Doce de leite é nosso, mas também dos hermanos argentinos e uruguaios. Um doce que extrapolou fronteiras e que, inevitavelmente, conquista multidões. No Brasil, é quase impossível desassociar o doce da culinária mineira. Faça o teste e tente encontrar alguém que resista ao apelo de uma fatia de queijo minas coberta com a versão cremosa e clarinha do doce.
Outros salivam só de pensar em uma camada espessa da versão que lembra o doce de leite escuro e de textura firme das receitas argentinas e uruguaias. Gosto não se discute, certo? Mas sabor, cremosidade, aroma e aparência sim. Pelo menos quando o assunto é um teste realizado às cegas, sem desvios de atenção proporcionados por embalagens menos ou mais atraentes nas prateleiras dos supermercados.
Mudança de hábito
O teste foi daqueles em que os jurados já chegaram com água na boca. Copinhos com 10 amostras dos doces avaliados os esperavam acompanhados de fatias de maçã para limpar o paladar entre uma prova e outra. Em comum no time dos campeões deste ranking, o uso equilibrado do açúcar, a cor mais escura e a textura caramelizada dos produtos – um fato surpreendente quando se leva em conta a versão caseira (geralmente usada como referência para a avaliação dos jurados), produzida por estas bandas: uma receita feita basicamente com leite e açúcar, de textura mais molinha e bastante açucarada.
Surpresas pelo caminho
A aparência do produto foi um fator que os jurados levaram muito em conta. Mas, afinal, o que difere um doce opaco de outro de aparência brilhante? A confeiteira Paula Cimini, do perfil @thecookieshop, explica que um doce mais brilhante geralmente tem mais glucose na formulação.
A cor do produto não tem relação com a qualidade do doce. “É uma questão de preferência do consumidor”, explica a chef Marcia Garbin, da Gelato Boutique. “Os doces mais escuros têm adição de bicarbonato na receita”.
“A cremosidade, o fato de o doce ter mais ou menos açúcar depende do paladar do consumidor e também do uso culinário do produto: se ele será usado para rechear um bolo ou para comer de colher”, explica o chef Eduardo Almeida, do Qui o Qua.
“Doce de leite está entre os top five quando o assunto é uma boa e saborosa guloseima para encerrar uma refeição de forma simples e que agrada a todos: crianças e adultos, adorei participar desta degustação”, conta a chef Carla Pernambuco, do restaurante Carlota e do Estúdio CP, locação escolhida para este teste de Paladar.
Se você quer saber como escolher doce de leite sem erros, confira abaixo as três marcas que se destacaram neste teste e, na sequência, a lista de todas as marcas avaliadas em ordem alfabética.
As melhores marcas de doce de leite
- PRIMEIRO LUGAR - HAVANNA
- SEGUNDO LUGAR – LA SERENÍSSIMA
- TERCEIRO LUGAR – MOMENTO MAMBO
As 10 marcas listadas em ordem alfabética
- AVIAÇÃO (R$ 14,79, embalagem com 400 g) Um doce de leite de textura elástica e “com sabor de infância” e muito bom para ser usado como recheio.
- HAVANNA (R$ 39,63, embalagem com 420 g) O favorito deste ranking Paladar foi classificado como um doce de leite saboroso, bem caramelizado, que lembra a textura do doce de leite argentino. Perfeito para recheios por ser um produto mais firme.
- ITALAC (R$ 17,73, embalagem com 350 g) Um produto firme, bem caramelizado, bom para recheios e para coberturas feitas com bico de confeitar. O doce também foi avaliado como um pouco granuloso.
- ITAMBÉ (R$ 16,78, embalagem com 395 g) Os jurados acharam o doce de leite pouco cremoso e muito adocicado. Alguns classificaram a aparência do produto como ressecada. A textura firme ajuda na hora de rechear bolos.
- LA SERENÍSSIMA (R$ 15,34, embalagem com 400 g) Nosso vice-campeão foi avaliado como um produto que surpreendeu os jurados positivamente no quesito sabor. Também ganhou pontos no aroma e por ser um doce bastante caramelizado e ultra cremoso.
- MAJESTIC (R$ 30,69, embalagem com 775 g) A textura molinha e a aparência muito clara do produto não conquistaram os jurados. Um deles, porém, destacou o sabor como próximo ao do doce artesanal.
- MOMENTO MAMBO (R$ 14,98, embalagem com 400 g) O nosso terceiro lugar agradou demais os jurados e foi outro que ganhou pontos por despertar a memória afetiva: “um doce de leite com “sabor de infância”, caramelizado na medida e de sabor próximo ao do tradicional doce de leite mineiro.
- ROCCA (R$ 23,31, embalagem com 420 g) Um doce de sabor metálico, levemente queimado e aparentemente com bicarbonato demais na receita. A textura foi avaliada como adequada para o preparo de pudins.
- TESOURO REAL (R$ 26,47, embalagem com 400 g) Um produto avaliado como excessivamente doce, boa cremosidade, porém com aroma um pouco artificial
- VIÇOSA (R$ 33,16, embalagem com 400 g) Um doce de leite leve e delicado. Alguns dos jurados acharam o produto cremoso, mas excessivamente doce.