Explorando sabores e experiências

Opinião|Comendo bem em Belo Horizonte


Por fredsabbag
Atualização:
Edifício Niemeyer | foto: Felipe Campos (Pixabay) 

E o trauma que me fez me apaixonar pela capital mineira

Eu nunca escondi publicamente que, por anos, fiquei sem ir a Belo Horizonte por conta de um trauma: o 7 a 1 sofrido pela seleção brasileira em 2014, em plena semifinal de uma Copa do Mundo que acompanhei de perto (tendo, inclusive, estado no Mineirão em outros jogos antes do fatídico jogo). Sim, eu estava lá e paguei um valor fabuloso no ingresso para ver aquele que imaginava ser o aquecimento para o hexacampeonato do Brasil em pleno Maracanã dias depois.

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Depois disso fiquei por um bom tempo sem ir a Belo Horizonte já que, apaixonado por futebol que sou e salvo algumas idas bate-volta a trabalho, não queria pisar na cidade e culpava a seleção alemã por isso (o "gol da Alemanha" e o "virou passeio" me causa arrepio até hoje). Em todas essas idas a trabalho, alternava as refeições entre o ótimo Xapuri e o extinto Borracharia Gastrobar.

Feito esse desabafo (que já fiz publicamente outras vezes), hoje digo com todas as letras que, se eu pudesse, iria para Belo Horizonte pelo menos uma vez por mês, com a única finalidade de comer e beber. Sim, Belo Horizonte é hoje sem dúvida a cidade pela qual tenho mais carinho em termos de gastronomia.

E isso ocorreu justamente porque, comilão declarado que sou, encontrei na cena gastronômica de Belo Horizonte um refúgio para apagar as consequências que aquele evento de 2014 me causou. Daí que, há poucas semanas, fui para lá, mais uma vez, unicamente para comer e hoje vejo que retornei com um mini roteiro que achei por bem publicar por aqui.

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Fuegos | foto: Fred Sabbag 

O intuito principal da viagem foi o Fuegos, maior evento de cozinha e fogo de Belo Horizonte, organizado uma vez por ano pelo meu amigo Marcelo Wanderley (unanimidade naquela cidade). O evento reuniu cozinheiros de todo o Brasil no Parque da Gameleira e, por algumas horas, comi e bebi feito um rei nas 33 estações instaladas no Parque da Gameleira).

Para além do evento, nem todas as refeições foram feitas em uma mesa (traindo o nome desta coluna, confesso), mas unicamente por um bom motivo: Belo Horizonte tem muitos balcões e é neles que costumo sentar ou apoiar em bares e restaurantes que têm um.

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Chef Henrique Gilberto, do Cozinha Tupis | foto: Fred Sabbag 

A primeira refeição que fiz em Belo Horizonte foi no ótimo Cozinha Tupis, no Mercado Novo. Nele o chef Henrique Gilberto presta uma homenagem à cultura alimentar do centro de Belo Horizonte e digo tranquilamente que ele faz isso em alto nível, inclusive adquirindo os ingredientes lá servidos na feira do próprio Mercado Novo. Lá comi Frango à Paçoquinha, Mousse de Fígado com Compota de Jabuticaba e Jiló Crocante, Tomates Defumados com Stracciatella e marinados com Jerez, Manteiga de Refogado com uma Rosca que chega quentinha, entre outros pratos memoráveis (incluindo os PF's do dia).

Ainda no Mercado Novo, uma dose digestiva de cachaça na Cachaçaria Lamparina (que além de doses serve coquetéis com cachaça) abriu espaço para o excelente picolé de milho com canela da Companhia Mineira de Picolé (a melhor sobremesa que eu poderia comer naquele momento).

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Pacato | foto: Fred Sabbag 

Horas depois, estava eu no balcão que dá visão à cozinha do Pacato, do querido chef Caio Soter. Ao contrário da minha última ida, em que provei o menu degustação, desta vez optei pelo menu à lá carte porque estava curioso para provar o Wellington de Porco e o Tartare de Carne de Sol. Apesar de bem satisfeito, não poderia deixar passar essa oportunidade.

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Torresmo no Mercado Central | foto: Fred Sabbag 

O dia seguinte foi motivo de bronca online da minha esposa, dada a quantidade absurda de comida ingerida. Iniciei com o tradicional roteiro gastronômico do Mercado Central, com direito a empada de Jiló com Carne do Ponto da Empada, limonada normal e com groselha no Tradicional Limonada, broa de milho e pão de queijo com pernil e queijo no Comercial Sabiá, torresmo no Rei do Torresmo (a chamada lagosta mineira), pastel no Mercado dos Pastéis e, não estivesse tão lotado, ainda comeria um fígado com jiló no Bar da Lora. Ufa!

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Daí fui para o Fuegos, já mencionado acima, e, após um breve descanso, conheci aquele que para mim é o prédio mais legal de Belo Horizonte, onde fica a Galeria São Vicente. Trata-se de uma galeria que sofreu o mesmo movimento de ocupação do Mercado Novo anos atrás e que fez com que este espaço abrigasse locais que estão disputadíssimos na atualidade e que possuem ótima vista para a Praça Raul Soares.

A começar pelo bar Palito, que infelizmente estava fechado na noite que fui e que serve coquetéis clássicos. Ao lado, o bar Pirex, dos mesmos sócios do Pacato, foi o outro motivo da minha ida ao prédio da Galeria São Vicente, que é um boteco de estufa (com direito a inúmeras delícias frias e quentes como língua, moela, coração e galinha, jiló, ovo de codorna, muçarela nozinho etc. - de fica o dia todo comendo) e cerveja bem gelada.

Banana Daiquiri do Gumbo! | foto: Fred Sabbag 

No fundo do mesmo corredor em que fica o Pirex, dei de cara com o curioso Gumbo!, que serve comida cajun e creole de Nova Orleans e não poderia deixar de provar algumas coisas por lá. Os destaques foram o Banana Daiquiri e o Puled Pops (um frango frito bem crocante e suculento servido com molho agridoce Jezebel - .

Sei que abusei nas poucas mais de 36 horas que fiquei em Belo Horizonte, mas é justamente isso que adoro fazer lá. Quem sabe em breve não faço o mesmo com os diversos bares e botecos que estão espalhados por essa cidade que conquistou o lado esquerdo do meu estômago (ou em outra cidade do Brasil). Querem?

Serviço:

Mercado Novo: Av. Olegário Maciel, 742, Centro, Belo Horizonte-MG

Pacato: Rua Rio de Janeiro, 2.735, Lourdes, Belo Horizonte-MG

Galeria São Vicente: Av. Amazonas, 1.049, Centro, Belo Horizonte-MG

Edifício Niemeyer | foto: Felipe Campos (Pixabay) 

E o trauma que me fez me apaixonar pela capital mineira

Eu nunca escondi publicamente que, por anos, fiquei sem ir a Belo Horizonte por conta de um trauma: o 7 a 1 sofrido pela seleção brasileira em 2014, em plena semifinal de uma Copa do Mundo que acompanhei de perto (tendo, inclusive, estado no Mineirão em outros jogos antes do fatídico jogo). Sim, eu estava lá e paguei um valor fabuloso no ingresso para ver aquele que imaginava ser o aquecimento para o hexacampeonato do Brasil em pleno Maracanã dias depois.

Depois disso fiquei por um bom tempo sem ir a Belo Horizonte já que, apaixonado por futebol que sou e salvo algumas idas bate-volta a trabalho, não queria pisar na cidade e culpava a seleção alemã por isso (o "gol da Alemanha" e o "virou passeio" me causa arrepio até hoje). Em todas essas idas a trabalho, alternava as refeições entre o ótimo Xapuri e o extinto Borracharia Gastrobar.

Feito esse desabafo (que já fiz publicamente outras vezes), hoje digo com todas as letras que, se eu pudesse, iria para Belo Horizonte pelo menos uma vez por mês, com a única finalidade de comer e beber. Sim, Belo Horizonte é hoje sem dúvida a cidade pela qual tenho mais carinho em termos de gastronomia.

E isso ocorreu justamente porque, comilão declarado que sou, encontrei na cena gastronômica de Belo Horizonte um refúgio para apagar as consequências que aquele evento de 2014 me causou. Daí que, há poucas semanas, fui para lá, mais uma vez, unicamente para comer e hoje vejo que retornei com um mini roteiro que achei por bem publicar por aqui.

Fuegos | foto: Fred Sabbag 

O intuito principal da viagem foi o Fuegos, maior evento de cozinha e fogo de Belo Horizonte, organizado uma vez por ano pelo meu amigo Marcelo Wanderley (unanimidade naquela cidade). O evento reuniu cozinheiros de todo o Brasil no Parque da Gameleira e, por algumas horas, comi e bebi feito um rei nas 33 estações instaladas no Parque da Gameleira).

Para além do evento, nem todas as refeições foram feitas em uma mesa (traindo o nome desta coluna, confesso), mas unicamente por um bom motivo: Belo Horizonte tem muitos balcões e é neles que costumo sentar ou apoiar em bares e restaurantes que têm um.

Chef Henrique Gilberto, do Cozinha Tupis | foto: Fred Sabbag 

A primeira refeição que fiz em Belo Horizonte foi no ótimo Cozinha Tupis, no Mercado Novo. Nele o chef Henrique Gilberto presta uma homenagem à cultura alimentar do centro de Belo Horizonte e digo tranquilamente que ele faz isso em alto nível, inclusive adquirindo os ingredientes lá servidos na feira do próprio Mercado Novo. Lá comi Frango à Paçoquinha, Mousse de Fígado com Compota de Jabuticaba e Jiló Crocante, Tomates Defumados com Stracciatella e marinados com Jerez, Manteiga de Refogado com uma Rosca que chega quentinha, entre outros pratos memoráveis (incluindo os PF's do dia).

Ainda no Mercado Novo, uma dose digestiva de cachaça na Cachaçaria Lamparina (que além de doses serve coquetéis com cachaça) abriu espaço para o excelente picolé de milho com canela da Companhia Mineira de Picolé (a melhor sobremesa que eu poderia comer naquele momento).

 
Pacato | foto: Fred Sabbag 

Horas depois, estava eu no balcão que dá visão à cozinha do Pacato, do querido chef Caio Soter. Ao contrário da minha última ida, em que provei o menu degustação, desta vez optei pelo menu à lá carte porque estava curioso para provar o Wellington de Porco e o Tartare de Carne de Sol. Apesar de bem satisfeito, não poderia deixar passar essa oportunidade.

Torresmo no Mercado Central | foto: Fred Sabbag 

O dia seguinte foi motivo de bronca online da minha esposa, dada a quantidade absurda de comida ingerida. Iniciei com o tradicional roteiro gastronômico do Mercado Central, com direito a empada de Jiló com Carne do Ponto da Empada, limonada normal e com groselha no Tradicional Limonada, broa de milho e pão de queijo com pernil e queijo no Comercial Sabiá, torresmo no Rei do Torresmo (a chamada lagosta mineira), pastel no Mercado dos Pastéis e, não estivesse tão lotado, ainda comeria um fígado com jiló no Bar da Lora. Ufa!

Daí fui para o Fuegos, já mencionado acima, e, após um breve descanso, conheci aquele que para mim é o prédio mais legal de Belo Horizonte, onde fica a Galeria São Vicente. Trata-se de uma galeria que sofreu o mesmo movimento de ocupação do Mercado Novo anos atrás e que fez com que este espaço abrigasse locais que estão disputadíssimos na atualidade e que possuem ótima vista para a Praça Raul Soares.

A começar pelo bar Palito, que infelizmente estava fechado na noite que fui e que serve coquetéis clássicos. Ao lado, o bar Pirex, dos mesmos sócios do Pacato, foi o outro motivo da minha ida ao prédio da Galeria São Vicente, que é um boteco de estufa (com direito a inúmeras delícias frias e quentes como língua, moela, coração e galinha, jiló, ovo de codorna, muçarela nozinho etc. - de fica o dia todo comendo) e cerveja bem gelada.

Banana Daiquiri do Gumbo! | foto: Fred Sabbag 

No fundo do mesmo corredor em que fica o Pirex, dei de cara com o curioso Gumbo!, que serve comida cajun e creole de Nova Orleans e não poderia deixar de provar algumas coisas por lá. Os destaques foram o Banana Daiquiri e o Puled Pops (um frango frito bem crocante e suculento servido com molho agridoce Jezebel - .

Sei que abusei nas poucas mais de 36 horas que fiquei em Belo Horizonte, mas é justamente isso que adoro fazer lá. Quem sabe em breve não faço o mesmo com os diversos bares e botecos que estão espalhados por essa cidade que conquistou o lado esquerdo do meu estômago (ou em outra cidade do Brasil). Querem?

Serviço:

Mercado Novo: Av. Olegário Maciel, 742, Centro, Belo Horizonte-MG

Pacato: Rua Rio de Janeiro, 2.735, Lourdes, Belo Horizonte-MG

Galeria São Vicente: Av. Amazonas, 1.049, Centro, Belo Horizonte-MG

Edifício Niemeyer | foto: Felipe Campos (Pixabay) 

E o trauma que me fez me apaixonar pela capital mineira

Eu nunca escondi publicamente que, por anos, fiquei sem ir a Belo Horizonte por conta de um trauma: o 7 a 1 sofrido pela seleção brasileira em 2014, em plena semifinal de uma Copa do Mundo que acompanhei de perto (tendo, inclusive, estado no Mineirão em outros jogos antes do fatídico jogo). Sim, eu estava lá e paguei um valor fabuloso no ingresso para ver aquele que imaginava ser o aquecimento para o hexacampeonato do Brasil em pleno Maracanã dias depois.

Depois disso fiquei por um bom tempo sem ir a Belo Horizonte já que, apaixonado por futebol que sou e salvo algumas idas bate-volta a trabalho, não queria pisar na cidade e culpava a seleção alemã por isso (o "gol da Alemanha" e o "virou passeio" me causa arrepio até hoje). Em todas essas idas a trabalho, alternava as refeições entre o ótimo Xapuri e o extinto Borracharia Gastrobar.

Feito esse desabafo (que já fiz publicamente outras vezes), hoje digo com todas as letras que, se eu pudesse, iria para Belo Horizonte pelo menos uma vez por mês, com a única finalidade de comer e beber. Sim, Belo Horizonte é hoje sem dúvida a cidade pela qual tenho mais carinho em termos de gastronomia.

E isso ocorreu justamente porque, comilão declarado que sou, encontrei na cena gastronômica de Belo Horizonte um refúgio para apagar as consequências que aquele evento de 2014 me causou. Daí que, há poucas semanas, fui para lá, mais uma vez, unicamente para comer e hoje vejo que retornei com um mini roteiro que achei por bem publicar por aqui.

Fuegos | foto: Fred Sabbag 

O intuito principal da viagem foi o Fuegos, maior evento de cozinha e fogo de Belo Horizonte, organizado uma vez por ano pelo meu amigo Marcelo Wanderley (unanimidade naquela cidade). O evento reuniu cozinheiros de todo o Brasil no Parque da Gameleira e, por algumas horas, comi e bebi feito um rei nas 33 estações instaladas no Parque da Gameleira).

Para além do evento, nem todas as refeições foram feitas em uma mesa (traindo o nome desta coluna, confesso), mas unicamente por um bom motivo: Belo Horizonte tem muitos balcões e é neles que costumo sentar ou apoiar em bares e restaurantes que têm um.

Chef Henrique Gilberto, do Cozinha Tupis | foto: Fred Sabbag 

A primeira refeição que fiz em Belo Horizonte foi no ótimo Cozinha Tupis, no Mercado Novo. Nele o chef Henrique Gilberto presta uma homenagem à cultura alimentar do centro de Belo Horizonte e digo tranquilamente que ele faz isso em alto nível, inclusive adquirindo os ingredientes lá servidos na feira do próprio Mercado Novo. Lá comi Frango à Paçoquinha, Mousse de Fígado com Compota de Jabuticaba e Jiló Crocante, Tomates Defumados com Stracciatella e marinados com Jerez, Manteiga de Refogado com uma Rosca que chega quentinha, entre outros pratos memoráveis (incluindo os PF's do dia).

Ainda no Mercado Novo, uma dose digestiva de cachaça na Cachaçaria Lamparina (que além de doses serve coquetéis com cachaça) abriu espaço para o excelente picolé de milho com canela da Companhia Mineira de Picolé (a melhor sobremesa que eu poderia comer naquele momento).

 
Pacato | foto: Fred Sabbag 

Horas depois, estava eu no balcão que dá visão à cozinha do Pacato, do querido chef Caio Soter. Ao contrário da minha última ida, em que provei o menu degustação, desta vez optei pelo menu à lá carte porque estava curioso para provar o Wellington de Porco e o Tartare de Carne de Sol. Apesar de bem satisfeito, não poderia deixar passar essa oportunidade.

Torresmo no Mercado Central | foto: Fred Sabbag 

O dia seguinte foi motivo de bronca online da minha esposa, dada a quantidade absurda de comida ingerida. Iniciei com o tradicional roteiro gastronômico do Mercado Central, com direito a empada de Jiló com Carne do Ponto da Empada, limonada normal e com groselha no Tradicional Limonada, broa de milho e pão de queijo com pernil e queijo no Comercial Sabiá, torresmo no Rei do Torresmo (a chamada lagosta mineira), pastel no Mercado dos Pastéis e, não estivesse tão lotado, ainda comeria um fígado com jiló no Bar da Lora. Ufa!

Daí fui para o Fuegos, já mencionado acima, e, após um breve descanso, conheci aquele que para mim é o prédio mais legal de Belo Horizonte, onde fica a Galeria São Vicente. Trata-se de uma galeria que sofreu o mesmo movimento de ocupação do Mercado Novo anos atrás e que fez com que este espaço abrigasse locais que estão disputadíssimos na atualidade e que possuem ótima vista para a Praça Raul Soares.

A começar pelo bar Palito, que infelizmente estava fechado na noite que fui e que serve coquetéis clássicos. Ao lado, o bar Pirex, dos mesmos sócios do Pacato, foi o outro motivo da minha ida ao prédio da Galeria São Vicente, que é um boteco de estufa (com direito a inúmeras delícias frias e quentes como língua, moela, coração e galinha, jiló, ovo de codorna, muçarela nozinho etc. - de fica o dia todo comendo) e cerveja bem gelada.

Banana Daiquiri do Gumbo! | foto: Fred Sabbag 

No fundo do mesmo corredor em que fica o Pirex, dei de cara com o curioso Gumbo!, que serve comida cajun e creole de Nova Orleans e não poderia deixar de provar algumas coisas por lá. Os destaques foram o Banana Daiquiri e o Puled Pops (um frango frito bem crocante e suculento servido com molho agridoce Jezebel - .

Sei que abusei nas poucas mais de 36 horas que fiquei em Belo Horizonte, mas é justamente isso que adoro fazer lá. Quem sabe em breve não faço o mesmo com os diversos bares e botecos que estão espalhados por essa cidade que conquistou o lado esquerdo do meu estômago (ou em outra cidade do Brasil). Querem?

Serviço:

Mercado Novo: Av. Olegário Maciel, 742, Centro, Belo Horizonte-MG

Pacato: Rua Rio de Janeiro, 2.735, Lourdes, Belo Horizonte-MG

Galeria São Vicente: Av. Amazonas, 1.049, Centro, Belo Horizonte-MG

Edifício Niemeyer | foto: Felipe Campos (Pixabay) 

E o trauma que me fez me apaixonar pela capital mineira

Eu nunca escondi publicamente que, por anos, fiquei sem ir a Belo Horizonte por conta de um trauma: o 7 a 1 sofrido pela seleção brasileira em 2014, em plena semifinal de uma Copa do Mundo que acompanhei de perto (tendo, inclusive, estado no Mineirão em outros jogos antes do fatídico jogo). Sim, eu estava lá e paguei um valor fabuloso no ingresso para ver aquele que imaginava ser o aquecimento para o hexacampeonato do Brasil em pleno Maracanã dias depois.

Depois disso fiquei por um bom tempo sem ir a Belo Horizonte já que, apaixonado por futebol que sou e salvo algumas idas bate-volta a trabalho, não queria pisar na cidade e culpava a seleção alemã por isso (o "gol da Alemanha" e o "virou passeio" me causa arrepio até hoje). Em todas essas idas a trabalho, alternava as refeições entre o ótimo Xapuri e o extinto Borracharia Gastrobar.

Feito esse desabafo (que já fiz publicamente outras vezes), hoje digo com todas as letras que, se eu pudesse, iria para Belo Horizonte pelo menos uma vez por mês, com a única finalidade de comer e beber. Sim, Belo Horizonte é hoje sem dúvida a cidade pela qual tenho mais carinho em termos de gastronomia.

E isso ocorreu justamente porque, comilão declarado que sou, encontrei na cena gastronômica de Belo Horizonte um refúgio para apagar as consequências que aquele evento de 2014 me causou. Daí que, há poucas semanas, fui para lá, mais uma vez, unicamente para comer e hoje vejo que retornei com um mini roteiro que achei por bem publicar por aqui.

Fuegos | foto: Fred Sabbag 

O intuito principal da viagem foi o Fuegos, maior evento de cozinha e fogo de Belo Horizonte, organizado uma vez por ano pelo meu amigo Marcelo Wanderley (unanimidade naquela cidade). O evento reuniu cozinheiros de todo o Brasil no Parque da Gameleira e, por algumas horas, comi e bebi feito um rei nas 33 estações instaladas no Parque da Gameleira).

Para além do evento, nem todas as refeições foram feitas em uma mesa (traindo o nome desta coluna, confesso), mas unicamente por um bom motivo: Belo Horizonte tem muitos balcões e é neles que costumo sentar ou apoiar em bares e restaurantes que têm um.

Chef Henrique Gilberto, do Cozinha Tupis | foto: Fred Sabbag 

A primeira refeição que fiz em Belo Horizonte foi no ótimo Cozinha Tupis, no Mercado Novo. Nele o chef Henrique Gilberto presta uma homenagem à cultura alimentar do centro de Belo Horizonte e digo tranquilamente que ele faz isso em alto nível, inclusive adquirindo os ingredientes lá servidos na feira do próprio Mercado Novo. Lá comi Frango à Paçoquinha, Mousse de Fígado com Compota de Jabuticaba e Jiló Crocante, Tomates Defumados com Stracciatella e marinados com Jerez, Manteiga de Refogado com uma Rosca que chega quentinha, entre outros pratos memoráveis (incluindo os PF's do dia).

Ainda no Mercado Novo, uma dose digestiva de cachaça na Cachaçaria Lamparina (que além de doses serve coquetéis com cachaça) abriu espaço para o excelente picolé de milho com canela da Companhia Mineira de Picolé (a melhor sobremesa que eu poderia comer naquele momento).

 
Pacato | foto: Fred Sabbag 

Horas depois, estava eu no balcão que dá visão à cozinha do Pacato, do querido chef Caio Soter. Ao contrário da minha última ida, em que provei o menu degustação, desta vez optei pelo menu à lá carte porque estava curioso para provar o Wellington de Porco e o Tartare de Carne de Sol. Apesar de bem satisfeito, não poderia deixar passar essa oportunidade.

Torresmo no Mercado Central | foto: Fred Sabbag 

O dia seguinte foi motivo de bronca online da minha esposa, dada a quantidade absurda de comida ingerida. Iniciei com o tradicional roteiro gastronômico do Mercado Central, com direito a empada de Jiló com Carne do Ponto da Empada, limonada normal e com groselha no Tradicional Limonada, broa de milho e pão de queijo com pernil e queijo no Comercial Sabiá, torresmo no Rei do Torresmo (a chamada lagosta mineira), pastel no Mercado dos Pastéis e, não estivesse tão lotado, ainda comeria um fígado com jiló no Bar da Lora. Ufa!

Daí fui para o Fuegos, já mencionado acima, e, após um breve descanso, conheci aquele que para mim é o prédio mais legal de Belo Horizonte, onde fica a Galeria São Vicente. Trata-se de uma galeria que sofreu o mesmo movimento de ocupação do Mercado Novo anos atrás e que fez com que este espaço abrigasse locais que estão disputadíssimos na atualidade e que possuem ótima vista para a Praça Raul Soares.

A começar pelo bar Palito, que infelizmente estava fechado na noite que fui e que serve coquetéis clássicos. Ao lado, o bar Pirex, dos mesmos sócios do Pacato, foi o outro motivo da minha ida ao prédio da Galeria São Vicente, que é um boteco de estufa (com direito a inúmeras delícias frias e quentes como língua, moela, coração e galinha, jiló, ovo de codorna, muçarela nozinho etc. - de fica o dia todo comendo) e cerveja bem gelada.

Banana Daiquiri do Gumbo! | foto: Fred Sabbag 

No fundo do mesmo corredor em que fica o Pirex, dei de cara com o curioso Gumbo!, que serve comida cajun e creole de Nova Orleans e não poderia deixar de provar algumas coisas por lá. Os destaques foram o Banana Daiquiri e o Puled Pops (um frango frito bem crocante e suculento servido com molho agridoce Jezebel - .

Sei que abusei nas poucas mais de 36 horas que fiquei em Belo Horizonte, mas é justamente isso que adoro fazer lá. Quem sabe em breve não faço o mesmo com os diversos bares e botecos que estão espalhados por essa cidade que conquistou o lado esquerdo do meu estômago (ou em outra cidade do Brasil). Querem?

Serviço:

Mercado Novo: Av. Olegário Maciel, 742, Centro, Belo Horizonte-MG

Pacato: Rua Rio de Janeiro, 2.735, Lourdes, Belo Horizonte-MG

Galeria São Vicente: Av. Amazonas, 1.049, Centro, Belo Horizonte-MG

Edifício Niemeyer | foto: Felipe Campos (Pixabay) 

E o trauma que me fez me apaixonar pela capital mineira

Eu nunca escondi publicamente que, por anos, fiquei sem ir a Belo Horizonte por conta de um trauma: o 7 a 1 sofrido pela seleção brasileira em 2014, em plena semifinal de uma Copa do Mundo que acompanhei de perto (tendo, inclusive, estado no Mineirão em outros jogos antes do fatídico jogo). Sim, eu estava lá e paguei um valor fabuloso no ingresso para ver aquele que imaginava ser o aquecimento para o hexacampeonato do Brasil em pleno Maracanã dias depois.

Depois disso fiquei por um bom tempo sem ir a Belo Horizonte já que, apaixonado por futebol que sou e salvo algumas idas bate-volta a trabalho, não queria pisar na cidade e culpava a seleção alemã por isso (o "gol da Alemanha" e o "virou passeio" me causa arrepio até hoje). Em todas essas idas a trabalho, alternava as refeições entre o ótimo Xapuri e o extinto Borracharia Gastrobar.

Feito esse desabafo (que já fiz publicamente outras vezes), hoje digo com todas as letras que, se eu pudesse, iria para Belo Horizonte pelo menos uma vez por mês, com a única finalidade de comer e beber. Sim, Belo Horizonte é hoje sem dúvida a cidade pela qual tenho mais carinho em termos de gastronomia.

E isso ocorreu justamente porque, comilão declarado que sou, encontrei na cena gastronômica de Belo Horizonte um refúgio para apagar as consequências que aquele evento de 2014 me causou. Daí que, há poucas semanas, fui para lá, mais uma vez, unicamente para comer e hoje vejo que retornei com um mini roteiro que achei por bem publicar por aqui.

Fuegos | foto: Fred Sabbag 

O intuito principal da viagem foi o Fuegos, maior evento de cozinha e fogo de Belo Horizonte, organizado uma vez por ano pelo meu amigo Marcelo Wanderley (unanimidade naquela cidade). O evento reuniu cozinheiros de todo o Brasil no Parque da Gameleira e, por algumas horas, comi e bebi feito um rei nas 33 estações instaladas no Parque da Gameleira).

Para além do evento, nem todas as refeições foram feitas em uma mesa (traindo o nome desta coluna, confesso), mas unicamente por um bom motivo: Belo Horizonte tem muitos balcões e é neles que costumo sentar ou apoiar em bares e restaurantes que têm um.

Chef Henrique Gilberto, do Cozinha Tupis | foto: Fred Sabbag 

A primeira refeição que fiz em Belo Horizonte foi no ótimo Cozinha Tupis, no Mercado Novo. Nele o chef Henrique Gilberto presta uma homenagem à cultura alimentar do centro de Belo Horizonte e digo tranquilamente que ele faz isso em alto nível, inclusive adquirindo os ingredientes lá servidos na feira do próprio Mercado Novo. Lá comi Frango à Paçoquinha, Mousse de Fígado com Compota de Jabuticaba e Jiló Crocante, Tomates Defumados com Stracciatella e marinados com Jerez, Manteiga de Refogado com uma Rosca que chega quentinha, entre outros pratos memoráveis (incluindo os PF's do dia).

Ainda no Mercado Novo, uma dose digestiva de cachaça na Cachaçaria Lamparina (que além de doses serve coquetéis com cachaça) abriu espaço para o excelente picolé de milho com canela da Companhia Mineira de Picolé (a melhor sobremesa que eu poderia comer naquele momento).

 
Pacato | foto: Fred Sabbag 

Horas depois, estava eu no balcão que dá visão à cozinha do Pacato, do querido chef Caio Soter. Ao contrário da minha última ida, em que provei o menu degustação, desta vez optei pelo menu à lá carte porque estava curioso para provar o Wellington de Porco e o Tartare de Carne de Sol. Apesar de bem satisfeito, não poderia deixar passar essa oportunidade.

Torresmo no Mercado Central | foto: Fred Sabbag 

O dia seguinte foi motivo de bronca online da minha esposa, dada a quantidade absurda de comida ingerida. Iniciei com o tradicional roteiro gastronômico do Mercado Central, com direito a empada de Jiló com Carne do Ponto da Empada, limonada normal e com groselha no Tradicional Limonada, broa de milho e pão de queijo com pernil e queijo no Comercial Sabiá, torresmo no Rei do Torresmo (a chamada lagosta mineira), pastel no Mercado dos Pastéis e, não estivesse tão lotado, ainda comeria um fígado com jiló no Bar da Lora. Ufa!

Daí fui para o Fuegos, já mencionado acima, e, após um breve descanso, conheci aquele que para mim é o prédio mais legal de Belo Horizonte, onde fica a Galeria São Vicente. Trata-se de uma galeria que sofreu o mesmo movimento de ocupação do Mercado Novo anos atrás e que fez com que este espaço abrigasse locais que estão disputadíssimos na atualidade e que possuem ótima vista para a Praça Raul Soares.

A começar pelo bar Palito, que infelizmente estava fechado na noite que fui e que serve coquetéis clássicos. Ao lado, o bar Pirex, dos mesmos sócios do Pacato, foi o outro motivo da minha ida ao prédio da Galeria São Vicente, que é um boteco de estufa (com direito a inúmeras delícias frias e quentes como língua, moela, coração e galinha, jiló, ovo de codorna, muçarela nozinho etc. - de fica o dia todo comendo) e cerveja bem gelada.

Banana Daiquiri do Gumbo! | foto: Fred Sabbag 

No fundo do mesmo corredor em que fica o Pirex, dei de cara com o curioso Gumbo!, que serve comida cajun e creole de Nova Orleans e não poderia deixar de provar algumas coisas por lá. Os destaques foram o Banana Daiquiri e o Puled Pops (um frango frito bem crocante e suculento servido com molho agridoce Jezebel - .

Sei que abusei nas poucas mais de 36 horas que fiquei em Belo Horizonte, mas é justamente isso que adoro fazer lá. Quem sabe em breve não faço o mesmo com os diversos bares e botecos que estão espalhados por essa cidade que conquistou o lado esquerdo do meu estômago (ou em outra cidade do Brasil). Querem?

Serviço:

Mercado Novo: Av. Olegário Maciel, 742, Centro, Belo Horizonte-MG

Pacato: Rua Rio de Janeiro, 2.735, Lourdes, Belo Horizonte-MG

Galeria São Vicente: Av. Amazonas, 1.049, Centro, Belo Horizonte-MG

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