Suzana Barelli

O frio chegou, enfim


O maior teor alcoólico e a harmonização com pratos mais substanciosos pedem um vinho tinto

Por Suzana Barelli

Dias frios pedem vinho tinto? Sim, essa máxima é verdadeira aqui no Brasil. Para alegria dos importadores e dos lojistas, os consumidores se animam a provar um tinto com a queda de temperatura, o que começa a acontecer agora, tardiamente, na região Sudeste. É o teor alcoólico da bebida, que traz uma sensação de calor ao corpo, e os taninos, que pedem uma receita mais substanciosa de acompanhamento, que explicam a preferência pelos tintos nessa estação.

BRANCOS DE INVERNO

Mas não são todos os tintos e, também não são apenas os tintos que combinam com a estação. Lembro de uma das minhas primeiras viagens de vinhos para a Itália, no início dos anos 2000. Fazia bastante frio na região de Valpolicella e o produtor Sérgio Zenato (já falecido) me ofereceu um lugana, vinho branco do Lago di Garda, hoje importado pela World Wine, para acompanhar o jantar. Confesso que estranhei, mas foi a primeira vez que um produtor me chamou atenção para os brancos no inverno e, mais, defendeu o seu consumo.

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TQ ESPÍRITO SANTO DO PINHAL 21.09.2023 ECONOMIA EXCLUSIVO EMBARGADO ENOTURISMO TURISMO RURAL CAFÉ VINHO Cenas na Vinícola Mirantus, de proprieda de Jeyson Ferreira. Cidade localizada cerca de 200 km da capital, vive um boom de novos negócios relacionados ao enoturismo e ao turismo rural de luxo. Tradicionalmente voltado ao cultivo do café, Espírito Santo do Pinhal recebeu novas vinícolas que aproveitam a combinação de um ótimo solo e clima com as técnicas desenvolvidas na Epamig para cultivo da uva. FOTO TIAGO QUEIROZ / ESTADÃO  Foto: Tiago Queiroz/Estadão

Para quem gosta de brancos com baixas temperaturas, hoje não iria para esse estilo de vinho, que é mais fresco. Dias frios pedem brancos mais encorpados, aqueles elaborados com passagem em barricas de carvalho e maior teor alcoólico – muitos chardonnays da Argentina têm esse perfil, assim como os brancos de Rioja. Se a ideia for prestigiar os vinhos gaúchos, um deles é o Gran Chardonnay DO, que amadurece 12 meses em barricas e foudres de carvalho e tem 14% de álcool (R$ 179, no Famigliavalduga.com.br).

Também nem todos os tintos casam com o frio. Aqueles mais leves e menos alcoólicos não combinam com a estação. Fuja da maioria dos pinot noir, dos gamays e dolcetos, por exemplo. São tintos de corpo leve, que combinam mais com a meia estação e alguns até com os dias quentes (lembrando que sempre tem exceções).

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GOLES ENCORPADOS

Mas tenha os portugueses tourigas nacionais e alicante bouschet, os onipresentes cabernet sauvignon e os tannats como boas opções, na enorme variedade de uvas tintas. Recentemente o produtor italiano Luigi Coppo, do Piemonte, esteve no Brasil, mostrando os seus barberas, e contou que um dos seus desafios é reduzir o teor alcoólico do vinho, que supera os 15%. A causa, aqui, são as mudanças climáticas, que ele vem registrando no vinhedo. Na taça, o tinto é equilibrado e não se sente o álcool no paladar, mas o vinho “esquenta” na boca.

Outro exemplo são os tintos do Priorato, na Espanha, que começam a ser divulgados no Brasil, em uma parceria entre a agência Prodeca, de promoção local, e a importadora Mistral. Um exemplo é o Vilosell 2017, do produtor Tomàs Cusine (R$ 210, na Mistral). É um tinto que aquece.

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SEMPRE MALBEC

Os malbecs argentinos também entram nessa vasta lista. Mesmo com a tendência de tintos mais elegantes e não tão alcoólicos, é uma uva que aquece neste inverno e que combina com uma boa carne. Dos diversos exemplos disponíveis, cito o produtor Alberto Arizu, da vinícola Luigi Bosca, que passou pelo Brasil na semana passada para promover a DOC Luján de Cuyo – lá, assim como aqui, há movimentos de produtores para valorizar as denominações de origem. E o Malbec DOC De Sangre 2021 (R$ 275,90, na Decanter.com.br) combina bem com o inverno. Mas há também o rótulo mais simples, o Malbec Luigi Bosca, por R$ 157, que combina com a estação

Dias frios pedem vinho tinto? Sim, essa máxima é verdadeira aqui no Brasil. Para alegria dos importadores e dos lojistas, os consumidores se animam a provar um tinto com a queda de temperatura, o que começa a acontecer agora, tardiamente, na região Sudeste. É o teor alcoólico da bebida, que traz uma sensação de calor ao corpo, e os taninos, que pedem uma receita mais substanciosa de acompanhamento, que explicam a preferência pelos tintos nessa estação.

BRANCOS DE INVERNO

Mas não são todos os tintos e, também não são apenas os tintos que combinam com a estação. Lembro de uma das minhas primeiras viagens de vinhos para a Itália, no início dos anos 2000. Fazia bastante frio na região de Valpolicella e o produtor Sérgio Zenato (já falecido) me ofereceu um lugana, vinho branco do Lago di Garda, hoje importado pela World Wine, para acompanhar o jantar. Confesso que estranhei, mas foi a primeira vez que um produtor me chamou atenção para os brancos no inverno e, mais, defendeu o seu consumo.

TQ ESPÍRITO SANTO DO PINHAL 21.09.2023 ECONOMIA EXCLUSIVO EMBARGADO ENOTURISMO TURISMO RURAL CAFÉ VINHO Cenas na Vinícola Mirantus, de proprieda de Jeyson Ferreira. Cidade localizada cerca de 200 km da capital, vive um boom de novos negócios relacionados ao enoturismo e ao turismo rural de luxo. Tradicionalmente voltado ao cultivo do café, Espírito Santo do Pinhal recebeu novas vinícolas que aproveitam a combinação de um ótimo solo e clima com as técnicas desenvolvidas na Epamig para cultivo da uva. FOTO TIAGO QUEIROZ / ESTADÃO  Foto: Tiago Queiroz/Estadão

Para quem gosta de brancos com baixas temperaturas, hoje não iria para esse estilo de vinho, que é mais fresco. Dias frios pedem brancos mais encorpados, aqueles elaborados com passagem em barricas de carvalho e maior teor alcoólico – muitos chardonnays da Argentina têm esse perfil, assim como os brancos de Rioja. Se a ideia for prestigiar os vinhos gaúchos, um deles é o Gran Chardonnay DO, que amadurece 12 meses em barricas e foudres de carvalho e tem 14% de álcool (R$ 179, no Famigliavalduga.com.br).

Também nem todos os tintos casam com o frio. Aqueles mais leves e menos alcoólicos não combinam com a estação. Fuja da maioria dos pinot noir, dos gamays e dolcetos, por exemplo. São tintos de corpo leve, que combinam mais com a meia estação e alguns até com os dias quentes (lembrando que sempre tem exceções).

GOLES ENCORPADOS

Mas tenha os portugueses tourigas nacionais e alicante bouschet, os onipresentes cabernet sauvignon e os tannats como boas opções, na enorme variedade de uvas tintas. Recentemente o produtor italiano Luigi Coppo, do Piemonte, esteve no Brasil, mostrando os seus barberas, e contou que um dos seus desafios é reduzir o teor alcoólico do vinho, que supera os 15%. A causa, aqui, são as mudanças climáticas, que ele vem registrando no vinhedo. Na taça, o tinto é equilibrado e não se sente o álcool no paladar, mas o vinho “esquenta” na boca.

Outro exemplo são os tintos do Priorato, na Espanha, que começam a ser divulgados no Brasil, em uma parceria entre a agência Prodeca, de promoção local, e a importadora Mistral. Um exemplo é o Vilosell 2017, do produtor Tomàs Cusine (R$ 210, na Mistral). É um tinto que aquece.

SEMPRE MALBEC

Os malbecs argentinos também entram nessa vasta lista. Mesmo com a tendência de tintos mais elegantes e não tão alcoólicos, é uma uva que aquece neste inverno e que combina com uma boa carne. Dos diversos exemplos disponíveis, cito o produtor Alberto Arizu, da vinícola Luigi Bosca, que passou pelo Brasil na semana passada para promover a DOC Luján de Cuyo – lá, assim como aqui, há movimentos de produtores para valorizar as denominações de origem. E o Malbec DOC De Sangre 2021 (R$ 275,90, na Decanter.com.br) combina bem com o inverno. Mas há também o rótulo mais simples, o Malbec Luigi Bosca, por R$ 157, que combina com a estação

Dias frios pedem vinho tinto? Sim, essa máxima é verdadeira aqui no Brasil. Para alegria dos importadores e dos lojistas, os consumidores se animam a provar um tinto com a queda de temperatura, o que começa a acontecer agora, tardiamente, na região Sudeste. É o teor alcoólico da bebida, que traz uma sensação de calor ao corpo, e os taninos, que pedem uma receita mais substanciosa de acompanhamento, que explicam a preferência pelos tintos nessa estação.

BRANCOS DE INVERNO

Mas não são todos os tintos e, também não são apenas os tintos que combinam com a estação. Lembro de uma das minhas primeiras viagens de vinhos para a Itália, no início dos anos 2000. Fazia bastante frio na região de Valpolicella e o produtor Sérgio Zenato (já falecido) me ofereceu um lugana, vinho branco do Lago di Garda, hoje importado pela World Wine, para acompanhar o jantar. Confesso que estranhei, mas foi a primeira vez que um produtor me chamou atenção para os brancos no inverno e, mais, defendeu o seu consumo.

TQ ESPÍRITO SANTO DO PINHAL 21.09.2023 ECONOMIA EXCLUSIVO EMBARGADO ENOTURISMO TURISMO RURAL CAFÉ VINHO Cenas na Vinícola Mirantus, de proprieda de Jeyson Ferreira. Cidade localizada cerca de 200 km da capital, vive um boom de novos negócios relacionados ao enoturismo e ao turismo rural de luxo. Tradicionalmente voltado ao cultivo do café, Espírito Santo do Pinhal recebeu novas vinícolas que aproveitam a combinação de um ótimo solo e clima com as técnicas desenvolvidas na Epamig para cultivo da uva. FOTO TIAGO QUEIROZ / ESTADÃO  Foto: Tiago Queiroz/Estadão

Para quem gosta de brancos com baixas temperaturas, hoje não iria para esse estilo de vinho, que é mais fresco. Dias frios pedem brancos mais encorpados, aqueles elaborados com passagem em barricas de carvalho e maior teor alcoólico – muitos chardonnays da Argentina têm esse perfil, assim como os brancos de Rioja. Se a ideia for prestigiar os vinhos gaúchos, um deles é o Gran Chardonnay DO, que amadurece 12 meses em barricas e foudres de carvalho e tem 14% de álcool (R$ 179, no Famigliavalduga.com.br).

Também nem todos os tintos casam com o frio. Aqueles mais leves e menos alcoólicos não combinam com a estação. Fuja da maioria dos pinot noir, dos gamays e dolcetos, por exemplo. São tintos de corpo leve, que combinam mais com a meia estação e alguns até com os dias quentes (lembrando que sempre tem exceções).

GOLES ENCORPADOS

Mas tenha os portugueses tourigas nacionais e alicante bouschet, os onipresentes cabernet sauvignon e os tannats como boas opções, na enorme variedade de uvas tintas. Recentemente o produtor italiano Luigi Coppo, do Piemonte, esteve no Brasil, mostrando os seus barberas, e contou que um dos seus desafios é reduzir o teor alcoólico do vinho, que supera os 15%. A causa, aqui, são as mudanças climáticas, que ele vem registrando no vinhedo. Na taça, o tinto é equilibrado e não se sente o álcool no paladar, mas o vinho “esquenta” na boca.

Outro exemplo são os tintos do Priorato, na Espanha, que começam a ser divulgados no Brasil, em uma parceria entre a agência Prodeca, de promoção local, e a importadora Mistral. Um exemplo é o Vilosell 2017, do produtor Tomàs Cusine (R$ 210, na Mistral). É um tinto que aquece.

SEMPRE MALBEC

Os malbecs argentinos também entram nessa vasta lista. Mesmo com a tendência de tintos mais elegantes e não tão alcoólicos, é uma uva que aquece neste inverno e que combina com uma boa carne. Dos diversos exemplos disponíveis, cito o produtor Alberto Arizu, da vinícola Luigi Bosca, que passou pelo Brasil na semana passada para promover a DOC Luján de Cuyo – lá, assim como aqui, há movimentos de produtores para valorizar as denominações de origem. E o Malbec DOC De Sangre 2021 (R$ 275,90, na Decanter.com.br) combina bem com o inverno. Mas há também o rótulo mais simples, o Malbec Luigi Bosca, por R$ 157, que combina com a estação

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