Suzana Barelli

Um universo de borbulhas


Com novo espumante francês, Henkell Freixenet diversifica a produção de borbulhas pelo mundo e com garrafas estilosas

Por Suzana Barelli

Não basta ter vinhos espumantes na Alemanha ou na Espanha, os países de origem do grupo Henkell Freixenet. No DNA da empresa, que nasceu da união da alemã Henkell com a espanhola Freixenet em 2018, está o domínio total das borbulhas. O mais recente exemplo é a chegada do Freixenet French Royal, um espumante francês, que será lançado nesta próxima semana na ProWine, a feira de negócios do vinho, que acontece em São Paulo, apenas para profissionais do setor.

As borbulhas até poderiam ser utilizadas para brindar o crescimento da ProWine, que nasceu como uma aposta da também alemã ProWein, uma das mais importantes feiras de vinho mundiais (divide a liderança com a Wine Paris - Vinexpo, que acontece na França) no mercado brasileiro. Nesta edição, há um crescimento de 30% na área de exposição, com número recorde de produtores e enólogos. A estimativa dos organizadores é que mais de 1.200 marcas sejam apresentadas nos três dias do evento.

Uma garrafa de Rosé Royal da Freixenet Foto: Freixenet/Divulgação
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UM EM CADA DEZ

Escolhido para o brinde ou não, o novo espumante da Freixenet, nas versões brut branco e rosado, mostra porque um em cada dez espumantes abertos no mundo pertencem ao grupo. Só na França, são três estilos, além do French Royal, lançado agora por R$ 109,90, há um champanhe, o Alfred Gratien, maison fundada em 1864, que atualmente pertence ao grupo e que chegou recentemente ao Brasil, vendido por R$ 565.

E tem ainda um crémant, como são chamados os espumantes elaborados pelo método clássico fora da região de Champanhe, feito no Loire. Este espumante é elaborado pela Gratien em parceira um produtor local. O Gratien & Meyer (R$ 275), é elaborado com Chardonnay, chenin blanc e pinot noir, na versão brut branco e com pinot noir, chardonnay, chenin blanc e cabernet franc, no rosé.

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DIVERSIFICAÇÃO

Na Espanha, o grupo é líder na elaboração de cavas – e a Freixenet, incluindo o Segura Viudas, elabora 80 milhões de garrafas por safra, o equivalente a um terço de toda a produção desta DO. Aqui, o carro chef é o cava Cordón Negro, que este ano ganhou nova embalagem para comemorar os 50 anos do seu lançamento.

Na Alemanha, tem a marca Henkell (R$ 65,90), e na Itália, são duas linhas de prosecco, o Mionetto (R$ 119,90) e o Freixenet (R$ 125,90), que faz sucesso com a sua garrafa diferenciada, com o vidro cravejado. A garrafa também é utilizada em um espumante Asti, que o grupo elabora.

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GARRAFAS ESPECIAIS.

As garrafas, aliás, são um dos diferenciais que explicam o crescimento do grupo neste segmento. O novo espumante francês tem a garrafa com desenho inspirado na alta-costura francesa, daquelas que encantam o olhar.

“Buscamos uma bebida fresca, fugindo da complexidade”, afirma a enóloga Gloria Collell. É elaborado pelo método charmat, com a segunda fermentação, aquela que dá origem às borbulhas, em grandes tanques. É o mesmo método utilizado na Itália para elaborar os proseccos.

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A enóloga Gloria Collell, responsável pelas inovações dos espumantes, inclusive as garrafas, da Freixenet Foto: Joan Valera/Divulgação

Champanhe e crémant são elaborados pelo método tradicional, com a segunda fermentação nas garrafas, assim como os cavas.

E O BRASIL?

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“Em nossas pesquisas, identificamos o desejo do consumidor de crescer na linha de espumantes, dos mais simples aos mais sofisticados”, explica Gloria. E fica a pergunta: o grupo vai elaborar espumantes também no Brasil? No passado, antes de ser comprada pela Henkell, a Freixenet chegou a ter um espumante brasileiro em parceria com a Miolo. Mas o projeto foi descontinuado. À esta pergunta, Gloria apenas sorri.

Entrevista com a enóloga Gloria Collell, responsável pelas inovações dos espumantes, inclusive as garrafas, da Freixenet

Por que a Henkell Freixenet decidiu elaborar champanhe?

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Chegamos em Champanhe para consolidar a nossa liderança. Champanhe é uma referência importante na indústria do vinho, a mais importante no mundo dos espumantes. Se conseguimos oferecer ao mercado um cava, um champanhe e um espumante, as pessoas não precisam procurar uma outra empresa quando quer diversificar o seu consumo. O champanhe também foi um sonho dos fundadores da Freixenet.

Quais os ensinamentos que o champanhe traz para uma vinícola focada em cava?

São muitos ensinamentos técnicos. Aprendemos a trabalhar com variedades diferentes, também com a utilização de barricas de carvalho, que os cavas não utilizam em seu vinho base (como é chamado o vinho que passará pela segunda fermentação, dando origem às borbulhas). Do lado comercial, também aprendemos a trabalhar com um setor de preços mais altos. Nossos champanhes estão disponíveis apenas no Reino Unido e no Brasil. Queremos ir crescendo pouco a pouco.

Por que a escolha por estes países?

Os dois países, Brasil e Reino Unido, crescem consistentemente no consumo de espumantes. E queremos ajudar o consumidor neste momento de pequenas celebrações. Em nossas pesquisas, identificamos o desejo do consumidor de crescer na linha dos espumantes, dos mais simples aos mais sofisticados, e a França é a referência. Ao mesmo tempo que tem o desejo de sofisticação, os consumidores também procuram vinhos menos complexos.

Por isso os espumantes do sul da França?

Para os consumidores que querem vinhos menos complexos, temos o Brut Royale. A beleza da garrafa chama atenção e são espumantes mais frescos, ligeiros, fugindo da complexidade. Nossos lançamentos são baseados em pesquisas de mercado, e o consumidor vai se apaixonar pela garrafa.

Como nasceu a ideia das garrafas diferenciadas, que chegou ao mercado em 2016, com o prosecco?

Nossa ideia é elevar a experiência do consumidor, que ele não apenas desfrute o vinho, mas que tenha uma embalagem bonita. Quando lançamos, com o prosecco, foi disruptiva. No futuro, devemos fazer mais garrafas e produtos com propostas semelhantes, focando sempre na experiência do consumidor. O prosecco foi uma revolução na Itália, ainda mais elaborado por uma empresa espanhola.

Como é a inspiração para os lançamentos?

Estamos sempre observando e tentando entender o consumidor. Na época, o prosecco estava crescendo muito no mundo. Percebemos que o consumidor buscava algo a mais e decidimos investir em uma embalagem premium, com um produto de qualidade.

Com tantos espumantes de estilos e origens diversos, o consumidor não pode se confundir?

Acreditamos que o consumidor identifica a marca Freixenet como uma marca de celebração, de borbulhas. Estamos criando uma conexão com o consumidor, uma lealdade. Se confiam na marca, vão provar os produtos. E estamos sempre focados em inovação, ligados também à life style.

Quais são as origens dos espumantes do Henkell Freixenet?

Eu gostaria de ter espumantes em todo o mundo (risos). Atualmente, um a cada dez espumantes abertos no mundo são nossos.

E o Brasil?

O Brasil vive um momento importante. Não estamos fechados para nenhum projeto que ajude o nosso consumidor a desfrutar, a ter mais momentos de celebração.

A diversificação também ajuda com os problemas de queda de produção, enfrentados pelos cavas?

Nas últimas safras, principalmente na de 2022 e na de 2023, tivemos problemas de granizo, pelas mudanças climáticas. Na safra de 2023, a redução foi de 40%. E na safra de 2024, tivemos muita água, ou seja, será um ano difícil. Esperamos que este ciclo se encerre logo e estamos trabalhando com todos os viticultores da região para adotar novas práticas de viticultura, deixar mais ervas nos vinhedos, como forma de melhorar a retenção de água; de procurar vinhedos em áreas mais altas.

Não basta ter vinhos espumantes na Alemanha ou na Espanha, os países de origem do grupo Henkell Freixenet. No DNA da empresa, que nasceu da união da alemã Henkell com a espanhola Freixenet em 2018, está o domínio total das borbulhas. O mais recente exemplo é a chegada do Freixenet French Royal, um espumante francês, que será lançado nesta próxima semana na ProWine, a feira de negócios do vinho, que acontece em São Paulo, apenas para profissionais do setor.

As borbulhas até poderiam ser utilizadas para brindar o crescimento da ProWine, que nasceu como uma aposta da também alemã ProWein, uma das mais importantes feiras de vinho mundiais (divide a liderança com a Wine Paris - Vinexpo, que acontece na França) no mercado brasileiro. Nesta edição, há um crescimento de 30% na área de exposição, com número recorde de produtores e enólogos. A estimativa dos organizadores é que mais de 1.200 marcas sejam apresentadas nos três dias do evento.

Uma garrafa de Rosé Royal da Freixenet Foto: Freixenet/Divulgação

UM EM CADA DEZ

Escolhido para o brinde ou não, o novo espumante da Freixenet, nas versões brut branco e rosado, mostra porque um em cada dez espumantes abertos no mundo pertencem ao grupo. Só na França, são três estilos, além do French Royal, lançado agora por R$ 109,90, há um champanhe, o Alfred Gratien, maison fundada em 1864, que atualmente pertence ao grupo e que chegou recentemente ao Brasil, vendido por R$ 565.

E tem ainda um crémant, como são chamados os espumantes elaborados pelo método clássico fora da região de Champanhe, feito no Loire. Este espumante é elaborado pela Gratien em parceira um produtor local. O Gratien & Meyer (R$ 275), é elaborado com Chardonnay, chenin blanc e pinot noir, na versão brut branco e com pinot noir, chardonnay, chenin blanc e cabernet franc, no rosé.

DIVERSIFICAÇÃO

Na Espanha, o grupo é líder na elaboração de cavas – e a Freixenet, incluindo o Segura Viudas, elabora 80 milhões de garrafas por safra, o equivalente a um terço de toda a produção desta DO. Aqui, o carro chef é o cava Cordón Negro, que este ano ganhou nova embalagem para comemorar os 50 anos do seu lançamento.

Na Alemanha, tem a marca Henkell (R$ 65,90), e na Itália, são duas linhas de prosecco, o Mionetto (R$ 119,90) e o Freixenet (R$ 125,90), que faz sucesso com a sua garrafa diferenciada, com o vidro cravejado. A garrafa também é utilizada em um espumante Asti, que o grupo elabora.

GARRAFAS ESPECIAIS.

As garrafas, aliás, são um dos diferenciais que explicam o crescimento do grupo neste segmento. O novo espumante francês tem a garrafa com desenho inspirado na alta-costura francesa, daquelas que encantam o olhar.

“Buscamos uma bebida fresca, fugindo da complexidade”, afirma a enóloga Gloria Collell. É elaborado pelo método charmat, com a segunda fermentação, aquela que dá origem às borbulhas, em grandes tanques. É o mesmo método utilizado na Itália para elaborar os proseccos.

A enóloga Gloria Collell, responsável pelas inovações dos espumantes, inclusive as garrafas, da Freixenet Foto: Joan Valera/Divulgação

Champanhe e crémant são elaborados pelo método tradicional, com a segunda fermentação nas garrafas, assim como os cavas.

E O BRASIL?

“Em nossas pesquisas, identificamos o desejo do consumidor de crescer na linha de espumantes, dos mais simples aos mais sofisticados”, explica Gloria. E fica a pergunta: o grupo vai elaborar espumantes também no Brasil? No passado, antes de ser comprada pela Henkell, a Freixenet chegou a ter um espumante brasileiro em parceria com a Miolo. Mas o projeto foi descontinuado. À esta pergunta, Gloria apenas sorri.

Entrevista com a enóloga Gloria Collell, responsável pelas inovações dos espumantes, inclusive as garrafas, da Freixenet

Por que a Henkell Freixenet decidiu elaborar champanhe?

Chegamos em Champanhe para consolidar a nossa liderança. Champanhe é uma referência importante na indústria do vinho, a mais importante no mundo dos espumantes. Se conseguimos oferecer ao mercado um cava, um champanhe e um espumante, as pessoas não precisam procurar uma outra empresa quando quer diversificar o seu consumo. O champanhe também foi um sonho dos fundadores da Freixenet.

Quais os ensinamentos que o champanhe traz para uma vinícola focada em cava?

São muitos ensinamentos técnicos. Aprendemos a trabalhar com variedades diferentes, também com a utilização de barricas de carvalho, que os cavas não utilizam em seu vinho base (como é chamado o vinho que passará pela segunda fermentação, dando origem às borbulhas). Do lado comercial, também aprendemos a trabalhar com um setor de preços mais altos. Nossos champanhes estão disponíveis apenas no Reino Unido e no Brasil. Queremos ir crescendo pouco a pouco.

Por que a escolha por estes países?

Os dois países, Brasil e Reino Unido, crescem consistentemente no consumo de espumantes. E queremos ajudar o consumidor neste momento de pequenas celebrações. Em nossas pesquisas, identificamos o desejo do consumidor de crescer na linha dos espumantes, dos mais simples aos mais sofisticados, e a França é a referência. Ao mesmo tempo que tem o desejo de sofisticação, os consumidores também procuram vinhos menos complexos.

Por isso os espumantes do sul da França?

Para os consumidores que querem vinhos menos complexos, temos o Brut Royale. A beleza da garrafa chama atenção e são espumantes mais frescos, ligeiros, fugindo da complexidade. Nossos lançamentos são baseados em pesquisas de mercado, e o consumidor vai se apaixonar pela garrafa.

Como nasceu a ideia das garrafas diferenciadas, que chegou ao mercado em 2016, com o prosecco?

Nossa ideia é elevar a experiência do consumidor, que ele não apenas desfrute o vinho, mas que tenha uma embalagem bonita. Quando lançamos, com o prosecco, foi disruptiva. No futuro, devemos fazer mais garrafas e produtos com propostas semelhantes, focando sempre na experiência do consumidor. O prosecco foi uma revolução na Itália, ainda mais elaborado por uma empresa espanhola.

Como é a inspiração para os lançamentos?

Estamos sempre observando e tentando entender o consumidor. Na época, o prosecco estava crescendo muito no mundo. Percebemos que o consumidor buscava algo a mais e decidimos investir em uma embalagem premium, com um produto de qualidade.

Com tantos espumantes de estilos e origens diversos, o consumidor não pode se confundir?

Acreditamos que o consumidor identifica a marca Freixenet como uma marca de celebração, de borbulhas. Estamos criando uma conexão com o consumidor, uma lealdade. Se confiam na marca, vão provar os produtos. E estamos sempre focados em inovação, ligados também à life style.

Quais são as origens dos espumantes do Henkell Freixenet?

Eu gostaria de ter espumantes em todo o mundo (risos). Atualmente, um a cada dez espumantes abertos no mundo são nossos.

E o Brasil?

O Brasil vive um momento importante. Não estamos fechados para nenhum projeto que ajude o nosso consumidor a desfrutar, a ter mais momentos de celebração.

A diversificação também ajuda com os problemas de queda de produção, enfrentados pelos cavas?

Nas últimas safras, principalmente na de 2022 e na de 2023, tivemos problemas de granizo, pelas mudanças climáticas. Na safra de 2023, a redução foi de 40%. E na safra de 2024, tivemos muita água, ou seja, será um ano difícil. Esperamos que este ciclo se encerre logo e estamos trabalhando com todos os viticultores da região para adotar novas práticas de viticultura, deixar mais ervas nos vinhedos, como forma de melhorar a retenção de água; de procurar vinhedos em áreas mais altas.

Não basta ter vinhos espumantes na Alemanha ou na Espanha, os países de origem do grupo Henkell Freixenet. No DNA da empresa, que nasceu da união da alemã Henkell com a espanhola Freixenet em 2018, está o domínio total das borbulhas. O mais recente exemplo é a chegada do Freixenet French Royal, um espumante francês, que será lançado nesta próxima semana na ProWine, a feira de negócios do vinho, que acontece em São Paulo, apenas para profissionais do setor.

As borbulhas até poderiam ser utilizadas para brindar o crescimento da ProWine, que nasceu como uma aposta da também alemã ProWein, uma das mais importantes feiras de vinho mundiais (divide a liderança com a Wine Paris - Vinexpo, que acontece na França) no mercado brasileiro. Nesta edição, há um crescimento de 30% na área de exposição, com número recorde de produtores e enólogos. A estimativa dos organizadores é que mais de 1.200 marcas sejam apresentadas nos três dias do evento.

Uma garrafa de Rosé Royal da Freixenet Foto: Freixenet/Divulgação

UM EM CADA DEZ

Escolhido para o brinde ou não, o novo espumante da Freixenet, nas versões brut branco e rosado, mostra porque um em cada dez espumantes abertos no mundo pertencem ao grupo. Só na França, são três estilos, além do French Royal, lançado agora por R$ 109,90, há um champanhe, o Alfred Gratien, maison fundada em 1864, que atualmente pertence ao grupo e que chegou recentemente ao Brasil, vendido por R$ 565.

E tem ainda um crémant, como são chamados os espumantes elaborados pelo método clássico fora da região de Champanhe, feito no Loire. Este espumante é elaborado pela Gratien em parceira um produtor local. O Gratien & Meyer (R$ 275), é elaborado com Chardonnay, chenin blanc e pinot noir, na versão brut branco e com pinot noir, chardonnay, chenin blanc e cabernet franc, no rosé.

DIVERSIFICAÇÃO

Na Espanha, o grupo é líder na elaboração de cavas – e a Freixenet, incluindo o Segura Viudas, elabora 80 milhões de garrafas por safra, o equivalente a um terço de toda a produção desta DO. Aqui, o carro chef é o cava Cordón Negro, que este ano ganhou nova embalagem para comemorar os 50 anos do seu lançamento.

Na Alemanha, tem a marca Henkell (R$ 65,90), e na Itália, são duas linhas de prosecco, o Mionetto (R$ 119,90) e o Freixenet (R$ 125,90), que faz sucesso com a sua garrafa diferenciada, com o vidro cravejado. A garrafa também é utilizada em um espumante Asti, que o grupo elabora.

GARRAFAS ESPECIAIS.

As garrafas, aliás, são um dos diferenciais que explicam o crescimento do grupo neste segmento. O novo espumante francês tem a garrafa com desenho inspirado na alta-costura francesa, daquelas que encantam o olhar.

“Buscamos uma bebida fresca, fugindo da complexidade”, afirma a enóloga Gloria Collell. É elaborado pelo método charmat, com a segunda fermentação, aquela que dá origem às borbulhas, em grandes tanques. É o mesmo método utilizado na Itália para elaborar os proseccos.

A enóloga Gloria Collell, responsável pelas inovações dos espumantes, inclusive as garrafas, da Freixenet Foto: Joan Valera/Divulgação

Champanhe e crémant são elaborados pelo método tradicional, com a segunda fermentação nas garrafas, assim como os cavas.

E O BRASIL?

“Em nossas pesquisas, identificamos o desejo do consumidor de crescer na linha de espumantes, dos mais simples aos mais sofisticados”, explica Gloria. E fica a pergunta: o grupo vai elaborar espumantes também no Brasil? No passado, antes de ser comprada pela Henkell, a Freixenet chegou a ter um espumante brasileiro em parceria com a Miolo. Mas o projeto foi descontinuado. À esta pergunta, Gloria apenas sorri.

Entrevista com a enóloga Gloria Collell, responsável pelas inovações dos espumantes, inclusive as garrafas, da Freixenet

Por que a Henkell Freixenet decidiu elaborar champanhe?

Chegamos em Champanhe para consolidar a nossa liderança. Champanhe é uma referência importante na indústria do vinho, a mais importante no mundo dos espumantes. Se conseguimos oferecer ao mercado um cava, um champanhe e um espumante, as pessoas não precisam procurar uma outra empresa quando quer diversificar o seu consumo. O champanhe também foi um sonho dos fundadores da Freixenet.

Quais os ensinamentos que o champanhe traz para uma vinícola focada em cava?

São muitos ensinamentos técnicos. Aprendemos a trabalhar com variedades diferentes, também com a utilização de barricas de carvalho, que os cavas não utilizam em seu vinho base (como é chamado o vinho que passará pela segunda fermentação, dando origem às borbulhas). Do lado comercial, também aprendemos a trabalhar com um setor de preços mais altos. Nossos champanhes estão disponíveis apenas no Reino Unido e no Brasil. Queremos ir crescendo pouco a pouco.

Por que a escolha por estes países?

Os dois países, Brasil e Reino Unido, crescem consistentemente no consumo de espumantes. E queremos ajudar o consumidor neste momento de pequenas celebrações. Em nossas pesquisas, identificamos o desejo do consumidor de crescer na linha dos espumantes, dos mais simples aos mais sofisticados, e a França é a referência. Ao mesmo tempo que tem o desejo de sofisticação, os consumidores também procuram vinhos menos complexos.

Por isso os espumantes do sul da França?

Para os consumidores que querem vinhos menos complexos, temos o Brut Royale. A beleza da garrafa chama atenção e são espumantes mais frescos, ligeiros, fugindo da complexidade. Nossos lançamentos são baseados em pesquisas de mercado, e o consumidor vai se apaixonar pela garrafa.

Como nasceu a ideia das garrafas diferenciadas, que chegou ao mercado em 2016, com o prosecco?

Nossa ideia é elevar a experiência do consumidor, que ele não apenas desfrute o vinho, mas que tenha uma embalagem bonita. Quando lançamos, com o prosecco, foi disruptiva. No futuro, devemos fazer mais garrafas e produtos com propostas semelhantes, focando sempre na experiência do consumidor. O prosecco foi uma revolução na Itália, ainda mais elaborado por uma empresa espanhola.

Como é a inspiração para os lançamentos?

Estamos sempre observando e tentando entender o consumidor. Na época, o prosecco estava crescendo muito no mundo. Percebemos que o consumidor buscava algo a mais e decidimos investir em uma embalagem premium, com um produto de qualidade.

Com tantos espumantes de estilos e origens diversos, o consumidor não pode se confundir?

Acreditamos que o consumidor identifica a marca Freixenet como uma marca de celebração, de borbulhas. Estamos criando uma conexão com o consumidor, uma lealdade. Se confiam na marca, vão provar os produtos. E estamos sempre focados em inovação, ligados também à life style.

Quais são as origens dos espumantes do Henkell Freixenet?

Eu gostaria de ter espumantes em todo o mundo (risos). Atualmente, um a cada dez espumantes abertos no mundo são nossos.

E o Brasil?

O Brasil vive um momento importante. Não estamos fechados para nenhum projeto que ajude o nosso consumidor a desfrutar, a ter mais momentos de celebração.

A diversificação também ajuda com os problemas de queda de produção, enfrentados pelos cavas?

Nas últimas safras, principalmente na de 2022 e na de 2023, tivemos problemas de granizo, pelas mudanças climáticas. Na safra de 2023, a redução foi de 40%. E na safra de 2024, tivemos muita água, ou seja, será um ano difícil. Esperamos que este ciclo se encerre logo e estamos trabalhando com todos os viticultores da região para adotar novas práticas de viticultura, deixar mais ervas nos vinhedos, como forma de melhorar a retenção de água; de procurar vinhedos em áreas mais altas.

Não basta ter vinhos espumantes na Alemanha ou na Espanha, os países de origem do grupo Henkell Freixenet. No DNA da empresa, que nasceu da união da alemã Henkell com a espanhola Freixenet em 2018, está o domínio total das borbulhas. O mais recente exemplo é a chegada do Freixenet French Royal, um espumante francês, que será lançado nesta próxima semana na ProWine, a feira de negócios do vinho, que acontece em São Paulo, apenas para profissionais do setor.

As borbulhas até poderiam ser utilizadas para brindar o crescimento da ProWine, que nasceu como uma aposta da também alemã ProWein, uma das mais importantes feiras de vinho mundiais (divide a liderança com a Wine Paris - Vinexpo, que acontece na França) no mercado brasileiro. Nesta edição, há um crescimento de 30% na área de exposição, com número recorde de produtores e enólogos. A estimativa dos organizadores é que mais de 1.200 marcas sejam apresentadas nos três dias do evento.

Uma garrafa de Rosé Royal da Freixenet Foto: Freixenet/Divulgação

UM EM CADA DEZ

Escolhido para o brinde ou não, o novo espumante da Freixenet, nas versões brut branco e rosado, mostra porque um em cada dez espumantes abertos no mundo pertencem ao grupo. Só na França, são três estilos, além do French Royal, lançado agora por R$ 109,90, há um champanhe, o Alfred Gratien, maison fundada em 1864, que atualmente pertence ao grupo e que chegou recentemente ao Brasil, vendido por R$ 565.

E tem ainda um crémant, como são chamados os espumantes elaborados pelo método clássico fora da região de Champanhe, feito no Loire. Este espumante é elaborado pela Gratien em parceira um produtor local. O Gratien & Meyer (R$ 275), é elaborado com Chardonnay, chenin blanc e pinot noir, na versão brut branco e com pinot noir, chardonnay, chenin blanc e cabernet franc, no rosé.

DIVERSIFICAÇÃO

Na Espanha, o grupo é líder na elaboração de cavas – e a Freixenet, incluindo o Segura Viudas, elabora 80 milhões de garrafas por safra, o equivalente a um terço de toda a produção desta DO. Aqui, o carro chef é o cava Cordón Negro, que este ano ganhou nova embalagem para comemorar os 50 anos do seu lançamento.

Na Alemanha, tem a marca Henkell (R$ 65,90), e na Itália, são duas linhas de prosecco, o Mionetto (R$ 119,90) e o Freixenet (R$ 125,90), que faz sucesso com a sua garrafa diferenciada, com o vidro cravejado. A garrafa também é utilizada em um espumante Asti, que o grupo elabora.

GARRAFAS ESPECIAIS.

As garrafas, aliás, são um dos diferenciais que explicam o crescimento do grupo neste segmento. O novo espumante francês tem a garrafa com desenho inspirado na alta-costura francesa, daquelas que encantam o olhar.

“Buscamos uma bebida fresca, fugindo da complexidade”, afirma a enóloga Gloria Collell. É elaborado pelo método charmat, com a segunda fermentação, aquela que dá origem às borbulhas, em grandes tanques. É o mesmo método utilizado na Itália para elaborar os proseccos.

A enóloga Gloria Collell, responsável pelas inovações dos espumantes, inclusive as garrafas, da Freixenet Foto: Joan Valera/Divulgação

Champanhe e crémant são elaborados pelo método tradicional, com a segunda fermentação nas garrafas, assim como os cavas.

E O BRASIL?

“Em nossas pesquisas, identificamos o desejo do consumidor de crescer na linha de espumantes, dos mais simples aos mais sofisticados”, explica Gloria. E fica a pergunta: o grupo vai elaborar espumantes também no Brasil? No passado, antes de ser comprada pela Henkell, a Freixenet chegou a ter um espumante brasileiro em parceria com a Miolo. Mas o projeto foi descontinuado. À esta pergunta, Gloria apenas sorri.

Entrevista com a enóloga Gloria Collell, responsável pelas inovações dos espumantes, inclusive as garrafas, da Freixenet

Por que a Henkell Freixenet decidiu elaborar champanhe?

Chegamos em Champanhe para consolidar a nossa liderança. Champanhe é uma referência importante na indústria do vinho, a mais importante no mundo dos espumantes. Se conseguimos oferecer ao mercado um cava, um champanhe e um espumante, as pessoas não precisam procurar uma outra empresa quando quer diversificar o seu consumo. O champanhe também foi um sonho dos fundadores da Freixenet.

Quais os ensinamentos que o champanhe traz para uma vinícola focada em cava?

São muitos ensinamentos técnicos. Aprendemos a trabalhar com variedades diferentes, também com a utilização de barricas de carvalho, que os cavas não utilizam em seu vinho base (como é chamado o vinho que passará pela segunda fermentação, dando origem às borbulhas). Do lado comercial, também aprendemos a trabalhar com um setor de preços mais altos. Nossos champanhes estão disponíveis apenas no Reino Unido e no Brasil. Queremos ir crescendo pouco a pouco.

Por que a escolha por estes países?

Os dois países, Brasil e Reino Unido, crescem consistentemente no consumo de espumantes. E queremos ajudar o consumidor neste momento de pequenas celebrações. Em nossas pesquisas, identificamos o desejo do consumidor de crescer na linha dos espumantes, dos mais simples aos mais sofisticados, e a França é a referência. Ao mesmo tempo que tem o desejo de sofisticação, os consumidores também procuram vinhos menos complexos.

Por isso os espumantes do sul da França?

Para os consumidores que querem vinhos menos complexos, temos o Brut Royale. A beleza da garrafa chama atenção e são espumantes mais frescos, ligeiros, fugindo da complexidade. Nossos lançamentos são baseados em pesquisas de mercado, e o consumidor vai se apaixonar pela garrafa.

Como nasceu a ideia das garrafas diferenciadas, que chegou ao mercado em 2016, com o prosecco?

Nossa ideia é elevar a experiência do consumidor, que ele não apenas desfrute o vinho, mas que tenha uma embalagem bonita. Quando lançamos, com o prosecco, foi disruptiva. No futuro, devemos fazer mais garrafas e produtos com propostas semelhantes, focando sempre na experiência do consumidor. O prosecco foi uma revolução na Itália, ainda mais elaborado por uma empresa espanhola.

Como é a inspiração para os lançamentos?

Estamos sempre observando e tentando entender o consumidor. Na época, o prosecco estava crescendo muito no mundo. Percebemos que o consumidor buscava algo a mais e decidimos investir em uma embalagem premium, com um produto de qualidade.

Com tantos espumantes de estilos e origens diversos, o consumidor não pode se confundir?

Acreditamos que o consumidor identifica a marca Freixenet como uma marca de celebração, de borbulhas. Estamos criando uma conexão com o consumidor, uma lealdade. Se confiam na marca, vão provar os produtos. E estamos sempre focados em inovação, ligados também à life style.

Quais são as origens dos espumantes do Henkell Freixenet?

Eu gostaria de ter espumantes em todo o mundo (risos). Atualmente, um a cada dez espumantes abertos no mundo são nossos.

E o Brasil?

O Brasil vive um momento importante. Não estamos fechados para nenhum projeto que ajude o nosso consumidor a desfrutar, a ter mais momentos de celebração.

A diversificação também ajuda com os problemas de queda de produção, enfrentados pelos cavas?

Nas últimas safras, principalmente na de 2022 e na de 2023, tivemos problemas de granizo, pelas mudanças climáticas. Na safra de 2023, a redução foi de 40%. E na safra de 2024, tivemos muita água, ou seja, será um ano difícil. Esperamos que este ciclo se encerre logo e estamos trabalhando com todos os viticultores da região para adotar novas práticas de viticultura, deixar mais ervas nos vinhedos, como forma de melhorar a retenção de água; de procurar vinhedos em áreas mais altas.

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