Quem costuma consumir azeite extra virgem deve ter notado a alta no preço do produto, que é a maior em 7 anos, e não parece ter perspectivas claras de melhora.
O professor do Centro de Estudos do Agronegócio da Fundação Getúlio Vargas (FGV Agro), Felippe Serigati, mostrou em entrevista ao Estadão um dos motivos dessa disparada nos preços, como a guerra entre Rússia e Ucrânia, em 2022.
Mas além dos fatores ligados à geopolítica, o que surpreendeu foi que a crise climática no mediterrâneo tem influenciado os preços altos.
Segundo Ricardo Castanho, especialista em azeites e instrutor da Associação Brasileira de Sommeliers - São Paulo, o preço do produto também está ligada aos problemas climáticos nos países do Mediterrâneo.
A região é responsável por produzir cerca de 90% do azeite do mundo, e fenômenos como o El Ninõ e o aquecimento global prejudicam as plantações.
Para conseguir produzir um bom azeite um dos fatores essenciais é colher a azeitona em um clima ameno, próximo das baixas temperaturas. O clima mais frio torna a oxidação do fruto mais lento e, com isso, a qualidade do azeite a ser feito com a azeitona é mais garantida. Quando está muito calor, a oxidação ocorre mais rapidamente e gera menos qualidade ao produto final.
Fora as questões climáticas, o mercado brasileiro tem uma alta taxa de importação desse produto, o que influencia na influencia na crise, deixando o Brasil “refém” dos preços das importações.
Para saber mais sobre a alta do preço do azeite no Brasil e no mundo, leia esta matéria.