Suzana Barelli

Feira revela as tendências do mundo do vinho


Evento da importadora Mistral destaca a procura pelos vinhos brancos e pelas melhores parcelas dos vinhedos

Por Suzana Barelli

O empresário Ciro Lilla, dono da importadora Mistral, sabe que o mundo do vinho (não só este mundo, aliás) vive de ondas, que vão e vem. Se hoje há uma procura por brancos e tintos mais elegantes, para citar um exemplo, poucos anos atrás reinava a potência, ditada por um único crítico, o norte-americano Robert Parker.

E o Encontro Mistral, que Ciro, seu filho Otávio, e equipe organizam há dez edições, é um bom palco para descobrir (ou comprovar) as tendências atuais. Melhor, de decidir na taça se elas valem mesmo a pena. Os 73 produtores, dos mais diversos países, que participaram desta edição, que marcou também os 50 anos da importadora, são, assim, uma amostragem e tanto.

PROCURA-SE BRANCOS

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A volta do interesse pelo vinho branco, principalmente entre consumidores de maior poder aquisitivo, é um destes pontos. E, aqui, um parêntese, muitas das tendências começam nos vinhos premiuns e seguem, com o tempo, para os rótulos de menor valor.

“A procura está maior pelo Viña Gravonia do que pelo Tondônia”, diz Yolanda Varona, diretora da López de Heredia, vinícola tradicional em Rioja, Espanha. Antes da pandemia, no último Encontro Mistral, todos queriam provar o tinto. O Viña Gravonia, elaborado apenas com a uva branca viura, é vendido por R$ 469; enquanto o Tondonia, que tem a tempranillo como variedade principal, sai por R$ 723.

"Muitas das tendências começam nos vinhos premiuns e seguem, com o tempo, para os rótulos de menor valor" Foto: FELIPE RAU/ESTADÃO
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No Château Marjosse, de Bordeaux, também chamou atenção a procura pelo Cuvée Palombe (R$ 579), uma mescla de sémillon, sauvignon gris e sauvignon blanc. Os visitantes pediam para provar mais este branco do que os tintos elaborados com cabernet franc e merlot nesta vinícola que é um projeto pessoal de Pierre Lurton, enólogo de destaque nos míticos Château D’Yquem e Cheval Blanc.

Sorte dos produtores que trabalham com brancos. A vinícola Vie di Romans, no Fruili, norte da Itália, era uma parada obrigatória para entender a elegância e a tensão destes vinhos, como o Vie de Romans Sauvignon Blanc (R$ 511). Os estandes dos rótulos alemães, por sua vez, revelavam porque a riesling é uma uva para se prestar muita atenção.

O MELHOR TERROIR

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Em muitos produtores, o que chamou a atenção foi o trabalho de entender melhor cada parcela de seu terroir, palavra francesa sem tradução para o português que engloba o solo, o clima e a variedade plantada. É uma tendência que se revela tanto nos chamados vinhos do Velho Mundo (a Europa, que teoricamente tem um maior conhecimento dos seus solos e subsolos até por elaborar vinhos há muito mais tempo) como do Novo Mundo.

No passado, havia apenas o tinto Quinta do Vale Meão (R$ 1.657), na vinícola de mesmo nome, no Douro, norte de Portugal, e o Meandro (R$ 314), em um vinhedo que, no passado, dava origem ao Barca Velha. Mas atualmente Francisco Olazábal elabora também tintos de pequena produção em que uma variedade mostra o melhor de cada parcela do vinhedo.

O Monte Meão Vinha dos Novos é feito apenas com a touriga nacional de um solo de granito. O Monte Meão Casa das Máquinas é elaborado com vinhas velhas de touriga franca e de tinta barrosa, de um solo de xisto. Há até um tinto elaborado apenas com a baga, que se revela frutado e fresco, da parcela conhecida como Vinha da Cantina (todos custam R$ 660). “São sempre pequenas produções, que nos permite conhecer melhor as variedades”, afirma o diretor Pedro Lobo.

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NA ÁFRICA DO SUL

Outro bom exemplo está na África do Sul, com os vinhos da Boekenhoutskloof. A vinícola começou a fazer sucesso com os seus syrahs de vinhas centenárias na região de Franschhoek. Mark Kent, o fundador, é apaixonado pelos vinhos do Rhône, o que o levou a trabalhar com a variedade (a syrah reina nesta região francesa).

No evento, o enólogo Gottfried Mocke mostrava as sutilezas de um syrah da região de Swarttad (R$ 386) ou de um cabernet sauvignon de Stellenbosch (R$ 718), vinhedos escolhidos para mostrar o melhor de cada variedade.

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E como uma tendência não anda sozinha, a vinícola surpreendeu com o Boekenhoutskloof Sémillon (R$ 585), um branco untuoso e longevo, de vinhas velhas, em Franschhoek.

O empresário Ciro Lilla, dono da importadora Mistral, sabe que o mundo do vinho (não só este mundo, aliás) vive de ondas, que vão e vem. Se hoje há uma procura por brancos e tintos mais elegantes, para citar um exemplo, poucos anos atrás reinava a potência, ditada por um único crítico, o norte-americano Robert Parker.

E o Encontro Mistral, que Ciro, seu filho Otávio, e equipe organizam há dez edições, é um bom palco para descobrir (ou comprovar) as tendências atuais. Melhor, de decidir na taça se elas valem mesmo a pena. Os 73 produtores, dos mais diversos países, que participaram desta edição, que marcou também os 50 anos da importadora, são, assim, uma amostragem e tanto.

PROCURA-SE BRANCOS

A volta do interesse pelo vinho branco, principalmente entre consumidores de maior poder aquisitivo, é um destes pontos. E, aqui, um parêntese, muitas das tendências começam nos vinhos premiuns e seguem, com o tempo, para os rótulos de menor valor.

“A procura está maior pelo Viña Gravonia do que pelo Tondônia”, diz Yolanda Varona, diretora da López de Heredia, vinícola tradicional em Rioja, Espanha. Antes da pandemia, no último Encontro Mistral, todos queriam provar o tinto. O Viña Gravonia, elaborado apenas com a uva branca viura, é vendido por R$ 469; enquanto o Tondonia, que tem a tempranillo como variedade principal, sai por R$ 723.

"Muitas das tendências começam nos vinhos premiuns e seguem, com o tempo, para os rótulos de menor valor" Foto: FELIPE RAU/ESTADÃO

No Château Marjosse, de Bordeaux, também chamou atenção a procura pelo Cuvée Palombe (R$ 579), uma mescla de sémillon, sauvignon gris e sauvignon blanc. Os visitantes pediam para provar mais este branco do que os tintos elaborados com cabernet franc e merlot nesta vinícola que é um projeto pessoal de Pierre Lurton, enólogo de destaque nos míticos Château D’Yquem e Cheval Blanc.

Sorte dos produtores que trabalham com brancos. A vinícola Vie di Romans, no Fruili, norte da Itália, era uma parada obrigatória para entender a elegância e a tensão destes vinhos, como o Vie de Romans Sauvignon Blanc (R$ 511). Os estandes dos rótulos alemães, por sua vez, revelavam porque a riesling é uma uva para se prestar muita atenção.

O MELHOR TERROIR

Em muitos produtores, o que chamou a atenção foi o trabalho de entender melhor cada parcela de seu terroir, palavra francesa sem tradução para o português que engloba o solo, o clima e a variedade plantada. É uma tendência que se revela tanto nos chamados vinhos do Velho Mundo (a Europa, que teoricamente tem um maior conhecimento dos seus solos e subsolos até por elaborar vinhos há muito mais tempo) como do Novo Mundo.

No passado, havia apenas o tinto Quinta do Vale Meão (R$ 1.657), na vinícola de mesmo nome, no Douro, norte de Portugal, e o Meandro (R$ 314), em um vinhedo que, no passado, dava origem ao Barca Velha. Mas atualmente Francisco Olazábal elabora também tintos de pequena produção em que uma variedade mostra o melhor de cada parcela do vinhedo.

O Monte Meão Vinha dos Novos é feito apenas com a touriga nacional de um solo de granito. O Monte Meão Casa das Máquinas é elaborado com vinhas velhas de touriga franca e de tinta barrosa, de um solo de xisto. Há até um tinto elaborado apenas com a baga, que se revela frutado e fresco, da parcela conhecida como Vinha da Cantina (todos custam R$ 660). “São sempre pequenas produções, que nos permite conhecer melhor as variedades”, afirma o diretor Pedro Lobo.

NA ÁFRICA DO SUL

Outro bom exemplo está na África do Sul, com os vinhos da Boekenhoutskloof. A vinícola começou a fazer sucesso com os seus syrahs de vinhas centenárias na região de Franschhoek. Mark Kent, o fundador, é apaixonado pelos vinhos do Rhône, o que o levou a trabalhar com a variedade (a syrah reina nesta região francesa).

No evento, o enólogo Gottfried Mocke mostrava as sutilezas de um syrah da região de Swarttad (R$ 386) ou de um cabernet sauvignon de Stellenbosch (R$ 718), vinhedos escolhidos para mostrar o melhor de cada variedade.

E como uma tendência não anda sozinha, a vinícola surpreendeu com o Boekenhoutskloof Sémillon (R$ 585), um branco untuoso e longevo, de vinhas velhas, em Franschhoek.

O empresário Ciro Lilla, dono da importadora Mistral, sabe que o mundo do vinho (não só este mundo, aliás) vive de ondas, que vão e vem. Se hoje há uma procura por brancos e tintos mais elegantes, para citar um exemplo, poucos anos atrás reinava a potência, ditada por um único crítico, o norte-americano Robert Parker.

E o Encontro Mistral, que Ciro, seu filho Otávio, e equipe organizam há dez edições, é um bom palco para descobrir (ou comprovar) as tendências atuais. Melhor, de decidir na taça se elas valem mesmo a pena. Os 73 produtores, dos mais diversos países, que participaram desta edição, que marcou também os 50 anos da importadora, são, assim, uma amostragem e tanto.

PROCURA-SE BRANCOS

A volta do interesse pelo vinho branco, principalmente entre consumidores de maior poder aquisitivo, é um destes pontos. E, aqui, um parêntese, muitas das tendências começam nos vinhos premiuns e seguem, com o tempo, para os rótulos de menor valor.

“A procura está maior pelo Viña Gravonia do que pelo Tondônia”, diz Yolanda Varona, diretora da López de Heredia, vinícola tradicional em Rioja, Espanha. Antes da pandemia, no último Encontro Mistral, todos queriam provar o tinto. O Viña Gravonia, elaborado apenas com a uva branca viura, é vendido por R$ 469; enquanto o Tondonia, que tem a tempranillo como variedade principal, sai por R$ 723.

"Muitas das tendências começam nos vinhos premiuns e seguem, com o tempo, para os rótulos de menor valor" Foto: FELIPE RAU/ESTADÃO

No Château Marjosse, de Bordeaux, também chamou atenção a procura pelo Cuvée Palombe (R$ 579), uma mescla de sémillon, sauvignon gris e sauvignon blanc. Os visitantes pediam para provar mais este branco do que os tintos elaborados com cabernet franc e merlot nesta vinícola que é um projeto pessoal de Pierre Lurton, enólogo de destaque nos míticos Château D’Yquem e Cheval Blanc.

Sorte dos produtores que trabalham com brancos. A vinícola Vie di Romans, no Fruili, norte da Itália, era uma parada obrigatória para entender a elegância e a tensão destes vinhos, como o Vie de Romans Sauvignon Blanc (R$ 511). Os estandes dos rótulos alemães, por sua vez, revelavam porque a riesling é uma uva para se prestar muita atenção.

O MELHOR TERROIR

Em muitos produtores, o que chamou a atenção foi o trabalho de entender melhor cada parcela de seu terroir, palavra francesa sem tradução para o português que engloba o solo, o clima e a variedade plantada. É uma tendência que se revela tanto nos chamados vinhos do Velho Mundo (a Europa, que teoricamente tem um maior conhecimento dos seus solos e subsolos até por elaborar vinhos há muito mais tempo) como do Novo Mundo.

No passado, havia apenas o tinto Quinta do Vale Meão (R$ 1.657), na vinícola de mesmo nome, no Douro, norte de Portugal, e o Meandro (R$ 314), em um vinhedo que, no passado, dava origem ao Barca Velha. Mas atualmente Francisco Olazábal elabora também tintos de pequena produção em que uma variedade mostra o melhor de cada parcela do vinhedo.

O Monte Meão Vinha dos Novos é feito apenas com a touriga nacional de um solo de granito. O Monte Meão Casa das Máquinas é elaborado com vinhas velhas de touriga franca e de tinta barrosa, de um solo de xisto. Há até um tinto elaborado apenas com a baga, que se revela frutado e fresco, da parcela conhecida como Vinha da Cantina (todos custam R$ 660). “São sempre pequenas produções, que nos permite conhecer melhor as variedades”, afirma o diretor Pedro Lobo.

NA ÁFRICA DO SUL

Outro bom exemplo está na África do Sul, com os vinhos da Boekenhoutskloof. A vinícola começou a fazer sucesso com os seus syrahs de vinhas centenárias na região de Franschhoek. Mark Kent, o fundador, é apaixonado pelos vinhos do Rhône, o que o levou a trabalhar com a variedade (a syrah reina nesta região francesa).

No evento, o enólogo Gottfried Mocke mostrava as sutilezas de um syrah da região de Swarttad (R$ 386) ou de um cabernet sauvignon de Stellenbosch (R$ 718), vinhedos escolhidos para mostrar o melhor de cada variedade.

E como uma tendência não anda sozinha, a vinícola surpreendeu com o Boekenhoutskloof Sémillon (R$ 585), um branco untuoso e longevo, de vinhas velhas, em Franschhoek.

O empresário Ciro Lilla, dono da importadora Mistral, sabe que o mundo do vinho (não só este mundo, aliás) vive de ondas, que vão e vem. Se hoje há uma procura por brancos e tintos mais elegantes, para citar um exemplo, poucos anos atrás reinava a potência, ditada por um único crítico, o norte-americano Robert Parker.

E o Encontro Mistral, que Ciro, seu filho Otávio, e equipe organizam há dez edições, é um bom palco para descobrir (ou comprovar) as tendências atuais. Melhor, de decidir na taça se elas valem mesmo a pena. Os 73 produtores, dos mais diversos países, que participaram desta edição, que marcou também os 50 anos da importadora, são, assim, uma amostragem e tanto.

PROCURA-SE BRANCOS

A volta do interesse pelo vinho branco, principalmente entre consumidores de maior poder aquisitivo, é um destes pontos. E, aqui, um parêntese, muitas das tendências começam nos vinhos premiuns e seguem, com o tempo, para os rótulos de menor valor.

“A procura está maior pelo Viña Gravonia do que pelo Tondônia”, diz Yolanda Varona, diretora da López de Heredia, vinícola tradicional em Rioja, Espanha. Antes da pandemia, no último Encontro Mistral, todos queriam provar o tinto. O Viña Gravonia, elaborado apenas com a uva branca viura, é vendido por R$ 469; enquanto o Tondonia, que tem a tempranillo como variedade principal, sai por R$ 723.

"Muitas das tendências começam nos vinhos premiuns e seguem, com o tempo, para os rótulos de menor valor" Foto: FELIPE RAU/ESTADÃO

No Château Marjosse, de Bordeaux, também chamou atenção a procura pelo Cuvée Palombe (R$ 579), uma mescla de sémillon, sauvignon gris e sauvignon blanc. Os visitantes pediam para provar mais este branco do que os tintos elaborados com cabernet franc e merlot nesta vinícola que é um projeto pessoal de Pierre Lurton, enólogo de destaque nos míticos Château D’Yquem e Cheval Blanc.

Sorte dos produtores que trabalham com brancos. A vinícola Vie di Romans, no Fruili, norte da Itália, era uma parada obrigatória para entender a elegância e a tensão destes vinhos, como o Vie de Romans Sauvignon Blanc (R$ 511). Os estandes dos rótulos alemães, por sua vez, revelavam porque a riesling é uma uva para se prestar muita atenção.

O MELHOR TERROIR

Em muitos produtores, o que chamou a atenção foi o trabalho de entender melhor cada parcela de seu terroir, palavra francesa sem tradução para o português que engloba o solo, o clima e a variedade plantada. É uma tendência que se revela tanto nos chamados vinhos do Velho Mundo (a Europa, que teoricamente tem um maior conhecimento dos seus solos e subsolos até por elaborar vinhos há muito mais tempo) como do Novo Mundo.

No passado, havia apenas o tinto Quinta do Vale Meão (R$ 1.657), na vinícola de mesmo nome, no Douro, norte de Portugal, e o Meandro (R$ 314), em um vinhedo que, no passado, dava origem ao Barca Velha. Mas atualmente Francisco Olazábal elabora também tintos de pequena produção em que uma variedade mostra o melhor de cada parcela do vinhedo.

O Monte Meão Vinha dos Novos é feito apenas com a touriga nacional de um solo de granito. O Monte Meão Casa das Máquinas é elaborado com vinhas velhas de touriga franca e de tinta barrosa, de um solo de xisto. Há até um tinto elaborado apenas com a baga, que se revela frutado e fresco, da parcela conhecida como Vinha da Cantina (todos custam R$ 660). “São sempre pequenas produções, que nos permite conhecer melhor as variedades”, afirma o diretor Pedro Lobo.

NA ÁFRICA DO SUL

Outro bom exemplo está na África do Sul, com os vinhos da Boekenhoutskloof. A vinícola começou a fazer sucesso com os seus syrahs de vinhas centenárias na região de Franschhoek. Mark Kent, o fundador, é apaixonado pelos vinhos do Rhône, o que o levou a trabalhar com a variedade (a syrah reina nesta região francesa).

No evento, o enólogo Gottfried Mocke mostrava as sutilezas de um syrah da região de Swarttad (R$ 386) ou de um cabernet sauvignon de Stellenbosch (R$ 718), vinhedos escolhidos para mostrar o melhor de cada variedade.

E como uma tendência não anda sozinha, a vinícola surpreendeu com o Boekenhoutskloof Sémillon (R$ 585), um branco untuoso e longevo, de vinhas velhas, em Franschhoek.

O empresário Ciro Lilla, dono da importadora Mistral, sabe que o mundo do vinho (não só este mundo, aliás) vive de ondas, que vão e vem. Se hoje há uma procura por brancos e tintos mais elegantes, para citar um exemplo, poucos anos atrás reinava a potência, ditada por um único crítico, o norte-americano Robert Parker.

E o Encontro Mistral, que Ciro, seu filho Otávio, e equipe organizam há dez edições, é um bom palco para descobrir (ou comprovar) as tendências atuais. Melhor, de decidir na taça se elas valem mesmo a pena. Os 73 produtores, dos mais diversos países, que participaram desta edição, que marcou também os 50 anos da importadora, são, assim, uma amostragem e tanto.

PROCURA-SE BRANCOS

A volta do interesse pelo vinho branco, principalmente entre consumidores de maior poder aquisitivo, é um destes pontos. E, aqui, um parêntese, muitas das tendências começam nos vinhos premiuns e seguem, com o tempo, para os rótulos de menor valor.

“A procura está maior pelo Viña Gravonia do que pelo Tondônia”, diz Yolanda Varona, diretora da López de Heredia, vinícola tradicional em Rioja, Espanha. Antes da pandemia, no último Encontro Mistral, todos queriam provar o tinto. O Viña Gravonia, elaborado apenas com a uva branca viura, é vendido por R$ 469; enquanto o Tondonia, que tem a tempranillo como variedade principal, sai por R$ 723.

"Muitas das tendências começam nos vinhos premiuns e seguem, com o tempo, para os rótulos de menor valor" Foto: FELIPE RAU/ESTADÃO

No Château Marjosse, de Bordeaux, também chamou atenção a procura pelo Cuvée Palombe (R$ 579), uma mescla de sémillon, sauvignon gris e sauvignon blanc. Os visitantes pediam para provar mais este branco do que os tintos elaborados com cabernet franc e merlot nesta vinícola que é um projeto pessoal de Pierre Lurton, enólogo de destaque nos míticos Château D’Yquem e Cheval Blanc.

Sorte dos produtores que trabalham com brancos. A vinícola Vie di Romans, no Fruili, norte da Itália, era uma parada obrigatória para entender a elegância e a tensão destes vinhos, como o Vie de Romans Sauvignon Blanc (R$ 511). Os estandes dos rótulos alemães, por sua vez, revelavam porque a riesling é uma uva para se prestar muita atenção.

O MELHOR TERROIR

Em muitos produtores, o que chamou a atenção foi o trabalho de entender melhor cada parcela de seu terroir, palavra francesa sem tradução para o português que engloba o solo, o clima e a variedade plantada. É uma tendência que se revela tanto nos chamados vinhos do Velho Mundo (a Europa, que teoricamente tem um maior conhecimento dos seus solos e subsolos até por elaborar vinhos há muito mais tempo) como do Novo Mundo.

No passado, havia apenas o tinto Quinta do Vale Meão (R$ 1.657), na vinícola de mesmo nome, no Douro, norte de Portugal, e o Meandro (R$ 314), em um vinhedo que, no passado, dava origem ao Barca Velha. Mas atualmente Francisco Olazábal elabora também tintos de pequena produção em que uma variedade mostra o melhor de cada parcela do vinhedo.

O Monte Meão Vinha dos Novos é feito apenas com a touriga nacional de um solo de granito. O Monte Meão Casa das Máquinas é elaborado com vinhas velhas de touriga franca e de tinta barrosa, de um solo de xisto. Há até um tinto elaborado apenas com a baga, que se revela frutado e fresco, da parcela conhecida como Vinha da Cantina (todos custam R$ 660). “São sempre pequenas produções, que nos permite conhecer melhor as variedades”, afirma o diretor Pedro Lobo.

NA ÁFRICA DO SUL

Outro bom exemplo está na África do Sul, com os vinhos da Boekenhoutskloof. A vinícola começou a fazer sucesso com os seus syrahs de vinhas centenárias na região de Franschhoek. Mark Kent, o fundador, é apaixonado pelos vinhos do Rhône, o que o levou a trabalhar com a variedade (a syrah reina nesta região francesa).

No evento, o enólogo Gottfried Mocke mostrava as sutilezas de um syrah da região de Swarttad (R$ 386) ou de um cabernet sauvignon de Stellenbosch (R$ 718), vinhedos escolhidos para mostrar o melhor de cada variedade.

E como uma tendência não anda sozinha, a vinícola surpreendeu com o Boekenhoutskloof Sémillon (R$ 585), um branco untuoso e longevo, de vinhas velhas, em Franschhoek.

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