O queijo canastra orgânico, da Fazenda Faz O Bem, de Piumhi, ganhou o prêmio de melhor queijo de casca florida. As informações são do blog “Só queijo”, de Débora Pereira, no Paladar.
“Esse concurso é de uma importância muito grande, porque os queijos de casca florida foram regulamentados esse ano e é a primeira oportunidade para nós, seus produtores, de termos um concurso específico. Antes, nos concursos regionais e estaduais promovidos pela Emater, a gente às vezes fazia força de lavar o queijo para enviar uma casca lavada lisa, amarelinha, o que fugia completamente do natural do nosso queijo” explicou Vinícios Ferreira, produtor do queijo vencedor, ao Paladar. Ele faz 20 queijos por dia do leite de 20 vacas Jersey.
Os queijos da Faz O Bem têm selo arte e são vendidos em São Paulo em lojas de comércio, como o no Instituto Chão, Instituto Baru e Raizes do Campo, assim como na rede Malunga, em Brasília.
Concurso de melhor queijo de casca florida
O concurso, dedicado a avaliar queijos de cascas mofadas naturais, aconteceu pela primeira vez em São Roque de Minas, na última sexta feira, 22. O evento foi coordenado por Leonardo Acurcio, professor do curso de Medicina Veterinária no Centro Universitário de Formiga - Unifor-MG, e realizado pela EMATER.
Vinícios Ferreira ficou com o primeiro lugar no ranking, mas também completam o pódio a produtora Maria Lucilha de Faria, da fazenda Pingo de Amor, com o segundo lugar; e Larissa, da Barão da Canastra, com a terceira posição. Todos são produtores associados da SerTãoBras.
Na competição, 11 queijos tiveram notas muito próximas umas das outras e foi difícil para os jurados decidirem os melhores. “Só quem pôde provar os queijos ao final do concurso pode imaginar a dificuldade, porque realmente os queijos estavam em um padrão muito alto, todos os jurados comentaram”, disse Vinícius.
Queijo minas artesanal
Todos os produtos analisados neste concurso são de produtores de queijo minas artesanal de leite cru e fermentos naturais.
A categoria está concorrendo ao título de Patrimônio Cultural Imaterial da Unesco, decisão que deve ser publicada em no dia 4 de dezembro. Caso seja aceito, será o primeiro alimento brasileiro a integrar a lista.
Queijo ‘cru-cru’
O queijo minas artesanal é um dos raros queijos do mundo da categoria “cru-cru”, ou seja, além de ser de leite cru, os fermentos também são crus, naturais da fazenda. Assim, cada queijo tem um sabor que muda conforme as estações, com a alimentação das vacas, com o humor e o calor das mãos do produtor. Além disso, o alimento apresenta benefícios a saúde devido a quantidade de probióticos presentes na receita.