Suzana Barelli

Por que você ainda vai provar um (bom) vinho branco?


Importadoras apostam no interesse do consumidor brasileiro pelos rótulos elaborados com uvas brancas

Por Suzana Barelli
Atualização:

O verão já acabou. Se não na sensação térmica dos últimos dias, mas ao menos no calendário. O outono, estação que começa a pedir um tinto para aquecer a alma, começou oficialmente em 20 de março. Mas o vinho branco, que no Brasil é identificado apenas como a bebida do verão, parece não querer sair da pauta – ou da taça.

Outrora preterido pela maioria dos brasileiros, os brancos dão exemplos de que estão passando da categoria dos incompreendidos, ou simplesmente ignorados, para aquelas garrafas que despertam a atenção do consumidor.

Destaque na Premium

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Em recente degustação para apresentar seus lançamentos, a importadora mineira Premium trouxe 14 brancos entre os 28 rótulos degustados. Ou seja, a metade das garrafas era de branco, sendo que, pelos dados da Ideal Consulting, os brancos representam menos de um quarto do mercado, que é liderado pelos tintos.

E não eram poucos os destaques da Premium, de um fresco e aromático Sauvignon Blanc, o Pencarrow 2021, por R$ 225, marcando a volta de rótulos da Nova Zelândia com destaque no catálogo, ao Zusslin Les Chapelles 2020, um riesling vinificado em tonéis, de bela mineralidade, mas que tem no preço (R$ 515), um impeditivo para o seu consumo por muitas pessoas. Mais vale o alentejano LV Branco 2021, fresco e moderno, por R$ 195. “Há um interesse crescente por brancos já com maior complexidade”, afirma Orlando Rodrigues, sócio da importadora.

Lançamentos da Belle Cave

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O mesmo aconteceu em evento da importadora Belle Cave, também para mostrar as novidades do catálogo: 16 dos rótulos apresentados eram brancos secos ou fortificados. Tintos e rosados estavam em minoria, com 15 rótulos no total. Os tintos seguem entre os mais vendidos na importadora de Ulisses Kameyama, mas muitas das novidades estão nos brancos.

Aqui há desde a decisão de divulgar uvas não tão conhecidas, como a chardonnay e a sauvignon blanc, mas abrir espaço para outras variedades. Um exemplo é o xarel.lo (uma das cepas que dá origem ao cava espanhol), elaborado em ânforas por Josep Mitjans, por R$ 266, ou o Heaven & Hell Viños de Encostas XL Sebio 2018, um blend de treixadura, albariño e godello, que começa a surpreender no rótulo divertido e impressiona pela complexidade no paladar (R$ 359).

Segundo dados da consultoria Ideal, entre os importados, os vinhos brancos representam hoje 21% do mercado. A ampla liderança é dos tintos, que somavam 71% do total no final de 2022. E os 8% restantes são dos rosados. Em 2021, os brancos representavam 19,5% do total de rótulos importados e, no ano anterior, 18%, deixando claro a sua tendência de crescimento.

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As razões do crescimento

São várias as razões para o interesse pelos brancos. A principal é o ganho de qualidade na sua elaboração. Antes, as uvas brancas recebiam uma grande quantidade de sulfitos (aquela sustância que dá dor de cabeça em muita gente) no início da fermentação, para evitar a sua oxidação. Por fermentar sem as suas cascas, ao contrário dos tintos, os brancos são mais sujeitos a ter problemas com o contato com o oxigênio. Com o maior conhecimento das técnicas de vinificação, os vinhos brancos deram um salto de qualidade, como o consumidor vem descobrindo.

Outro fator é a sua versatilidade de harmonização, principalmente quando pensado na gastronomia brasileira. O branco tente a combinar com mais com as nossas receitas, do que os tintos. E parece haver também um interesse maior dos enólogos em ousar com os brancos. Em visita recente ao Brasil, a produtora portuguesa Filipa Pato, por exemplo, mostrou a sua experiência com o Post-Quercus, elaborado com a uva branca bical, em ânforas. Alias, dos seis vinhos apresentados, importados na parceria entre a Casa Flora e a Porto a Porto, dois eram brancos – além do Post-Quercus, o Nossa Calcário Branco -, dois espumantes e três tintos.

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Isso significa que os brancos vão dominar o consumo? Muito difícil, aliás quase impossível se analisarmos os dados de consumo no Brasil. Mas mostra que há um interesse crescente por este estilo de vinho, principalmente naqueles rótulos de maior complexidade, e não nos de entrada de linha.

O verão já acabou. Se não na sensação térmica dos últimos dias, mas ao menos no calendário. O outono, estação que começa a pedir um tinto para aquecer a alma, começou oficialmente em 20 de março. Mas o vinho branco, que no Brasil é identificado apenas como a bebida do verão, parece não querer sair da pauta – ou da taça.

Outrora preterido pela maioria dos brasileiros, os brancos dão exemplos de que estão passando da categoria dos incompreendidos, ou simplesmente ignorados, para aquelas garrafas que despertam a atenção do consumidor.

Destaque na Premium

Em recente degustação para apresentar seus lançamentos, a importadora mineira Premium trouxe 14 brancos entre os 28 rótulos degustados. Ou seja, a metade das garrafas era de branco, sendo que, pelos dados da Ideal Consulting, os brancos representam menos de um quarto do mercado, que é liderado pelos tintos.

E não eram poucos os destaques da Premium, de um fresco e aromático Sauvignon Blanc, o Pencarrow 2021, por R$ 225, marcando a volta de rótulos da Nova Zelândia com destaque no catálogo, ao Zusslin Les Chapelles 2020, um riesling vinificado em tonéis, de bela mineralidade, mas que tem no preço (R$ 515), um impeditivo para o seu consumo por muitas pessoas. Mais vale o alentejano LV Branco 2021, fresco e moderno, por R$ 195. “Há um interesse crescente por brancos já com maior complexidade”, afirma Orlando Rodrigues, sócio da importadora.

Lançamentos da Belle Cave

O mesmo aconteceu em evento da importadora Belle Cave, também para mostrar as novidades do catálogo: 16 dos rótulos apresentados eram brancos secos ou fortificados. Tintos e rosados estavam em minoria, com 15 rótulos no total. Os tintos seguem entre os mais vendidos na importadora de Ulisses Kameyama, mas muitas das novidades estão nos brancos.

Aqui há desde a decisão de divulgar uvas não tão conhecidas, como a chardonnay e a sauvignon blanc, mas abrir espaço para outras variedades. Um exemplo é o xarel.lo (uma das cepas que dá origem ao cava espanhol), elaborado em ânforas por Josep Mitjans, por R$ 266, ou o Heaven & Hell Viños de Encostas XL Sebio 2018, um blend de treixadura, albariño e godello, que começa a surpreender no rótulo divertido e impressiona pela complexidade no paladar (R$ 359).

Segundo dados da consultoria Ideal, entre os importados, os vinhos brancos representam hoje 21% do mercado. A ampla liderança é dos tintos, que somavam 71% do total no final de 2022. E os 8% restantes são dos rosados. Em 2021, os brancos representavam 19,5% do total de rótulos importados e, no ano anterior, 18%, deixando claro a sua tendência de crescimento.

As razões do crescimento

São várias as razões para o interesse pelos brancos. A principal é o ganho de qualidade na sua elaboração. Antes, as uvas brancas recebiam uma grande quantidade de sulfitos (aquela sustância que dá dor de cabeça em muita gente) no início da fermentação, para evitar a sua oxidação. Por fermentar sem as suas cascas, ao contrário dos tintos, os brancos são mais sujeitos a ter problemas com o contato com o oxigênio. Com o maior conhecimento das técnicas de vinificação, os vinhos brancos deram um salto de qualidade, como o consumidor vem descobrindo.

Outro fator é a sua versatilidade de harmonização, principalmente quando pensado na gastronomia brasileira. O branco tente a combinar com mais com as nossas receitas, do que os tintos. E parece haver também um interesse maior dos enólogos em ousar com os brancos. Em visita recente ao Brasil, a produtora portuguesa Filipa Pato, por exemplo, mostrou a sua experiência com o Post-Quercus, elaborado com a uva branca bical, em ânforas. Alias, dos seis vinhos apresentados, importados na parceria entre a Casa Flora e a Porto a Porto, dois eram brancos – além do Post-Quercus, o Nossa Calcário Branco -, dois espumantes e três tintos.

Isso significa que os brancos vão dominar o consumo? Muito difícil, aliás quase impossível se analisarmos os dados de consumo no Brasil. Mas mostra que há um interesse crescente por este estilo de vinho, principalmente naqueles rótulos de maior complexidade, e não nos de entrada de linha.

O verão já acabou. Se não na sensação térmica dos últimos dias, mas ao menos no calendário. O outono, estação que começa a pedir um tinto para aquecer a alma, começou oficialmente em 20 de março. Mas o vinho branco, que no Brasil é identificado apenas como a bebida do verão, parece não querer sair da pauta – ou da taça.

Outrora preterido pela maioria dos brasileiros, os brancos dão exemplos de que estão passando da categoria dos incompreendidos, ou simplesmente ignorados, para aquelas garrafas que despertam a atenção do consumidor.

Destaque na Premium

Em recente degustação para apresentar seus lançamentos, a importadora mineira Premium trouxe 14 brancos entre os 28 rótulos degustados. Ou seja, a metade das garrafas era de branco, sendo que, pelos dados da Ideal Consulting, os brancos representam menos de um quarto do mercado, que é liderado pelos tintos.

E não eram poucos os destaques da Premium, de um fresco e aromático Sauvignon Blanc, o Pencarrow 2021, por R$ 225, marcando a volta de rótulos da Nova Zelândia com destaque no catálogo, ao Zusslin Les Chapelles 2020, um riesling vinificado em tonéis, de bela mineralidade, mas que tem no preço (R$ 515), um impeditivo para o seu consumo por muitas pessoas. Mais vale o alentejano LV Branco 2021, fresco e moderno, por R$ 195. “Há um interesse crescente por brancos já com maior complexidade”, afirma Orlando Rodrigues, sócio da importadora.

Lançamentos da Belle Cave

O mesmo aconteceu em evento da importadora Belle Cave, também para mostrar as novidades do catálogo: 16 dos rótulos apresentados eram brancos secos ou fortificados. Tintos e rosados estavam em minoria, com 15 rótulos no total. Os tintos seguem entre os mais vendidos na importadora de Ulisses Kameyama, mas muitas das novidades estão nos brancos.

Aqui há desde a decisão de divulgar uvas não tão conhecidas, como a chardonnay e a sauvignon blanc, mas abrir espaço para outras variedades. Um exemplo é o xarel.lo (uma das cepas que dá origem ao cava espanhol), elaborado em ânforas por Josep Mitjans, por R$ 266, ou o Heaven & Hell Viños de Encostas XL Sebio 2018, um blend de treixadura, albariño e godello, que começa a surpreender no rótulo divertido e impressiona pela complexidade no paladar (R$ 359).

Segundo dados da consultoria Ideal, entre os importados, os vinhos brancos representam hoje 21% do mercado. A ampla liderança é dos tintos, que somavam 71% do total no final de 2022. E os 8% restantes são dos rosados. Em 2021, os brancos representavam 19,5% do total de rótulos importados e, no ano anterior, 18%, deixando claro a sua tendência de crescimento.

As razões do crescimento

São várias as razões para o interesse pelos brancos. A principal é o ganho de qualidade na sua elaboração. Antes, as uvas brancas recebiam uma grande quantidade de sulfitos (aquela sustância que dá dor de cabeça em muita gente) no início da fermentação, para evitar a sua oxidação. Por fermentar sem as suas cascas, ao contrário dos tintos, os brancos são mais sujeitos a ter problemas com o contato com o oxigênio. Com o maior conhecimento das técnicas de vinificação, os vinhos brancos deram um salto de qualidade, como o consumidor vem descobrindo.

Outro fator é a sua versatilidade de harmonização, principalmente quando pensado na gastronomia brasileira. O branco tente a combinar com mais com as nossas receitas, do que os tintos. E parece haver também um interesse maior dos enólogos em ousar com os brancos. Em visita recente ao Brasil, a produtora portuguesa Filipa Pato, por exemplo, mostrou a sua experiência com o Post-Quercus, elaborado com a uva branca bical, em ânforas. Alias, dos seis vinhos apresentados, importados na parceria entre a Casa Flora e a Porto a Porto, dois eram brancos – além do Post-Quercus, o Nossa Calcário Branco -, dois espumantes e três tintos.

Isso significa que os brancos vão dominar o consumo? Muito difícil, aliás quase impossível se analisarmos os dados de consumo no Brasil. Mas mostra que há um interesse crescente por este estilo de vinho, principalmente naqueles rótulos de maior complexidade, e não nos de entrada de linha.

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