Suzana Barelli

Um Natal de tintos leves


Com as noites mais quentes, escolha vinhos não tão potentes para combinar com as ceias

Por Suzana Barelli
Atualização:

Cientistas da União Europeia anunciaram no início de dezembro que 2024 será o ano mais quente já registrado. E o calor piora: a expectativa é que as temperaturas extraordinariamente altas persistam até pelo menos meados do ano que vem. No meio desde período, temos o Natal e a tradição de servir receitas típicas da data no Hemisfério Norte. Peru e chester muito condimentados, aquele cordeiro com molho feito do caldo do seu preparo, um tender com molhos agridoces...

Vinho na ceia de Natal Foto: lev dolgachov

É um menu de dar água na boca e que pede vinhos mais encorpados. Mas não é convidativo conciliar tintos complexos com as noites quentes e festivas deste final de ano. A solução desta equação passa por dois pontos.

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Chave da harmonização

O primeiro deles, para quem não é tão ligado em tradições, é mudar um pouco (ou radicalmente) as receitas. Nas trocas radicais, peixes são pratos mais leves que permitem combinar com vinhos brancos facilmente, e até com espumantes. Massas com molhos leves, saladas e grãos também são boas pedidas.

Os molhos e acompanhamentos ajudam bastante e, não raro, são a chave da harmonização. O segredo é encontrar nas notas aromáticas e gustativas dos molhos as mesmas nuances daquelas presentes nos vinhos. Um exemplo simples: se o molho tem calda de maracujá, para quem gosta de receitas agridoces, o par escolhido pode ser um sauvignon blanc chileno que tem estas notas. Há vários exemplos, um deles é o Sutil Reserve 2023 (R$ 105,90, na Decanter).

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Tintos menos concentrados

O segundo é optar por tintos não tão concentrados, aproveitando a tendência de vinhos mais frescos e com um menor estágio em barricas de carvalho. Até a cabernet sauvignon, que é a uva que melhor combina com o cordeiro, tem a sua versão sem passagem por madeira. Um bom exemplo é o argentino Fabre Montmayou Temporada Cabernet Sauvignon 2022 (R$ 102, na Premium Wines), que traz notas mais frutadas e, se o molho do cordeiro não estiver tão concentrado, pode até combinar com o vinho.

Outro caminho é ir para os tintos elaborados com uvas mais delicadas. A pinot noir é o melhor exemplo, assim como a gamay, que dá origem aos beaujolais. Aqui, aliás, é uma região que vem ganhando qualidade com os seus tintos, só fuja do beaujolais nouveau, que tem uma outra proposta e técnica de elaboração. E tem a cabernet franc que, no Loire, ao contrário de Bordeaux e da Argentina, dá origem a vinhos mais delicados. O exemplo do Loire nem é da cabernet franc, mas da malbec que, também no Loire, se revela mais delicada, como mostra o La Part du Colibri Côt 2021 (R$ 165, na De la Croix).

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Há outros exemplos de uvas que dão origem aos tintos mais leves. Uma delas é a tempranillo espanhola, mas nos vinhos classificados como jovem, que equivale àqueles com curto estágio em barricas. Reservas e Gran Reservas tem estágios prolongados em barricas de carvalho. O Posadas Viejas Tempranillo 2022, da Martinez Bujanda, é um exemplo (R$ 85, na Mistral).

Enfim, são algumas pedidas para enfrentar o natal sem o ar condicionado na temperatura mínima.

Cientistas da União Europeia anunciaram no início de dezembro que 2024 será o ano mais quente já registrado. E o calor piora: a expectativa é que as temperaturas extraordinariamente altas persistam até pelo menos meados do ano que vem. No meio desde período, temos o Natal e a tradição de servir receitas típicas da data no Hemisfério Norte. Peru e chester muito condimentados, aquele cordeiro com molho feito do caldo do seu preparo, um tender com molhos agridoces...

Vinho na ceia de Natal Foto: lev dolgachov

É um menu de dar água na boca e que pede vinhos mais encorpados. Mas não é convidativo conciliar tintos complexos com as noites quentes e festivas deste final de ano. A solução desta equação passa por dois pontos.

Chave da harmonização

O primeiro deles, para quem não é tão ligado em tradições, é mudar um pouco (ou radicalmente) as receitas. Nas trocas radicais, peixes são pratos mais leves que permitem combinar com vinhos brancos facilmente, e até com espumantes. Massas com molhos leves, saladas e grãos também são boas pedidas.

Os molhos e acompanhamentos ajudam bastante e, não raro, são a chave da harmonização. O segredo é encontrar nas notas aromáticas e gustativas dos molhos as mesmas nuances daquelas presentes nos vinhos. Um exemplo simples: se o molho tem calda de maracujá, para quem gosta de receitas agridoces, o par escolhido pode ser um sauvignon blanc chileno que tem estas notas. Há vários exemplos, um deles é o Sutil Reserve 2023 (R$ 105,90, na Decanter).

Tintos menos concentrados

O segundo é optar por tintos não tão concentrados, aproveitando a tendência de vinhos mais frescos e com um menor estágio em barricas de carvalho. Até a cabernet sauvignon, que é a uva que melhor combina com o cordeiro, tem a sua versão sem passagem por madeira. Um bom exemplo é o argentino Fabre Montmayou Temporada Cabernet Sauvignon 2022 (R$ 102, na Premium Wines), que traz notas mais frutadas e, se o molho do cordeiro não estiver tão concentrado, pode até combinar com o vinho.

Outro caminho é ir para os tintos elaborados com uvas mais delicadas. A pinot noir é o melhor exemplo, assim como a gamay, que dá origem aos beaujolais. Aqui, aliás, é uma região que vem ganhando qualidade com os seus tintos, só fuja do beaujolais nouveau, que tem uma outra proposta e técnica de elaboração. E tem a cabernet franc que, no Loire, ao contrário de Bordeaux e da Argentina, dá origem a vinhos mais delicados. O exemplo do Loire nem é da cabernet franc, mas da malbec que, também no Loire, se revela mais delicada, como mostra o La Part du Colibri Côt 2021 (R$ 165, na De la Croix).

Há outros exemplos de uvas que dão origem aos tintos mais leves. Uma delas é a tempranillo espanhola, mas nos vinhos classificados como jovem, que equivale àqueles com curto estágio em barricas. Reservas e Gran Reservas tem estágios prolongados em barricas de carvalho. O Posadas Viejas Tempranillo 2022, da Martinez Bujanda, é um exemplo (R$ 85, na Mistral).

Enfim, são algumas pedidas para enfrentar o natal sem o ar condicionado na temperatura mínima.

Cientistas da União Europeia anunciaram no início de dezembro que 2024 será o ano mais quente já registrado. E o calor piora: a expectativa é que as temperaturas extraordinariamente altas persistam até pelo menos meados do ano que vem. No meio desde período, temos o Natal e a tradição de servir receitas típicas da data no Hemisfério Norte. Peru e chester muito condimentados, aquele cordeiro com molho feito do caldo do seu preparo, um tender com molhos agridoces...

Vinho na ceia de Natal Foto: lev dolgachov

É um menu de dar água na boca e que pede vinhos mais encorpados. Mas não é convidativo conciliar tintos complexos com as noites quentes e festivas deste final de ano. A solução desta equação passa por dois pontos.

Chave da harmonização

O primeiro deles, para quem não é tão ligado em tradições, é mudar um pouco (ou radicalmente) as receitas. Nas trocas radicais, peixes são pratos mais leves que permitem combinar com vinhos brancos facilmente, e até com espumantes. Massas com molhos leves, saladas e grãos também são boas pedidas.

Os molhos e acompanhamentos ajudam bastante e, não raro, são a chave da harmonização. O segredo é encontrar nas notas aromáticas e gustativas dos molhos as mesmas nuances daquelas presentes nos vinhos. Um exemplo simples: se o molho tem calda de maracujá, para quem gosta de receitas agridoces, o par escolhido pode ser um sauvignon blanc chileno que tem estas notas. Há vários exemplos, um deles é o Sutil Reserve 2023 (R$ 105,90, na Decanter).

Tintos menos concentrados

O segundo é optar por tintos não tão concentrados, aproveitando a tendência de vinhos mais frescos e com um menor estágio em barricas de carvalho. Até a cabernet sauvignon, que é a uva que melhor combina com o cordeiro, tem a sua versão sem passagem por madeira. Um bom exemplo é o argentino Fabre Montmayou Temporada Cabernet Sauvignon 2022 (R$ 102, na Premium Wines), que traz notas mais frutadas e, se o molho do cordeiro não estiver tão concentrado, pode até combinar com o vinho.

Outro caminho é ir para os tintos elaborados com uvas mais delicadas. A pinot noir é o melhor exemplo, assim como a gamay, que dá origem aos beaujolais. Aqui, aliás, é uma região que vem ganhando qualidade com os seus tintos, só fuja do beaujolais nouveau, que tem uma outra proposta e técnica de elaboração. E tem a cabernet franc que, no Loire, ao contrário de Bordeaux e da Argentina, dá origem a vinhos mais delicados. O exemplo do Loire nem é da cabernet franc, mas da malbec que, também no Loire, se revela mais delicada, como mostra o La Part du Colibri Côt 2021 (R$ 165, na De la Croix).

Há outros exemplos de uvas que dão origem aos tintos mais leves. Uma delas é a tempranillo espanhola, mas nos vinhos classificados como jovem, que equivale àqueles com curto estágio em barricas. Reservas e Gran Reservas tem estágios prolongados em barricas de carvalho. O Posadas Viejas Tempranillo 2022, da Martinez Bujanda, é um exemplo (R$ 85, na Mistral).

Enfim, são algumas pedidas para enfrentar o natal sem o ar condicionado na temperatura mínima.

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