O encontro da gastronomia com a sustentabilidade

Comida é problema ou solução em tempos de isolamento doméstico?


Cozinhar se revela uma grande saída criativa para enfrentar a angústia do isolamento

Por Roberto Smeraldi

Cozinhar em casa é a maneira mais sustentável e segura para enfrentar a pandemia. Sim, receber entrega de comida pode ajudar, mas não resolve o problema, pois para as cozinhas funcionarem precisa de pessoas, trabalhando juntas.

Lembremos: o principal objetivo não é apenas aquele de se safar da infecção individualmente, mas sim o de controlar o fenômeno socialmente. Só assim poderemos voltar a uma vida normal e limitar o prejuízo econômico, que atinge também os que não se infectam.

Cozinhar é mais do que uma opção de lazer: contribui para o equilíbrio psíquico Foto: Tony Cenicola
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Cozinhando em casa se reduz o risco social, pois mesmo nos países que já atingiram o pico da crise, o único comércio que segue liberado é o de alimentos. E uma compra semanal é suficiente para qualquer contexto familiar, se bem aproveitada, o que reduz expressivamente o volume de contatos em relação a qualquer outra opção.

Ao mesmo tempo, nos países que se anteciparam nas medidas mais restritivas, cozinhar se revela uma grande saída criativa para enfrentar a angústia do isolamento, quando não da solidão. A Administração de Saúde federal dos EUA alertou semana passada – e o New York Times deu destaque ao tema – que os impactos da inação na solidão são equivalentes aos de 15 cigarros/dia, em termos de morbidade e mortalidade induzidas: inclusive baixando a imunidade que limita os impactos da doença.

A última coluna do Fernando Reinach dá um um bom retrato dos riscos. Permitir-se o luxo de cozinhar - em tempos em que não se pode viajar, sair na balada, ir a um cinema ou sequer passear no parque - é mais do que uma opção de lazer: contribui para o equilíbrio psíquico essencial na condição vindoura, de vulnerabilidade emocional por reclusão.

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E como cozinhar, nesse quadro? Sabemos que o tempo é um dos principais ingredientes da boa comida, cuja escassez muitas vezes vira a principal razão para as pessoas deixarem de cozinhar. De repente, torna-se abundante: mesmo que possamos trabalhar ou estudar de casa, passaremos bom tempo em proximidade de nosso forno e fogão. Além disso, temos de alongar a vida útil dos ingredientes frescos, transformando os mesmos em preparos de média duração.

Mundo afora volta assim de moda o chamado pantry cooking, algo como "cozinha de despensa", que valoriza o pré-preparo de molhos, caldos, conservas, bases... tudo aquilo que pode dar opções de diversidade e que requer presença perto do preparo ao longo do tempo.

É o momento daquela costela de cozimento no bafo, do porco confitado em baixa temperatura, daquela carne de panela de que se perdeu a memória desde a infância, das quiches de vegetais e queijo, das batatas coradas com a crostinha pra lá de dourada. Deixar borbulhar por 5 horas um caldo de ossos ou vegetais vira tarefa simples para quem fica em casa.

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Que tal preparar pestos de ervas e deixá-los num vidro cobertos de azeite para uso ao longo da semana? Ou uma base de feijoada a ser porcionada e congelada, para se resgatar depois com um arroz e couve feitos na hora? Aliás, sabem de que me deu vontade agora? Daquele saboroso arroz cateto integral que demora uma hora pra cozinhar...

Cozinhar em casa é a maneira mais sustentável e segura para enfrentar a pandemia. Sim, receber entrega de comida pode ajudar, mas não resolve o problema, pois para as cozinhas funcionarem precisa de pessoas, trabalhando juntas.

Lembremos: o principal objetivo não é apenas aquele de se safar da infecção individualmente, mas sim o de controlar o fenômeno socialmente. Só assim poderemos voltar a uma vida normal e limitar o prejuízo econômico, que atinge também os que não se infectam.

Cozinhar é mais do que uma opção de lazer: contribui para o equilíbrio psíquico Foto: Tony Cenicola

Cozinhando em casa se reduz o risco social, pois mesmo nos países que já atingiram o pico da crise, o único comércio que segue liberado é o de alimentos. E uma compra semanal é suficiente para qualquer contexto familiar, se bem aproveitada, o que reduz expressivamente o volume de contatos em relação a qualquer outra opção.

Ao mesmo tempo, nos países que se anteciparam nas medidas mais restritivas, cozinhar se revela uma grande saída criativa para enfrentar a angústia do isolamento, quando não da solidão. A Administração de Saúde federal dos EUA alertou semana passada – e o New York Times deu destaque ao tema – que os impactos da inação na solidão são equivalentes aos de 15 cigarros/dia, em termos de morbidade e mortalidade induzidas: inclusive baixando a imunidade que limita os impactos da doença.

A última coluna do Fernando Reinach dá um um bom retrato dos riscos. Permitir-se o luxo de cozinhar - em tempos em que não se pode viajar, sair na balada, ir a um cinema ou sequer passear no parque - é mais do que uma opção de lazer: contribui para o equilíbrio psíquico essencial na condição vindoura, de vulnerabilidade emocional por reclusão.

E como cozinhar, nesse quadro? Sabemos que o tempo é um dos principais ingredientes da boa comida, cuja escassez muitas vezes vira a principal razão para as pessoas deixarem de cozinhar. De repente, torna-se abundante: mesmo que possamos trabalhar ou estudar de casa, passaremos bom tempo em proximidade de nosso forno e fogão. Além disso, temos de alongar a vida útil dos ingredientes frescos, transformando os mesmos em preparos de média duração.

Mundo afora volta assim de moda o chamado pantry cooking, algo como "cozinha de despensa", que valoriza o pré-preparo de molhos, caldos, conservas, bases... tudo aquilo que pode dar opções de diversidade e que requer presença perto do preparo ao longo do tempo.

É o momento daquela costela de cozimento no bafo, do porco confitado em baixa temperatura, daquela carne de panela de que se perdeu a memória desde a infância, das quiches de vegetais e queijo, das batatas coradas com a crostinha pra lá de dourada. Deixar borbulhar por 5 horas um caldo de ossos ou vegetais vira tarefa simples para quem fica em casa.

Que tal preparar pestos de ervas e deixá-los num vidro cobertos de azeite para uso ao longo da semana? Ou uma base de feijoada a ser porcionada e congelada, para se resgatar depois com um arroz e couve feitos na hora? Aliás, sabem de que me deu vontade agora? Daquele saboroso arroz cateto integral que demora uma hora pra cozinhar...

Cozinhar em casa é a maneira mais sustentável e segura para enfrentar a pandemia. Sim, receber entrega de comida pode ajudar, mas não resolve o problema, pois para as cozinhas funcionarem precisa de pessoas, trabalhando juntas.

Lembremos: o principal objetivo não é apenas aquele de se safar da infecção individualmente, mas sim o de controlar o fenômeno socialmente. Só assim poderemos voltar a uma vida normal e limitar o prejuízo econômico, que atinge também os que não se infectam.

Cozinhar é mais do que uma opção de lazer: contribui para o equilíbrio psíquico Foto: Tony Cenicola

Cozinhando em casa se reduz o risco social, pois mesmo nos países que já atingiram o pico da crise, o único comércio que segue liberado é o de alimentos. E uma compra semanal é suficiente para qualquer contexto familiar, se bem aproveitada, o que reduz expressivamente o volume de contatos em relação a qualquer outra opção.

Ao mesmo tempo, nos países que se anteciparam nas medidas mais restritivas, cozinhar se revela uma grande saída criativa para enfrentar a angústia do isolamento, quando não da solidão. A Administração de Saúde federal dos EUA alertou semana passada – e o New York Times deu destaque ao tema – que os impactos da inação na solidão são equivalentes aos de 15 cigarros/dia, em termos de morbidade e mortalidade induzidas: inclusive baixando a imunidade que limita os impactos da doença.

A última coluna do Fernando Reinach dá um um bom retrato dos riscos. Permitir-se o luxo de cozinhar - em tempos em que não se pode viajar, sair na balada, ir a um cinema ou sequer passear no parque - é mais do que uma opção de lazer: contribui para o equilíbrio psíquico essencial na condição vindoura, de vulnerabilidade emocional por reclusão.

E como cozinhar, nesse quadro? Sabemos que o tempo é um dos principais ingredientes da boa comida, cuja escassez muitas vezes vira a principal razão para as pessoas deixarem de cozinhar. De repente, torna-se abundante: mesmo que possamos trabalhar ou estudar de casa, passaremos bom tempo em proximidade de nosso forno e fogão. Além disso, temos de alongar a vida útil dos ingredientes frescos, transformando os mesmos em preparos de média duração.

Mundo afora volta assim de moda o chamado pantry cooking, algo como "cozinha de despensa", que valoriza o pré-preparo de molhos, caldos, conservas, bases... tudo aquilo que pode dar opções de diversidade e que requer presença perto do preparo ao longo do tempo.

É o momento daquela costela de cozimento no bafo, do porco confitado em baixa temperatura, daquela carne de panela de que se perdeu a memória desde a infância, das quiches de vegetais e queijo, das batatas coradas com a crostinha pra lá de dourada. Deixar borbulhar por 5 horas um caldo de ossos ou vegetais vira tarefa simples para quem fica em casa.

Que tal preparar pestos de ervas e deixá-los num vidro cobertos de azeite para uso ao longo da semana? Ou uma base de feijoada a ser porcionada e congelada, para se resgatar depois com um arroz e couve feitos na hora? Aliás, sabem de que me deu vontade agora? Daquele saboroso arroz cateto integral que demora uma hora pra cozinhar...

Cozinhar em casa é a maneira mais sustentável e segura para enfrentar a pandemia. Sim, receber entrega de comida pode ajudar, mas não resolve o problema, pois para as cozinhas funcionarem precisa de pessoas, trabalhando juntas.

Lembremos: o principal objetivo não é apenas aquele de se safar da infecção individualmente, mas sim o de controlar o fenômeno socialmente. Só assim poderemos voltar a uma vida normal e limitar o prejuízo econômico, que atinge também os que não se infectam.

Cozinhar é mais do que uma opção de lazer: contribui para o equilíbrio psíquico Foto: Tony Cenicola

Cozinhando em casa se reduz o risco social, pois mesmo nos países que já atingiram o pico da crise, o único comércio que segue liberado é o de alimentos. E uma compra semanal é suficiente para qualquer contexto familiar, se bem aproveitada, o que reduz expressivamente o volume de contatos em relação a qualquer outra opção.

Ao mesmo tempo, nos países que se anteciparam nas medidas mais restritivas, cozinhar se revela uma grande saída criativa para enfrentar a angústia do isolamento, quando não da solidão. A Administração de Saúde federal dos EUA alertou semana passada – e o New York Times deu destaque ao tema – que os impactos da inação na solidão são equivalentes aos de 15 cigarros/dia, em termos de morbidade e mortalidade induzidas: inclusive baixando a imunidade que limita os impactos da doença.

A última coluna do Fernando Reinach dá um um bom retrato dos riscos. Permitir-se o luxo de cozinhar - em tempos em que não se pode viajar, sair na balada, ir a um cinema ou sequer passear no parque - é mais do que uma opção de lazer: contribui para o equilíbrio psíquico essencial na condição vindoura, de vulnerabilidade emocional por reclusão.

E como cozinhar, nesse quadro? Sabemos que o tempo é um dos principais ingredientes da boa comida, cuja escassez muitas vezes vira a principal razão para as pessoas deixarem de cozinhar. De repente, torna-se abundante: mesmo que possamos trabalhar ou estudar de casa, passaremos bom tempo em proximidade de nosso forno e fogão. Além disso, temos de alongar a vida útil dos ingredientes frescos, transformando os mesmos em preparos de média duração.

Mundo afora volta assim de moda o chamado pantry cooking, algo como "cozinha de despensa", que valoriza o pré-preparo de molhos, caldos, conservas, bases... tudo aquilo que pode dar opções de diversidade e que requer presença perto do preparo ao longo do tempo.

É o momento daquela costela de cozimento no bafo, do porco confitado em baixa temperatura, daquela carne de panela de que se perdeu a memória desde a infância, das quiches de vegetais e queijo, das batatas coradas com a crostinha pra lá de dourada. Deixar borbulhar por 5 horas um caldo de ossos ou vegetais vira tarefa simples para quem fica em casa.

Que tal preparar pestos de ervas e deixá-los num vidro cobertos de azeite para uso ao longo da semana? Ou uma base de feijoada a ser porcionada e congelada, para se resgatar depois com um arroz e couve feitos na hora? Aliás, sabem de que me deu vontade agora? Daquele saboroso arroz cateto integral que demora uma hora pra cozinhar...

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