Eu só queria jantar

Nacional, oriental, internacional


Por Luiz Américo Camargo

Publicado no Paladar de 12/5/2011 Em busca de uma definição para o recém-aberto Figo, resolvi fazer o seguinte exercício: buscar a primeira palavra que me viesse à cabeça, quase como escrita automática. E me ocorreu algo como "agradável". A casa, instalada na Vila Nova Conceição, de fato é bonita, arejada, o atendimento é gentil. Mas pensando especialmente no que vai à mesa, a impressão é um pouco menos solar. Quem comanda o restaurante é a chef Luiza Hoffmann, nascida em São Paulo, mas com passagens profissionais por países da Europa, da Ásia e da Oceania. E com uma experiência que chama a atenção em particular: ela trabalhou no Martín Berasategui, no País Basco, um dos melhores restaurantes do mundo. Certo, tudo isso faz parte da história da jovem cozinheira. Mas nessas horas fico na dúvida se currículo ajuda ou atrapalha. Digo então o seguinte. Não vá até lá pensando no famoso três estrelas de Lasarte. Pois não tem nada a ver nem é justo com uma casa estreante. Numa mistura de influências e referências, que se traduz num cardápio sucinto, indo do oriental ao internacional, a cozinha do Figo produz acertos. Mas revela alguns equívocos de concepção, mais que de execução - esta, na média não prega grandes sustos. Eu gostei do couvert (R$ 12), em particular dos pães caseiros. E das vieiras (R$ 33), precisamente chapeadas, servidas com pupunha e cenoura cruas. Já entre os pratos, o que mais agradou foi o fettuccine de pupunha à carbonara (R$ 42), inspirado na receita do D.O.M. O robalo marroquino (R$ 49), por outro lado, acabou se desequilibrando, com o molho potente ofuscando a delicadeza do peixe. No trio de nhoque com ossobuco (R$ 39) o problema foi principalmente espacial. De tão comprimidas num pequeno e modernoso prato, massa e carne (menos tenra do que deveria) exigiram habilidade para serem comidas. Mas eu fique intrigado mesmo com a sobremesa "macro" (R$ 12). Com gelatina de limão-siciliano e cravo, morangos, ela não tem gosto. Segundo a chef, que é entusiasta de produtos orgânicos e também da cozinha macrobiótica, trata-se de um ensaio sobre texturas e sobre o não uso de açúcar. Algo que talvez combinasse com um menu-degustação de vanguarda. Mas não com um restaurante de perfil mais informal - neste caso, o singelo pavê da vó (R$ 12) é bem mais adequado. Por que este restaurante? Porque é uma novidade. Vale? Do couvert à sobremesa, sem vinho, a conta sai a partir de R$ 100 por pessoa. Digamos que não é o melhor negócio da cidade. Onde fica R. Diogo Jácome, 372, V. N. Conceição, 3044-3193. 12h/0h (3ª, só 12h/15h30; dom., 12h/17h; ). Cc.: todos. Cardápio: variado, não muito extenso, com influências de vários países e acento contemporâneo

Publicado no Paladar de 12/5/2011 Em busca de uma definição para o recém-aberto Figo, resolvi fazer o seguinte exercício: buscar a primeira palavra que me viesse à cabeça, quase como escrita automática. E me ocorreu algo como "agradável". A casa, instalada na Vila Nova Conceição, de fato é bonita, arejada, o atendimento é gentil. Mas pensando especialmente no que vai à mesa, a impressão é um pouco menos solar. Quem comanda o restaurante é a chef Luiza Hoffmann, nascida em São Paulo, mas com passagens profissionais por países da Europa, da Ásia e da Oceania. E com uma experiência que chama a atenção em particular: ela trabalhou no Martín Berasategui, no País Basco, um dos melhores restaurantes do mundo. Certo, tudo isso faz parte da história da jovem cozinheira. Mas nessas horas fico na dúvida se currículo ajuda ou atrapalha. Digo então o seguinte. Não vá até lá pensando no famoso três estrelas de Lasarte. Pois não tem nada a ver nem é justo com uma casa estreante. Numa mistura de influências e referências, que se traduz num cardápio sucinto, indo do oriental ao internacional, a cozinha do Figo produz acertos. Mas revela alguns equívocos de concepção, mais que de execução - esta, na média não prega grandes sustos. Eu gostei do couvert (R$ 12), em particular dos pães caseiros. E das vieiras (R$ 33), precisamente chapeadas, servidas com pupunha e cenoura cruas. Já entre os pratos, o que mais agradou foi o fettuccine de pupunha à carbonara (R$ 42), inspirado na receita do D.O.M. O robalo marroquino (R$ 49), por outro lado, acabou se desequilibrando, com o molho potente ofuscando a delicadeza do peixe. No trio de nhoque com ossobuco (R$ 39) o problema foi principalmente espacial. De tão comprimidas num pequeno e modernoso prato, massa e carne (menos tenra do que deveria) exigiram habilidade para serem comidas. Mas eu fique intrigado mesmo com a sobremesa "macro" (R$ 12). Com gelatina de limão-siciliano e cravo, morangos, ela não tem gosto. Segundo a chef, que é entusiasta de produtos orgânicos e também da cozinha macrobiótica, trata-se de um ensaio sobre texturas e sobre o não uso de açúcar. Algo que talvez combinasse com um menu-degustação de vanguarda. Mas não com um restaurante de perfil mais informal - neste caso, o singelo pavê da vó (R$ 12) é bem mais adequado. Por que este restaurante? Porque é uma novidade. Vale? Do couvert à sobremesa, sem vinho, a conta sai a partir de R$ 100 por pessoa. Digamos que não é o melhor negócio da cidade. Onde fica R. Diogo Jácome, 372, V. N. Conceição, 3044-3193. 12h/0h (3ª, só 12h/15h30; dom., 12h/17h; ). Cc.: todos. Cardápio: variado, não muito extenso, com influências de vários países e acento contemporâneo

Publicado no Paladar de 12/5/2011 Em busca de uma definição para o recém-aberto Figo, resolvi fazer o seguinte exercício: buscar a primeira palavra que me viesse à cabeça, quase como escrita automática. E me ocorreu algo como "agradável". A casa, instalada na Vila Nova Conceição, de fato é bonita, arejada, o atendimento é gentil. Mas pensando especialmente no que vai à mesa, a impressão é um pouco menos solar. Quem comanda o restaurante é a chef Luiza Hoffmann, nascida em São Paulo, mas com passagens profissionais por países da Europa, da Ásia e da Oceania. E com uma experiência que chama a atenção em particular: ela trabalhou no Martín Berasategui, no País Basco, um dos melhores restaurantes do mundo. Certo, tudo isso faz parte da história da jovem cozinheira. Mas nessas horas fico na dúvida se currículo ajuda ou atrapalha. Digo então o seguinte. Não vá até lá pensando no famoso três estrelas de Lasarte. Pois não tem nada a ver nem é justo com uma casa estreante. Numa mistura de influências e referências, que se traduz num cardápio sucinto, indo do oriental ao internacional, a cozinha do Figo produz acertos. Mas revela alguns equívocos de concepção, mais que de execução - esta, na média não prega grandes sustos. Eu gostei do couvert (R$ 12), em particular dos pães caseiros. E das vieiras (R$ 33), precisamente chapeadas, servidas com pupunha e cenoura cruas. Já entre os pratos, o que mais agradou foi o fettuccine de pupunha à carbonara (R$ 42), inspirado na receita do D.O.M. O robalo marroquino (R$ 49), por outro lado, acabou se desequilibrando, com o molho potente ofuscando a delicadeza do peixe. No trio de nhoque com ossobuco (R$ 39) o problema foi principalmente espacial. De tão comprimidas num pequeno e modernoso prato, massa e carne (menos tenra do que deveria) exigiram habilidade para serem comidas. Mas eu fique intrigado mesmo com a sobremesa "macro" (R$ 12). Com gelatina de limão-siciliano e cravo, morangos, ela não tem gosto. Segundo a chef, que é entusiasta de produtos orgânicos e também da cozinha macrobiótica, trata-se de um ensaio sobre texturas e sobre o não uso de açúcar. Algo que talvez combinasse com um menu-degustação de vanguarda. Mas não com um restaurante de perfil mais informal - neste caso, o singelo pavê da vó (R$ 12) é bem mais adequado. Por que este restaurante? Porque é uma novidade. Vale? Do couvert à sobremesa, sem vinho, a conta sai a partir de R$ 100 por pessoa. Digamos que não é o melhor negócio da cidade. Onde fica R. Diogo Jácome, 372, V. N. Conceição, 3044-3193. 12h/0h (3ª, só 12h/15h30; dom., 12h/17h; ). Cc.: todos. Cardápio: variado, não muito extenso, com influências de vários países e acento contemporâneo

Publicado no Paladar de 12/5/2011 Em busca de uma definição para o recém-aberto Figo, resolvi fazer o seguinte exercício: buscar a primeira palavra que me viesse à cabeça, quase como escrita automática. E me ocorreu algo como "agradável". A casa, instalada na Vila Nova Conceição, de fato é bonita, arejada, o atendimento é gentil. Mas pensando especialmente no que vai à mesa, a impressão é um pouco menos solar. Quem comanda o restaurante é a chef Luiza Hoffmann, nascida em São Paulo, mas com passagens profissionais por países da Europa, da Ásia e da Oceania. E com uma experiência que chama a atenção em particular: ela trabalhou no Martín Berasategui, no País Basco, um dos melhores restaurantes do mundo. Certo, tudo isso faz parte da história da jovem cozinheira. Mas nessas horas fico na dúvida se currículo ajuda ou atrapalha. Digo então o seguinte. Não vá até lá pensando no famoso três estrelas de Lasarte. Pois não tem nada a ver nem é justo com uma casa estreante. Numa mistura de influências e referências, que se traduz num cardápio sucinto, indo do oriental ao internacional, a cozinha do Figo produz acertos. Mas revela alguns equívocos de concepção, mais que de execução - esta, na média não prega grandes sustos. Eu gostei do couvert (R$ 12), em particular dos pães caseiros. E das vieiras (R$ 33), precisamente chapeadas, servidas com pupunha e cenoura cruas. Já entre os pratos, o que mais agradou foi o fettuccine de pupunha à carbonara (R$ 42), inspirado na receita do D.O.M. O robalo marroquino (R$ 49), por outro lado, acabou se desequilibrando, com o molho potente ofuscando a delicadeza do peixe. No trio de nhoque com ossobuco (R$ 39) o problema foi principalmente espacial. De tão comprimidas num pequeno e modernoso prato, massa e carne (menos tenra do que deveria) exigiram habilidade para serem comidas. Mas eu fique intrigado mesmo com a sobremesa "macro" (R$ 12). Com gelatina de limão-siciliano e cravo, morangos, ela não tem gosto. Segundo a chef, que é entusiasta de produtos orgânicos e também da cozinha macrobiótica, trata-se de um ensaio sobre texturas e sobre o não uso de açúcar. Algo que talvez combinasse com um menu-degustação de vanguarda. Mas não com um restaurante de perfil mais informal - neste caso, o singelo pavê da vó (R$ 12) é bem mais adequado. Por que este restaurante? Porque é uma novidade. Vale? Do couvert à sobremesa, sem vinho, a conta sai a partir de R$ 100 por pessoa. Digamos que não é o melhor negócio da cidade. Onde fica R. Diogo Jácome, 372, V. N. Conceição, 3044-3193. 12h/0h (3ª, só 12h/15h30; dom., 12h/17h; ). Cc.: todos. Cardápio: variado, não muito extenso, com influências de vários países e acento contemporâneo

Publicado no Paladar de 12/5/2011 Em busca de uma definição para o recém-aberto Figo, resolvi fazer o seguinte exercício: buscar a primeira palavra que me viesse à cabeça, quase como escrita automática. E me ocorreu algo como "agradável". A casa, instalada na Vila Nova Conceição, de fato é bonita, arejada, o atendimento é gentil. Mas pensando especialmente no que vai à mesa, a impressão é um pouco menos solar. Quem comanda o restaurante é a chef Luiza Hoffmann, nascida em São Paulo, mas com passagens profissionais por países da Europa, da Ásia e da Oceania. E com uma experiência que chama a atenção em particular: ela trabalhou no Martín Berasategui, no País Basco, um dos melhores restaurantes do mundo. Certo, tudo isso faz parte da história da jovem cozinheira. Mas nessas horas fico na dúvida se currículo ajuda ou atrapalha. Digo então o seguinte. Não vá até lá pensando no famoso três estrelas de Lasarte. Pois não tem nada a ver nem é justo com uma casa estreante. Numa mistura de influências e referências, que se traduz num cardápio sucinto, indo do oriental ao internacional, a cozinha do Figo produz acertos. Mas revela alguns equívocos de concepção, mais que de execução - esta, na média não prega grandes sustos. Eu gostei do couvert (R$ 12), em particular dos pães caseiros. E das vieiras (R$ 33), precisamente chapeadas, servidas com pupunha e cenoura cruas. Já entre os pratos, o que mais agradou foi o fettuccine de pupunha à carbonara (R$ 42), inspirado na receita do D.O.M. O robalo marroquino (R$ 49), por outro lado, acabou se desequilibrando, com o molho potente ofuscando a delicadeza do peixe. No trio de nhoque com ossobuco (R$ 39) o problema foi principalmente espacial. De tão comprimidas num pequeno e modernoso prato, massa e carne (menos tenra do que deveria) exigiram habilidade para serem comidas. Mas eu fique intrigado mesmo com a sobremesa "macro" (R$ 12). Com gelatina de limão-siciliano e cravo, morangos, ela não tem gosto. Segundo a chef, que é entusiasta de produtos orgânicos e também da cozinha macrobiótica, trata-se de um ensaio sobre texturas e sobre o não uso de açúcar. Algo que talvez combinasse com um menu-degustação de vanguarda. Mas não com um restaurante de perfil mais informal - neste caso, o singelo pavê da vó (R$ 12) é bem mais adequado. Por que este restaurante? Porque é uma novidade. Vale? Do couvert à sobremesa, sem vinho, a conta sai a partir de R$ 100 por pessoa. Digamos que não é o melhor negócio da cidade. Onde fica R. Diogo Jácome, 372, V. N. Conceição, 3044-3193. 12h/0h (3ª, só 12h/15h30; dom., 12h/17h; ). Cc.: todos. Cardápio: variado, não muito extenso, com influências de vários países e acento contemporâneo

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