantou. São vinhedos realmente antigos, inicialmente cultivados em vasos (como arbustos) e em algum momento convertidos para espaldeira, o sistema de condução que deixa as plantas lado a lado. No mesmo terreno, mas do outro lado da colina, há também um outro vinhedo de cabernet sauvignon, cultivado em espaldeira, e não tão antigo assim. Foi plantado por volta de 60 anos atrás.

Não demorou para que esse cabernet sauvignon entrasse na linha Aventura, o projeto de vinhos inovadores da Morandé. A Aventura, aliás, acaba de ganhar a sua própria vinícola, um investimento de US$ 2 milhões, no Vale de Cachapoal, que reúne todas as “ferramentas” de que um enólogo precisa para testar novas vinificações. Nas opções de vinificação há desde lagares de concreto, ânforas, cubas de cerâmica, tanques em formato de ovo e invertidos até barricas e fudres (grandes barricas) de carvalho. A novidade da vez são pequenos tanques redondos de cerâmica, que lembram gigantes bolas de tênis, batizados de clyver. “Eles têm estrutura microporosa, que permite o envelhecimento prolongado do vinho, sem passar aromas e sabores à bebida”, explica, entusiasmado, Baettig.

Mas voltando ao cabernet sauvignon. As uvas dos dois vinhedos, o centenário e o de “apenas” cinco ou seis décadas, foram vinificadas separadas; um chamado de Olivos (o centenário) e o outro, de Capilla. Os dois fermentaram em tanques de concreto aberto (sem a tampa), amadureceram por 18 meses em barricas usadas de carvalho e agora descansam em garrafas. Na taça, o vinho promete, apesar de ser um perfil um pouco diferente dos conhecidos cabernet sauvignon chilenos, com taninos mais sedosos, aromas de frutas vermelhas frescas e muita acidez. Baettig planeja ter a consultoria de um enólogo de Bordeaux, para afinar o vinho. Agora é esperar seu lançamento, sem esquecer que há outras variedades centenárias nos 14 hectares de vinhedos da propriedade em Ránquil.

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