O encontro da gastronomia com a sustentabilidade

Ajude a reverter a crise da Amazônia na sua cozinha


Gerar demanda para carne e pescados sustentáveis e consumir produtos feitos por comunidades indígenas estão entre as atitudes que você pode tomar

Por Roberto Smeraldi

A Amazônia voltou às manchetes do mundo inteiro por conta da emergência de desmatamento e fogo descontrolado. Em Nova York (de onde escrevo esta coluna), nos próximos dias, o tema será destaque da Cúpula das Nações Unidas. Prevalece no público a sensação de impotência e frustração. As pessoas me perguntam com ceticismo: será que eu posso fazer alguma coisa?

O lugar onde cada um pode fazer mais a diferença a respeito do que acontece na Amazônia... é sua própria cozinha. Vamos ver quatro atitudes que poderiam rapidamente reverter a crise amazônica sem precisar de grandes planos governamentais, apenas a partir da comida.

Tambaqui, peixe de rio amazônico, na brasa. Foto: Felipe Rau/Estadão
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1. Sabemos que a pecuária bovina é o mais difuso vetor de desmatamento e uso do fogo. Mas não pensem que a solução é parar de comer carne. Pelo contrário, assim fazendo desestimulamos o investimento em tecnologia que é necessário para a pecuária da Amazônia passar a ocupar uma área muito inferior àquela ocupada atualmente. A produção de carne da Amazônia é pequena, não chega a um quinto do total nacional, pois a pecuária é pouco produtiva. Os bons produtores abandonaram há tempo o uso do fogo e do desmatamento. Gerar demanda para carne sustentável amazônica é algo que pode rapidamente alterar a forma de ocupação da região e quase eliminar o emprego do fogo.

2. A soja é um dos insumos mais difíceis de ser identificados pelo consumidor, porque não é percebido: está no porco e no frango em forma de ração, na fritura em forma de óleo, nos sorvetes, molhos, bolachas... Por outro lado, a vantagem é que esses produtos em geral são oferecidos por grandes indústrias. Dessa forma é mais fácil exigir rotulagem e garantias de que a soja que elas utilizam seja livre de desmatamento, o que hoje já é possível certificar.

3. Os pescados da Amazônia oferecem opções diversas e atrativas para todos os gostos, ao mesmo tempo que têm o potencial, tanto na piscicultura quanto na pesca, de empregar um grande contingente de pessoas, gerando assim alternativas econômicas à destruição da floresta. Para ter rios e açudes preservados, é preciso manter a floresta em boas condições. Consumir pescados amazônicos, como tambaqui e pirarucu, é portanto uma excelente opção.

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4. A população tradicional e indígena da Amazônia é, desde sempre, a melhor guardiã da floresta. O conjunto de produtos agroflorestais oriundos de suas comunidades e cooperativas é enorme, sejam frescos, sejam processados: frutas, geleias, castanhas, pimentas, tapiocas, farinhas, tucupi, cogumelos, temperos, mel, chocolate... Consumir esses produtos amazônicos não significa só ter uma cozinha mais variada, saudável e cativante. Também permite que essas populações sigam conservando suas reservas e territórios.

Se pensarmos que em toda a área rural da Amazônia vivem cerca de 7 milhões de pessoas – aproximadamente um terço da população da Grande São Paulo – o volume de consumo que pode fazer a diferença é relativamente modesto e fácil de alcançar. Em vez de esperar pelo governo, que tal começar com uma costelinha de tambaqui assada, uma tigela de açaí, farofa de castanha e uma pimentinha jiquitaia?

Açaí, a fruta púrpura do Norte. Foto: Paulo Santos/Reuters
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Saiba mais sobre ingredientes amazônicos

● Está na hora de usar cogumelos ianomâminacionais e aromáticos ● Vitória-régia é tão bonita quanto comestível, apesar de uso pouco conhecido ● As histórias e o sabor bem amazonense do tucumã, fruto desconhecido no Sudeste ● Farinha de babaçu, fruto amazônico, é ótima alternativa ao amido de milho ● Habitantes do vale do Guaporé domesticaram quatro espécies de arroz na pré-história Amazônica ● Açaí, a fruta púrpura do Norte ● O surpreendente café conilon da etnia Tupari, da Amazônia ● Castanha de sapucaia, uma iguaria amazônica ● Conheça as especiarias brasileiras e saiba como usar cada uma delas ● Bacuri, um dos melhores frutos do mundo

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Onde comprar produtos da Amazônia em SP

Box Amazônia no Mercado Municipal de Pinheiros. Rua Pedro Cristi, 89, Pinheiros, 3032-0875 ● Combu da Amazônia. Rua Martiniano de Carvalho, 97, Bela Vista, 2307-7100 ● Casa Santa Luzia. Al. Lorena, 1.471, Jd. Paulista, 3897-5000 ● Empório Poitara. Encomendas por 97310-5024 ou toni.ginger@gmail.com ● Açougue Santa Bárbara. Rua dos Três Irmãos, 524, Morumbi, 2176-8400 (vende peixes como pirarucu) ● Chocolates feitos com cacau amazônico e marcas como Manioca (de farinha, tucupi, geleias e temperos) já podem ser encontrados em grandes supermercados

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Os sabores da Amazônia

1 | 27

Um passeio pelas preciosidades de Manaus

Foto: Alberto César Araújo/Estadão
2 | 27

Pupunha crua

Foto: Alberto César Araújo/Estadão
3 | 27

Pupunha cozida

Foto: Alberto César Araújo/Estadão
4 | 27

Ingá por fora

Foto: Alberto César Araújo/Estadão
5 | 27

Ingá por dentro

Foto: Alberto César Araújo/Estadão
6 | 27

Melão do Norte

Foto: Alberto César Araújo/Estadão
7 | 27

Pitomba

Foto: Alberto César Araújo/Estadão
8 | 27

Castanha-do-pará fresca sendo descascada

Foto: Alberto César Araújo/Estadão
9 | 27

Garrafa de murici

Foto: Alberto César Araújo/Estadão
10 | 27

Loja-casa

Foto: Alberto César Araújo/Estadão
11 | 27

Azeitona de Manaus

Foto: Alberto César Araújo/Estadão
12 | 27

Tucumã

Foto: Alberto César Araújo/Estadão
13 | 27

X-caboquinho

Foto: Alberto César Araújo/Estadão
14 | 27

Mercado Municipal

Foto: Alberto César Araújo/Estadão
15 | 27

Peixes no Mercado Municipal

Foto: Alberto César Araújo/Estadão
16 | 27

Sem gelo

Foto: Alberto César Araújo/Estadão
17 | 27

Um peixe e seu ditado

Foto: Alberto César Araújo/Estadão
18 | 27

Tirar as escamas e ticar

Foto: Alberto César Araújo/Estadão
19 | 27

Tucunaré

Foto: Alberto César Araújo/Estadão
20 | 27

Pirarucu seco

Foto: Alberto César Araújo/Estadão
21 | 27

Feira Manaus Moderna

Foto: Alberto César Araújo/Estadão
22 | 27

Pimenta ova de aruanã

Foto: Alberto César Araújo/Estadão
23 | 27

Farinhas

Foto: Alberto César Araújo/Estadão
24 | 27

Farinha de Uarini

Foto: Alberto César Araújo/Estadão
25 | 27

Chicória-do-norte

Foto: Alberto César Araújo/Estadão
26 | 27

Garrafas de tucupi

Foto: Alberto César Araújo/Estadão
27 | 27

Tem jambu, tem jambu

Foto: Alberto César Araújo/Estadão

A Amazônia voltou às manchetes do mundo inteiro por conta da emergência de desmatamento e fogo descontrolado. Em Nova York (de onde escrevo esta coluna), nos próximos dias, o tema será destaque da Cúpula das Nações Unidas. Prevalece no público a sensação de impotência e frustração. As pessoas me perguntam com ceticismo: será que eu posso fazer alguma coisa?

O lugar onde cada um pode fazer mais a diferença a respeito do que acontece na Amazônia... é sua própria cozinha. Vamos ver quatro atitudes que poderiam rapidamente reverter a crise amazônica sem precisar de grandes planos governamentais, apenas a partir da comida.

Tambaqui, peixe de rio amazônico, na brasa. Foto: Felipe Rau/Estadão

1. Sabemos que a pecuária bovina é o mais difuso vetor de desmatamento e uso do fogo. Mas não pensem que a solução é parar de comer carne. Pelo contrário, assim fazendo desestimulamos o investimento em tecnologia que é necessário para a pecuária da Amazônia passar a ocupar uma área muito inferior àquela ocupada atualmente. A produção de carne da Amazônia é pequena, não chega a um quinto do total nacional, pois a pecuária é pouco produtiva. Os bons produtores abandonaram há tempo o uso do fogo e do desmatamento. Gerar demanda para carne sustentável amazônica é algo que pode rapidamente alterar a forma de ocupação da região e quase eliminar o emprego do fogo.

2. A soja é um dos insumos mais difíceis de ser identificados pelo consumidor, porque não é percebido: está no porco e no frango em forma de ração, na fritura em forma de óleo, nos sorvetes, molhos, bolachas... Por outro lado, a vantagem é que esses produtos em geral são oferecidos por grandes indústrias. Dessa forma é mais fácil exigir rotulagem e garantias de que a soja que elas utilizam seja livre de desmatamento, o que hoje já é possível certificar.

3. Os pescados da Amazônia oferecem opções diversas e atrativas para todos os gostos, ao mesmo tempo que têm o potencial, tanto na piscicultura quanto na pesca, de empregar um grande contingente de pessoas, gerando assim alternativas econômicas à destruição da floresta. Para ter rios e açudes preservados, é preciso manter a floresta em boas condições. Consumir pescados amazônicos, como tambaqui e pirarucu, é portanto uma excelente opção.

4. A população tradicional e indígena da Amazônia é, desde sempre, a melhor guardiã da floresta. O conjunto de produtos agroflorestais oriundos de suas comunidades e cooperativas é enorme, sejam frescos, sejam processados: frutas, geleias, castanhas, pimentas, tapiocas, farinhas, tucupi, cogumelos, temperos, mel, chocolate... Consumir esses produtos amazônicos não significa só ter uma cozinha mais variada, saudável e cativante. Também permite que essas populações sigam conservando suas reservas e territórios.

Se pensarmos que em toda a área rural da Amazônia vivem cerca de 7 milhões de pessoas – aproximadamente um terço da população da Grande São Paulo – o volume de consumo que pode fazer a diferença é relativamente modesto e fácil de alcançar. Em vez de esperar pelo governo, que tal começar com uma costelinha de tambaqui assada, uma tigela de açaí, farofa de castanha e uma pimentinha jiquitaia?

Açaí, a fruta púrpura do Norte. Foto: Paulo Santos/Reuters

 

Saiba mais sobre ingredientes amazônicos

● Está na hora de usar cogumelos ianomâminacionais e aromáticos ● Vitória-régia é tão bonita quanto comestível, apesar de uso pouco conhecido ● As histórias e o sabor bem amazonense do tucumã, fruto desconhecido no Sudeste ● Farinha de babaçu, fruto amazônico, é ótima alternativa ao amido de milho ● Habitantes do vale do Guaporé domesticaram quatro espécies de arroz na pré-história Amazônica ● Açaí, a fruta púrpura do Norte ● O surpreendente café conilon da etnia Tupari, da Amazônia ● Castanha de sapucaia, uma iguaria amazônica ● Conheça as especiarias brasileiras e saiba como usar cada uma delas ● Bacuri, um dos melhores frutos do mundo

 

Onde comprar produtos da Amazônia em SP

Box Amazônia no Mercado Municipal de Pinheiros. Rua Pedro Cristi, 89, Pinheiros, 3032-0875 ● Combu da Amazônia. Rua Martiniano de Carvalho, 97, Bela Vista, 2307-7100 ● Casa Santa Luzia. Al. Lorena, 1.471, Jd. Paulista, 3897-5000 ● Empório Poitara. Encomendas por 97310-5024 ou toni.ginger@gmail.com ● Açougue Santa Bárbara. Rua dos Três Irmãos, 524, Morumbi, 2176-8400 (vende peixes como pirarucu) ● Chocolates feitos com cacau amazônico e marcas como Manioca (de farinha, tucupi, geleias e temperos) já podem ser encontrados em grandes supermercados

Os sabores da Amazônia

1 | 27

Um passeio pelas preciosidades de Manaus

Foto: Alberto César Araújo/Estadão
2 | 27

Pupunha crua

Foto: Alberto César Araújo/Estadão
3 | 27

Pupunha cozida

Foto: Alberto César Araújo/Estadão
4 | 27

Ingá por fora

Foto: Alberto César Araújo/Estadão
5 | 27

Ingá por dentro

Foto: Alberto César Araújo/Estadão
6 | 27

Melão do Norte

Foto: Alberto César Araújo/Estadão
7 | 27

Pitomba

Foto: Alberto César Araújo/Estadão
8 | 27

Castanha-do-pará fresca sendo descascada

Foto: Alberto César Araújo/Estadão
9 | 27

Garrafa de murici

Foto: Alberto César Araújo/Estadão
10 | 27

Loja-casa

Foto: Alberto César Araújo/Estadão
11 | 27

Azeitona de Manaus

Foto: Alberto César Araújo/Estadão
12 | 27

Tucumã

Foto: Alberto César Araújo/Estadão
13 | 27

X-caboquinho

Foto: Alberto César Araújo/Estadão
14 | 27

Mercado Municipal

Foto: Alberto César Araújo/Estadão
15 | 27

Peixes no Mercado Municipal

Foto: Alberto César Araújo/Estadão
16 | 27

Sem gelo

Foto: Alberto César Araújo/Estadão
17 | 27

Um peixe e seu ditado

Foto: Alberto César Araújo/Estadão
18 | 27

Tirar as escamas e ticar

Foto: Alberto César Araújo/Estadão
19 | 27

Tucunaré

Foto: Alberto César Araújo/Estadão
20 | 27

Pirarucu seco

Foto: Alberto César Araújo/Estadão
21 | 27

Feira Manaus Moderna

Foto: Alberto César Araújo/Estadão
22 | 27

Pimenta ova de aruanã

Foto: Alberto César Araújo/Estadão
23 | 27

Farinhas

Foto: Alberto César Araújo/Estadão
24 | 27

Farinha de Uarini

Foto: Alberto César Araújo/Estadão
25 | 27

Chicória-do-norte

Foto: Alberto César Araújo/Estadão
26 | 27

Garrafas de tucupi

Foto: Alberto César Araújo/Estadão
27 | 27

Tem jambu, tem jambu

Foto: Alberto César Araújo/Estadão

A Amazônia voltou às manchetes do mundo inteiro por conta da emergência de desmatamento e fogo descontrolado. Em Nova York (de onde escrevo esta coluna), nos próximos dias, o tema será destaque da Cúpula das Nações Unidas. Prevalece no público a sensação de impotência e frustração. As pessoas me perguntam com ceticismo: será que eu posso fazer alguma coisa?

O lugar onde cada um pode fazer mais a diferença a respeito do que acontece na Amazônia... é sua própria cozinha. Vamos ver quatro atitudes que poderiam rapidamente reverter a crise amazônica sem precisar de grandes planos governamentais, apenas a partir da comida.

Tambaqui, peixe de rio amazônico, na brasa. Foto: Felipe Rau/Estadão

1. Sabemos que a pecuária bovina é o mais difuso vetor de desmatamento e uso do fogo. Mas não pensem que a solução é parar de comer carne. Pelo contrário, assim fazendo desestimulamos o investimento em tecnologia que é necessário para a pecuária da Amazônia passar a ocupar uma área muito inferior àquela ocupada atualmente. A produção de carne da Amazônia é pequena, não chega a um quinto do total nacional, pois a pecuária é pouco produtiva. Os bons produtores abandonaram há tempo o uso do fogo e do desmatamento. Gerar demanda para carne sustentável amazônica é algo que pode rapidamente alterar a forma de ocupação da região e quase eliminar o emprego do fogo.

2. A soja é um dos insumos mais difíceis de ser identificados pelo consumidor, porque não é percebido: está no porco e no frango em forma de ração, na fritura em forma de óleo, nos sorvetes, molhos, bolachas... Por outro lado, a vantagem é que esses produtos em geral são oferecidos por grandes indústrias. Dessa forma é mais fácil exigir rotulagem e garantias de que a soja que elas utilizam seja livre de desmatamento, o que hoje já é possível certificar.

3. Os pescados da Amazônia oferecem opções diversas e atrativas para todos os gostos, ao mesmo tempo que têm o potencial, tanto na piscicultura quanto na pesca, de empregar um grande contingente de pessoas, gerando assim alternativas econômicas à destruição da floresta. Para ter rios e açudes preservados, é preciso manter a floresta em boas condições. Consumir pescados amazônicos, como tambaqui e pirarucu, é portanto uma excelente opção.

4. A população tradicional e indígena da Amazônia é, desde sempre, a melhor guardiã da floresta. O conjunto de produtos agroflorestais oriundos de suas comunidades e cooperativas é enorme, sejam frescos, sejam processados: frutas, geleias, castanhas, pimentas, tapiocas, farinhas, tucupi, cogumelos, temperos, mel, chocolate... Consumir esses produtos amazônicos não significa só ter uma cozinha mais variada, saudável e cativante. Também permite que essas populações sigam conservando suas reservas e territórios.

Se pensarmos que em toda a área rural da Amazônia vivem cerca de 7 milhões de pessoas – aproximadamente um terço da população da Grande São Paulo – o volume de consumo que pode fazer a diferença é relativamente modesto e fácil de alcançar. Em vez de esperar pelo governo, que tal começar com uma costelinha de tambaqui assada, uma tigela de açaí, farofa de castanha e uma pimentinha jiquitaia?

Açaí, a fruta púrpura do Norte. Foto: Paulo Santos/Reuters

 

Saiba mais sobre ingredientes amazônicos

● Está na hora de usar cogumelos ianomâminacionais e aromáticos ● Vitória-régia é tão bonita quanto comestível, apesar de uso pouco conhecido ● As histórias e o sabor bem amazonense do tucumã, fruto desconhecido no Sudeste ● Farinha de babaçu, fruto amazônico, é ótima alternativa ao amido de milho ● Habitantes do vale do Guaporé domesticaram quatro espécies de arroz na pré-história Amazônica ● Açaí, a fruta púrpura do Norte ● O surpreendente café conilon da etnia Tupari, da Amazônia ● Castanha de sapucaia, uma iguaria amazônica ● Conheça as especiarias brasileiras e saiba como usar cada uma delas ● Bacuri, um dos melhores frutos do mundo

 

Onde comprar produtos da Amazônia em SP

Box Amazônia no Mercado Municipal de Pinheiros. Rua Pedro Cristi, 89, Pinheiros, 3032-0875 ● Combu da Amazônia. Rua Martiniano de Carvalho, 97, Bela Vista, 2307-7100 ● Casa Santa Luzia. Al. Lorena, 1.471, Jd. Paulista, 3897-5000 ● Empório Poitara. Encomendas por 97310-5024 ou toni.ginger@gmail.com ● Açougue Santa Bárbara. Rua dos Três Irmãos, 524, Morumbi, 2176-8400 (vende peixes como pirarucu) ● Chocolates feitos com cacau amazônico e marcas como Manioca (de farinha, tucupi, geleias e temperos) já podem ser encontrados em grandes supermercados

Os sabores da Amazônia

1 | 27

Um passeio pelas preciosidades de Manaus

Foto: Alberto César Araújo/Estadão
2 | 27

Pupunha crua

Foto: Alberto César Araújo/Estadão
3 | 27

Pupunha cozida

Foto: Alberto César Araújo/Estadão
4 | 27

Ingá por fora

Foto: Alberto César Araújo/Estadão
5 | 27

Ingá por dentro

Foto: Alberto César Araújo/Estadão
6 | 27

Melão do Norte

Foto: Alberto César Araújo/Estadão
7 | 27

Pitomba

Foto: Alberto César Araújo/Estadão
8 | 27

Castanha-do-pará fresca sendo descascada

Foto: Alberto César Araújo/Estadão
9 | 27

Garrafa de murici

Foto: Alberto César Araújo/Estadão
10 | 27

Loja-casa

Foto: Alberto César Araújo/Estadão
11 | 27

Azeitona de Manaus

Foto: Alberto César Araújo/Estadão
12 | 27

Tucumã

Foto: Alberto César Araújo/Estadão
13 | 27

X-caboquinho

Foto: Alberto César Araújo/Estadão
14 | 27

Mercado Municipal

Foto: Alberto César Araújo/Estadão
15 | 27

Peixes no Mercado Municipal

Foto: Alberto César Araújo/Estadão
16 | 27

Sem gelo

Foto: Alberto César Araújo/Estadão
17 | 27

Um peixe e seu ditado

Foto: Alberto César Araújo/Estadão
18 | 27

Tirar as escamas e ticar

Foto: Alberto César Araújo/Estadão
19 | 27

Tucunaré

Foto: Alberto César Araújo/Estadão
20 | 27

Pirarucu seco

Foto: Alberto César Araújo/Estadão
21 | 27

Feira Manaus Moderna

Foto: Alberto César Araújo/Estadão
22 | 27

Pimenta ova de aruanã

Foto: Alberto César Araújo/Estadão
23 | 27

Farinhas

Foto: Alberto César Araújo/Estadão
24 | 27

Farinha de Uarini

Foto: Alberto César Araújo/Estadão
25 | 27

Chicória-do-norte

Foto: Alberto César Araújo/Estadão
26 | 27

Garrafas de tucupi

Foto: Alberto César Araújo/Estadão
27 | 27

Tem jambu, tem jambu

Foto: Alberto César Araújo/Estadão

A Amazônia voltou às manchetes do mundo inteiro por conta da emergência de desmatamento e fogo descontrolado. Em Nova York (de onde escrevo esta coluna), nos próximos dias, o tema será destaque da Cúpula das Nações Unidas. Prevalece no público a sensação de impotência e frustração. As pessoas me perguntam com ceticismo: será que eu posso fazer alguma coisa?

O lugar onde cada um pode fazer mais a diferença a respeito do que acontece na Amazônia... é sua própria cozinha. Vamos ver quatro atitudes que poderiam rapidamente reverter a crise amazônica sem precisar de grandes planos governamentais, apenas a partir da comida.

Tambaqui, peixe de rio amazônico, na brasa. Foto: Felipe Rau/Estadão

1. Sabemos que a pecuária bovina é o mais difuso vetor de desmatamento e uso do fogo. Mas não pensem que a solução é parar de comer carne. Pelo contrário, assim fazendo desestimulamos o investimento em tecnologia que é necessário para a pecuária da Amazônia passar a ocupar uma área muito inferior àquela ocupada atualmente. A produção de carne da Amazônia é pequena, não chega a um quinto do total nacional, pois a pecuária é pouco produtiva. Os bons produtores abandonaram há tempo o uso do fogo e do desmatamento. Gerar demanda para carne sustentável amazônica é algo que pode rapidamente alterar a forma de ocupação da região e quase eliminar o emprego do fogo.

2. A soja é um dos insumos mais difíceis de ser identificados pelo consumidor, porque não é percebido: está no porco e no frango em forma de ração, na fritura em forma de óleo, nos sorvetes, molhos, bolachas... Por outro lado, a vantagem é que esses produtos em geral são oferecidos por grandes indústrias. Dessa forma é mais fácil exigir rotulagem e garantias de que a soja que elas utilizam seja livre de desmatamento, o que hoje já é possível certificar.

3. Os pescados da Amazônia oferecem opções diversas e atrativas para todos os gostos, ao mesmo tempo que têm o potencial, tanto na piscicultura quanto na pesca, de empregar um grande contingente de pessoas, gerando assim alternativas econômicas à destruição da floresta. Para ter rios e açudes preservados, é preciso manter a floresta em boas condições. Consumir pescados amazônicos, como tambaqui e pirarucu, é portanto uma excelente opção.

4. A população tradicional e indígena da Amazônia é, desde sempre, a melhor guardiã da floresta. O conjunto de produtos agroflorestais oriundos de suas comunidades e cooperativas é enorme, sejam frescos, sejam processados: frutas, geleias, castanhas, pimentas, tapiocas, farinhas, tucupi, cogumelos, temperos, mel, chocolate... Consumir esses produtos amazônicos não significa só ter uma cozinha mais variada, saudável e cativante. Também permite que essas populações sigam conservando suas reservas e territórios.

Se pensarmos que em toda a área rural da Amazônia vivem cerca de 7 milhões de pessoas – aproximadamente um terço da população da Grande São Paulo – o volume de consumo que pode fazer a diferença é relativamente modesto e fácil de alcançar. Em vez de esperar pelo governo, que tal começar com uma costelinha de tambaqui assada, uma tigela de açaí, farofa de castanha e uma pimentinha jiquitaia?

Açaí, a fruta púrpura do Norte. Foto: Paulo Santos/Reuters

 

Saiba mais sobre ingredientes amazônicos

● Está na hora de usar cogumelos ianomâminacionais e aromáticos ● Vitória-régia é tão bonita quanto comestível, apesar de uso pouco conhecido ● As histórias e o sabor bem amazonense do tucumã, fruto desconhecido no Sudeste ● Farinha de babaçu, fruto amazônico, é ótima alternativa ao amido de milho ● Habitantes do vale do Guaporé domesticaram quatro espécies de arroz na pré-história Amazônica ● Açaí, a fruta púrpura do Norte ● O surpreendente café conilon da etnia Tupari, da Amazônia ● Castanha de sapucaia, uma iguaria amazônica ● Conheça as especiarias brasileiras e saiba como usar cada uma delas ● Bacuri, um dos melhores frutos do mundo

 

Onde comprar produtos da Amazônia em SP

Box Amazônia no Mercado Municipal de Pinheiros. Rua Pedro Cristi, 89, Pinheiros, 3032-0875 ● Combu da Amazônia. Rua Martiniano de Carvalho, 97, Bela Vista, 2307-7100 ● Casa Santa Luzia. Al. Lorena, 1.471, Jd. Paulista, 3897-5000 ● Empório Poitara. Encomendas por 97310-5024 ou toni.ginger@gmail.com ● Açougue Santa Bárbara. Rua dos Três Irmãos, 524, Morumbi, 2176-8400 (vende peixes como pirarucu) ● Chocolates feitos com cacau amazônico e marcas como Manioca (de farinha, tucupi, geleias e temperos) já podem ser encontrados em grandes supermercados

Os sabores da Amazônia

1 | 27

Um passeio pelas preciosidades de Manaus

Foto: Alberto César Araújo/Estadão
2 | 27

Pupunha crua

Foto: Alberto César Araújo/Estadão
3 | 27

Pupunha cozida

Foto: Alberto César Araújo/Estadão
4 | 27

Ingá por fora

Foto: Alberto César Araújo/Estadão
5 | 27

Ingá por dentro

Foto: Alberto César Araújo/Estadão
6 | 27

Melão do Norte

Foto: Alberto César Araújo/Estadão
7 | 27

Pitomba

Foto: Alberto César Araújo/Estadão
8 | 27

Castanha-do-pará fresca sendo descascada

Foto: Alberto César Araújo/Estadão
9 | 27

Garrafa de murici

Foto: Alberto César Araújo/Estadão
10 | 27

Loja-casa

Foto: Alberto César Araújo/Estadão
11 | 27

Azeitona de Manaus

Foto: Alberto César Araújo/Estadão
12 | 27

Tucumã

Foto: Alberto César Araújo/Estadão
13 | 27

X-caboquinho

Foto: Alberto César Araújo/Estadão
14 | 27

Mercado Municipal

Foto: Alberto César Araújo/Estadão
15 | 27

Peixes no Mercado Municipal

Foto: Alberto César Araújo/Estadão
16 | 27

Sem gelo

Foto: Alberto César Araújo/Estadão
17 | 27

Um peixe e seu ditado

Foto: Alberto César Araújo/Estadão
18 | 27

Tirar as escamas e ticar

Foto: Alberto César Araújo/Estadão
19 | 27

Tucunaré

Foto: Alberto César Araújo/Estadão
20 | 27

Pirarucu seco

Foto: Alberto César Araújo/Estadão
21 | 27

Feira Manaus Moderna

Foto: Alberto César Araújo/Estadão
22 | 27

Pimenta ova de aruanã

Foto: Alberto César Araújo/Estadão
23 | 27

Farinhas

Foto: Alberto César Araújo/Estadão
24 | 27

Farinha de Uarini

Foto: Alberto César Araújo/Estadão
25 | 27

Chicória-do-norte

Foto: Alberto César Araújo/Estadão
26 | 27

Garrafas de tucupi

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Tem jambu, tem jambu

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