Chocolate intenso 70% é uma categoria que vem crescendo progressivamente nas prateleiras dos supermercados. Para a felicidade dos apaixonados pelo sabor do cacau, potencializado com quantidades equilibradas de açúcar, são muitas as opções entre industrializados e artesanais. Nosso recorte para este teste foi o número escancarado na embalagem: 70% cacau. O que, vamos deixar claro desde o início desta conversa, não é sinônimo de qualidade, mas sim da quantidade de cacau utilizada no preparo da barra.
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Para um consumidor mais distraído, a graduação apontada na embalagem e a embalagem propriamente dita podem enganar à primeira vista. Sim, muitas marcas já sacaram o apelo do 70 e apostam em embalagens mais bonitinhas para atiçar a vontade de provar um chocolate aparentemente mais refinado. Só que não... Além da embalagem, do número e do nome do produtor, é preciso estar atento à qualidade do conteúdo para não se decepcionar à primeira mordida.
Como avaliar um bom chocolate?
Para facilitar essa tarefa, Paladar convidou um time de jurados adoradores e experts em chocolates. A chef Carla Pernambuco @carlapernambuco, a empresária Michelle Kallas @micachocolates, a especialista em chocolates Zélia Frangioni, do perfil @chocolatrasonline, a analista sensorial Camila Arcanjo e o especialista em cafés e chocolates, Nicholas Yamada, provaram às cegas amostras de 19 barras de chocolate 70%, com adição de açúcar. Selecionamos chocolates de grandes marcas, bean to bar e premium, todos com as mesmas características.
O teste foi realizado no Estúdio Carla Pernambuco, no bairro de Higienópolis, em São Paulo. Entre uma prova e outra, os jurados beberam água com gás e limparam o paladar com bolachas de água. Houve surpresa e decepção. Suspiros de prazer e cara feia perante sabores artificiais e chocolates que demoravam a derreter na boca.
Para a nossa felicidade, os bons sabores se sobressaíram, destacando a qualidade dos produtores nacionais. Entre os chocolates que encabeçam o ranking, todos são 100% nacionais. Mais uma glória alcançada nos últimos anos, ao lado de azeites e de grãos de café brasileiros que fazem bonito em um mercado que passou décadas mal-acostumado a achar bom apenas o que vem de fora do país.
Abaixo, você confere os chocolates 70% mais gostosos do mercado e também a lista completa com detalhes sobre a avaliação dos jurados.
* Os valores dos chocolates foram atualizados em 30/05/2024.
Os melhores chocolates 70%
- Luiza Abram / Rio Tocantins e Priscyla França
- Miroh!
- Galette
As 19 marcas avaliadas em ordem alfabética
Chocolate claramente industrializado. O sabor lembra brigadeiro e é evidente a presença intensa de aromas artificiais. O derretimento na boca é lento (R$ 7,10, 80 g)
A barra 70% cacau apresentou sabor frutado, lembrando ameixa, e bom amargor. O derretimento foi avaliado como médio pelos jurados e o residual na boca levemente herbáceo (R$ 25,60, 58 g)
A barra apresentou derretimento difícil e sabor artificial, denunciando se tratar de um chocolate industrializado. A textura dura também não agradou (R$ 21,99, 100 g)
O chocolate apresentou aroma e sabor de cacau, mas com notas terrosas muito evidentes, que interferiram negativamente no paladar (R$ 22,10, 80 g)
O chocolate orgânico apresentou sabor frutado, lembrando banana-passa, derretimento lento e adstringência acentuada. Uma barra para paladares aventureiros, na opinião do júri (R$ 21,80, 80 g)
Uma barra de sabor bastante agradável desde o início. Bem equilibrado e com bom derretimento na boca. A textura lisa e fina também agradou (R$ 39, 80 g)
Ficou evidente que se tratava de um chocolate industrializado. Muito doce, com notas sensoriais iniciais negativas e pouco sabor de cacau na avaliação do júri (R$ 14,98 90 g)
Aroma e sabor de cacau, amargor equilibrado; sabor adstringente e levemente floral (R$ 29,90, 80 g)
A barra ficou devendo em sabor de cacau e pecou no excesso de açúcar; o final na boca definitivamente não agradou os jurados (R$ 20,28, 80 g)
A barra que divide o posto de primeira colocada, ao lado da marca Luisa Abram, conquistou o júri pelo sabor de cacau levemente frutado, lembrando uva-passa e frutas maduras, pela textura macia e pelo bom derretimento na boca (R$ 27,10, 65 g)
Nosso terceiro lugar apresentou um delicado sabor de cacau, com notas de nozes e de café; um chocolate muito macio e de derretimento rápido na boca. A leve acidez do chocolate também agradou (R$ 25, 100 g)
Um chocolate de aroma e sabor frutado que derrete na boca. Poderia ser menos doce e ter mais sabor de cacau na avaliação do júri (R$ 29,90, 100 g)
O chocolate apresentou sabor artificial e alcoólico. Pouco derretimento e textura áspera. O sabor claramente artificial também não agradou (R$ 10,49, 85 g)
O chocolate apresentou notas de cacau acentuadas, leve sabor frutado, derretimento lento e um leve ranço no final (R$ 28,90, 100 g)
Nosso primeiro lugar, empatado com a marca Priscyla França, apresentou sabor levemente frutado, adocicado na medida e um fundo de mel. Um chocolate macio, com uma textura deliciosa e bom derretimento na boca (R$34,15, 80 g)
Um chocolate suave, de derretimento lento e boa textura, mas que poderia ter um sabor mais vibrante por ser um 70% cacau. O final na boca, levemente frutado, lembrando figo, agradou (R$ 22,90, 80 g)
Uma barra de sabor pouco intenso e com final levemente artificial. Poderia ser menos doce. A textura foi avaliada como granulada e o chocolate derrete muito lentamente na boca (R$ 19,99, 75 g)
O segundo colocado no ranking Paladar apresentou sabor equilibrado, levemente frutado, bom derretimento e acidez agradável na boca. A textura macia também agradou o júri (R$ 36,40, 50 g)
Um bom chocolate 70% para quem deseja se iniciar nessa categoria. Textura e derretimento bons e sabor levemente frutado (R$ 28,10, 100 g)