Suzana Barelli

Vinhos dos Açores: arquipélago português vem atraindo a atenção de enólogos consagrados


Por toda a dificuldade de elaborar vinhos em uma ilha de solo vulcânico e baixa produção, os bons rótulos açorianos não são baratos; conheça importantes produtores

Por Suzana Barelli

Dirk Niepoort, um dos grandes nomes da enologia portuguesa, é o mais recente enólogo a chegar aos Açores. Localizado no meio do oceano Atlântico, o arquipélago português vem atraindo a atenção de enólogos consagrados, que até então elaboram grandes vinhos no continente. A maioria elege a Ilha do Pico, a mais recente das nove ilhas do arquipelágo e de fortes características vulcânicas, para os seus projetos.

A proteção das vinhas são os currais, como são chamados os cercados erguidos há séculos com pedras vulcânica Foto: Suzana Barelli/Estadão

O primeiro vinho de Niepoort, por exemplo, é elaborado com arinto dos Açores, verdelho e terrantez do Pico, as três variedades locais, em parceria com o enólogo Paulo Machado, que se especializou na viticultura ilhéu. É um branco de notas mais minerais, quase salinas e muito fresco, o que caracteriza os bons vinhos da ilha. As uvas vêm do projeto A Cerca dos Frades, do empreendedor Tito Silva, que decidiu investir na viticultura, como outros habitantes da ilha, embalados em financiamentos da comunidade europeia.

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Niepoort não é o único. Paulo Laureano, bastante conhecido dos brasileiros, é um dos pioneiros no Açores, chegando em 1998 na Ilha do Pico. Lá, é consultor da vinícola Curral de Atlantis e também faz seu próprio vinho, que não chega ao Brasil, segundo seu importador, por questão de preço. Sim, infelizmente, por toda a dificuldade de elaborar vinhos em uma ilha de solo vulcânico e baixa produção, os bons rótulos açorianos não são baratos.

Vinhos dos Açores Foto: Suzana Barelli/Estadão

Seguindo a rota dos enólogos, o italiano Alberto Antonini, que divide seu tempo entre seus vinhos próprios na Toscana, e consultorias mundo afora, elabora os muito interessantes rótulos da Adega do Vulcão. É o projeto da italiana Cinzia Caiazzo, que tem 6 hectares de vinhas velhas no Pico e também 7 hectares na Ilha de Faial, que fica em frente ao Pico.

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“Antonini é um amigo da família. O chamamos para conhecer a ilha e ele ficou impressionado com o que viu”, conta Cinzia. Anselmo Mendes, referência na uva alvarinho, na região de Vinhos Verdes, elabora o Magma, com a uva verdelho, na ilha Terceira. E Bernardo Cabral é o consultor da cooperativa do Pico.

Desta galeria de enólogos, o mais identificado com o Açores é António Maçanita, que hoje elabora vinhos em várias regiões portuguesas, mas tem o seu projeto pessoal da Ilha do Pico, que leva o seu nome. Ousado, Maçanita faz história na ilha, como exemplifica o seu projeto de recuperação da terrantez, variedade autóctone que quase desapareceu na região e se destaca pelas notas mais florais. 

O produtor Manoel de Farias, sócio da Curral de Atlantis Foto: Suzana Barelli/Estadão
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Maçanita também lidera um importante trabalho valorizar a produção e o produtor local. Não é fácil elaborar uvas no Pico. Primeiro, as vinhas são plantadas próximas ao mar, como árvores, sem qualquer condução. É o único local onde elas sobrevivem – se forem em direção à montanha do Pico, o ponto mais alto do Açores, com 2.351 metros de altitude, não conseguem crescer, pelo clima e, principalmente, pelas chuvas.

Assim, crescem rente ao solo para fugir do vento do Atlântico, que lá é bem forte pela falta de barreiras naturais. Sua proteção são os currais, como são chamados os cercados erguidos há séculos com pedras vulcânicas para proteger as vinhas e os animais do vento e do sol. “Deve-se plantar as vinhas onde se ouve o caranguejo cantar”, diz Maçanita, sobre um ditado da ilha.

Os vinhedos mais badalados são da Criação Velha, que sobreviveram ao tempo. Lá, há cobiçadas vinhas centenárias, como as que dão origem aos vinhos premium de Maçanita (que devem chegar ao Brasil neste segundo semestre, importados pela Evino e pela Grand Cru) e outros mais. Mas ao andar pelos currais – e eles são muitos – a sensação é que ainda há muito a ser descoberto. E isso tem atraído os enólogos. É de se perguntar quem será o próximo.

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Vinhedos em currais, os muros de pedras vulcânicas, e o Pico, a montanha mais slta dos Açores, com 2.351 metros, encoberta pelas nuvens Foto: Suzana Barelli/Estadão

Dirk Niepoort, um dos grandes nomes da enologia portuguesa, é o mais recente enólogo a chegar aos Açores. Localizado no meio do oceano Atlântico, o arquipélago português vem atraindo a atenção de enólogos consagrados, que até então elaboram grandes vinhos no continente. A maioria elege a Ilha do Pico, a mais recente das nove ilhas do arquipelágo e de fortes características vulcânicas, para os seus projetos.

A proteção das vinhas são os currais, como são chamados os cercados erguidos há séculos com pedras vulcânica Foto: Suzana Barelli/Estadão

O primeiro vinho de Niepoort, por exemplo, é elaborado com arinto dos Açores, verdelho e terrantez do Pico, as três variedades locais, em parceria com o enólogo Paulo Machado, que se especializou na viticultura ilhéu. É um branco de notas mais minerais, quase salinas e muito fresco, o que caracteriza os bons vinhos da ilha. As uvas vêm do projeto A Cerca dos Frades, do empreendedor Tito Silva, que decidiu investir na viticultura, como outros habitantes da ilha, embalados em financiamentos da comunidade europeia.

Niepoort não é o único. Paulo Laureano, bastante conhecido dos brasileiros, é um dos pioneiros no Açores, chegando em 1998 na Ilha do Pico. Lá, é consultor da vinícola Curral de Atlantis e também faz seu próprio vinho, que não chega ao Brasil, segundo seu importador, por questão de preço. Sim, infelizmente, por toda a dificuldade de elaborar vinhos em uma ilha de solo vulcânico e baixa produção, os bons rótulos açorianos não são baratos.

Vinhos dos Açores Foto: Suzana Barelli/Estadão

Seguindo a rota dos enólogos, o italiano Alberto Antonini, que divide seu tempo entre seus vinhos próprios na Toscana, e consultorias mundo afora, elabora os muito interessantes rótulos da Adega do Vulcão. É o projeto da italiana Cinzia Caiazzo, que tem 6 hectares de vinhas velhas no Pico e também 7 hectares na Ilha de Faial, que fica em frente ao Pico.

“Antonini é um amigo da família. O chamamos para conhecer a ilha e ele ficou impressionado com o que viu”, conta Cinzia. Anselmo Mendes, referência na uva alvarinho, na região de Vinhos Verdes, elabora o Magma, com a uva verdelho, na ilha Terceira. E Bernardo Cabral é o consultor da cooperativa do Pico.

Desta galeria de enólogos, o mais identificado com o Açores é António Maçanita, que hoje elabora vinhos em várias regiões portuguesas, mas tem o seu projeto pessoal da Ilha do Pico, que leva o seu nome. Ousado, Maçanita faz história na ilha, como exemplifica o seu projeto de recuperação da terrantez, variedade autóctone que quase desapareceu na região e se destaca pelas notas mais florais. 

O produtor Manoel de Farias, sócio da Curral de Atlantis Foto: Suzana Barelli/Estadão

Maçanita também lidera um importante trabalho valorizar a produção e o produtor local. Não é fácil elaborar uvas no Pico. Primeiro, as vinhas são plantadas próximas ao mar, como árvores, sem qualquer condução. É o único local onde elas sobrevivem – se forem em direção à montanha do Pico, o ponto mais alto do Açores, com 2.351 metros de altitude, não conseguem crescer, pelo clima e, principalmente, pelas chuvas.

Assim, crescem rente ao solo para fugir do vento do Atlântico, que lá é bem forte pela falta de barreiras naturais. Sua proteção são os currais, como são chamados os cercados erguidos há séculos com pedras vulcânicas para proteger as vinhas e os animais do vento e do sol. “Deve-se plantar as vinhas onde se ouve o caranguejo cantar”, diz Maçanita, sobre um ditado da ilha.

Os vinhedos mais badalados são da Criação Velha, que sobreviveram ao tempo. Lá, há cobiçadas vinhas centenárias, como as que dão origem aos vinhos premium de Maçanita (que devem chegar ao Brasil neste segundo semestre, importados pela Evino e pela Grand Cru) e outros mais. Mas ao andar pelos currais – e eles são muitos – a sensação é que ainda há muito a ser descoberto. E isso tem atraído os enólogos. É de se perguntar quem será o próximo.

Vinhedos em currais, os muros de pedras vulcânicas, e o Pico, a montanha mais slta dos Açores, com 2.351 metros, encoberta pelas nuvens Foto: Suzana Barelli/Estadão

Dirk Niepoort, um dos grandes nomes da enologia portuguesa, é o mais recente enólogo a chegar aos Açores. Localizado no meio do oceano Atlântico, o arquipélago português vem atraindo a atenção de enólogos consagrados, que até então elaboram grandes vinhos no continente. A maioria elege a Ilha do Pico, a mais recente das nove ilhas do arquipelágo e de fortes características vulcânicas, para os seus projetos.

A proteção das vinhas são os currais, como são chamados os cercados erguidos há séculos com pedras vulcânica Foto: Suzana Barelli/Estadão

O primeiro vinho de Niepoort, por exemplo, é elaborado com arinto dos Açores, verdelho e terrantez do Pico, as três variedades locais, em parceria com o enólogo Paulo Machado, que se especializou na viticultura ilhéu. É um branco de notas mais minerais, quase salinas e muito fresco, o que caracteriza os bons vinhos da ilha. As uvas vêm do projeto A Cerca dos Frades, do empreendedor Tito Silva, que decidiu investir na viticultura, como outros habitantes da ilha, embalados em financiamentos da comunidade europeia.

Niepoort não é o único. Paulo Laureano, bastante conhecido dos brasileiros, é um dos pioneiros no Açores, chegando em 1998 na Ilha do Pico. Lá, é consultor da vinícola Curral de Atlantis e também faz seu próprio vinho, que não chega ao Brasil, segundo seu importador, por questão de preço. Sim, infelizmente, por toda a dificuldade de elaborar vinhos em uma ilha de solo vulcânico e baixa produção, os bons rótulos açorianos não são baratos.

Vinhos dos Açores Foto: Suzana Barelli/Estadão

Seguindo a rota dos enólogos, o italiano Alberto Antonini, que divide seu tempo entre seus vinhos próprios na Toscana, e consultorias mundo afora, elabora os muito interessantes rótulos da Adega do Vulcão. É o projeto da italiana Cinzia Caiazzo, que tem 6 hectares de vinhas velhas no Pico e também 7 hectares na Ilha de Faial, que fica em frente ao Pico.

“Antonini é um amigo da família. O chamamos para conhecer a ilha e ele ficou impressionado com o que viu”, conta Cinzia. Anselmo Mendes, referência na uva alvarinho, na região de Vinhos Verdes, elabora o Magma, com a uva verdelho, na ilha Terceira. E Bernardo Cabral é o consultor da cooperativa do Pico.

Desta galeria de enólogos, o mais identificado com o Açores é António Maçanita, que hoje elabora vinhos em várias regiões portuguesas, mas tem o seu projeto pessoal da Ilha do Pico, que leva o seu nome. Ousado, Maçanita faz história na ilha, como exemplifica o seu projeto de recuperação da terrantez, variedade autóctone que quase desapareceu na região e se destaca pelas notas mais florais. 

O produtor Manoel de Farias, sócio da Curral de Atlantis Foto: Suzana Barelli/Estadão

Maçanita também lidera um importante trabalho valorizar a produção e o produtor local. Não é fácil elaborar uvas no Pico. Primeiro, as vinhas são plantadas próximas ao mar, como árvores, sem qualquer condução. É o único local onde elas sobrevivem – se forem em direção à montanha do Pico, o ponto mais alto do Açores, com 2.351 metros de altitude, não conseguem crescer, pelo clima e, principalmente, pelas chuvas.

Assim, crescem rente ao solo para fugir do vento do Atlântico, que lá é bem forte pela falta de barreiras naturais. Sua proteção são os currais, como são chamados os cercados erguidos há séculos com pedras vulcânicas para proteger as vinhas e os animais do vento e do sol. “Deve-se plantar as vinhas onde se ouve o caranguejo cantar”, diz Maçanita, sobre um ditado da ilha.

Os vinhedos mais badalados são da Criação Velha, que sobreviveram ao tempo. Lá, há cobiçadas vinhas centenárias, como as que dão origem aos vinhos premium de Maçanita (que devem chegar ao Brasil neste segundo semestre, importados pela Evino e pela Grand Cru) e outros mais. Mas ao andar pelos currais – e eles são muitos – a sensação é que ainda há muito a ser descoberto. E isso tem atraído os enólogos. É de se perguntar quem será o próximo.

Vinhedos em currais, os muros de pedras vulcânicas, e o Pico, a montanha mais slta dos Açores, com 2.351 metros, encoberta pelas nuvens Foto: Suzana Barelli/Estadão

Dirk Niepoort, um dos grandes nomes da enologia portuguesa, é o mais recente enólogo a chegar aos Açores. Localizado no meio do oceano Atlântico, o arquipélago português vem atraindo a atenção de enólogos consagrados, que até então elaboram grandes vinhos no continente. A maioria elege a Ilha do Pico, a mais recente das nove ilhas do arquipelágo e de fortes características vulcânicas, para os seus projetos.

A proteção das vinhas são os currais, como são chamados os cercados erguidos há séculos com pedras vulcânica Foto: Suzana Barelli/Estadão

O primeiro vinho de Niepoort, por exemplo, é elaborado com arinto dos Açores, verdelho e terrantez do Pico, as três variedades locais, em parceria com o enólogo Paulo Machado, que se especializou na viticultura ilhéu. É um branco de notas mais minerais, quase salinas e muito fresco, o que caracteriza os bons vinhos da ilha. As uvas vêm do projeto A Cerca dos Frades, do empreendedor Tito Silva, que decidiu investir na viticultura, como outros habitantes da ilha, embalados em financiamentos da comunidade europeia.

Niepoort não é o único. Paulo Laureano, bastante conhecido dos brasileiros, é um dos pioneiros no Açores, chegando em 1998 na Ilha do Pico. Lá, é consultor da vinícola Curral de Atlantis e também faz seu próprio vinho, que não chega ao Brasil, segundo seu importador, por questão de preço. Sim, infelizmente, por toda a dificuldade de elaborar vinhos em uma ilha de solo vulcânico e baixa produção, os bons rótulos açorianos não são baratos.

Vinhos dos Açores Foto: Suzana Barelli/Estadão

Seguindo a rota dos enólogos, o italiano Alberto Antonini, que divide seu tempo entre seus vinhos próprios na Toscana, e consultorias mundo afora, elabora os muito interessantes rótulos da Adega do Vulcão. É o projeto da italiana Cinzia Caiazzo, que tem 6 hectares de vinhas velhas no Pico e também 7 hectares na Ilha de Faial, que fica em frente ao Pico.

“Antonini é um amigo da família. O chamamos para conhecer a ilha e ele ficou impressionado com o que viu”, conta Cinzia. Anselmo Mendes, referência na uva alvarinho, na região de Vinhos Verdes, elabora o Magma, com a uva verdelho, na ilha Terceira. E Bernardo Cabral é o consultor da cooperativa do Pico.

Desta galeria de enólogos, o mais identificado com o Açores é António Maçanita, que hoje elabora vinhos em várias regiões portuguesas, mas tem o seu projeto pessoal da Ilha do Pico, que leva o seu nome. Ousado, Maçanita faz história na ilha, como exemplifica o seu projeto de recuperação da terrantez, variedade autóctone que quase desapareceu na região e se destaca pelas notas mais florais. 

O produtor Manoel de Farias, sócio da Curral de Atlantis Foto: Suzana Barelli/Estadão

Maçanita também lidera um importante trabalho valorizar a produção e o produtor local. Não é fácil elaborar uvas no Pico. Primeiro, as vinhas são plantadas próximas ao mar, como árvores, sem qualquer condução. É o único local onde elas sobrevivem – se forem em direção à montanha do Pico, o ponto mais alto do Açores, com 2.351 metros de altitude, não conseguem crescer, pelo clima e, principalmente, pelas chuvas.

Assim, crescem rente ao solo para fugir do vento do Atlântico, que lá é bem forte pela falta de barreiras naturais. Sua proteção são os currais, como são chamados os cercados erguidos há séculos com pedras vulcânicas para proteger as vinhas e os animais do vento e do sol. “Deve-se plantar as vinhas onde se ouve o caranguejo cantar”, diz Maçanita, sobre um ditado da ilha.

Os vinhedos mais badalados são da Criação Velha, que sobreviveram ao tempo. Lá, há cobiçadas vinhas centenárias, como as que dão origem aos vinhos premium de Maçanita (que devem chegar ao Brasil neste segundo semestre, importados pela Evino e pela Grand Cru) e outros mais. Mas ao andar pelos currais – e eles são muitos – a sensação é que ainda há muito a ser descoberto. E isso tem atraído os enólogos. É de se perguntar quem será o próximo.

Vinhedos em currais, os muros de pedras vulcânicas, e o Pico, a montanha mais slta dos Açores, com 2.351 metros, encoberta pelas nuvens Foto: Suzana Barelli/Estadão

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