O encontro da gastronomia com a sustentabilidade

Nosso sistema de distribuição de alimentos está em xeque


A atual crise da logística, devida às restrições causadas pelo coronavírus, expõe quanto podemos e devemos mudar a cadeia da comida

Por Roberto Smeraldi

Notícias sobre destruição de alimentos se multiplicam. Nosso sistema de logística e distribuição está em xeque. Mas não passamos de repente a comer menos! Só estamos comendo em locais, formas e modelos diferentes. Assim, o que muda são os pontos da cadeia em que desperdiçamos alimentos.

Força tarefa para evitar desperdício conseguiu vender uma tonelada de inhame de pequeno produtor. Foto: JB Neto/AE

Comida jogada fora me gera aflição. Sou obsessivo em dar uso ao último talo da xepa, à menor cartilagem da carcaça. Seja em casa, seja na atividade profissional. E o que acontece no cinturão verde de hortifruticultura, que torna a cidade de São Paulo tão privilegiada, dói na pele.

continua após a publicidade

Recebo uma consulta da chef Mariana Pelozio. Conta que vai colocar o espaço de seu restaurante, nos Jardins, à disposição de uma operação um tanto ousada. Um produtor de Ibiúna, o "Seu Mori", está com 12 mil pés de alho-poró e uma tonelada de inhame em ponto de colheita. Mas os intermediários que levam seus produtos para as centrais de distribuição não compram mais. Mariana arrumou um transporte, de forma que amigos e colegas cozinheiros poderiam passar buscar os produtos em seu restaurante. Só que é um volume bem grande...

Uma amiga do mundo digital me convence que devo fazer o mais simples: resumir a situação num post de redes sociais. Aliás solto uma receita para juntar os dois ingredientes adaptando um clássico do século XIX, o potage parmentier, conhecido mais recentemente como vichyssoise: com inhame no lugar da batata fica ainda melhor. Começa ocorrer o que eu jamais imaginaria. O anúncio se torna viral, em 48 horas conseguimos 250 compradores, o inhame já foi todo vendido, o alho-poró está próximo disso.

continua após a publicidade

"Seu Mori" e sua família, produtores de inhame e alho-poró, em Ibiúna (SP) 

Resolvi logo compartilhar com os leitores da coluna. Não só para comemorar o sucesso de Seu Mori. Mas algumas lições que podem ser muito, muito importante no futuro próximo em que teremos de reinventar muita coisa. A primeira é que isso nos abre os olhos sobre o desperdício. A atual crise da logística, devida às restrições, joga a perda de alimento para o campo. Normalmente, essa perda ocorreria de forma disfarçada e mais distribuída, entre centrais de abastecimento, supermercados, bufês e self-services, e mesmo na geladeira de casa. A conjuntura expõe quanto podemos e devemos mudar a cadeia da comida.

A segunda é uma mistura de empatia com entusiasmo que tomou conta das pessoas que compartilharam o post e encomendaram o produto. Ver a foto e saber o nome do produtor, entender o esforço que ele está fazendo para colher, gerou uma corrente de entusiasmo que jamais ocorreria ao comprar o mesmo produto numa bandeja de isopor de uma prateleira. Muitos também compraram não só para consumir, mas também para doar. Ou seja, o consumidor muda sua postura e valores, logo que tiver chance de se aproximar ao produtor.

continua após a publicidade

A terceira lição nos aponta que o espaço para inovar é enorme. Uma cadeia mais leve, diversa, ágil e direta pode tornar mais inteligente, eficiente e sustentável o sistema todo. As soluções estão nas mãos das pessoas. Muitos compraram uma caixa de 25 quilos. de inhame, distribuindo o produto em seu prédio!

Inúmeros espaços ociosos podem se tornar micro-hubs de logística. Restaurantes e grandes consumidores podem otimizar seus processos se tornando agentes de seus produtores fidelizados. Não dispensaremos centrais de distribuição, mas teremos mais opções, com melhoras em rapidez, preço, frescor e customização.

Notícias sobre destruição de alimentos se multiplicam. Nosso sistema de logística e distribuição está em xeque. Mas não passamos de repente a comer menos! Só estamos comendo em locais, formas e modelos diferentes. Assim, o que muda são os pontos da cadeia em que desperdiçamos alimentos.

Força tarefa para evitar desperdício conseguiu vender uma tonelada de inhame de pequeno produtor. Foto: JB Neto/AE

Comida jogada fora me gera aflição. Sou obsessivo em dar uso ao último talo da xepa, à menor cartilagem da carcaça. Seja em casa, seja na atividade profissional. E o que acontece no cinturão verde de hortifruticultura, que torna a cidade de São Paulo tão privilegiada, dói na pele.

Recebo uma consulta da chef Mariana Pelozio. Conta que vai colocar o espaço de seu restaurante, nos Jardins, à disposição de uma operação um tanto ousada. Um produtor de Ibiúna, o "Seu Mori", está com 12 mil pés de alho-poró e uma tonelada de inhame em ponto de colheita. Mas os intermediários que levam seus produtos para as centrais de distribuição não compram mais. Mariana arrumou um transporte, de forma que amigos e colegas cozinheiros poderiam passar buscar os produtos em seu restaurante. Só que é um volume bem grande...

Uma amiga do mundo digital me convence que devo fazer o mais simples: resumir a situação num post de redes sociais. Aliás solto uma receita para juntar os dois ingredientes adaptando um clássico do século XIX, o potage parmentier, conhecido mais recentemente como vichyssoise: com inhame no lugar da batata fica ainda melhor. Começa ocorrer o que eu jamais imaginaria. O anúncio se torna viral, em 48 horas conseguimos 250 compradores, o inhame já foi todo vendido, o alho-poró está próximo disso.

"Seu Mori" e sua família, produtores de inhame e alho-poró, em Ibiúna (SP) 

Resolvi logo compartilhar com os leitores da coluna. Não só para comemorar o sucesso de Seu Mori. Mas algumas lições que podem ser muito, muito importante no futuro próximo em que teremos de reinventar muita coisa. A primeira é que isso nos abre os olhos sobre o desperdício. A atual crise da logística, devida às restrições, joga a perda de alimento para o campo. Normalmente, essa perda ocorreria de forma disfarçada e mais distribuída, entre centrais de abastecimento, supermercados, bufês e self-services, e mesmo na geladeira de casa. A conjuntura expõe quanto podemos e devemos mudar a cadeia da comida.

A segunda é uma mistura de empatia com entusiasmo que tomou conta das pessoas que compartilharam o post e encomendaram o produto. Ver a foto e saber o nome do produtor, entender o esforço que ele está fazendo para colher, gerou uma corrente de entusiasmo que jamais ocorreria ao comprar o mesmo produto numa bandeja de isopor de uma prateleira. Muitos também compraram não só para consumir, mas também para doar. Ou seja, o consumidor muda sua postura e valores, logo que tiver chance de se aproximar ao produtor.

A terceira lição nos aponta que o espaço para inovar é enorme. Uma cadeia mais leve, diversa, ágil e direta pode tornar mais inteligente, eficiente e sustentável o sistema todo. As soluções estão nas mãos das pessoas. Muitos compraram uma caixa de 25 quilos. de inhame, distribuindo o produto em seu prédio!

Inúmeros espaços ociosos podem se tornar micro-hubs de logística. Restaurantes e grandes consumidores podem otimizar seus processos se tornando agentes de seus produtores fidelizados. Não dispensaremos centrais de distribuição, mas teremos mais opções, com melhoras em rapidez, preço, frescor e customização.

Notícias sobre destruição de alimentos se multiplicam. Nosso sistema de logística e distribuição está em xeque. Mas não passamos de repente a comer menos! Só estamos comendo em locais, formas e modelos diferentes. Assim, o que muda são os pontos da cadeia em que desperdiçamos alimentos.

Força tarefa para evitar desperdício conseguiu vender uma tonelada de inhame de pequeno produtor. Foto: JB Neto/AE

Comida jogada fora me gera aflição. Sou obsessivo em dar uso ao último talo da xepa, à menor cartilagem da carcaça. Seja em casa, seja na atividade profissional. E o que acontece no cinturão verde de hortifruticultura, que torna a cidade de São Paulo tão privilegiada, dói na pele.

Recebo uma consulta da chef Mariana Pelozio. Conta que vai colocar o espaço de seu restaurante, nos Jardins, à disposição de uma operação um tanto ousada. Um produtor de Ibiúna, o "Seu Mori", está com 12 mil pés de alho-poró e uma tonelada de inhame em ponto de colheita. Mas os intermediários que levam seus produtos para as centrais de distribuição não compram mais. Mariana arrumou um transporte, de forma que amigos e colegas cozinheiros poderiam passar buscar os produtos em seu restaurante. Só que é um volume bem grande...

Uma amiga do mundo digital me convence que devo fazer o mais simples: resumir a situação num post de redes sociais. Aliás solto uma receita para juntar os dois ingredientes adaptando um clássico do século XIX, o potage parmentier, conhecido mais recentemente como vichyssoise: com inhame no lugar da batata fica ainda melhor. Começa ocorrer o que eu jamais imaginaria. O anúncio se torna viral, em 48 horas conseguimos 250 compradores, o inhame já foi todo vendido, o alho-poró está próximo disso.

"Seu Mori" e sua família, produtores de inhame e alho-poró, em Ibiúna (SP) 

Resolvi logo compartilhar com os leitores da coluna. Não só para comemorar o sucesso de Seu Mori. Mas algumas lições que podem ser muito, muito importante no futuro próximo em que teremos de reinventar muita coisa. A primeira é que isso nos abre os olhos sobre o desperdício. A atual crise da logística, devida às restrições, joga a perda de alimento para o campo. Normalmente, essa perda ocorreria de forma disfarçada e mais distribuída, entre centrais de abastecimento, supermercados, bufês e self-services, e mesmo na geladeira de casa. A conjuntura expõe quanto podemos e devemos mudar a cadeia da comida.

A segunda é uma mistura de empatia com entusiasmo que tomou conta das pessoas que compartilharam o post e encomendaram o produto. Ver a foto e saber o nome do produtor, entender o esforço que ele está fazendo para colher, gerou uma corrente de entusiasmo que jamais ocorreria ao comprar o mesmo produto numa bandeja de isopor de uma prateleira. Muitos também compraram não só para consumir, mas também para doar. Ou seja, o consumidor muda sua postura e valores, logo que tiver chance de se aproximar ao produtor.

A terceira lição nos aponta que o espaço para inovar é enorme. Uma cadeia mais leve, diversa, ágil e direta pode tornar mais inteligente, eficiente e sustentável o sistema todo. As soluções estão nas mãos das pessoas. Muitos compraram uma caixa de 25 quilos. de inhame, distribuindo o produto em seu prédio!

Inúmeros espaços ociosos podem se tornar micro-hubs de logística. Restaurantes e grandes consumidores podem otimizar seus processos se tornando agentes de seus produtores fidelizados. Não dispensaremos centrais de distribuição, mas teremos mais opções, com melhoras em rapidez, preço, frescor e customização.

Notícias sobre destruição de alimentos se multiplicam. Nosso sistema de logística e distribuição está em xeque. Mas não passamos de repente a comer menos! Só estamos comendo em locais, formas e modelos diferentes. Assim, o que muda são os pontos da cadeia em que desperdiçamos alimentos.

Força tarefa para evitar desperdício conseguiu vender uma tonelada de inhame de pequeno produtor. Foto: JB Neto/AE

Comida jogada fora me gera aflição. Sou obsessivo em dar uso ao último talo da xepa, à menor cartilagem da carcaça. Seja em casa, seja na atividade profissional. E o que acontece no cinturão verde de hortifruticultura, que torna a cidade de São Paulo tão privilegiada, dói na pele.

Recebo uma consulta da chef Mariana Pelozio. Conta que vai colocar o espaço de seu restaurante, nos Jardins, à disposição de uma operação um tanto ousada. Um produtor de Ibiúna, o "Seu Mori", está com 12 mil pés de alho-poró e uma tonelada de inhame em ponto de colheita. Mas os intermediários que levam seus produtos para as centrais de distribuição não compram mais. Mariana arrumou um transporte, de forma que amigos e colegas cozinheiros poderiam passar buscar os produtos em seu restaurante. Só que é um volume bem grande...

Uma amiga do mundo digital me convence que devo fazer o mais simples: resumir a situação num post de redes sociais. Aliás solto uma receita para juntar os dois ingredientes adaptando um clássico do século XIX, o potage parmentier, conhecido mais recentemente como vichyssoise: com inhame no lugar da batata fica ainda melhor. Começa ocorrer o que eu jamais imaginaria. O anúncio se torna viral, em 48 horas conseguimos 250 compradores, o inhame já foi todo vendido, o alho-poró está próximo disso.

"Seu Mori" e sua família, produtores de inhame e alho-poró, em Ibiúna (SP) 

Resolvi logo compartilhar com os leitores da coluna. Não só para comemorar o sucesso de Seu Mori. Mas algumas lições que podem ser muito, muito importante no futuro próximo em que teremos de reinventar muita coisa. A primeira é que isso nos abre os olhos sobre o desperdício. A atual crise da logística, devida às restrições, joga a perda de alimento para o campo. Normalmente, essa perda ocorreria de forma disfarçada e mais distribuída, entre centrais de abastecimento, supermercados, bufês e self-services, e mesmo na geladeira de casa. A conjuntura expõe quanto podemos e devemos mudar a cadeia da comida.

A segunda é uma mistura de empatia com entusiasmo que tomou conta das pessoas que compartilharam o post e encomendaram o produto. Ver a foto e saber o nome do produtor, entender o esforço que ele está fazendo para colher, gerou uma corrente de entusiasmo que jamais ocorreria ao comprar o mesmo produto numa bandeja de isopor de uma prateleira. Muitos também compraram não só para consumir, mas também para doar. Ou seja, o consumidor muda sua postura e valores, logo que tiver chance de se aproximar ao produtor.

A terceira lição nos aponta que o espaço para inovar é enorme. Uma cadeia mais leve, diversa, ágil e direta pode tornar mais inteligente, eficiente e sustentável o sistema todo. As soluções estão nas mãos das pessoas. Muitos compraram uma caixa de 25 quilos. de inhame, distribuindo o produto em seu prédio!

Inúmeros espaços ociosos podem se tornar micro-hubs de logística. Restaurantes e grandes consumidores podem otimizar seus processos se tornando agentes de seus produtores fidelizados. Não dispensaremos centrais de distribuição, mas teremos mais opções, com melhoras em rapidez, preço, frescor e customização.

Notícias sobre destruição de alimentos se multiplicam. Nosso sistema de logística e distribuição está em xeque. Mas não passamos de repente a comer menos! Só estamos comendo em locais, formas e modelos diferentes. Assim, o que muda são os pontos da cadeia em que desperdiçamos alimentos.

Força tarefa para evitar desperdício conseguiu vender uma tonelada de inhame de pequeno produtor. Foto: JB Neto/AE

Comida jogada fora me gera aflição. Sou obsessivo em dar uso ao último talo da xepa, à menor cartilagem da carcaça. Seja em casa, seja na atividade profissional. E o que acontece no cinturão verde de hortifruticultura, que torna a cidade de São Paulo tão privilegiada, dói na pele.

Recebo uma consulta da chef Mariana Pelozio. Conta que vai colocar o espaço de seu restaurante, nos Jardins, à disposição de uma operação um tanto ousada. Um produtor de Ibiúna, o "Seu Mori", está com 12 mil pés de alho-poró e uma tonelada de inhame em ponto de colheita. Mas os intermediários que levam seus produtos para as centrais de distribuição não compram mais. Mariana arrumou um transporte, de forma que amigos e colegas cozinheiros poderiam passar buscar os produtos em seu restaurante. Só que é um volume bem grande...

Uma amiga do mundo digital me convence que devo fazer o mais simples: resumir a situação num post de redes sociais. Aliás solto uma receita para juntar os dois ingredientes adaptando um clássico do século XIX, o potage parmentier, conhecido mais recentemente como vichyssoise: com inhame no lugar da batata fica ainda melhor. Começa ocorrer o que eu jamais imaginaria. O anúncio se torna viral, em 48 horas conseguimos 250 compradores, o inhame já foi todo vendido, o alho-poró está próximo disso.

"Seu Mori" e sua família, produtores de inhame e alho-poró, em Ibiúna (SP) 

Resolvi logo compartilhar com os leitores da coluna. Não só para comemorar o sucesso de Seu Mori. Mas algumas lições que podem ser muito, muito importante no futuro próximo em que teremos de reinventar muita coisa. A primeira é que isso nos abre os olhos sobre o desperdício. A atual crise da logística, devida às restrições, joga a perda de alimento para o campo. Normalmente, essa perda ocorreria de forma disfarçada e mais distribuída, entre centrais de abastecimento, supermercados, bufês e self-services, e mesmo na geladeira de casa. A conjuntura expõe quanto podemos e devemos mudar a cadeia da comida.

A segunda é uma mistura de empatia com entusiasmo que tomou conta das pessoas que compartilharam o post e encomendaram o produto. Ver a foto e saber o nome do produtor, entender o esforço que ele está fazendo para colher, gerou uma corrente de entusiasmo que jamais ocorreria ao comprar o mesmo produto numa bandeja de isopor de uma prateleira. Muitos também compraram não só para consumir, mas também para doar. Ou seja, o consumidor muda sua postura e valores, logo que tiver chance de se aproximar ao produtor.

A terceira lição nos aponta que o espaço para inovar é enorme. Uma cadeia mais leve, diversa, ágil e direta pode tornar mais inteligente, eficiente e sustentável o sistema todo. As soluções estão nas mãos das pessoas. Muitos compraram uma caixa de 25 quilos. de inhame, distribuindo o produto em seu prédio!

Inúmeros espaços ociosos podem se tornar micro-hubs de logística. Restaurantes e grandes consumidores podem otimizar seus processos se tornando agentes de seus produtores fidelizados. Não dispensaremos centrais de distribuição, mas teremos mais opções, com melhoras em rapidez, preço, frescor e customização.

Atualizamos nossa política de cookies

Ao utilizar nossos serviços, você aceita a política de monitoramento de cookies.