Suzana Barelli

Minas Gerais é o terroir do vinho brasileiro?


A alta pontuação do tinto elaborado na Serra da Canastra chama atenção para a região, localizada no Sudeste

Por Suzana Barelli

O guia de vinhos Descorchados publica seus resultados de maneira, digamos, homeopática. No caso dos vinhos brasileiros, todo início de janeiro, os produtores recebem um comunicado dos editores com as notas obtidas pelas amostras enviadas, em uma escala de até 100 pontos. A publicação só chega ao mercado em abril, com as todas as pontuações não apenas dos rótulos brasileiros, mas também dos vinhos chilenos, argentinos, uruguaios, bolivianos e peruanos, provados pelo jornalista chileno Patrício Tapia.

Este janeiro não foi diferente. E nesta semana, a Sacramentos Vinifer, vinícola na Serra da Canastra, em Minas Gerais, estourou o champanhe – ou melhor, abriu um dos seus espumantes brasileiros – para comemorar o resultado da próxima edição do guia. O tinto Sabina 2023, elaborado apenas com a uva syrah, recebeu 93 pontos e foi eleito o melhor tinto brasileiro compartido (outro tinto a receber a mesma pontuação foi o Baron, um corte de cabernet sauvignon, merot e tannat, de Adolfo Lona, que é um tinto de edição única) e também o melhor vinho da região Sudeste.

TINTO DIFERENCIADO

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Na safra de lançamento, a de 2021, o Sabina já havia sido eleito o melhor tinto do Descorchados e havia conquistado a pontuação mais alta entre os rótulos brasileiros no Decanter Wine Awards, concurso de prestígio realizado pela revista inglesa. Em 2022, conquistou 92 pontos do guia.

O tinto Sabina 2023 foi eleito o melhor tinto brasileiro compartido Foto: Sacramento Vinifer

“É um tinto que segue um caminho interessante, que não abusa do álcool e da sobremadurez da fruta. É equilibrado, distinto. É uma exceção entre os tintos do país”, afirma Patrício Tapia. Em novembro de 2023, Tapia passou duas semanas no Brasil degustando os vinhos nacionais. Além dos dois tintos, dois rosés e dois brancos obtiveram 93 pontos. Nos espumantes, a nota mais alta foi de 95 pontos, para o Cave Geisse Terroir Nature, elaborado por Mario Geisse, em Pinto Bandeira (RS).

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NOVAS FRONTEIRAS

Chama atenção que o Sabina é um projeto novo, com vinhedos distantes das tradicionais regiões produtoras de vinho no Brasil. Suas vinhas estão plantadas na Serra da Canastra, e as uvas, depois de colhidas, são transportadas em caminhão refrigerado para Caxias do Sul, onde são vinificadas.

O proprietário Jorgito Donadelli optou por investir, ao menos neste início, nos vinhedos e deixar a vinícola para uma segunda fase. E escolheu o enólogo Alejandro Cardoso, que fica no Rio Grande do Sul, para elaborar o vinho (a vinícola tem também um branco, elaborado com a sauvignon blanc, um rosé e alguns espumantes). Na primeira safra, foram elaboradas 1.800 garrafas do tinto e 600 do rosé, também com a syrah. Em 2022, a produção foi bem menor, de 1 mil garrafas, apenas do tinto. A partir de 2023, com novos vinhedos entrando em produção, o volume passa para 6 mil garrafas.

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Jorgito Donadelli optou por investir nos vinhedos e deixar a vinícola para uma segunda fase Foto: Sacramento Vinifer

NOVO MAPA

O sucesso do projeto exemplifica a diversificação do mapa vitícola no Brasil. A produção nacional segue concentrada no sul do país, mas vêm chamando atenção os vinhedos cultivados nas regiões Sudeste e Centro-oeste. A grande responsável por essa diversificação é a técnica da dupla poda, também chamada de poda invertida ou colheita de inverno, criada pelo especialista Murilo Regina de Albuquerque.

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Por um sistema de podas e irrigação, a videira consegue dar frutos no inverno. É uma estação do ano mais seca – a água em excesso, principalmente na época de floração e crescimento da uva, gera frutos com menor complexidade –, e que tem maior amplitude térmica. A diferença de temperatura entre o dia e a noite também contribui para a complexidade do fruto.

Aos interessados: a safra 2023 do Sabina deve chegar em março na World Wine (worldwine.com.br) por R$ 199. O Baron sai por R$ 379,90, na Confraria dos Bacanas (bacanas.com.br), mas é um tinto de safra única porque o seu vinhedo de cabernet sauvignon foi arrancado. E o Terroir Nature custa R$ 350, no site da Cave Geisse (familiageisse.com.br)

O guia de vinhos Descorchados publica seus resultados de maneira, digamos, homeopática. No caso dos vinhos brasileiros, todo início de janeiro, os produtores recebem um comunicado dos editores com as notas obtidas pelas amostras enviadas, em uma escala de até 100 pontos. A publicação só chega ao mercado em abril, com as todas as pontuações não apenas dos rótulos brasileiros, mas também dos vinhos chilenos, argentinos, uruguaios, bolivianos e peruanos, provados pelo jornalista chileno Patrício Tapia.

Este janeiro não foi diferente. E nesta semana, a Sacramentos Vinifer, vinícola na Serra da Canastra, em Minas Gerais, estourou o champanhe – ou melhor, abriu um dos seus espumantes brasileiros – para comemorar o resultado da próxima edição do guia. O tinto Sabina 2023, elaborado apenas com a uva syrah, recebeu 93 pontos e foi eleito o melhor tinto brasileiro compartido (outro tinto a receber a mesma pontuação foi o Baron, um corte de cabernet sauvignon, merot e tannat, de Adolfo Lona, que é um tinto de edição única) e também o melhor vinho da região Sudeste.

TINTO DIFERENCIADO

Na safra de lançamento, a de 2021, o Sabina já havia sido eleito o melhor tinto do Descorchados e havia conquistado a pontuação mais alta entre os rótulos brasileiros no Decanter Wine Awards, concurso de prestígio realizado pela revista inglesa. Em 2022, conquistou 92 pontos do guia.

O tinto Sabina 2023 foi eleito o melhor tinto brasileiro compartido Foto: Sacramento Vinifer

“É um tinto que segue um caminho interessante, que não abusa do álcool e da sobremadurez da fruta. É equilibrado, distinto. É uma exceção entre os tintos do país”, afirma Patrício Tapia. Em novembro de 2023, Tapia passou duas semanas no Brasil degustando os vinhos nacionais. Além dos dois tintos, dois rosés e dois brancos obtiveram 93 pontos. Nos espumantes, a nota mais alta foi de 95 pontos, para o Cave Geisse Terroir Nature, elaborado por Mario Geisse, em Pinto Bandeira (RS).

NOVAS FRONTEIRAS

Chama atenção que o Sabina é um projeto novo, com vinhedos distantes das tradicionais regiões produtoras de vinho no Brasil. Suas vinhas estão plantadas na Serra da Canastra, e as uvas, depois de colhidas, são transportadas em caminhão refrigerado para Caxias do Sul, onde são vinificadas.

O proprietário Jorgito Donadelli optou por investir, ao menos neste início, nos vinhedos e deixar a vinícola para uma segunda fase. E escolheu o enólogo Alejandro Cardoso, que fica no Rio Grande do Sul, para elaborar o vinho (a vinícola tem também um branco, elaborado com a sauvignon blanc, um rosé e alguns espumantes). Na primeira safra, foram elaboradas 1.800 garrafas do tinto e 600 do rosé, também com a syrah. Em 2022, a produção foi bem menor, de 1 mil garrafas, apenas do tinto. A partir de 2023, com novos vinhedos entrando em produção, o volume passa para 6 mil garrafas.

Jorgito Donadelli optou por investir nos vinhedos e deixar a vinícola para uma segunda fase Foto: Sacramento Vinifer

NOVO MAPA

O sucesso do projeto exemplifica a diversificação do mapa vitícola no Brasil. A produção nacional segue concentrada no sul do país, mas vêm chamando atenção os vinhedos cultivados nas regiões Sudeste e Centro-oeste. A grande responsável por essa diversificação é a técnica da dupla poda, também chamada de poda invertida ou colheita de inverno, criada pelo especialista Murilo Regina de Albuquerque.

Por um sistema de podas e irrigação, a videira consegue dar frutos no inverno. É uma estação do ano mais seca – a água em excesso, principalmente na época de floração e crescimento da uva, gera frutos com menor complexidade –, e que tem maior amplitude térmica. A diferença de temperatura entre o dia e a noite também contribui para a complexidade do fruto.

Aos interessados: a safra 2023 do Sabina deve chegar em março na World Wine (worldwine.com.br) por R$ 199. O Baron sai por R$ 379,90, na Confraria dos Bacanas (bacanas.com.br), mas é um tinto de safra única porque o seu vinhedo de cabernet sauvignon foi arrancado. E o Terroir Nature custa R$ 350, no site da Cave Geisse (familiageisse.com.br)

O guia de vinhos Descorchados publica seus resultados de maneira, digamos, homeopática. No caso dos vinhos brasileiros, todo início de janeiro, os produtores recebem um comunicado dos editores com as notas obtidas pelas amostras enviadas, em uma escala de até 100 pontos. A publicação só chega ao mercado em abril, com as todas as pontuações não apenas dos rótulos brasileiros, mas também dos vinhos chilenos, argentinos, uruguaios, bolivianos e peruanos, provados pelo jornalista chileno Patrício Tapia.

Este janeiro não foi diferente. E nesta semana, a Sacramentos Vinifer, vinícola na Serra da Canastra, em Minas Gerais, estourou o champanhe – ou melhor, abriu um dos seus espumantes brasileiros – para comemorar o resultado da próxima edição do guia. O tinto Sabina 2023, elaborado apenas com a uva syrah, recebeu 93 pontos e foi eleito o melhor tinto brasileiro compartido (outro tinto a receber a mesma pontuação foi o Baron, um corte de cabernet sauvignon, merot e tannat, de Adolfo Lona, que é um tinto de edição única) e também o melhor vinho da região Sudeste.

TINTO DIFERENCIADO

Na safra de lançamento, a de 2021, o Sabina já havia sido eleito o melhor tinto do Descorchados e havia conquistado a pontuação mais alta entre os rótulos brasileiros no Decanter Wine Awards, concurso de prestígio realizado pela revista inglesa. Em 2022, conquistou 92 pontos do guia.

O tinto Sabina 2023 foi eleito o melhor tinto brasileiro compartido Foto: Sacramento Vinifer

“É um tinto que segue um caminho interessante, que não abusa do álcool e da sobremadurez da fruta. É equilibrado, distinto. É uma exceção entre os tintos do país”, afirma Patrício Tapia. Em novembro de 2023, Tapia passou duas semanas no Brasil degustando os vinhos nacionais. Além dos dois tintos, dois rosés e dois brancos obtiveram 93 pontos. Nos espumantes, a nota mais alta foi de 95 pontos, para o Cave Geisse Terroir Nature, elaborado por Mario Geisse, em Pinto Bandeira (RS).

NOVAS FRONTEIRAS

Chama atenção que o Sabina é um projeto novo, com vinhedos distantes das tradicionais regiões produtoras de vinho no Brasil. Suas vinhas estão plantadas na Serra da Canastra, e as uvas, depois de colhidas, são transportadas em caminhão refrigerado para Caxias do Sul, onde são vinificadas.

O proprietário Jorgito Donadelli optou por investir, ao menos neste início, nos vinhedos e deixar a vinícola para uma segunda fase. E escolheu o enólogo Alejandro Cardoso, que fica no Rio Grande do Sul, para elaborar o vinho (a vinícola tem também um branco, elaborado com a sauvignon blanc, um rosé e alguns espumantes). Na primeira safra, foram elaboradas 1.800 garrafas do tinto e 600 do rosé, também com a syrah. Em 2022, a produção foi bem menor, de 1 mil garrafas, apenas do tinto. A partir de 2023, com novos vinhedos entrando em produção, o volume passa para 6 mil garrafas.

Jorgito Donadelli optou por investir nos vinhedos e deixar a vinícola para uma segunda fase Foto: Sacramento Vinifer

NOVO MAPA

O sucesso do projeto exemplifica a diversificação do mapa vitícola no Brasil. A produção nacional segue concentrada no sul do país, mas vêm chamando atenção os vinhedos cultivados nas regiões Sudeste e Centro-oeste. A grande responsável por essa diversificação é a técnica da dupla poda, também chamada de poda invertida ou colheita de inverno, criada pelo especialista Murilo Regina de Albuquerque.

Por um sistema de podas e irrigação, a videira consegue dar frutos no inverno. É uma estação do ano mais seca – a água em excesso, principalmente na época de floração e crescimento da uva, gera frutos com menor complexidade –, e que tem maior amplitude térmica. A diferença de temperatura entre o dia e a noite também contribui para a complexidade do fruto.

Aos interessados: a safra 2023 do Sabina deve chegar em março na World Wine (worldwine.com.br) por R$ 199. O Baron sai por R$ 379,90, na Confraria dos Bacanas (bacanas.com.br), mas é um tinto de safra única porque o seu vinhedo de cabernet sauvignon foi arrancado. E o Terroir Nature custa R$ 350, no site da Cave Geisse (familiageisse.com.br)

O guia de vinhos Descorchados publica seus resultados de maneira, digamos, homeopática. No caso dos vinhos brasileiros, todo início de janeiro, os produtores recebem um comunicado dos editores com as notas obtidas pelas amostras enviadas, em uma escala de até 100 pontos. A publicação só chega ao mercado em abril, com as todas as pontuações não apenas dos rótulos brasileiros, mas também dos vinhos chilenos, argentinos, uruguaios, bolivianos e peruanos, provados pelo jornalista chileno Patrício Tapia.

Este janeiro não foi diferente. E nesta semana, a Sacramentos Vinifer, vinícola na Serra da Canastra, em Minas Gerais, estourou o champanhe – ou melhor, abriu um dos seus espumantes brasileiros – para comemorar o resultado da próxima edição do guia. O tinto Sabina 2023, elaborado apenas com a uva syrah, recebeu 93 pontos e foi eleito o melhor tinto brasileiro compartido (outro tinto a receber a mesma pontuação foi o Baron, um corte de cabernet sauvignon, merot e tannat, de Adolfo Lona, que é um tinto de edição única) e também o melhor vinho da região Sudeste.

TINTO DIFERENCIADO

Na safra de lançamento, a de 2021, o Sabina já havia sido eleito o melhor tinto do Descorchados e havia conquistado a pontuação mais alta entre os rótulos brasileiros no Decanter Wine Awards, concurso de prestígio realizado pela revista inglesa. Em 2022, conquistou 92 pontos do guia.

O tinto Sabina 2023 foi eleito o melhor tinto brasileiro compartido Foto: Sacramento Vinifer

“É um tinto que segue um caminho interessante, que não abusa do álcool e da sobremadurez da fruta. É equilibrado, distinto. É uma exceção entre os tintos do país”, afirma Patrício Tapia. Em novembro de 2023, Tapia passou duas semanas no Brasil degustando os vinhos nacionais. Além dos dois tintos, dois rosés e dois brancos obtiveram 93 pontos. Nos espumantes, a nota mais alta foi de 95 pontos, para o Cave Geisse Terroir Nature, elaborado por Mario Geisse, em Pinto Bandeira (RS).

NOVAS FRONTEIRAS

Chama atenção que o Sabina é um projeto novo, com vinhedos distantes das tradicionais regiões produtoras de vinho no Brasil. Suas vinhas estão plantadas na Serra da Canastra, e as uvas, depois de colhidas, são transportadas em caminhão refrigerado para Caxias do Sul, onde são vinificadas.

O proprietário Jorgito Donadelli optou por investir, ao menos neste início, nos vinhedos e deixar a vinícola para uma segunda fase. E escolheu o enólogo Alejandro Cardoso, que fica no Rio Grande do Sul, para elaborar o vinho (a vinícola tem também um branco, elaborado com a sauvignon blanc, um rosé e alguns espumantes). Na primeira safra, foram elaboradas 1.800 garrafas do tinto e 600 do rosé, também com a syrah. Em 2022, a produção foi bem menor, de 1 mil garrafas, apenas do tinto. A partir de 2023, com novos vinhedos entrando em produção, o volume passa para 6 mil garrafas.

Jorgito Donadelli optou por investir nos vinhedos e deixar a vinícola para uma segunda fase Foto: Sacramento Vinifer

NOVO MAPA

O sucesso do projeto exemplifica a diversificação do mapa vitícola no Brasil. A produção nacional segue concentrada no sul do país, mas vêm chamando atenção os vinhedos cultivados nas regiões Sudeste e Centro-oeste. A grande responsável por essa diversificação é a técnica da dupla poda, também chamada de poda invertida ou colheita de inverno, criada pelo especialista Murilo Regina de Albuquerque.

Por um sistema de podas e irrigação, a videira consegue dar frutos no inverno. É uma estação do ano mais seca – a água em excesso, principalmente na época de floração e crescimento da uva, gera frutos com menor complexidade –, e que tem maior amplitude térmica. A diferença de temperatura entre o dia e a noite também contribui para a complexidade do fruto.

Aos interessados: a safra 2023 do Sabina deve chegar em março na World Wine (worldwine.com.br) por R$ 199. O Baron sai por R$ 379,90, na Confraria dos Bacanas (bacanas.com.br), mas é um tinto de safra única porque o seu vinhedo de cabernet sauvignon foi arrancado. E o Terroir Nature custa R$ 350, no site da Cave Geisse (familiageisse.com.br)

O guia de vinhos Descorchados publica seus resultados de maneira, digamos, homeopática. No caso dos vinhos brasileiros, todo início de janeiro, os produtores recebem um comunicado dos editores com as notas obtidas pelas amostras enviadas, em uma escala de até 100 pontos. A publicação só chega ao mercado em abril, com as todas as pontuações não apenas dos rótulos brasileiros, mas também dos vinhos chilenos, argentinos, uruguaios, bolivianos e peruanos, provados pelo jornalista chileno Patrício Tapia.

Este janeiro não foi diferente. E nesta semana, a Sacramentos Vinifer, vinícola na Serra da Canastra, em Minas Gerais, estourou o champanhe – ou melhor, abriu um dos seus espumantes brasileiros – para comemorar o resultado da próxima edição do guia. O tinto Sabina 2023, elaborado apenas com a uva syrah, recebeu 93 pontos e foi eleito o melhor tinto brasileiro compartido (outro tinto a receber a mesma pontuação foi o Baron, um corte de cabernet sauvignon, merot e tannat, de Adolfo Lona, que é um tinto de edição única) e também o melhor vinho da região Sudeste.

TINTO DIFERENCIADO

Na safra de lançamento, a de 2021, o Sabina já havia sido eleito o melhor tinto do Descorchados e havia conquistado a pontuação mais alta entre os rótulos brasileiros no Decanter Wine Awards, concurso de prestígio realizado pela revista inglesa. Em 2022, conquistou 92 pontos do guia.

O tinto Sabina 2023 foi eleito o melhor tinto brasileiro compartido Foto: Sacramento Vinifer

“É um tinto que segue um caminho interessante, que não abusa do álcool e da sobremadurez da fruta. É equilibrado, distinto. É uma exceção entre os tintos do país”, afirma Patrício Tapia. Em novembro de 2023, Tapia passou duas semanas no Brasil degustando os vinhos nacionais. Além dos dois tintos, dois rosés e dois brancos obtiveram 93 pontos. Nos espumantes, a nota mais alta foi de 95 pontos, para o Cave Geisse Terroir Nature, elaborado por Mario Geisse, em Pinto Bandeira (RS).

NOVAS FRONTEIRAS

Chama atenção que o Sabina é um projeto novo, com vinhedos distantes das tradicionais regiões produtoras de vinho no Brasil. Suas vinhas estão plantadas na Serra da Canastra, e as uvas, depois de colhidas, são transportadas em caminhão refrigerado para Caxias do Sul, onde são vinificadas.

O proprietário Jorgito Donadelli optou por investir, ao menos neste início, nos vinhedos e deixar a vinícola para uma segunda fase. E escolheu o enólogo Alejandro Cardoso, que fica no Rio Grande do Sul, para elaborar o vinho (a vinícola tem também um branco, elaborado com a sauvignon blanc, um rosé e alguns espumantes). Na primeira safra, foram elaboradas 1.800 garrafas do tinto e 600 do rosé, também com a syrah. Em 2022, a produção foi bem menor, de 1 mil garrafas, apenas do tinto. A partir de 2023, com novos vinhedos entrando em produção, o volume passa para 6 mil garrafas.

Jorgito Donadelli optou por investir nos vinhedos e deixar a vinícola para uma segunda fase Foto: Sacramento Vinifer

NOVO MAPA

O sucesso do projeto exemplifica a diversificação do mapa vitícola no Brasil. A produção nacional segue concentrada no sul do país, mas vêm chamando atenção os vinhedos cultivados nas regiões Sudeste e Centro-oeste. A grande responsável por essa diversificação é a técnica da dupla poda, também chamada de poda invertida ou colheita de inverno, criada pelo especialista Murilo Regina de Albuquerque.

Por um sistema de podas e irrigação, a videira consegue dar frutos no inverno. É uma estação do ano mais seca – a água em excesso, principalmente na época de floração e crescimento da uva, gera frutos com menor complexidade –, e que tem maior amplitude térmica. A diferença de temperatura entre o dia e a noite também contribui para a complexidade do fruto.

Aos interessados: a safra 2023 do Sabina deve chegar em março na World Wine (worldwine.com.br) por R$ 199. O Baron sai por R$ 379,90, na Confraria dos Bacanas (bacanas.com.br), mas é um tinto de safra única porque o seu vinhedo de cabernet sauvignon foi arrancado. E o Terroir Nature custa R$ 350, no site da Cave Geisse (familiageisse.com.br)

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