Mercado Municipal do Ipiranga vai completar 83 anos com produtos frescos e preocupação com o futuro


Em um passeio no mercado, que fica na via mais movimentada do bairro, dá para comprar carne, frutas, verduras, grãos e lanches

Por Matheus Mans
Atualização:

O Mercado Municipal José Gomes de Moraes Neto, ou apenas Mercadão do Ipiranga, alcançará uma marca importante em junho: vai completar 83 anos de vida. Junto com Mercadão, Mercado da Lapa e Mercado de Santo Amaro, é um dos pontos de venda de alimentos mais antigos da cidade. Ali dentro, as histórias dos donos dos boxes se misturam com a própria existência do mercado, que também passa por um momento de preocupação.

Ao passear pelo local, fica evidente como o Mercadão do Ipiranga tem algo que muitas pessoas prezam: alimentos frescos. Nos empórios e laticínios, as cores dos queijos, presuntos e grãos saltam aos olhos. Em uma das entradas, por exemplo, o Empório Santa Maria está sempre abarrotado de pessoas, com senha na mão, procurando castanhas, amendoins e outras coisas do tipo. No espaço, ainda há produtos básicos da dispensa.

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Do outro lado do corredor, o seu Aldo Airoldi também está sempre indo de um lado para o outro atendendo clientes que já se tornaram amigos. Está naquele espaço do boxe 38 desde 2011, vendendo queijos, azeites, azeitonas e outras coisas mais. É um dos mais conhecidos da região e tem orgulho do que construiu. “Comecei com meu pai indo nas feiras. Depois, fiquei mais velho, cansei disso e vim aqui pro Mercado”, conta ao Estadão.

Queijo na barraca do Seu Aldo Foto: Tiago Queiroz

Ele conta que não trabalha com estoque e repõe sua mercadoria duas vezes por semana, sem falta. Toda quinta e terça. Com isso, ele acaba se destacando em um mercado que conta ainda com mais duas lojas de laticínios, um açougue, dois empórios, uma rotisseria, pastelaria e por aí vai. Isso sem falar da presença magnética de seu Aldo, conhecido por todos ali. “Era amigo de todo mundo na feira e trouxe isso para cá também”, conta ele.

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Pelo mercado, circulam os mais variados tipos, idades e personalidades. Crianças correm para a barraquinha com doces e outras coisas asiáticas, enquanto outros vão buscar a refeição do dia na Rotisseria Boccaricca. Outros passam ali para pegar uma fruta fresca ou um legume para completar o almoço -- como João Leiva, de 82 anos, que há 79 anos mora no bairro do Ipiranga e que estava passando por ali, fazendo compras, na hora das fotos.

Seu João Leiva, de 82 anos, compra alguns legumes e frutas no mercado FOTO TIAGO QUEIROZ / ESTADÃO Foto: Tiago Queiroz

Tradição e história

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Hoje, muitas pessoas vão até o Mercado do Ipiranga até mesmo por conta da tradição. Afinal, a história do local é longa. Ele foi inaugurado primeiro na Rua Bom Pastor, a algumas quadras dali, em 1940. Nove anos depois, mudou-se para a Rua Silva Bueno, conhecida por abrigar um dos comércios mais populares dali. Aí não teve outra: virou um sucesso em meio aos mais variados comércios na rua, como perfumarias, bancos, lanchonetes e outros.

Desde então, passou por duas grandes reformas: uma em dezembro de 1975 e outra em 2008, quando foi modernizado e alguns boxes foram remanejados. Foi depois dessa segunda reforma, aliás, que muitos proprietários ganharam espaço -- como é o caso do Seu Aldo. É comum também muitos funcionários que trabalham lá desde essa época, por volta de 2011, como Zenon dos Santos, de 63 anos, trabalhando há 12 anos na Avícola Assis.

Zenon dos Santos, de 63 anos, há 12 trabalhando na Avícola AssisFOTO TIAGO QUEIROZ / ESTADÃO Foto: Tiago Queiroz
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Seu Aldo avisa: Mercado do Ipiranga poderia ter muito mais

Apesar da boa circulação no mercado, assim como a boa variedade de frutas e legumes, alguns proprietários de boxes não deixam de falar: poderia ter mais. Mais produtos, mais boxes, mais variedades. “Tem muito espaço ocioso aqui. No lugar desse monte de mesa, por exemplo, podia ter uma barraca de milho, uma de tapioca. Isso ia trazer mais movimento pro mercado, deixar o mercado mais interessante para as pessoas”, diz Aldo.

Ele também vocaliza que o espaço precisa receber mais atenção da Prefeitura, que continua à frente do espaço -- apesar das tentativas de privatização. O estacionamento, por exemplo, precisa passar por uma reforma. Na rua, os carros ficam enfileirados, um atrás do outro, e precisa de um manobrista para dar ordem no caos. Afinal, do lado de fora do mercado, está a Rua Silva Bueno, a mais comercial e movimentada do bairro do Ipiranga.

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Hoje, porém, o Mercado do Ipiranga já tem outros bons atrativos. A praça de alimentação do local é outra atração à parte: na Pastelaria dos Amigos, o pastel chega sequinho, sem pingar óleo. O caldo de cana, mais barato do que a média na feira, acompanha a pedida.

O restaurante Barjuds, de comida árabe, é outra atração à parte. Não só a esfiha é grande e saborosa, como também tem beirutes de vários sabores (pepperoni, rúcula e tomate seco, carne seca) que agradam. Vale a pena pedir para esquentar e comer ali mesmo, fresquinho.

Josiane de Souza, 20 anos, atendente de Esfihas Barjud's FOTO TIAGO QUEIROZ / ESTADÃO Foto: Tiago Queiroz
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Lojistas buscam novidades

Com a falta de ação de órgãos competentes, muitos lojistas acabam procurando, eles mesmos, meios de melhorar os ganhos com os boxes. É o caso da Maria de Lima, da Peixaria Ipiranga. Ela e o marido compraram o espaço em 2013. Reformaram tudo, deixaram tudo mais moderno. Hoje, ela começa a buscar novas oportunidades de negócio.

“Vamos começar a fazer sushi aqui. Precisamos só de uma panela de arroz”, diz Maria, ao Estadão, que está inclusive estudando gastronomia na faculdade. “É uma forma que nós encontramos para atrair ainda mais pessoas não só para o nosso boxe, mas para todo o Mercado. Com mais variedade, sem dúvidas vamos conseguir atrair ainda mais clientes”.

Serviço

Rua Silva Bueno, 2109, Ipiranga. 2063-3405 | 2273-1480. Terça a Sábado: 8h às 19h. Domingo: 8h às 13h.

O Mercado Municipal José Gomes de Moraes Neto, ou apenas Mercadão do Ipiranga, alcançará uma marca importante em junho: vai completar 83 anos de vida. Junto com Mercadão, Mercado da Lapa e Mercado de Santo Amaro, é um dos pontos de venda de alimentos mais antigos da cidade. Ali dentro, as histórias dos donos dos boxes se misturam com a própria existência do mercado, que também passa por um momento de preocupação.

Ao passear pelo local, fica evidente como o Mercadão do Ipiranga tem algo que muitas pessoas prezam: alimentos frescos. Nos empórios e laticínios, as cores dos queijos, presuntos e grãos saltam aos olhos. Em uma das entradas, por exemplo, o Empório Santa Maria está sempre abarrotado de pessoas, com senha na mão, procurando castanhas, amendoins e outras coisas do tipo. No espaço, ainda há produtos básicos da dispensa.

Do outro lado do corredor, o seu Aldo Airoldi também está sempre indo de um lado para o outro atendendo clientes que já se tornaram amigos. Está naquele espaço do boxe 38 desde 2011, vendendo queijos, azeites, azeitonas e outras coisas mais. É um dos mais conhecidos da região e tem orgulho do que construiu. “Comecei com meu pai indo nas feiras. Depois, fiquei mais velho, cansei disso e vim aqui pro Mercado”, conta ao Estadão.

Queijo na barraca do Seu Aldo Foto: Tiago Queiroz

Ele conta que não trabalha com estoque e repõe sua mercadoria duas vezes por semana, sem falta. Toda quinta e terça. Com isso, ele acaba se destacando em um mercado que conta ainda com mais duas lojas de laticínios, um açougue, dois empórios, uma rotisseria, pastelaria e por aí vai. Isso sem falar da presença magnética de seu Aldo, conhecido por todos ali. “Era amigo de todo mundo na feira e trouxe isso para cá também”, conta ele.

Pelo mercado, circulam os mais variados tipos, idades e personalidades. Crianças correm para a barraquinha com doces e outras coisas asiáticas, enquanto outros vão buscar a refeição do dia na Rotisseria Boccaricca. Outros passam ali para pegar uma fruta fresca ou um legume para completar o almoço -- como João Leiva, de 82 anos, que há 79 anos mora no bairro do Ipiranga e que estava passando por ali, fazendo compras, na hora das fotos.

Seu João Leiva, de 82 anos, compra alguns legumes e frutas no mercado FOTO TIAGO QUEIROZ / ESTADÃO Foto: Tiago Queiroz

Tradição e história

Hoje, muitas pessoas vão até o Mercado do Ipiranga até mesmo por conta da tradição. Afinal, a história do local é longa. Ele foi inaugurado primeiro na Rua Bom Pastor, a algumas quadras dali, em 1940. Nove anos depois, mudou-se para a Rua Silva Bueno, conhecida por abrigar um dos comércios mais populares dali. Aí não teve outra: virou um sucesso em meio aos mais variados comércios na rua, como perfumarias, bancos, lanchonetes e outros.

Desde então, passou por duas grandes reformas: uma em dezembro de 1975 e outra em 2008, quando foi modernizado e alguns boxes foram remanejados. Foi depois dessa segunda reforma, aliás, que muitos proprietários ganharam espaço -- como é o caso do Seu Aldo. É comum também muitos funcionários que trabalham lá desde essa época, por volta de 2011, como Zenon dos Santos, de 63 anos, trabalhando há 12 anos na Avícola Assis.

Zenon dos Santos, de 63 anos, há 12 trabalhando na Avícola AssisFOTO TIAGO QUEIROZ / ESTADÃO Foto: Tiago Queiroz

Seu Aldo avisa: Mercado do Ipiranga poderia ter muito mais

Apesar da boa circulação no mercado, assim como a boa variedade de frutas e legumes, alguns proprietários de boxes não deixam de falar: poderia ter mais. Mais produtos, mais boxes, mais variedades. “Tem muito espaço ocioso aqui. No lugar desse monte de mesa, por exemplo, podia ter uma barraca de milho, uma de tapioca. Isso ia trazer mais movimento pro mercado, deixar o mercado mais interessante para as pessoas”, diz Aldo.

Ele também vocaliza que o espaço precisa receber mais atenção da Prefeitura, que continua à frente do espaço -- apesar das tentativas de privatização. O estacionamento, por exemplo, precisa passar por uma reforma. Na rua, os carros ficam enfileirados, um atrás do outro, e precisa de um manobrista para dar ordem no caos. Afinal, do lado de fora do mercado, está a Rua Silva Bueno, a mais comercial e movimentada do bairro do Ipiranga.

Hoje, porém, o Mercado do Ipiranga já tem outros bons atrativos. A praça de alimentação do local é outra atração à parte: na Pastelaria dos Amigos, o pastel chega sequinho, sem pingar óleo. O caldo de cana, mais barato do que a média na feira, acompanha a pedida.

O restaurante Barjuds, de comida árabe, é outra atração à parte. Não só a esfiha é grande e saborosa, como também tem beirutes de vários sabores (pepperoni, rúcula e tomate seco, carne seca) que agradam. Vale a pena pedir para esquentar e comer ali mesmo, fresquinho.

Josiane de Souza, 20 anos, atendente de Esfihas Barjud's FOTO TIAGO QUEIROZ / ESTADÃO Foto: Tiago Queiroz

Lojistas buscam novidades

Com a falta de ação de órgãos competentes, muitos lojistas acabam procurando, eles mesmos, meios de melhorar os ganhos com os boxes. É o caso da Maria de Lima, da Peixaria Ipiranga. Ela e o marido compraram o espaço em 2013. Reformaram tudo, deixaram tudo mais moderno. Hoje, ela começa a buscar novas oportunidades de negócio.

“Vamos começar a fazer sushi aqui. Precisamos só de uma panela de arroz”, diz Maria, ao Estadão, que está inclusive estudando gastronomia na faculdade. “É uma forma que nós encontramos para atrair ainda mais pessoas não só para o nosso boxe, mas para todo o Mercado. Com mais variedade, sem dúvidas vamos conseguir atrair ainda mais clientes”.

Serviço

Rua Silva Bueno, 2109, Ipiranga. 2063-3405 | 2273-1480. Terça a Sábado: 8h às 19h. Domingo: 8h às 13h.

O Mercado Municipal José Gomes de Moraes Neto, ou apenas Mercadão do Ipiranga, alcançará uma marca importante em junho: vai completar 83 anos de vida. Junto com Mercadão, Mercado da Lapa e Mercado de Santo Amaro, é um dos pontos de venda de alimentos mais antigos da cidade. Ali dentro, as histórias dos donos dos boxes se misturam com a própria existência do mercado, que também passa por um momento de preocupação.

Ao passear pelo local, fica evidente como o Mercadão do Ipiranga tem algo que muitas pessoas prezam: alimentos frescos. Nos empórios e laticínios, as cores dos queijos, presuntos e grãos saltam aos olhos. Em uma das entradas, por exemplo, o Empório Santa Maria está sempre abarrotado de pessoas, com senha na mão, procurando castanhas, amendoins e outras coisas do tipo. No espaço, ainda há produtos básicos da dispensa.

Do outro lado do corredor, o seu Aldo Airoldi também está sempre indo de um lado para o outro atendendo clientes que já se tornaram amigos. Está naquele espaço do boxe 38 desde 2011, vendendo queijos, azeites, azeitonas e outras coisas mais. É um dos mais conhecidos da região e tem orgulho do que construiu. “Comecei com meu pai indo nas feiras. Depois, fiquei mais velho, cansei disso e vim aqui pro Mercado”, conta ao Estadão.

Queijo na barraca do Seu Aldo Foto: Tiago Queiroz

Ele conta que não trabalha com estoque e repõe sua mercadoria duas vezes por semana, sem falta. Toda quinta e terça. Com isso, ele acaba se destacando em um mercado que conta ainda com mais duas lojas de laticínios, um açougue, dois empórios, uma rotisseria, pastelaria e por aí vai. Isso sem falar da presença magnética de seu Aldo, conhecido por todos ali. “Era amigo de todo mundo na feira e trouxe isso para cá também”, conta ele.

Pelo mercado, circulam os mais variados tipos, idades e personalidades. Crianças correm para a barraquinha com doces e outras coisas asiáticas, enquanto outros vão buscar a refeição do dia na Rotisseria Boccaricca. Outros passam ali para pegar uma fruta fresca ou um legume para completar o almoço -- como João Leiva, de 82 anos, que há 79 anos mora no bairro do Ipiranga e que estava passando por ali, fazendo compras, na hora das fotos.

Seu João Leiva, de 82 anos, compra alguns legumes e frutas no mercado FOTO TIAGO QUEIROZ / ESTADÃO Foto: Tiago Queiroz

Tradição e história

Hoje, muitas pessoas vão até o Mercado do Ipiranga até mesmo por conta da tradição. Afinal, a história do local é longa. Ele foi inaugurado primeiro na Rua Bom Pastor, a algumas quadras dali, em 1940. Nove anos depois, mudou-se para a Rua Silva Bueno, conhecida por abrigar um dos comércios mais populares dali. Aí não teve outra: virou um sucesso em meio aos mais variados comércios na rua, como perfumarias, bancos, lanchonetes e outros.

Desde então, passou por duas grandes reformas: uma em dezembro de 1975 e outra em 2008, quando foi modernizado e alguns boxes foram remanejados. Foi depois dessa segunda reforma, aliás, que muitos proprietários ganharam espaço -- como é o caso do Seu Aldo. É comum também muitos funcionários que trabalham lá desde essa época, por volta de 2011, como Zenon dos Santos, de 63 anos, trabalhando há 12 anos na Avícola Assis.

Zenon dos Santos, de 63 anos, há 12 trabalhando na Avícola AssisFOTO TIAGO QUEIROZ / ESTADÃO Foto: Tiago Queiroz

Seu Aldo avisa: Mercado do Ipiranga poderia ter muito mais

Apesar da boa circulação no mercado, assim como a boa variedade de frutas e legumes, alguns proprietários de boxes não deixam de falar: poderia ter mais. Mais produtos, mais boxes, mais variedades. “Tem muito espaço ocioso aqui. No lugar desse monte de mesa, por exemplo, podia ter uma barraca de milho, uma de tapioca. Isso ia trazer mais movimento pro mercado, deixar o mercado mais interessante para as pessoas”, diz Aldo.

Ele também vocaliza que o espaço precisa receber mais atenção da Prefeitura, que continua à frente do espaço -- apesar das tentativas de privatização. O estacionamento, por exemplo, precisa passar por uma reforma. Na rua, os carros ficam enfileirados, um atrás do outro, e precisa de um manobrista para dar ordem no caos. Afinal, do lado de fora do mercado, está a Rua Silva Bueno, a mais comercial e movimentada do bairro do Ipiranga.

Hoje, porém, o Mercado do Ipiranga já tem outros bons atrativos. A praça de alimentação do local é outra atração à parte: na Pastelaria dos Amigos, o pastel chega sequinho, sem pingar óleo. O caldo de cana, mais barato do que a média na feira, acompanha a pedida.

O restaurante Barjuds, de comida árabe, é outra atração à parte. Não só a esfiha é grande e saborosa, como também tem beirutes de vários sabores (pepperoni, rúcula e tomate seco, carne seca) que agradam. Vale a pena pedir para esquentar e comer ali mesmo, fresquinho.

Josiane de Souza, 20 anos, atendente de Esfihas Barjud's FOTO TIAGO QUEIROZ / ESTADÃO Foto: Tiago Queiroz

Lojistas buscam novidades

Com a falta de ação de órgãos competentes, muitos lojistas acabam procurando, eles mesmos, meios de melhorar os ganhos com os boxes. É o caso da Maria de Lima, da Peixaria Ipiranga. Ela e o marido compraram o espaço em 2013. Reformaram tudo, deixaram tudo mais moderno. Hoje, ela começa a buscar novas oportunidades de negócio.

“Vamos começar a fazer sushi aqui. Precisamos só de uma panela de arroz”, diz Maria, ao Estadão, que está inclusive estudando gastronomia na faculdade. “É uma forma que nós encontramos para atrair ainda mais pessoas não só para o nosso boxe, mas para todo o Mercado. Com mais variedade, sem dúvidas vamos conseguir atrair ainda mais clientes”.

Serviço

Rua Silva Bueno, 2109, Ipiranga. 2063-3405 | 2273-1480. Terça a Sábado: 8h às 19h. Domingo: 8h às 13h.

O Mercado Municipal José Gomes de Moraes Neto, ou apenas Mercadão do Ipiranga, alcançará uma marca importante em junho: vai completar 83 anos de vida. Junto com Mercadão, Mercado da Lapa e Mercado de Santo Amaro, é um dos pontos de venda de alimentos mais antigos da cidade. Ali dentro, as histórias dos donos dos boxes se misturam com a própria existência do mercado, que também passa por um momento de preocupação.

Ao passear pelo local, fica evidente como o Mercadão do Ipiranga tem algo que muitas pessoas prezam: alimentos frescos. Nos empórios e laticínios, as cores dos queijos, presuntos e grãos saltam aos olhos. Em uma das entradas, por exemplo, o Empório Santa Maria está sempre abarrotado de pessoas, com senha na mão, procurando castanhas, amendoins e outras coisas do tipo. No espaço, ainda há produtos básicos da dispensa.

Do outro lado do corredor, o seu Aldo Airoldi também está sempre indo de um lado para o outro atendendo clientes que já se tornaram amigos. Está naquele espaço do boxe 38 desde 2011, vendendo queijos, azeites, azeitonas e outras coisas mais. É um dos mais conhecidos da região e tem orgulho do que construiu. “Comecei com meu pai indo nas feiras. Depois, fiquei mais velho, cansei disso e vim aqui pro Mercado”, conta ao Estadão.

Queijo na barraca do Seu Aldo Foto: Tiago Queiroz

Ele conta que não trabalha com estoque e repõe sua mercadoria duas vezes por semana, sem falta. Toda quinta e terça. Com isso, ele acaba se destacando em um mercado que conta ainda com mais duas lojas de laticínios, um açougue, dois empórios, uma rotisseria, pastelaria e por aí vai. Isso sem falar da presença magnética de seu Aldo, conhecido por todos ali. “Era amigo de todo mundo na feira e trouxe isso para cá também”, conta ele.

Pelo mercado, circulam os mais variados tipos, idades e personalidades. Crianças correm para a barraquinha com doces e outras coisas asiáticas, enquanto outros vão buscar a refeição do dia na Rotisseria Boccaricca. Outros passam ali para pegar uma fruta fresca ou um legume para completar o almoço -- como João Leiva, de 82 anos, que há 79 anos mora no bairro do Ipiranga e que estava passando por ali, fazendo compras, na hora das fotos.

Seu João Leiva, de 82 anos, compra alguns legumes e frutas no mercado FOTO TIAGO QUEIROZ / ESTADÃO Foto: Tiago Queiroz

Tradição e história

Hoje, muitas pessoas vão até o Mercado do Ipiranga até mesmo por conta da tradição. Afinal, a história do local é longa. Ele foi inaugurado primeiro na Rua Bom Pastor, a algumas quadras dali, em 1940. Nove anos depois, mudou-se para a Rua Silva Bueno, conhecida por abrigar um dos comércios mais populares dali. Aí não teve outra: virou um sucesso em meio aos mais variados comércios na rua, como perfumarias, bancos, lanchonetes e outros.

Desde então, passou por duas grandes reformas: uma em dezembro de 1975 e outra em 2008, quando foi modernizado e alguns boxes foram remanejados. Foi depois dessa segunda reforma, aliás, que muitos proprietários ganharam espaço -- como é o caso do Seu Aldo. É comum também muitos funcionários que trabalham lá desde essa época, por volta de 2011, como Zenon dos Santos, de 63 anos, trabalhando há 12 anos na Avícola Assis.

Zenon dos Santos, de 63 anos, há 12 trabalhando na Avícola AssisFOTO TIAGO QUEIROZ / ESTADÃO Foto: Tiago Queiroz

Seu Aldo avisa: Mercado do Ipiranga poderia ter muito mais

Apesar da boa circulação no mercado, assim como a boa variedade de frutas e legumes, alguns proprietários de boxes não deixam de falar: poderia ter mais. Mais produtos, mais boxes, mais variedades. “Tem muito espaço ocioso aqui. No lugar desse monte de mesa, por exemplo, podia ter uma barraca de milho, uma de tapioca. Isso ia trazer mais movimento pro mercado, deixar o mercado mais interessante para as pessoas”, diz Aldo.

Ele também vocaliza que o espaço precisa receber mais atenção da Prefeitura, que continua à frente do espaço -- apesar das tentativas de privatização. O estacionamento, por exemplo, precisa passar por uma reforma. Na rua, os carros ficam enfileirados, um atrás do outro, e precisa de um manobrista para dar ordem no caos. Afinal, do lado de fora do mercado, está a Rua Silva Bueno, a mais comercial e movimentada do bairro do Ipiranga.

Hoje, porém, o Mercado do Ipiranga já tem outros bons atrativos. A praça de alimentação do local é outra atração à parte: na Pastelaria dos Amigos, o pastel chega sequinho, sem pingar óleo. O caldo de cana, mais barato do que a média na feira, acompanha a pedida.

O restaurante Barjuds, de comida árabe, é outra atração à parte. Não só a esfiha é grande e saborosa, como também tem beirutes de vários sabores (pepperoni, rúcula e tomate seco, carne seca) que agradam. Vale a pena pedir para esquentar e comer ali mesmo, fresquinho.

Josiane de Souza, 20 anos, atendente de Esfihas Barjud's FOTO TIAGO QUEIROZ / ESTADÃO Foto: Tiago Queiroz

Lojistas buscam novidades

Com a falta de ação de órgãos competentes, muitos lojistas acabam procurando, eles mesmos, meios de melhorar os ganhos com os boxes. É o caso da Maria de Lima, da Peixaria Ipiranga. Ela e o marido compraram o espaço em 2013. Reformaram tudo, deixaram tudo mais moderno. Hoje, ela começa a buscar novas oportunidades de negócio.

“Vamos começar a fazer sushi aqui. Precisamos só de uma panela de arroz”, diz Maria, ao Estadão, que está inclusive estudando gastronomia na faculdade. “É uma forma que nós encontramos para atrair ainda mais pessoas não só para o nosso boxe, mas para todo o Mercado. Com mais variedade, sem dúvidas vamos conseguir atrair ainda mais clientes”.

Serviço

Rua Silva Bueno, 2109, Ipiranga. 2063-3405 | 2273-1480. Terça a Sábado: 8h às 19h. Domingo: 8h às 13h.

O Mercado Municipal José Gomes de Moraes Neto, ou apenas Mercadão do Ipiranga, alcançará uma marca importante em junho: vai completar 83 anos de vida. Junto com Mercadão, Mercado da Lapa e Mercado de Santo Amaro, é um dos pontos de venda de alimentos mais antigos da cidade. Ali dentro, as histórias dos donos dos boxes se misturam com a própria existência do mercado, que também passa por um momento de preocupação.

Ao passear pelo local, fica evidente como o Mercadão do Ipiranga tem algo que muitas pessoas prezam: alimentos frescos. Nos empórios e laticínios, as cores dos queijos, presuntos e grãos saltam aos olhos. Em uma das entradas, por exemplo, o Empório Santa Maria está sempre abarrotado de pessoas, com senha na mão, procurando castanhas, amendoins e outras coisas do tipo. No espaço, ainda há produtos básicos da dispensa.

Do outro lado do corredor, o seu Aldo Airoldi também está sempre indo de um lado para o outro atendendo clientes que já se tornaram amigos. Está naquele espaço do boxe 38 desde 2011, vendendo queijos, azeites, azeitonas e outras coisas mais. É um dos mais conhecidos da região e tem orgulho do que construiu. “Comecei com meu pai indo nas feiras. Depois, fiquei mais velho, cansei disso e vim aqui pro Mercado”, conta ao Estadão.

Queijo na barraca do Seu Aldo Foto: Tiago Queiroz

Ele conta que não trabalha com estoque e repõe sua mercadoria duas vezes por semana, sem falta. Toda quinta e terça. Com isso, ele acaba se destacando em um mercado que conta ainda com mais duas lojas de laticínios, um açougue, dois empórios, uma rotisseria, pastelaria e por aí vai. Isso sem falar da presença magnética de seu Aldo, conhecido por todos ali. “Era amigo de todo mundo na feira e trouxe isso para cá também”, conta ele.

Pelo mercado, circulam os mais variados tipos, idades e personalidades. Crianças correm para a barraquinha com doces e outras coisas asiáticas, enquanto outros vão buscar a refeição do dia na Rotisseria Boccaricca. Outros passam ali para pegar uma fruta fresca ou um legume para completar o almoço -- como João Leiva, de 82 anos, que há 79 anos mora no bairro do Ipiranga e que estava passando por ali, fazendo compras, na hora das fotos.

Seu João Leiva, de 82 anos, compra alguns legumes e frutas no mercado FOTO TIAGO QUEIROZ / ESTADÃO Foto: Tiago Queiroz

Tradição e história

Hoje, muitas pessoas vão até o Mercado do Ipiranga até mesmo por conta da tradição. Afinal, a história do local é longa. Ele foi inaugurado primeiro na Rua Bom Pastor, a algumas quadras dali, em 1940. Nove anos depois, mudou-se para a Rua Silva Bueno, conhecida por abrigar um dos comércios mais populares dali. Aí não teve outra: virou um sucesso em meio aos mais variados comércios na rua, como perfumarias, bancos, lanchonetes e outros.

Desde então, passou por duas grandes reformas: uma em dezembro de 1975 e outra em 2008, quando foi modernizado e alguns boxes foram remanejados. Foi depois dessa segunda reforma, aliás, que muitos proprietários ganharam espaço -- como é o caso do Seu Aldo. É comum também muitos funcionários que trabalham lá desde essa época, por volta de 2011, como Zenon dos Santos, de 63 anos, trabalhando há 12 anos na Avícola Assis.

Zenon dos Santos, de 63 anos, há 12 trabalhando na Avícola AssisFOTO TIAGO QUEIROZ / ESTADÃO Foto: Tiago Queiroz

Seu Aldo avisa: Mercado do Ipiranga poderia ter muito mais

Apesar da boa circulação no mercado, assim como a boa variedade de frutas e legumes, alguns proprietários de boxes não deixam de falar: poderia ter mais. Mais produtos, mais boxes, mais variedades. “Tem muito espaço ocioso aqui. No lugar desse monte de mesa, por exemplo, podia ter uma barraca de milho, uma de tapioca. Isso ia trazer mais movimento pro mercado, deixar o mercado mais interessante para as pessoas”, diz Aldo.

Ele também vocaliza que o espaço precisa receber mais atenção da Prefeitura, que continua à frente do espaço -- apesar das tentativas de privatização. O estacionamento, por exemplo, precisa passar por uma reforma. Na rua, os carros ficam enfileirados, um atrás do outro, e precisa de um manobrista para dar ordem no caos. Afinal, do lado de fora do mercado, está a Rua Silva Bueno, a mais comercial e movimentada do bairro do Ipiranga.

Hoje, porém, o Mercado do Ipiranga já tem outros bons atrativos. A praça de alimentação do local é outra atração à parte: na Pastelaria dos Amigos, o pastel chega sequinho, sem pingar óleo. O caldo de cana, mais barato do que a média na feira, acompanha a pedida.

O restaurante Barjuds, de comida árabe, é outra atração à parte. Não só a esfiha é grande e saborosa, como também tem beirutes de vários sabores (pepperoni, rúcula e tomate seco, carne seca) que agradam. Vale a pena pedir para esquentar e comer ali mesmo, fresquinho.

Josiane de Souza, 20 anos, atendente de Esfihas Barjud's FOTO TIAGO QUEIROZ / ESTADÃO Foto: Tiago Queiroz

Lojistas buscam novidades

Com a falta de ação de órgãos competentes, muitos lojistas acabam procurando, eles mesmos, meios de melhorar os ganhos com os boxes. É o caso da Maria de Lima, da Peixaria Ipiranga. Ela e o marido compraram o espaço em 2013. Reformaram tudo, deixaram tudo mais moderno. Hoje, ela começa a buscar novas oportunidades de negócio.

“Vamos começar a fazer sushi aqui. Precisamos só de uma panela de arroz”, diz Maria, ao Estadão, que está inclusive estudando gastronomia na faculdade. “É uma forma que nós encontramos para atrair ainda mais pessoas não só para o nosso boxe, mas para todo o Mercado. Com mais variedade, sem dúvidas vamos conseguir atrair ainda mais clientes”.

Serviço

Rua Silva Bueno, 2109, Ipiranga. 2063-3405 | 2273-1480. Terça a Sábado: 8h às 19h. Domingo: 8h às 13h.

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