Omakase de carnes é restaurante mais bem avaliado de Buenos Aires


TripAdvisor coloca Fogón, uma parrilla a portas fechadas, no topo do ranking da capital argentina

Por Fernanda Meneguetti

Tinha tudo para der errado. Uma degustação de churrasco na pole position do TripAdvisor. Contudo, o aroma de roubada se dissipa gradativamente no ar de Palermo Viejo: a recepção acolhedora ao primeiro toque da campainha, a tacinha de espumante, o ambiente sóbrio embelezado por peças de artesanato gaúcho, o balcãozão protegendo as grelhas e brasas desenhadas para o lugar.

Detrás delas, “asadores” explicam como funcionará a “experiência” de 10 passos (US$ 80) do Fogón Asado. Em espanhol, inglês ou bom português, uma das línguas em que o serviço é feito com desenvoltura, apresentam métodos de preparos e matérias-primas de excelência. Só falta emendarem que ela é topzera. E eis que, ranço do adjetivo à parte, ela até é.

Asador abastece as grelhas no Fogón, omakase de carnes em Palermo Viejo Foto: Alex Pels
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Uma espécie de spritz portenho, misto de vermute e água com gás, dura até a chegada de vegetais da estação, no caso berinjelas, recheados com ricota caseira. Então, inicia-se a harmonização com os outros nove tempos. A feita com malbecs (US$ 45) é didática e vai bem com o menu como um todo.

Malbec é, sim, uma eno-obsessão brasileira, mas não só. Quem escolhe uma vinícola sabe o que esperar da uva sem surpresas, nem decepções. No mais das vezes, recebe vinhos de frutas carnudas, taninos discretos, facinhos de tomar. No Fogón, não é diferente.

A “inmersión malbec” deixa claro porque a cepa é um best-seller mundial. Ainda assim, ela acrescenta notas de emoção com rótulos de três terroires distintos de Zuccardi (San Pablo, Los Chacayes e Gualtallary) e joga para a galera ao incluir dois Catenas Zapatas (o DV Catena Malbec Adrianna Vineyard e o icônico Malbec Argentino).

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Se as taças são representativas no que tange a vinificação argentina, a comida segue a mesma toada. Hit das parrillas, a provoleta, zero borrachuda, vem com fruta a la plancha em redução de torrontés e antecede molleja e morcilla em canapés leves e bem temperados, desses que convencem quem não come cortes polêmicos a prová-los sem entediar o paladar de quem já gosta.

Costela bovina é uma das estrelas da parrilla a portas fechadas da capital argentina Foto: Damian Liviciche

Na sequência, a costela bovina escorregando pelo osso é performática. Na boca, o derretimento gentil de cada fibra entusiasma os comensais que, em idiomas variados, proliferam declarações de amor, como a de terem comido a melhor carne da vida.

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Minutos mais tarde, o matambre suíno com saladinha cítrica desembarca no balcão como se fosse um limpa palato carnívoro. Chega a vez da “ceja” (literalmente sobrancelha, na prática a capa do bife ancho) defumada, servida com milho e purê de couve-flor. Em bom timing, enfim, vem o principal dos principais.

O ojo de bife com purê de batata doce laranja e vegetais respeita o ponto que o cliente escolher. O conselho do restaurante? Ao ponto, suculento e rosadíssimo no interior. O sangue não escorre, mas é possível que para alguns convivas escorram lagriminhas devido à parceria com o mencionado Malbec Argentino.

Com dulce de leche escorrendo, as panquecas encerram a experiência no Fogón Foto: Damian Liviciche
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Não se trata do último rótulo da noite, visto que as panquecas quentinhas, explodindo de doce de leite, duetam com o Malamado, o primeiro vinho fortificado da Argentina, tanto docinho, quanto sedoso. Cabem ainda outros avisos!

Ao Fogón é preciso ir com fome, muita fome, pois os 10 tempos são substanciosos. É preciso ter sede. De preferência bastante: são cinco vinhos, mais o espumante das boas-vindas, água com ou sem gás, o coquetel, café ou chá...

Além disso, reservas são disputadas e obrigatórias. E tem hora para chegar. E tem que ser pontual. Afinal, o generoso omakase começa ao mesmo tempo para todos os 35 convivas – e há 35 todas as noites.

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Alertas expedidos, é preciso reconhecer que nem todo mundo se digna a deixar bons comentários a um estabelecimento na web gratuitamente. Ou seja, há um mérito do TripAdvisor. Não falta mérito à tal fogueira (tradução de “fogón”) de Palermo.

Muito mais do que oferecer uma degustação de carnes, o banquete do Fogón Asado serve clássicos da cozinha portenha sem falsetes. É mais rock nacional do que tango. Ah, e assegura-se de que cabelos e casacos saiam aromaticamente ilesos!

Fogón Asado

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Gorriti 3780, Palermo, Buenos Aires. Todos os dias a partir das 19h30. Reservas: + 54 11 7079-1423 ou via fogonasado.com/pt/book-now-5/

Tinha tudo para der errado. Uma degustação de churrasco na pole position do TripAdvisor. Contudo, o aroma de roubada se dissipa gradativamente no ar de Palermo Viejo: a recepção acolhedora ao primeiro toque da campainha, a tacinha de espumante, o ambiente sóbrio embelezado por peças de artesanato gaúcho, o balcãozão protegendo as grelhas e brasas desenhadas para o lugar.

Detrás delas, “asadores” explicam como funcionará a “experiência” de 10 passos (US$ 80) do Fogón Asado. Em espanhol, inglês ou bom português, uma das línguas em que o serviço é feito com desenvoltura, apresentam métodos de preparos e matérias-primas de excelência. Só falta emendarem que ela é topzera. E eis que, ranço do adjetivo à parte, ela até é.

Asador abastece as grelhas no Fogón, omakase de carnes em Palermo Viejo Foto: Alex Pels

Uma espécie de spritz portenho, misto de vermute e água com gás, dura até a chegada de vegetais da estação, no caso berinjelas, recheados com ricota caseira. Então, inicia-se a harmonização com os outros nove tempos. A feita com malbecs (US$ 45) é didática e vai bem com o menu como um todo.

Malbec é, sim, uma eno-obsessão brasileira, mas não só. Quem escolhe uma vinícola sabe o que esperar da uva sem surpresas, nem decepções. No mais das vezes, recebe vinhos de frutas carnudas, taninos discretos, facinhos de tomar. No Fogón, não é diferente.

A “inmersión malbec” deixa claro porque a cepa é um best-seller mundial. Ainda assim, ela acrescenta notas de emoção com rótulos de três terroires distintos de Zuccardi (San Pablo, Los Chacayes e Gualtallary) e joga para a galera ao incluir dois Catenas Zapatas (o DV Catena Malbec Adrianna Vineyard e o icônico Malbec Argentino).

Se as taças são representativas no que tange a vinificação argentina, a comida segue a mesma toada. Hit das parrillas, a provoleta, zero borrachuda, vem com fruta a la plancha em redução de torrontés e antecede molleja e morcilla em canapés leves e bem temperados, desses que convencem quem não come cortes polêmicos a prová-los sem entediar o paladar de quem já gosta.

Costela bovina é uma das estrelas da parrilla a portas fechadas da capital argentina Foto: Damian Liviciche

Na sequência, a costela bovina escorregando pelo osso é performática. Na boca, o derretimento gentil de cada fibra entusiasma os comensais que, em idiomas variados, proliferam declarações de amor, como a de terem comido a melhor carne da vida.

Minutos mais tarde, o matambre suíno com saladinha cítrica desembarca no balcão como se fosse um limpa palato carnívoro. Chega a vez da “ceja” (literalmente sobrancelha, na prática a capa do bife ancho) defumada, servida com milho e purê de couve-flor. Em bom timing, enfim, vem o principal dos principais.

O ojo de bife com purê de batata doce laranja e vegetais respeita o ponto que o cliente escolher. O conselho do restaurante? Ao ponto, suculento e rosadíssimo no interior. O sangue não escorre, mas é possível que para alguns convivas escorram lagriminhas devido à parceria com o mencionado Malbec Argentino.

Com dulce de leche escorrendo, as panquecas encerram a experiência no Fogón Foto: Damian Liviciche

Não se trata do último rótulo da noite, visto que as panquecas quentinhas, explodindo de doce de leite, duetam com o Malamado, o primeiro vinho fortificado da Argentina, tanto docinho, quanto sedoso. Cabem ainda outros avisos!

Ao Fogón é preciso ir com fome, muita fome, pois os 10 tempos são substanciosos. É preciso ter sede. De preferência bastante: são cinco vinhos, mais o espumante das boas-vindas, água com ou sem gás, o coquetel, café ou chá...

Além disso, reservas são disputadas e obrigatórias. E tem hora para chegar. E tem que ser pontual. Afinal, o generoso omakase começa ao mesmo tempo para todos os 35 convivas – e há 35 todas as noites.

Alertas expedidos, é preciso reconhecer que nem todo mundo se digna a deixar bons comentários a um estabelecimento na web gratuitamente. Ou seja, há um mérito do TripAdvisor. Não falta mérito à tal fogueira (tradução de “fogón”) de Palermo.

Muito mais do que oferecer uma degustação de carnes, o banquete do Fogón Asado serve clássicos da cozinha portenha sem falsetes. É mais rock nacional do que tango. Ah, e assegura-se de que cabelos e casacos saiam aromaticamente ilesos!

Fogón Asado

Gorriti 3780, Palermo, Buenos Aires. Todos os dias a partir das 19h30. Reservas: + 54 11 7079-1423 ou via fogonasado.com/pt/book-now-5/

Tinha tudo para der errado. Uma degustação de churrasco na pole position do TripAdvisor. Contudo, o aroma de roubada se dissipa gradativamente no ar de Palermo Viejo: a recepção acolhedora ao primeiro toque da campainha, a tacinha de espumante, o ambiente sóbrio embelezado por peças de artesanato gaúcho, o balcãozão protegendo as grelhas e brasas desenhadas para o lugar.

Detrás delas, “asadores” explicam como funcionará a “experiência” de 10 passos (US$ 80) do Fogón Asado. Em espanhol, inglês ou bom português, uma das línguas em que o serviço é feito com desenvoltura, apresentam métodos de preparos e matérias-primas de excelência. Só falta emendarem que ela é topzera. E eis que, ranço do adjetivo à parte, ela até é.

Asador abastece as grelhas no Fogón, omakase de carnes em Palermo Viejo Foto: Alex Pels

Uma espécie de spritz portenho, misto de vermute e água com gás, dura até a chegada de vegetais da estação, no caso berinjelas, recheados com ricota caseira. Então, inicia-se a harmonização com os outros nove tempos. A feita com malbecs (US$ 45) é didática e vai bem com o menu como um todo.

Malbec é, sim, uma eno-obsessão brasileira, mas não só. Quem escolhe uma vinícola sabe o que esperar da uva sem surpresas, nem decepções. No mais das vezes, recebe vinhos de frutas carnudas, taninos discretos, facinhos de tomar. No Fogón, não é diferente.

A “inmersión malbec” deixa claro porque a cepa é um best-seller mundial. Ainda assim, ela acrescenta notas de emoção com rótulos de três terroires distintos de Zuccardi (San Pablo, Los Chacayes e Gualtallary) e joga para a galera ao incluir dois Catenas Zapatas (o DV Catena Malbec Adrianna Vineyard e o icônico Malbec Argentino).

Se as taças são representativas no que tange a vinificação argentina, a comida segue a mesma toada. Hit das parrillas, a provoleta, zero borrachuda, vem com fruta a la plancha em redução de torrontés e antecede molleja e morcilla em canapés leves e bem temperados, desses que convencem quem não come cortes polêmicos a prová-los sem entediar o paladar de quem já gosta.

Costela bovina é uma das estrelas da parrilla a portas fechadas da capital argentina Foto: Damian Liviciche

Na sequência, a costela bovina escorregando pelo osso é performática. Na boca, o derretimento gentil de cada fibra entusiasma os comensais que, em idiomas variados, proliferam declarações de amor, como a de terem comido a melhor carne da vida.

Minutos mais tarde, o matambre suíno com saladinha cítrica desembarca no balcão como se fosse um limpa palato carnívoro. Chega a vez da “ceja” (literalmente sobrancelha, na prática a capa do bife ancho) defumada, servida com milho e purê de couve-flor. Em bom timing, enfim, vem o principal dos principais.

O ojo de bife com purê de batata doce laranja e vegetais respeita o ponto que o cliente escolher. O conselho do restaurante? Ao ponto, suculento e rosadíssimo no interior. O sangue não escorre, mas é possível que para alguns convivas escorram lagriminhas devido à parceria com o mencionado Malbec Argentino.

Com dulce de leche escorrendo, as panquecas encerram a experiência no Fogón Foto: Damian Liviciche

Não se trata do último rótulo da noite, visto que as panquecas quentinhas, explodindo de doce de leite, duetam com o Malamado, o primeiro vinho fortificado da Argentina, tanto docinho, quanto sedoso. Cabem ainda outros avisos!

Ao Fogón é preciso ir com fome, muita fome, pois os 10 tempos são substanciosos. É preciso ter sede. De preferência bastante: são cinco vinhos, mais o espumante das boas-vindas, água com ou sem gás, o coquetel, café ou chá...

Além disso, reservas são disputadas e obrigatórias. E tem hora para chegar. E tem que ser pontual. Afinal, o generoso omakase começa ao mesmo tempo para todos os 35 convivas – e há 35 todas as noites.

Alertas expedidos, é preciso reconhecer que nem todo mundo se digna a deixar bons comentários a um estabelecimento na web gratuitamente. Ou seja, há um mérito do TripAdvisor. Não falta mérito à tal fogueira (tradução de “fogón”) de Palermo.

Muito mais do que oferecer uma degustação de carnes, o banquete do Fogón Asado serve clássicos da cozinha portenha sem falsetes. É mais rock nacional do que tango. Ah, e assegura-se de que cabelos e casacos saiam aromaticamente ilesos!

Fogón Asado

Gorriti 3780, Palermo, Buenos Aires. Todos os dias a partir das 19h30. Reservas: + 54 11 7079-1423 ou via fogonasado.com/pt/book-now-5/

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