Suzana Barelli

Que vinho você vai beber em 2024


Pesquisa da Winext indica o que o trade espera para o mercado brasileiro de vinhos

Por Suzana Barelli
Atualização:

Claro que a escolha de que vinho beber cabe a cada consumidor. Mas há uma categoria de profissionais que faz o meio de campo entre quem produz e quem irá beber uma taça de branco, tinto ou de um espumante. E, assim, influenciam muito no que o consumidor vai escolher para a sua taça. Apelidado de “trade”, são eles os responsáveis por selecionar, recomendar e fazer com que as garrafas cheguem até o consumidor. Mas exatamente o que eles pensam sobre o mercado de vinhos e, principalmente, quais são, em sua opinião, os produtos que devem conquistar o consumidor de vinhos no futuro próximo?

Responder essas questões foi o objetivo da primeira pesquisa sobre o sentimento do trade do vinho no Brasil, realizada pela consultoria Winext, e que o Paladar teve acesso com exclusividade. O primeiro ponto é que o chamado trade do vinho, que reune os varejistas, os distribuidores e os importadores, está otimista com o futuro, mesmo com a queda de 5% na venda de vinhos neste primeiro semestre – na verdade, como não há, no Brasil, dados sobre a venda efetiva de vinhos para os consumidores, e estes 5% são o resultado da queda do volume importado no primeiro semestre de 2023 somado com a redução de vendas das vinícolas brasileiras neste período, pelos cálculos da consultoria Ideal.BI.

BÚSSOLA DE CONSUMO

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“O sentimento do trade indica o que está acontecendo hoje e funciona como uma bússola para onde vai o mercado”, afirma Rodrigo Lanari, sócio da Winext e mentor da pesquisa, que entrevistou 490 pessoas entre julho e agosto deste ano, todos com poder de decisão em suas empresas e com pelo menos dois anos de experiência no mercado. E eles estão animados com o seguimento.

Este otimismo se revela na intenção de 75,6% destes profissionais planejarem aumentar o portfolio de rótulos de suas empresas em 2024 e 46% se declarem otimista quanto a venda de vinho no ano que vem.

O chamado trade do vinho, que reúne os varejistas, os distribuidores e os importadores, está otimista com o futuro Foto: Tiago Queiroz / Estadão
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Mais: eles acreditam que as oportunidades de crescimento se concentram em rótulos de vinhos brasileiros, para 76% do trade; de portugueses (para 70%), e de argentinos (para 50%). Chama atenção que o Chile, que hoje lidera entre os países que mais exportam vinhos para o Brasil, aparece em sétimo lugar neste ranking. Para os respondentes da pesquisa, os vinhos franceses, os chilenos e os espanhóis devem ficar estáveis no ano que vem, tanto em volume como em valor.

BRANCOS E ESPUMANTES

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Outra aposta do trade são as categorias de brancos e espumantes como oportunidades de crescimento de mercado. Três em cada quatro respondentes da pesquisa indicam que essas duas categorias seguirão em alta, ao mesmo tempo em que acreditam que os rosés, que estavam em destaque, agora tendem a uma estabilidade de vendas. Vale lembrar que ao longo deste ano várias importadoras já percebem um aumento na venda dos vinhos brancos, principalmente nas amostras de maior valor e vem trabalhando para aumentar a sua oferta no mercado brasileiro.

Nos formatos de embalagem há uma aposta nos bag-in-box, aquelas de 3 litros ou 5 litros que permitem armazenar os vinhos por mais tempo na geladeira ou na adega do restaurante. É um formato promissor para 43% do trade. Por outro lado, os varejistas, distribuidores e importadores não avaliam como potenciais os outros formatos de embalagem ditos alternativos à garrafa de 750 ml, como as meia-garrafas (375 ml), o vinho em lata e as magnuns (garrafas de 1,5 litro).

RÓTULOS ALTERNATIVOS

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Há também uma aposta na maior procura pelos rótulos orgânicos, quando se pensa em vinhos alternativos. Os vinhos sem álcool ou com baixo teor alcoólico, que aparecem como tendência nas pesquisas internacionais, por aqui encontram baixa ressonância e não se destacam como categorias que devem crescer em 2024.

O foco no enoturismo segue em alta, tanto para o turismo no Brasil como internacional. Na pesquisa, 68% respondem que as viagens para destinos de vinho estão muito presentes, reforçando a tendência crescente desde a pandemia. E dois fenômenos aparentemente contraditórios, como a premiumnização e a downgrade, também são tendências mais presentes. Aqui tanto a procura por rótulos de valores mais altos, a tal da premiumnização, que atende a uma classe social mais abastada, como a de redução do preço unitário de cada garrafa aparece como tendências. E o desafio é conciliar um portfolio que traga tanto rótulos de maior valor como os de entrada de linha.

OS ENTRAVES

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Por fim, a pesquisa aponta a carga tributária, o contrabando e a instabilidade econômica como os principais entraveis para o crescimento do mercado do vinho no Brasil.

Claro que a escolha de que vinho beber cabe a cada consumidor. Mas há uma categoria de profissionais que faz o meio de campo entre quem produz e quem irá beber uma taça de branco, tinto ou de um espumante. E, assim, influenciam muito no que o consumidor vai escolher para a sua taça. Apelidado de “trade”, são eles os responsáveis por selecionar, recomendar e fazer com que as garrafas cheguem até o consumidor. Mas exatamente o que eles pensam sobre o mercado de vinhos e, principalmente, quais são, em sua opinião, os produtos que devem conquistar o consumidor de vinhos no futuro próximo?

Responder essas questões foi o objetivo da primeira pesquisa sobre o sentimento do trade do vinho no Brasil, realizada pela consultoria Winext, e que o Paladar teve acesso com exclusividade. O primeiro ponto é que o chamado trade do vinho, que reune os varejistas, os distribuidores e os importadores, está otimista com o futuro, mesmo com a queda de 5% na venda de vinhos neste primeiro semestre – na verdade, como não há, no Brasil, dados sobre a venda efetiva de vinhos para os consumidores, e estes 5% são o resultado da queda do volume importado no primeiro semestre de 2023 somado com a redução de vendas das vinícolas brasileiras neste período, pelos cálculos da consultoria Ideal.BI.

BÚSSOLA DE CONSUMO

“O sentimento do trade indica o que está acontecendo hoje e funciona como uma bússola para onde vai o mercado”, afirma Rodrigo Lanari, sócio da Winext e mentor da pesquisa, que entrevistou 490 pessoas entre julho e agosto deste ano, todos com poder de decisão em suas empresas e com pelo menos dois anos de experiência no mercado. E eles estão animados com o seguimento.

Este otimismo se revela na intenção de 75,6% destes profissionais planejarem aumentar o portfolio de rótulos de suas empresas em 2024 e 46% se declarem otimista quanto a venda de vinho no ano que vem.

O chamado trade do vinho, que reúne os varejistas, os distribuidores e os importadores, está otimista com o futuro Foto: Tiago Queiroz / Estadão

Mais: eles acreditam que as oportunidades de crescimento se concentram em rótulos de vinhos brasileiros, para 76% do trade; de portugueses (para 70%), e de argentinos (para 50%). Chama atenção que o Chile, que hoje lidera entre os países que mais exportam vinhos para o Brasil, aparece em sétimo lugar neste ranking. Para os respondentes da pesquisa, os vinhos franceses, os chilenos e os espanhóis devem ficar estáveis no ano que vem, tanto em volume como em valor.

BRANCOS E ESPUMANTES

Outra aposta do trade são as categorias de brancos e espumantes como oportunidades de crescimento de mercado. Três em cada quatro respondentes da pesquisa indicam que essas duas categorias seguirão em alta, ao mesmo tempo em que acreditam que os rosés, que estavam em destaque, agora tendem a uma estabilidade de vendas. Vale lembrar que ao longo deste ano várias importadoras já percebem um aumento na venda dos vinhos brancos, principalmente nas amostras de maior valor e vem trabalhando para aumentar a sua oferta no mercado brasileiro.

Nos formatos de embalagem há uma aposta nos bag-in-box, aquelas de 3 litros ou 5 litros que permitem armazenar os vinhos por mais tempo na geladeira ou na adega do restaurante. É um formato promissor para 43% do trade. Por outro lado, os varejistas, distribuidores e importadores não avaliam como potenciais os outros formatos de embalagem ditos alternativos à garrafa de 750 ml, como as meia-garrafas (375 ml), o vinho em lata e as magnuns (garrafas de 1,5 litro).

RÓTULOS ALTERNATIVOS

Há também uma aposta na maior procura pelos rótulos orgânicos, quando se pensa em vinhos alternativos. Os vinhos sem álcool ou com baixo teor alcoólico, que aparecem como tendência nas pesquisas internacionais, por aqui encontram baixa ressonância e não se destacam como categorias que devem crescer em 2024.

O foco no enoturismo segue em alta, tanto para o turismo no Brasil como internacional. Na pesquisa, 68% respondem que as viagens para destinos de vinho estão muito presentes, reforçando a tendência crescente desde a pandemia. E dois fenômenos aparentemente contraditórios, como a premiumnização e a downgrade, também são tendências mais presentes. Aqui tanto a procura por rótulos de valores mais altos, a tal da premiumnização, que atende a uma classe social mais abastada, como a de redução do preço unitário de cada garrafa aparece como tendências. E o desafio é conciliar um portfolio que traga tanto rótulos de maior valor como os de entrada de linha.

OS ENTRAVES

Por fim, a pesquisa aponta a carga tributária, o contrabando e a instabilidade econômica como os principais entraveis para o crescimento do mercado do vinho no Brasil.

Claro que a escolha de que vinho beber cabe a cada consumidor. Mas há uma categoria de profissionais que faz o meio de campo entre quem produz e quem irá beber uma taça de branco, tinto ou de um espumante. E, assim, influenciam muito no que o consumidor vai escolher para a sua taça. Apelidado de “trade”, são eles os responsáveis por selecionar, recomendar e fazer com que as garrafas cheguem até o consumidor. Mas exatamente o que eles pensam sobre o mercado de vinhos e, principalmente, quais são, em sua opinião, os produtos que devem conquistar o consumidor de vinhos no futuro próximo?

Responder essas questões foi o objetivo da primeira pesquisa sobre o sentimento do trade do vinho no Brasil, realizada pela consultoria Winext, e que o Paladar teve acesso com exclusividade. O primeiro ponto é que o chamado trade do vinho, que reune os varejistas, os distribuidores e os importadores, está otimista com o futuro, mesmo com a queda de 5% na venda de vinhos neste primeiro semestre – na verdade, como não há, no Brasil, dados sobre a venda efetiva de vinhos para os consumidores, e estes 5% são o resultado da queda do volume importado no primeiro semestre de 2023 somado com a redução de vendas das vinícolas brasileiras neste período, pelos cálculos da consultoria Ideal.BI.

BÚSSOLA DE CONSUMO

“O sentimento do trade indica o que está acontecendo hoje e funciona como uma bússola para onde vai o mercado”, afirma Rodrigo Lanari, sócio da Winext e mentor da pesquisa, que entrevistou 490 pessoas entre julho e agosto deste ano, todos com poder de decisão em suas empresas e com pelo menos dois anos de experiência no mercado. E eles estão animados com o seguimento.

Este otimismo se revela na intenção de 75,6% destes profissionais planejarem aumentar o portfolio de rótulos de suas empresas em 2024 e 46% se declarem otimista quanto a venda de vinho no ano que vem.

O chamado trade do vinho, que reúne os varejistas, os distribuidores e os importadores, está otimista com o futuro Foto: Tiago Queiroz / Estadão

Mais: eles acreditam que as oportunidades de crescimento se concentram em rótulos de vinhos brasileiros, para 76% do trade; de portugueses (para 70%), e de argentinos (para 50%). Chama atenção que o Chile, que hoje lidera entre os países que mais exportam vinhos para o Brasil, aparece em sétimo lugar neste ranking. Para os respondentes da pesquisa, os vinhos franceses, os chilenos e os espanhóis devem ficar estáveis no ano que vem, tanto em volume como em valor.

BRANCOS E ESPUMANTES

Outra aposta do trade são as categorias de brancos e espumantes como oportunidades de crescimento de mercado. Três em cada quatro respondentes da pesquisa indicam que essas duas categorias seguirão em alta, ao mesmo tempo em que acreditam que os rosés, que estavam em destaque, agora tendem a uma estabilidade de vendas. Vale lembrar que ao longo deste ano várias importadoras já percebem um aumento na venda dos vinhos brancos, principalmente nas amostras de maior valor e vem trabalhando para aumentar a sua oferta no mercado brasileiro.

Nos formatos de embalagem há uma aposta nos bag-in-box, aquelas de 3 litros ou 5 litros que permitem armazenar os vinhos por mais tempo na geladeira ou na adega do restaurante. É um formato promissor para 43% do trade. Por outro lado, os varejistas, distribuidores e importadores não avaliam como potenciais os outros formatos de embalagem ditos alternativos à garrafa de 750 ml, como as meia-garrafas (375 ml), o vinho em lata e as magnuns (garrafas de 1,5 litro).

RÓTULOS ALTERNATIVOS

Há também uma aposta na maior procura pelos rótulos orgânicos, quando se pensa em vinhos alternativos. Os vinhos sem álcool ou com baixo teor alcoólico, que aparecem como tendência nas pesquisas internacionais, por aqui encontram baixa ressonância e não se destacam como categorias que devem crescer em 2024.

O foco no enoturismo segue em alta, tanto para o turismo no Brasil como internacional. Na pesquisa, 68% respondem que as viagens para destinos de vinho estão muito presentes, reforçando a tendência crescente desde a pandemia. E dois fenômenos aparentemente contraditórios, como a premiumnização e a downgrade, também são tendências mais presentes. Aqui tanto a procura por rótulos de valores mais altos, a tal da premiumnização, que atende a uma classe social mais abastada, como a de redução do preço unitário de cada garrafa aparece como tendências. E o desafio é conciliar um portfolio que traga tanto rótulos de maior valor como os de entrada de linha.

OS ENTRAVES

Por fim, a pesquisa aponta a carga tributária, o contrabando e a instabilidade econômica como os principais entraveis para o crescimento do mercado do vinho no Brasil.

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