Ingredientes brasileiros estudados na cozinha

Verdadeira fábrica de alimento


As folhas da ora-pro-nóbis são ricas em lisina, um aminoácido essencial para o crescimento ósseo

Por Neide Rigo
Atualização:

São muitas as coisas a se dizer sobre o ora-pro-nóbis, mas o principal é que suas folhas são gostosas, nutritivas e fartas. É só a chuva dar sinal e novos rebentos em abundância vêm se juntar ao mar de folhas verdes, como caviar num berço de espinhos – ou melhor, acúleos, o nome oficial de seus espinhos. Mas tanto faz o nome: a espetação dos dedos é a mesma.

Também os brotos de ora-pro-nóbis, com espinhos ainda moles, avermelhados e delicados, são deliciosos. Outra iguaria produzida pela planta, mais comum em climas quentes, é o fruto, que em inglês é chamado de barbados gooseberry e se presta para o feitio de geleias. Sem falar nas flores, atraentes e supermelíferas. Tudo isso faz da planta uma verdadeira fábrica de alimento.

Para nossa sorte, esse cacto originário da América tropical é um dos mais primitivos – afinal, os cactos que evoluíram perderam as folhas ou as têm atrofiadas.

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Se o clima não for tão quente, o ora-pro-nóbis continua com suas folhas durante o ano todo. Elas são do tamanho das folhas de laranjeira ou até maiores. São gordinhas, verde-escuras, brilhantes e, como características de sabor, não têm a picância, acidez, pungência ou amargor que costumam ser determinantes para a rejeição de certos alimentos.

 

FOTO: Tiago Queiroz/Estadão

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No caso dessas folhas, a única falha de caráter, na opinião de alguns, é a baba, como a do quiabo – por isso a planta é chamada também de quiabenta. Mas o que seria seu defeito torna as folhas agradáveis à mastigação – elas são crocantes e úmidas quando cruas, macias e escorregadias quando cozidas.

Qualquer criança come e quer mais, não só pelo sabor, mas pela sensação. Aliás, crianças deveriam mesmo comer ora-pro-nóbis com angu de fubá, uma combinação tradicional e perfeita, já que as folhas são ricas em lisina, um aminoácido que falta na proteína do milho e é essencial para o crescimento ósseo.

LEIA MAIS:+ Receita: Bolo de abóbora com ora-pro-nóbis

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Em Sabará, Minas Gerais, onde o frango com quiabo é um clássico, há até uma festa dedicada à verdura, que pode ser apreciada em pratos salgados de toda natureza: omeletes, sopas, recheios, cremes, saladas, massas, etc. Agora, basta ter umas folhinhas nas mãos que a gente fica imaginando usos.

Só para que se saiba, caso se tropece nos seus ramos espinhosos por aí, a propagação da planta se dá facilmente por estaquia. É só espetar um pedaço de galho na terra. Se tiver onde plantar, basta cuidar para que não cresça desordenadamente, formando uma barreira de espinhos intransponíveis, e você terá comida o ano todo.

Em certos países, ora-pro-nóbis é praga. Sorte que aqui a gente cozinha e nhac!

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>> Veja a íntegra da edição do Paladar de 24/10/2013

São muitas as coisas a se dizer sobre o ora-pro-nóbis, mas o principal é que suas folhas são gostosas, nutritivas e fartas. É só a chuva dar sinal e novos rebentos em abundância vêm se juntar ao mar de folhas verdes, como caviar num berço de espinhos – ou melhor, acúleos, o nome oficial de seus espinhos. Mas tanto faz o nome: a espetação dos dedos é a mesma.

Também os brotos de ora-pro-nóbis, com espinhos ainda moles, avermelhados e delicados, são deliciosos. Outra iguaria produzida pela planta, mais comum em climas quentes, é o fruto, que em inglês é chamado de barbados gooseberry e se presta para o feitio de geleias. Sem falar nas flores, atraentes e supermelíferas. Tudo isso faz da planta uma verdadeira fábrica de alimento.

Para nossa sorte, esse cacto originário da América tropical é um dos mais primitivos – afinal, os cactos que evoluíram perderam as folhas ou as têm atrofiadas.

Se o clima não for tão quente, o ora-pro-nóbis continua com suas folhas durante o ano todo. Elas são do tamanho das folhas de laranjeira ou até maiores. São gordinhas, verde-escuras, brilhantes e, como características de sabor, não têm a picância, acidez, pungência ou amargor que costumam ser determinantes para a rejeição de certos alimentos.

 

FOTO: Tiago Queiroz/Estadão

No caso dessas folhas, a única falha de caráter, na opinião de alguns, é a baba, como a do quiabo – por isso a planta é chamada também de quiabenta. Mas o que seria seu defeito torna as folhas agradáveis à mastigação – elas são crocantes e úmidas quando cruas, macias e escorregadias quando cozidas.

Qualquer criança come e quer mais, não só pelo sabor, mas pela sensação. Aliás, crianças deveriam mesmo comer ora-pro-nóbis com angu de fubá, uma combinação tradicional e perfeita, já que as folhas são ricas em lisina, um aminoácido que falta na proteína do milho e é essencial para o crescimento ósseo.

LEIA MAIS:+ Receita: Bolo de abóbora com ora-pro-nóbis

Em Sabará, Minas Gerais, onde o frango com quiabo é um clássico, há até uma festa dedicada à verdura, que pode ser apreciada em pratos salgados de toda natureza: omeletes, sopas, recheios, cremes, saladas, massas, etc. Agora, basta ter umas folhinhas nas mãos que a gente fica imaginando usos.

Só para que se saiba, caso se tropece nos seus ramos espinhosos por aí, a propagação da planta se dá facilmente por estaquia. É só espetar um pedaço de galho na terra. Se tiver onde plantar, basta cuidar para que não cresça desordenadamente, formando uma barreira de espinhos intransponíveis, e você terá comida o ano todo.

Em certos países, ora-pro-nóbis é praga. Sorte que aqui a gente cozinha e nhac!

>> Veja a íntegra da edição do Paladar de 24/10/2013

São muitas as coisas a se dizer sobre o ora-pro-nóbis, mas o principal é que suas folhas são gostosas, nutritivas e fartas. É só a chuva dar sinal e novos rebentos em abundância vêm se juntar ao mar de folhas verdes, como caviar num berço de espinhos – ou melhor, acúleos, o nome oficial de seus espinhos. Mas tanto faz o nome: a espetação dos dedos é a mesma.

Também os brotos de ora-pro-nóbis, com espinhos ainda moles, avermelhados e delicados, são deliciosos. Outra iguaria produzida pela planta, mais comum em climas quentes, é o fruto, que em inglês é chamado de barbados gooseberry e se presta para o feitio de geleias. Sem falar nas flores, atraentes e supermelíferas. Tudo isso faz da planta uma verdadeira fábrica de alimento.

Para nossa sorte, esse cacto originário da América tropical é um dos mais primitivos – afinal, os cactos que evoluíram perderam as folhas ou as têm atrofiadas.

Se o clima não for tão quente, o ora-pro-nóbis continua com suas folhas durante o ano todo. Elas são do tamanho das folhas de laranjeira ou até maiores. São gordinhas, verde-escuras, brilhantes e, como características de sabor, não têm a picância, acidez, pungência ou amargor que costumam ser determinantes para a rejeição de certos alimentos.

 

FOTO: Tiago Queiroz/Estadão

No caso dessas folhas, a única falha de caráter, na opinião de alguns, é a baba, como a do quiabo – por isso a planta é chamada também de quiabenta. Mas o que seria seu defeito torna as folhas agradáveis à mastigação – elas são crocantes e úmidas quando cruas, macias e escorregadias quando cozidas.

Qualquer criança come e quer mais, não só pelo sabor, mas pela sensação. Aliás, crianças deveriam mesmo comer ora-pro-nóbis com angu de fubá, uma combinação tradicional e perfeita, já que as folhas são ricas em lisina, um aminoácido que falta na proteína do milho e é essencial para o crescimento ósseo.

LEIA MAIS:+ Receita: Bolo de abóbora com ora-pro-nóbis

Em Sabará, Minas Gerais, onde o frango com quiabo é um clássico, há até uma festa dedicada à verdura, que pode ser apreciada em pratos salgados de toda natureza: omeletes, sopas, recheios, cremes, saladas, massas, etc. Agora, basta ter umas folhinhas nas mãos que a gente fica imaginando usos.

Só para que se saiba, caso se tropece nos seus ramos espinhosos por aí, a propagação da planta se dá facilmente por estaquia. É só espetar um pedaço de galho na terra. Se tiver onde plantar, basta cuidar para que não cresça desordenadamente, formando uma barreira de espinhos intransponíveis, e você terá comida o ano todo.

Em certos países, ora-pro-nóbis é praga. Sorte que aqui a gente cozinha e nhac!

>> Veja a íntegra da edição do Paladar de 24/10/2013

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