Entre os muitos mitos, crenças e boatos que ditam qual lugar mulheres devem ou não estar estão os argumentos popularmente utilizados para justificar que elas não podem ocupar a posição de sushi shokunin - isto é, artesãs de sushi -, que vão desde temperatura corporal e ciclo menstrual a uso de perfumes e maquiagens, entre outros que, além de absurdos, não possuem nenhuma veracidade comprovada.
Há, também, quem diga que o calor das mãos femininas interferem no frescor e na qualidade do peixe cru, mas felizmente podemos contar com o excelente trabalho de sushiwomans em diversas cozinhas profissionais no Brasil e no mundo, como Megumi Nishimor, que opera no Aizomê, o restaurante da chef Telma Shiraishi, a embaixadora da comida japonesa no território brasileiro.
Abrindo um espaço majoritariamente ocupado por homens, Nishimor alega que “esses argumentos são, em grande maioria, baseados em estereótipos de gênero e não refletem a realidade da capacidade e habilidade das mulheres”. Para ela - e para qualquer gastrônomo sério -, o que define a qualidade e a excelência do ramo “está diretamente relacionado à dedicação e disciplina de cada indivíduo”.
Contudo, abordar a atuação na cozinha de igual para igual ainda é algo delicado, visto que as oportunidades ao logo das carreiras são mais restritas para mulheres, seja pelos mitos anteriormente citados ou por outros estigmas impostos à atuação feminina na área, algo que é ponderado Megumi: “[...] é necessário que se abram as mesmas oportunidades para as mulheres, quebrando paradigmas em relação à mulher ocupando o espaço por trás da tábua de corte”.
Conheça o trabalho de outras mulheres como sushi shokunin através da matéria ‘Sushiwoman existe? Mulheres colocam em xeque crença popular que as exclui de sushibars mundo afora’, por Giulia Howard, disponível aqui.