Baixo Pinheiros está em alta


O novo polo gastronômico de São Paulo ocupa a região delimitada por Rio Pinheiros, Alto de Pinheiros, Largo da Batata e Vila Madalena. A movimentação de bares, confeitarias, lojas de comida e restaurantes por ali só aumenta

Por joseorenstein
Atualização:

Ali não é Vila Madalena, que fique claro. É Pinheiros, parte baixa, no que seria mesmo a várzea do rio. Solo fértil para a gastronomia, que nos últimos anos transformou um conjunto de ruas pacatas em ponto agitado de restaurantes, bares, confeitarias e lojas de comida. E vem mais por aí até o fim do ano.

Encravada numa espécie de tríplice fronteira entre o denso Largo da Batata, a balbúrdia da Vila Madalena e o grã-fino Alto de Pinheiros, a região, que se consolida como novo polo gastronômico, está sendo chamada de Baixo Pinheiros.

ILUSTRAÇÕES: Daniel Almeida/Estadão

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Para os próximos meses, mais inaugurações estão previstas. Uma você lê agora em primeira mão: em setembro, a Lanchonete da Cidade, que fez fama com sanduíches servidos em ambiente anos 1950, desembarca na área, bem ao lado do bar da BrewDog, cultuado pub gringo especializado em cervejas, inaugurado há pouco na Rua Coropé.

Antes dela, em agosto, abre as portas na Ferreira de Araújo o Delirium Café, aguardado pelo público cervejeiro: é uma filial da marca belga Delirium Tremens, conhecida pelo elefantinho cor de rosa que estampa seus rótulos. O café, que tem sedes em diversos países (inclusive por aqui, no Rio, desde 2010), vai servir centenas de rótulos do mundo todo e terá um palquinho para música. “Será diferente de todos os outros. Bem Pinheiros, bem São Paulo. Vai ficar aberto até alta madrugada, 4, 5 da manhã”, diz Paulo Almeida, um dos sócios do negócio e também dono do Empório Alto de Pinheiros, a meca das cervejas importadas, ali pertinho.

Outra novidade na vizinhança, que deve abrir em setembro, é o Empório NB Steak. Na casinha ao lado da churrascaria que abriu em maio, na Av. Pedroso de Morais, o restaurateur Arri Coser (Ex-dono da Fogo de Chão) diz que vai vender cortes diversos de carne e artigos para churrasco.

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Além da NB Steak – que é de certa forma um estranho no ninho pinheirense pelo gigantismo, já que comporta mais de 200 pessoas –, abriu há três meses o Makanudo, restaurante especializado em carnes argentinas. Completam o time de casas inauguradas desde meados de 2013 lugares que já conquistaram clientela, como a lanchonete Vinil Burger, o Dona Chica Bistrot – de inspiração francesa –, o Forquilha, que aposta em pratos de feitos no forno a lenha, e ainda o Ella, italiano clássico, mas com preços moderados que foi finalista do Prêmio Paladar 2013.

Isso para não falar em lojas especializadas em comida para levar: há dois meses, abriu um pequeno açougue que vende cortes especiais, bebidas e acessórios para churrasco, o The Butcher, na Ferreira de Araújo. Bem na frente, há um ano, foi o Empório Sole que se instalou ali, oferecendo massas, molhos, quiches e salgadinhos de fabricação própria, além de produtos nacionais e importados.

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Opções para comer no Baixo Pinheiros não faltam. E os próprios donos dos estabelecimentos perceberam isso: lançaram recentemente um mapa gastronômico que, por meio de ilustrações, indica alguns dos restaurantes, bares e confeitarias da área.

O mapa é distribuído gratuitamente nos estabelecimentos e foi iniciativa conjunta de Fernanda Barros, do Le Repas, e Mariana Gorski, da confeitaria Dama. “Foi uma primeira iniciativa para promover a região”, diz Fernanda.

LEIA MAIS:+ É bairrismo, mesmo

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Se você mora ali perto, tanto melhor. Pode chegar a pé, caminhando pelas planas e pequenas ruas do bairro, de escala mais aconchegante e com mais árvores que a maior parte de São Paulo. Mas se vem de outra parte da cidade, também é boa ideia dar uma andada até decidir onde parar para comer. Nos últimos três anos, a oferta cresceu bastante e segue um padrão de restaurantes menores, com preços em geral não tão altos, e ambiente acolhedor – geralmente instalados em antigas casas familiares. Carnes, pizzas, massas, sushi ou petiscos: a fauna gastronômica para quem tem fome é variada no Baixo Pinheiros. Para não falar nos restaurantes a quilo, que também se espalham pela região. Abaixo, listamos algumas das casas que podem ser um bom motivo para frequentar aquelas ruazinhas da várzea do Rio Pinheiros.

Forquilha Fica bem em frente à Igreja da Cruz Torta, com ambiente simpático e acolhedor, decorado com madeira do chão ao teto. O restaurante tem como principal atração um amplo forno a lenha de onde saem as especialidades do cardápio – da bruschetta e focaccia, à lasanha, que é servida num carrinho. Até as frutas da sobremesa são assadas a lenha antes de serem servidas com mascarpone. Tem uma enomatic, com oferta de seis vinhos em taça.R. Vupabussu, 347, 2371-7981

Ella Descontraído, sem grande decoração, serve comida de qualidade a bons preços. O chef proprietário Alex Romano, que trabalhou no Fasano, faz massas frescas todo dia – o destaque é o agnolotti dal plin, mas há também tortelli recheado com beterraba, entre outras –, algumas opções de carnes, saladas e o melhor cannolo da cidade, crocante e fresquinho, recheado na hora. Mas prepare-se para ouvir a conversa da mesa vizinha, que vai estar bem coladinha à sua.R. Costa Carvalho, 138, 3034-1267

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Premiada. A caprese é uma das mais pedidas na pizzaria Bráz, que está instalada no Baixo Pinheiros desde 1999. FOTO: Divulgação

Bráz Desde 1999, a pizzaria da Cia. Tradicional de Comércio que depois virou rede está sempre cheia. Foi um marco na ocupação gastronômica do bairro. Prima pela regularidade das pizzas que serve, as mais premiadas da cidade.R. Vupabussu, 271, 3037-7975

Makanudo Na casa colada ao Empório Alto dos Pinheiros, essa parrilla argentina abriu em abril. O salão principal fica onde antes era a garagem do imóvel.R. Vupabussu, 293, 3375-8232

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Ruella O restaurante da chef Danielle Dahoui é uma filial da primeira casa, que funciona na Vila Olímpia. A decoração remete à francesa Provence. O cardápio também tem toque francês.R. Vupabussu, 199, 3097-9257

Vinil Burger. Com cebola, picles, bacon, alface, tomate, molho bernaise e queijo, que pode ser cheddar, provolone ou muçarela. FOTO: Filipe Araújo/Estadão

Vinil Burger Com clima de “burger joint”, hambúrguer e cerveja boa são os carros-chefe da casa. Mas tem batata frita, suco e refrigerante. O Vinil Burger (R$ 19), único sanduíche servido, leva cebola, picles, bacon, alface, tomate, molho bernaise e queijo, que pode ser cheddar, provolone ou muçarela. A geladeira tem quatro rótulos de cerveja, com destaque para My Name is Zé, parceria da carioca Duas Cabeças com a escocesa BrewDog (R$18). O sistema é simples: você encosta no balcão, pede o sanduíche, dá uns passinhos, pega o sanduíche, escolhe a bebida e paga. Para sentar, são 15 lugares.R. Padre Carvalho, 18, 3032-1442

Nou É dos mais movimentados restaurantes da região. Filas na porta são comuns, tanto durante semana, quando o público vem dos escritórios à volta, como nos fins de semana, em que famílias ocupam as mesas. A cozinha é simples, sem aspiração autoral, mas caprichada – como no caso do competente confit de pato ao vinho do porto, com figo, presunto cru e gorgonzola. O serviço é feito por garçons estilo universitário. O Nou, inaugurado em 2008, é uma espécie de versão baixo-pinheirense do Spot.R. Ferreira de Araújo, 419, 2609-6939

I Vitelloni É a desbravadora da região, e das primeiras pizzarias da cidade a trabalhar com ingredientes que, nos anos 1980, eram “diferentes”, como presunto cru, muçarela de búfala, alcachofrinha. Com poucas mesas, gerava filas que podiam durar horas. Mantém clientela fiel.R. Conde Sílvio Álvares Penteado, 31, 3816-3071

Dô Culinária Japonesa A casa fica numa esquina discreta, no térreo de um prédio residencial. É tradicional no bairro, muito frequentada pelos vizinhos, que a tem como “japonês de segurança” .R. Padre Carvalho, 224, 3816-3958

Sarrasin Galetterie Pouco antes de completar quatro anos no bairro, o que faria em outubro deste ano, o restaurante está de mudança. Na contramão da expansão gastronômica da região, essa casa francesa arruma as malas para os Jardins. “Apareceu a chance lá. Acho que vai ter mais visibilidade”, diz Juliana Botelho, uma das sócias, que costuma atender os clientes no salão. É o que cria o ambiente intimista pelo qual o restaurante ficou conhecido. No cardápio reinam as galettes, espécie de panqueca típica da Bretanha francesa. Até a mudança, prevista para setembro, a casa funciona normalmente em Pinheiros.R. Costa Carvalho, 182, 3031-1594

Dona Chica Bistrot O restaurante é dos novatos do bairro: comemora neste mês um ano. Segue o clima dos vizinhos, com casinha charmosa, cardápio enxuto, preços não tão altos. A inclinação francesa fica no nome: a cozinha é mais pra internacional – de cordeiro com risoto ao bacalhau no azeite.R. Costa Carvalho, 72, 3031-6373

Violeta. A atmosfera é aconchegante e o cardápio é bem francês. Em dias de sol, vale pegar uma mesa no quintal. FOTO: Érica Dezonne/Estadão

Le Repas Instalada numa casa bem aconchegante, tem salão comprido que termina num agradável quintal nos fundos. O clima é de bistrô e o cardápio também: tem terrine de foie gras, moules et frites, escargot. Da cozinha de Fernanda Barros saem também clássicos gauleses, como o filé au poivre ou o magret de pato com molho de laranja Completou três anos de Baixo Pinheiros em maio deste ano.R. Ferreira de Araújo, 450, 2366-9882

Chácara Santa Cecília Das mais antigas da área, desde 2002, é bar, restaurante e balada.R. Ferreira de Araújo, 601, 3034-3910

NB Steak Destoa dos vizinhos: é daquelas churrascarias com carrões na porta e funciona com sistema híbrido entre à la carte e rodízio – menos agressivo e sem bufê de salada: tudo é servido no prato. Por R$ 95, come-se à vontade.Av. Brigadeiro Faria Lima, 140, 3031-1204

Pirajá É um bar, mas entra nesta lista de restaurantes pela importância que teve para atrair o público para a região – e pela boa oferta de petiscos, como o bolinho de abóbora com carne-seca.Av. Brigadeiro Faria Lima, 64, 3815-6881

Lanchonete da Cidade Filial da rede que serve sanduíches, será nova opção no bairro.R. dos Coropés. Ainda em obras, deve abrir em setembro

Quem leva a sério cervejas especiais certamente já passou pela região. É que no Baixo Pinheiros funciona o templo cervejeiro paulistano – não é exagero: o Empório Alto dos Pinheiros (assim nomeado para atrair a clientela do bairro vizinho) recebe sempre em primeira mão os lançamentos e tem no estoque mais de 700 rótulos. Além de 33 torneiras de chope. Mais recentemente, em janeiro, se instalou ali o bar da cervejaria escocesa BrewDog, reforçando a área, com boa oferta de chopes gringos e nacionais bem tirados. E, até setembro, outro nome de peso chega lá: o Delirium Café, da celebrada marca belga Delirium Tremens.

Bar da Brewdog O bar tem 22 torneiras de chope, que servem rótulos da marca escocesa, como o levíssimo Dead Pony e o queridinho Punk IPA, e de convidadas – em geral cervejas brasileiras recém-lançadas ou criadas especialmente para serem servidas ali. Além das torneiras, há uma fila de geladeiras com garrafas e latas nacionais e importadas, com foco no perfil hop head, malucos por lúpulo, como IPAs e Imperial IPAs, e no que está em alta – como as cervejas ácidas. Para comer, cachorro-quente, tábua de petiscos e batata chips. Se quiser jantar para valer, melhor comer em outro lugar antes.R. dos Coropés, 41, 3032-4007

Doido? Paulo Almeida, do EAP, apostou na grande variedade de rótulos em 2008, quando parecia maluquice. FOTO: Érica Dezonne/Estadão

Empório Alto do Pinheiros Quer achar uma cerveja? Vá ao EAP (diga letra a letra: ê-á-pê). Ali tem de tudo, das cervejas brasileiras que acabaram de ser lançadas às importadas recém-chegadas ao País. Até Westvleteren, a mítica belga trapista que não é exportada, está à venda lá, em um lote especial feito para custear uma reforma no mosteiro. Para saber o que está saindo das 33 torneiras de chope, basta entrar no site: a lista é atualizada frequentemente e permite planejar as rodadas (e o orçamento). O EAP tem um menu com pratos e sanduíches.R. Vupabussu, 305, 3031-4328

Delirium Café O bar da marca belga Delirium Tremens ganha unidade paulistana (já tem no Rio).R. Ferreira de Araújo, 589 – ainda em obras

Nos últimos anos, a famosa confeitaria Mariza Doces, especializada em doces de casamento, deixou de ser a única por ali. Está fora do mapa de Baixo Pinheiros por uma rua apenas, mas, instalada na fronteira, merece menção, pelo pioneirismo. Hoje, a concentração de açúcar na região é alta. O bairro tem quatro boas confeitarias e o cardápio local é extenso: vai de sofisticadas sobremesas modeladas à francesa aos prosaicos bolos e brigadeiros caseiros. “Virou uma febre desde que a gente se instalou aqui”, diz Bia Fortes, da Brigadeiro, que funciona também como café e foi aberta em 2005. As lojas na região vendem doces para levar para casa ou para comer ali mesmo – o que faz parte do programa depois de almoçar em algum dos vizinhos.

Brigadeiro Foi a primeira das docerias a inaugurar no baixo Pinheiros, em 2005. “Mudou muito de lá para cá”, lembra Bia Fortes. É ela que toca o negócio e cuida da cozinha, com a ajuda das filhas Isabel e Marina. Bolos opulentos como o de ovomaltine ou opções mais sóbrias como a torta de amêndoas ou pera são boas pedidas.R. Padre Carvalho, 91. 3097-8488

Nina Veloso Pâtisserie A casa que leva o nome da chef patissière aportou no Baixo Pinheiros em 2010. É especializada em doces mais delicados, menores, como os macarons, vendidos em dezenas de sabores, como cupuaçu com castanha-do-pará ou mais tradicionais, como framboesa. Bombons, bolos, brownies e brigadeiro de colher completam o cardápio da doceria, que também funciona numa casinha, com mesas ao ar livre onde se pode provar os doces e tomar café.R. Costa Carvalho, 195, 3032-6453

Clássico. Bolo à Toa tem 16 sabores, sem invencionices. FOTO: Felipe Rau/Estadão

Bolo à Toa Bolos e mais bolos, de 16 sabores. Quem comanda as fornadas é Renata Frioli, que aprendeu as receitas na família e abriu ali no Baixo Pinheiros a loja em meados de 2011. Não tem muita invencionice no cardápio: os tradicionais fubá, milho, laranja, cenoura com chocolate estão lá, sempre com massa fofa e boa textura. A loja, num sobrado pintado de rosa, vende somente bolos inteiros, já prontos para levar para casa.R. Padre Carvalho, 103, 2857-4857

Carro-chefe. O delicado mil-folhas fez a fama da confeitaria Dama. FOTO: Érica Dezonne/Estadão

Dama Daniela e Mariana Gorski tinham uma produção no Morumbi. Mas há três anos acharam o imóvel em que hoje estão no Baixo Pinheiros e abriram portas também para o público – além de vender por encomenda. O carro-chefe da casa é o mil-folhas, campeão de pedidos, bem montado e com boa proporção massa/creme. Mas tortas, bolos, brigadeiros e um cafezinho também atraem o público da região – seja dos escritórios à volta, seja de clientes do Nou, logo à frente, depois do almoço.R. Ferreira de Araújo, 376, 5182-5088

A consolidação de Baixo Pinheiros como polo gastronômico deve-se também à nova oferta de comidas para levar e preparar em casa. No último ano, duas lojas apareceram e uma está para ser inaugurada em breve. São empórios e delicatessens que vendem produtos mais difíceis de encontrar nos mercados comuns.

Empório Sole A loja é um desdobramento do bufê de Renata Pusset, que antes já cozinhava por encomenda e em eventos. Está há pouco mais de um ano na Ferreira de Araújo, onde ocupa uma das pequenas casinhas típicas do bairro. Expõe logo na entrada biscoitos, massas, temperos e alguns itens importados. Numa geladeira mais ao fundo, estão à venda os produtos feitos na casa: massas frescas, molhos e quiches.R. Ferreira de Araújo, 345, 2619-5384

Altos cortes. The Butchers vende carnes especiais e utensílios para churrasco. FOTO: Divulgação

The Butcher Recém-aberto numa casa reformada com tijolos aparentes, é fácil de ser identificado: uma estátua de um touro vermelho guarda a porta do local. É um açougue com loja de utensílios para churrasco. Vende carnes mais sofisticadas e caras, de animais da raça Wagyu e Angus. E cortes menos comuns na mesa brasileira que a picanha, como o T-Bone e a bananinha. Bebidas, carvão e facas também fazem parte da oferta do The Butcher.R. Ferreira de Araújo, 330, 3031-1256

Empório NB Steak Colada na enorme churrascaria recém-inaugurada, uma casinha vai abrigar o empório, que deve abrir até setembro. Assim como na unidade de Campo Belo, a ideia é vender as mesmas carnes da churrascaria já porcionadas para levar para casa, além de molhos, compotas e antepastos feitos na cozinha.Av. Brigadeiro Faria Lima, 140, 3031-1204

>> Veja a íntegra da edição do Paladar de 10/7/2014

Ali não é Vila Madalena, que fique claro. É Pinheiros, parte baixa, no que seria mesmo a várzea do rio. Solo fértil para a gastronomia, que nos últimos anos transformou um conjunto de ruas pacatas em ponto agitado de restaurantes, bares, confeitarias e lojas de comida. E vem mais por aí até o fim do ano.

Encravada numa espécie de tríplice fronteira entre o denso Largo da Batata, a balbúrdia da Vila Madalena e o grã-fino Alto de Pinheiros, a região, que se consolida como novo polo gastronômico, está sendo chamada de Baixo Pinheiros.

ILUSTRAÇÕES: Daniel Almeida/Estadão

Para os próximos meses, mais inaugurações estão previstas. Uma você lê agora em primeira mão: em setembro, a Lanchonete da Cidade, que fez fama com sanduíches servidos em ambiente anos 1950, desembarca na área, bem ao lado do bar da BrewDog, cultuado pub gringo especializado em cervejas, inaugurado há pouco na Rua Coropé.

Antes dela, em agosto, abre as portas na Ferreira de Araújo o Delirium Café, aguardado pelo público cervejeiro: é uma filial da marca belga Delirium Tremens, conhecida pelo elefantinho cor de rosa que estampa seus rótulos. O café, que tem sedes em diversos países (inclusive por aqui, no Rio, desde 2010), vai servir centenas de rótulos do mundo todo e terá um palquinho para música. “Será diferente de todos os outros. Bem Pinheiros, bem São Paulo. Vai ficar aberto até alta madrugada, 4, 5 da manhã”, diz Paulo Almeida, um dos sócios do negócio e também dono do Empório Alto de Pinheiros, a meca das cervejas importadas, ali pertinho.

Outra novidade na vizinhança, que deve abrir em setembro, é o Empório NB Steak. Na casinha ao lado da churrascaria que abriu em maio, na Av. Pedroso de Morais, o restaurateur Arri Coser (Ex-dono da Fogo de Chão) diz que vai vender cortes diversos de carne e artigos para churrasco.

Além da NB Steak – que é de certa forma um estranho no ninho pinheirense pelo gigantismo, já que comporta mais de 200 pessoas –, abriu há três meses o Makanudo, restaurante especializado em carnes argentinas. Completam o time de casas inauguradas desde meados de 2013 lugares que já conquistaram clientela, como a lanchonete Vinil Burger, o Dona Chica Bistrot – de inspiração francesa –, o Forquilha, que aposta em pratos de feitos no forno a lenha, e ainda o Ella, italiano clássico, mas com preços moderados que foi finalista do Prêmio Paladar 2013.

Isso para não falar em lojas especializadas em comida para levar: há dois meses, abriu um pequeno açougue que vende cortes especiais, bebidas e acessórios para churrasco, o The Butcher, na Ferreira de Araújo. Bem na frente, há um ano, foi o Empório Sole que se instalou ali, oferecendo massas, molhos, quiches e salgadinhos de fabricação própria, além de produtos nacionais e importados.

Opções para comer no Baixo Pinheiros não faltam. E os próprios donos dos estabelecimentos perceberam isso: lançaram recentemente um mapa gastronômico que, por meio de ilustrações, indica alguns dos restaurantes, bares e confeitarias da área.

O mapa é distribuído gratuitamente nos estabelecimentos e foi iniciativa conjunta de Fernanda Barros, do Le Repas, e Mariana Gorski, da confeitaria Dama. “Foi uma primeira iniciativa para promover a região”, diz Fernanda.

LEIA MAIS:+ É bairrismo, mesmo

Se você mora ali perto, tanto melhor. Pode chegar a pé, caminhando pelas planas e pequenas ruas do bairro, de escala mais aconchegante e com mais árvores que a maior parte de São Paulo. Mas se vem de outra parte da cidade, também é boa ideia dar uma andada até decidir onde parar para comer. Nos últimos três anos, a oferta cresceu bastante e segue um padrão de restaurantes menores, com preços em geral não tão altos, e ambiente acolhedor – geralmente instalados em antigas casas familiares. Carnes, pizzas, massas, sushi ou petiscos: a fauna gastronômica para quem tem fome é variada no Baixo Pinheiros. Para não falar nos restaurantes a quilo, que também se espalham pela região. Abaixo, listamos algumas das casas que podem ser um bom motivo para frequentar aquelas ruazinhas da várzea do Rio Pinheiros.

Forquilha Fica bem em frente à Igreja da Cruz Torta, com ambiente simpático e acolhedor, decorado com madeira do chão ao teto. O restaurante tem como principal atração um amplo forno a lenha de onde saem as especialidades do cardápio – da bruschetta e focaccia, à lasanha, que é servida num carrinho. Até as frutas da sobremesa são assadas a lenha antes de serem servidas com mascarpone. Tem uma enomatic, com oferta de seis vinhos em taça.R. Vupabussu, 347, 2371-7981

Ella Descontraído, sem grande decoração, serve comida de qualidade a bons preços. O chef proprietário Alex Romano, que trabalhou no Fasano, faz massas frescas todo dia – o destaque é o agnolotti dal plin, mas há também tortelli recheado com beterraba, entre outras –, algumas opções de carnes, saladas e o melhor cannolo da cidade, crocante e fresquinho, recheado na hora. Mas prepare-se para ouvir a conversa da mesa vizinha, que vai estar bem coladinha à sua.R. Costa Carvalho, 138, 3034-1267

Premiada. A caprese é uma das mais pedidas na pizzaria Bráz, que está instalada no Baixo Pinheiros desde 1999. FOTO: Divulgação

Bráz Desde 1999, a pizzaria da Cia. Tradicional de Comércio que depois virou rede está sempre cheia. Foi um marco na ocupação gastronômica do bairro. Prima pela regularidade das pizzas que serve, as mais premiadas da cidade.R. Vupabussu, 271, 3037-7975

Makanudo Na casa colada ao Empório Alto dos Pinheiros, essa parrilla argentina abriu em abril. O salão principal fica onde antes era a garagem do imóvel.R. Vupabussu, 293, 3375-8232

Ruella O restaurante da chef Danielle Dahoui é uma filial da primeira casa, que funciona na Vila Olímpia. A decoração remete à francesa Provence. O cardápio também tem toque francês.R. Vupabussu, 199, 3097-9257

Vinil Burger. Com cebola, picles, bacon, alface, tomate, molho bernaise e queijo, que pode ser cheddar, provolone ou muçarela. FOTO: Filipe Araújo/Estadão

Vinil Burger Com clima de “burger joint”, hambúrguer e cerveja boa são os carros-chefe da casa. Mas tem batata frita, suco e refrigerante. O Vinil Burger (R$ 19), único sanduíche servido, leva cebola, picles, bacon, alface, tomate, molho bernaise e queijo, que pode ser cheddar, provolone ou muçarela. A geladeira tem quatro rótulos de cerveja, com destaque para My Name is Zé, parceria da carioca Duas Cabeças com a escocesa BrewDog (R$18). O sistema é simples: você encosta no balcão, pede o sanduíche, dá uns passinhos, pega o sanduíche, escolhe a bebida e paga. Para sentar, são 15 lugares.R. Padre Carvalho, 18, 3032-1442

Nou É dos mais movimentados restaurantes da região. Filas na porta são comuns, tanto durante semana, quando o público vem dos escritórios à volta, como nos fins de semana, em que famílias ocupam as mesas. A cozinha é simples, sem aspiração autoral, mas caprichada – como no caso do competente confit de pato ao vinho do porto, com figo, presunto cru e gorgonzola. O serviço é feito por garçons estilo universitário. O Nou, inaugurado em 2008, é uma espécie de versão baixo-pinheirense do Spot.R. Ferreira de Araújo, 419, 2609-6939

I Vitelloni É a desbravadora da região, e das primeiras pizzarias da cidade a trabalhar com ingredientes que, nos anos 1980, eram “diferentes”, como presunto cru, muçarela de búfala, alcachofrinha. Com poucas mesas, gerava filas que podiam durar horas. Mantém clientela fiel.R. Conde Sílvio Álvares Penteado, 31, 3816-3071

Dô Culinária Japonesa A casa fica numa esquina discreta, no térreo de um prédio residencial. É tradicional no bairro, muito frequentada pelos vizinhos, que a tem como “japonês de segurança” .R. Padre Carvalho, 224, 3816-3958

Sarrasin Galetterie Pouco antes de completar quatro anos no bairro, o que faria em outubro deste ano, o restaurante está de mudança. Na contramão da expansão gastronômica da região, essa casa francesa arruma as malas para os Jardins. “Apareceu a chance lá. Acho que vai ter mais visibilidade”, diz Juliana Botelho, uma das sócias, que costuma atender os clientes no salão. É o que cria o ambiente intimista pelo qual o restaurante ficou conhecido. No cardápio reinam as galettes, espécie de panqueca típica da Bretanha francesa. Até a mudança, prevista para setembro, a casa funciona normalmente em Pinheiros.R. Costa Carvalho, 182, 3031-1594

Dona Chica Bistrot O restaurante é dos novatos do bairro: comemora neste mês um ano. Segue o clima dos vizinhos, com casinha charmosa, cardápio enxuto, preços não tão altos. A inclinação francesa fica no nome: a cozinha é mais pra internacional – de cordeiro com risoto ao bacalhau no azeite.R. Costa Carvalho, 72, 3031-6373

Violeta. A atmosfera é aconchegante e o cardápio é bem francês. Em dias de sol, vale pegar uma mesa no quintal. FOTO: Érica Dezonne/Estadão

Le Repas Instalada numa casa bem aconchegante, tem salão comprido que termina num agradável quintal nos fundos. O clima é de bistrô e o cardápio também: tem terrine de foie gras, moules et frites, escargot. Da cozinha de Fernanda Barros saem também clássicos gauleses, como o filé au poivre ou o magret de pato com molho de laranja Completou três anos de Baixo Pinheiros em maio deste ano.R. Ferreira de Araújo, 450, 2366-9882

Chácara Santa Cecília Das mais antigas da área, desde 2002, é bar, restaurante e balada.R. Ferreira de Araújo, 601, 3034-3910

NB Steak Destoa dos vizinhos: é daquelas churrascarias com carrões na porta e funciona com sistema híbrido entre à la carte e rodízio – menos agressivo e sem bufê de salada: tudo é servido no prato. Por R$ 95, come-se à vontade.Av. Brigadeiro Faria Lima, 140, 3031-1204

Pirajá É um bar, mas entra nesta lista de restaurantes pela importância que teve para atrair o público para a região – e pela boa oferta de petiscos, como o bolinho de abóbora com carne-seca.Av. Brigadeiro Faria Lima, 64, 3815-6881

Lanchonete da Cidade Filial da rede que serve sanduíches, será nova opção no bairro.R. dos Coropés. Ainda em obras, deve abrir em setembro

Quem leva a sério cervejas especiais certamente já passou pela região. É que no Baixo Pinheiros funciona o templo cervejeiro paulistano – não é exagero: o Empório Alto dos Pinheiros (assim nomeado para atrair a clientela do bairro vizinho) recebe sempre em primeira mão os lançamentos e tem no estoque mais de 700 rótulos. Além de 33 torneiras de chope. Mais recentemente, em janeiro, se instalou ali o bar da cervejaria escocesa BrewDog, reforçando a área, com boa oferta de chopes gringos e nacionais bem tirados. E, até setembro, outro nome de peso chega lá: o Delirium Café, da celebrada marca belga Delirium Tremens.

Bar da Brewdog O bar tem 22 torneiras de chope, que servem rótulos da marca escocesa, como o levíssimo Dead Pony e o queridinho Punk IPA, e de convidadas – em geral cervejas brasileiras recém-lançadas ou criadas especialmente para serem servidas ali. Além das torneiras, há uma fila de geladeiras com garrafas e latas nacionais e importadas, com foco no perfil hop head, malucos por lúpulo, como IPAs e Imperial IPAs, e no que está em alta – como as cervejas ácidas. Para comer, cachorro-quente, tábua de petiscos e batata chips. Se quiser jantar para valer, melhor comer em outro lugar antes.R. dos Coropés, 41, 3032-4007

Doido? Paulo Almeida, do EAP, apostou na grande variedade de rótulos em 2008, quando parecia maluquice. FOTO: Érica Dezonne/Estadão

Empório Alto do Pinheiros Quer achar uma cerveja? Vá ao EAP (diga letra a letra: ê-á-pê). Ali tem de tudo, das cervejas brasileiras que acabaram de ser lançadas às importadas recém-chegadas ao País. Até Westvleteren, a mítica belga trapista que não é exportada, está à venda lá, em um lote especial feito para custear uma reforma no mosteiro. Para saber o que está saindo das 33 torneiras de chope, basta entrar no site: a lista é atualizada frequentemente e permite planejar as rodadas (e o orçamento). O EAP tem um menu com pratos e sanduíches.R. Vupabussu, 305, 3031-4328

Delirium Café O bar da marca belga Delirium Tremens ganha unidade paulistana (já tem no Rio).R. Ferreira de Araújo, 589 – ainda em obras

Nos últimos anos, a famosa confeitaria Mariza Doces, especializada em doces de casamento, deixou de ser a única por ali. Está fora do mapa de Baixo Pinheiros por uma rua apenas, mas, instalada na fronteira, merece menção, pelo pioneirismo. Hoje, a concentração de açúcar na região é alta. O bairro tem quatro boas confeitarias e o cardápio local é extenso: vai de sofisticadas sobremesas modeladas à francesa aos prosaicos bolos e brigadeiros caseiros. “Virou uma febre desde que a gente se instalou aqui”, diz Bia Fortes, da Brigadeiro, que funciona também como café e foi aberta em 2005. As lojas na região vendem doces para levar para casa ou para comer ali mesmo – o que faz parte do programa depois de almoçar em algum dos vizinhos.

Brigadeiro Foi a primeira das docerias a inaugurar no baixo Pinheiros, em 2005. “Mudou muito de lá para cá”, lembra Bia Fortes. É ela que toca o negócio e cuida da cozinha, com a ajuda das filhas Isabel e Marina. Bolos opulentos como o de ovomaltine ou opções mais sóbrias como a torta de amêndoas ou pera são boas pedidas.R. Padre Carvalho, 91. 3097-8488

Nina Veloso Pâtisserie A casa que leva o nome da chef patissière aportou no Baixo Pinheiros em 2010. É especializada em doces mais delicados, menores, como os macarons, vendidos em dezenas de sabores, como cupuaçu com castanha-do-pará ou mais tradicionais, como framboesa. Bombons, bolos, brownies e brigadeiro de colher completam o cardápio da doceria, que também funciona numa casinha, com mesas ao ar livre onde se pode provar os doces e tomar café.R. Costa Carvalho, 195, 3032-6453

Clássico. Bolo à Toa tem 16 sabores, sem invencionices. FOTO: Felipe Rau/Estadão

Bolo à Toa Bolos e mais bolos, de 16 sabores. Quem comanda as fornadas é Renata Frioli, que aprendeu as receitas na família e abriu ali no Baixo Pinheiros a loja em meados de 2011. Não tem muita invencionice no cardápio: os tradicionais fubá, milho, laranja, cenoura com chocolate estão lá, sempre com massa fofa e boa textura. A loja, num sobrado pintado de rosa, vende somente bolos inteiros, já prontos para levar para casa.R. Padre Carvalho, 103, 2857-4857

Carro-chefe. O delicado mil-folhas fez a fama da confeitaria Dama. FOTO: Érica Dezonne/Estadão

Dama Daniela e Mariana Gorski tinham uma produção no Morumbi. Mas há três anos acharam o imóvel em que hoje estão no Baixo Pinheiros e abriram portas também para o público – além de vender por encomenda. O carro-chefe da casa é o mil-folhas, campeão de pedidos, bem montado e com boa proporção massa/creme. Mas tortas, bolos, brigadeiros e um cafezinho também atraem o público da região – seja dos escritórios à volta, seja de clientes do Nou, logo à frente, depois do almoço.R. Ferreira de Araújo, 376, 5182-5088

A consolidação de Baixo Pinheiros como polo gastronômico deve-se também à nova oferta de comidas para levar e preparar em casa. No último ano, duas lojas apareceram e uma está para ser inaugurada em breve. São empórios e delicatessens que vendem produtos mais difíceis de encontrar nos mercados comuns.

Empório Sole A loja é um desdobramento do bufê de Renata Pusset, que antes já cozinhava por encomenda e em eventos. Está há pouco mais de um ano na Ferreira de Araújo, onde ocupa uma das pequenas casinhas típicas do bairro. Expõe logo na entrada biscoitos, massas, temperos e alguns itens importados. Numa geladeira mais ao fundo, estão à venda os produtos feitos na casa: massas frescas, molhos e quiches.R. Ferreira de Araújo, 345, 2619-5384

Altos cortes. The Butchers vende carnes especiais e utensílios para churrasco. FOTO: Divulgação

The Butcher Recém-aberto numa casa reformada com tijolos aparentes, é fácil de ser identificado: uma estátua de um touro vermelho guarda a porta do local. É um açougue com loja de utensílios para churrasco. Vende carnes mais sofisticadas e caras, de animais da raça Wagyu e Angus. E cortes menos comuns na mesa brasileira que a picanha, como o T-Bone e a bananinha. Bebidas, carvão e facas também fazem parte da oferta do The Butcher.R. Ferreira de Araújo, 330, 3031-1256

Empório NB Steak Colada na enorme churrascaria recém-inaugurada, uma casinha vai abrigar o empório, que deve abrir até setembro. Assim como na unidade de Campo Belo, a ideia é vender as mesmas carnes da churrascaria já porcionadas para levar para casa, além de molhos, compotas e antepastos feitos na cozinha.Av. Brigadeiro Faria Lima, 140, 3031-1204

>> Veja a íntegra da edição do Paladar de 10/7/2014

Ali não é Vila Madalena, que fique claro. É Pinheiros, parte baixa, no que seria mesmo a várzea do rio. Solo fértil para a gastronomia, que nos últimos anos transformou um conjunto de ruas pacatas em ponto agitado de restaurantes, bares, confeitarias e lojas de comida. E vem mais por aí até o fim do ano.

Encravada numa espécie de tríplice fronteira entre o denso Largo da Batata, a balbúrdia da Vila Madalena e o grã-fino Alto de Pinheiros, a região, que se consolida como novo polo gastronômico, está sendo chamada de Baixo Pinheiros.

ILUSTRAÇÕES: Daniel Almeida/Estadão

Para os próximos meses, mais inaugurações estão previstas. Uma você lê agora em primeira mão: em setembro, a Lanchonete da Cidade, que fez fama com sanduíches servidos em ambiente anos 1950, desembarca na área, bem ao lado do bar da BrewDog, cultuado pub gringo especializado em cervejas, inaugurado há pouco na Rua Coropé.

Antes dela, em agosto, abre as portas na Ferreira de Araújo o Delirium Café, aguardado pelo público cervejeiro: é uma filial da marca belga Delirium Tremens, conhecida pelo elefantinho cor de rosa que estampa seus rótulos. O café, que tem sedes em diversos países (inclusive por aqui, no Rio, desde 2010), vai servir centenas de rótulos do mundo todo e terá um palquinho para música. “Será diferente de todos os outros. Bem Pinheiros, bem São Paulo. Vai ficar aberto até alta madrugada, 4, 5 da manhã”, diz Paulo Almeida, um dos sócios do negócio e também dono do Empório Alto de Pinheiros, a meca das cervejas importadas, ali pertinho.

Outra novidade na vizinhança, que deve abrir em setembro, é o Empório NB Steak. Na casinha ao lado da churrascaria que abriu em maio, na Av. Pedroso de Morais, o restaurateur Arri Coser (Ex-dono da Fogo de Chão) diz que vai vender cortes diversos de carne e artigos para churrasco.

Além da NB Steak – que é de certa forma um estranho no ninho pinheirense pelo gigantismo, já que comporta mais de 200 pessoas –, abriu há três meses o Makanudo, restaurante especializado em carnes argentinas. Completam o time de casas inauguradas desde meados de 2013 lugares que já conquistaram clientela, como a lanchonete Vinil Burger, o Dona Chica Bistrot – de inspiração francesa –, o Forquilha, que aposta em pratos de feitos no forno a lenha, e ainda o Ella, italiano clássico, mas com preços moderados que foi finalista do Prêmio Paladar 2013.

Isso para não falar em lojas especializadas em comida para levar: há dois meses, abriu um pequeno açougue que vende cortes especiais, bebidas e acessórios para churrasco, o The Butcher, na Ferreira de Araújo. Bem na frente, há um ano, foi o Empório Sole que se instalou ali, oferecendo massas, molhos, quiches e salgadinhos de fabricação própria, além de produtos nacionais e importados.

Opções para comer no Baixo Pinheiros não faltam. E os próprios donos dos estabelecimentos perceberam isso: lançaram recentemente um mapa gastronômico que, por meio de ilustrações, indica alguns dos restaurantes, bares e confeitarias da área.

O mapa é distribuído gratuitamente nos estabelecimentos e foi iniciativa conjunta de Fernanda Barros, do Le Repas, e Mariana Gorski, da confeitaria Dama. “Foi uma primeira iniciativa para promover a região”, diz Fernanda.

LEIA MAIS:+ É bairrismo, mesmo

Se você mora ali perto, tanto melhor. Pode chegar a pé, caminhando pelas planas e pequenas ruas do bairro, de escala mais aconchegante e com mais árvores que a maior parte de São Paulo. Mas se vem de outra parte da cidade, também é boa ideia dar uma andada até decidir onde parar para comer. Nos últimos três anos, a oferta cresceu bastante e segue um padrão de restaurantes menores, com preços em geral não tão altos, e ambiente acolhedor – geralmente instalados em antigas casas familiares. Carnes, pizzas, massas, sushi ou petiscos: a fauna gastronômica para quem tem fome é variada no Baixo Pinheiros. Para não falar nos restaurantes a quilo, que também se espalham pela região. Abaixo, listamos algumas das casas que podem ser um bom motivo para frequentar aquelas ruazinhas da várzea do Rio Pinheiros.

Forquilha Fica bem em frente à Igreja da Cruz Torta, com ambiente simpático e acolhedor, decorado com madeira do chão ao teto. O restaurante tem como principal atração um amplo forno a lenha de onde saem as especialidades do cardápio – da bruschetta e focaccia, à lasanha, que é servida num carrinho. Até as frutas da sobremesa são assadas a lenha antes de serem servidas com mascarpone. Tem uma enomatic, com oferta de seis vinhos em taça.R. Vupabussu, 347, 2371-7981

Ella Descontraído, sem grande decoração, serve comida de qualidade a bons preços. O chef proprietário Alex Romano, que trabalhou no Fasano, faz massas frescas todo dia – o destaque é o agnolotti dal plin, mas há também tortelli recheado com beterraba, entre outras –, algumas opções de carnes, saladas e o melhor cannolo da cidade, crocante e fresquinho, recheado na hora. Mas prepare-se para ouvir a conversa da mesa vizinha, que vai estar bem coladinha à sua.R. Costa Carvalho, 138, 3034-1267

Premiada. A caprese é uma das mais pedidas na pizzaria Bráz, que está instalada no Baixo Pinheiros desde 1999. FOTO: Divulgação

Bráz Desde 1999, a pizzaria da Cia. Tradicional de Comércio que depois virou rede está sempre cheia. Foi um marco na ocupação gastronômica do bairro. Prima pela regularidade das pizzas que serve, as mais premiadas da cidade.R. Vupabussu, 271, 3037-7975

Makanudo Na casa colada ao Empório Alto dos Pinheiros, essa parrilla argentina abriu em abril. O salão principal fica onde antes era a garagem do imóvel.R. Vupabussu, 293, 3375-8232

Ruella O restaurante da chef Danielle Dahoui é uma filial da primeira casa, que funciona na Vila Olímpia. A decoração remete à francesa Provence. O cardápio também tem toque francês.R. Vupabussu, 199, 3097-9257

Vinil Burger. Com cebola, picles, bacon, alface, tomate, molho bernaise e queijo, que pode ser cheddar, provolone ou muçarela. FOTO: Filipe Araújo/Estadão

Vinil Burger Com clima de “burger joint”, hambúrguer e cerveja boa são os carros-chefe da casa. Mas tem batata frita, suco e refrigerante. O Vinil Burger (R$ 19), único sanduíche servido, leva cebola, picles, bacon, alface, tomate, molho bernaise e queijo, que pode ser cheddar, provolone ou muçarela. A geladeira tem quatro rótulos de cerveja, com destaque para My Name is Zé, parceria da carioca Duas Cabeças com a escocesa BrewDog (R$18). O sistema é simples: você encosta no balcão, pede o sanduíche, dá uns passinhos, pega o sanduíche, escolhe a bebida e paga. Para sentar, são 15 lugares.R. Padre Carvalho, 18, 3032-1442

Nou É dos mais movimentados restaurantes da região. Filas na porta são comuns, tanto durante semana, quando o público vem dos escritórios à volta, como nos fins de semana, em que famílias ocupam as mesas. A cozinha é simples, sem aspiração autoral, mas caprichada – como no caso do competente confit de pato ao vinho do porto, com figo, presunto cru e gorgonzola. O serviço é feito por garçons estilo universitário. O Nou, inaugurado em 2008, é uma espécie de versão baixo-pinheirense do Spot.R. Ferreira de Araújo, 419, 2609-6939

I Vitelloni É a desbravadora da região, e das primeiras pizzarias da cidade a trabalhar com ingredientes que, nos anos 1980, eram “diferentes”, como presunto cru, muçarela de búfala, alcachofrinha. Com poucas mesas, gerava filas que podiam durar horas. Mantém clientela fiel.R. Conde Sílvio Álvares Penteado, 31, 3816-3071

Dô Culinária Japonesa A casa fica numa esquina discreta, no térreo de um prédio residencial. É tradicional no bairro, muito frequentada pelos vizinhos, que a tem como “japonês de segurança” .R. Padre Carvalho, 224, 3816-3958

Sarrasin Galetterie Pouco antes de completar quatro anos no bairro, o que faria em outubro deste ano, o restaurante está de mudança. Na contramão da expansão gastronômica da região, essa casa francesa arruma as malas para os Jardins. “Apareceu a chance lá. Acho que vai ter mais visibilidade”, diz Juliana Botelho, uma das sócias, que costuma atender os clientes no salão. É o que cria o ambiente intimista pelo qual o restaurante ficou conhecido. No cardápio reinam as galettes, espécie de panqueca típica da Bretanha francesa. Até a mudança, prevista para setembro, a casa funciona normalmente em Pinheiros.R. Costa Carvalho, 182, 3031-1594

Dona Chica Bistrot O restaurante é dos novatos do bairro: comemora neste mês um ano. Segue o clima dos vizinhos, com casinha charmosa, cardápio enxuto, preços não tão altos. A inclinação francesa fica no nome: a cozinha é mais pra internacional – de cordeiro com risoto ao bacalhau no azeite.R. Costa Carvalho, 72, 3031-6373

Violeta. A atmosfera é aconchegante e o cardápio é bem francês. Em dias de sol, vale pegar uma mesa no quintal. FOTO: Érica Dezonne/Estadão

Le Repas Instalada numa casa bem aconchegante, tem salão comprido que termina num agradável quintal nos fundos. O clima é de bistrô e o cardápio também: tem terrine de foie gras, moules et frites, escargot. Da cozinha de Fernanda Barros saem também clássicos gauleses, como o filé au poivre ou o magret de pato com molho de laranja Completou três anos de Baixo Pinheiros em maio deste ano.R. Ferreira de Araújo, 450, 2366-9882

Chácara Santa Cecília Das mais antigas da área, desde 2002, é bar, restaurante e balada.R. Ferreira de Araújo, 601, 3034-3910

NB Steak Destoa dos vizinhos: é daquelas churrascarias com carrões na porta e funciona com sistema híbrido entre à la carte e rodízio – menos agressivo e sem bufê de salada: tudo é servido no prato. Por R$ 95, come-se à vontade.Av. Brigadeiro Faria Lima, 140, 3031-1204

Pirajá É um bar, mas entra nesta lista de restaurantes pela importância que teve para atrair o público para a região – e pela boa oferta de petiscos, como o bolinho de abóbora com carne-seca.Av. Brigadeiro Faria Lima, 64, 3815-6881

Lanchonete da Cidade Filial da rede que serve sanduíches, será nova opção no bairro.R. dos Coropés. Ainda em obras, deve abrir em setembro

Quem leva a sério cervejas especiais certamente já passou pela região. É que no Baixo Pinheiros funciona o templo cervejeiro paulistano – não é exagero: o Empório Alto dos Pinheiros (assim nomeado para atrair a clientela do bairro vizinho) recebe sempre em primeira mão os lançamentos e tem no estoque mais de 700 rótulos. Além de 33 torneiras de chope. Mais recentemente, em janeiro, se instalou ali o bar da cervejaria escocesa BrewDog, reforçando a área, com boa oferta de chopes gringos e nacionais bem tirados. E, até setembro, outro nome de peso chega lá: o Delirium Café, da celebrada marca belga Delirium Tremens.

Bar da Brewdog O bar tem 22 torneiras de chope, que servem rótulos da marca escocesa, como o levíssimo Dead Pony e o queridinho Punk IPA, e de convidadas – em geral cervejas brasileiras recém-lançadas ou criadas especialmente para serem servidas ali. Além das torneiras, há uma fila de geladeiras com garrafas e latas nacionais e importadas, com foco no perfil hop head, malucos por lúpulo, como IPAs e Imperial IPAs, e no que está em alta – como as cervejas ácidas. Para comer, cachorro-quente, tábua de petiscos e batata chips. Se quiser jantar para valer, melhor comer em outro lugar antes.R. dos Coropés, 41, 3032-4007

Doido? Paulo Almeida, do EAP, apostou na grande variedade de rótulos em 2008, quando parecia maluquice. FOTO: Érica Dezonne/Estadão

Empório Alto do Pinheiros Quer achar uma cerveja? Vá ao EAP (diga letra a letra: ê-á-pê). Ali tem de tudo, das cervejas brasileiras que acabaram de ser lançadas às importadas recém-chegadas ao País. Até Westvleteren, a mítica belga trapista que não é exportada, está à venda lá, em um lote especial feito para custear uma reforma no mosteiro. Para saber o que está saindo das 33 torneiras de chope, basta entrar no site: a lista é atualizada frequentemente e permite planejar as rodadas (e o orçamento). O EAP tem um menu com pratos e sanduíches.R. Vupabussu, 305, 3031-4328

Delirium Café O bar da marca belga Delirium Tremens ganha unidade paulistana (já tem no Rio).R. Ferreira de Araújo, 589 – ainda em obras

Nos últimos anos, a famosa confeitaria Mariza Doces, especializada em doces de casamento, deixou de ser a única por ali. Está fora do mapa de Baixo Pinheiros por uma rua apenas, mas, instalada na fronteira, merece menção, pelo pioneirismo. Hoje, a concentração de açúcar na região é alta. O bairro tem quatro boas confeitarias e o cardápio local é extenso: vai de sofisticadas sobremesas modeladas à francesa aos prosaicos bolos e brigadeiros caseiros. “Virou uma febre desde que a gente se instalou aqui”, diz Bia Fortes, da Brigadeiro, que funciona também como café e foi aberta em 2005. As lojas na região vendem doces para levar para casa ou para comer ali mesmo – o que faz parte do programa depois de almoçar em algum dos vizinhos.

Brigadeiro Foi a primeira das docerias a inaugurar no baixo Pinheiros, em 2005. “Mudou muito de lá para cá”, lembra Bia Fortes. É ela que toca o negócio e cuida da cozinha, com a ajuda das filhas Isabel e Marina. Bolos opulentos como o de ovomaltine ou opções mais sóbrias como a torta de amêndoas ou pera são boas pedidas.R. Padre Carvalho, 91. 3097-8488

Nina Veloso Pâtisserie A casa que leva o nome da chef patissière aportou no Baixo Pinheiros em 2010. É especializada em doces mais delicados, menores, como os macarons, vendidos em dezenas de sabores, como cupuaçu com castanha-do-pará ou mais tradicionais, como framboesa. Bombons, bolos, brownies e brigadeiro de colher completam o cardápio da doceria, que também funciona numa casinha, com mesas ao ar livre onde se pode provar os doces e tomar café.R. Costa Carvalho, 195, 3032-6453

Clássico. Bolo à Toa tem 16 sabores, sem invencionices. FOTO: Felipe Rau/Estadão

Bolo à Toa Bolos e mais bolos, de 16 sabores. Quem comanda as fornadas é Renata Frioli, que aprendeu as receitas na família e abriu ali no Baixo Pinheiros a loja em meados de 2011. Não tem muita invencionice no cardápio: os tradicionais fubá, milho, laranja, cenoura com chocolate estão lá, sempre com massa fofa e boa textura. A loja, num sobrado pintado de rosa, vende somente bolos inteiros, já prontos para levar para casa.R. Padre Carvalho, 103, 2857-4857

Carro-chefe. O delicado mil-folhas fez a fama da confeitaria Dama. FOTO: Érica Dezonne/Estadão

Dama Daniela e Mariana Gorski tinham uma produção no Morumbi. Mas há três anos acharam o imóvel em que hoje estão no Baixo Pinheiros e abriram portas também para o público – além de vender por encomenda. O carro-chefe da casa é o mil-folhas, campeão de pedidos, bem montado e com boa proporção massa/creme. Mas tortas, bolos, brigadeiros e um cafezinho também atraem o público da região – seja dos escritórios à volta, seja de clientes do Nou, logo à frente, depois do almoço.R. Ferreira de Araújo, 376, 5182-5088

A consolidação de Baixo Pinheiros como polo gastronômico deve-se também à nova oferta de comidas para levar e preparar em casa. No último ano, duas lojas apareceram e uma está para ser inaugurada em breve. São empórios e delicatessens que vendem produtos mais difíceis de encontrar nos mercados comuns.

Empório Sole A loja é um desdobramento do bufê de Renata Pusset, que antes já cozinhava por encomenda e em eventos. Está há pouco mais de um ano na Ferreira de Araújo, onde ocupa uma das pequenas casinhas típicas do bairro. Expõe logo na entrada biscoitos, massas, temperos e alguns itens importados. Numa geladeira mais ao fundo, estão à venda os produtos feitos na casa: massas frescas, molhos e quiches.R. Ferreira de Araújo, 345, 2619-5384

Altos cortes. The Butchers vende carnes especiais e utensílios para churrasco. FOTO: Divulgação

The Butcher Recém-aberto numa casa reformada com tijolos aparentes, é fácil de ser identificado: uma estátua de um touro vermelho guarda a porta do local. É um açougue com loja de utensílios para churrasco. Vende carnes mais sofisticadas e caras, de animais da raça Wagyu e Angus. E cortes menos comuns na mesa brasileira que a picanha, como o T-Bone e a bananinha. Bebidas, carvão e facas também fazem parte da oferta do The Butcher.R. Ferreira de Araújo, 330, 3031-1256

Empório NB Steak Colada na enorme churrascaria recém-inaugurada, uma casinha vai abrigar o empório, que deve abrir até setembro. Assim como na unidade de Campo Belo, a ideia é vender as mesmas carnes da churrascaria já porcionadas para levar para casa, além de molhos, compotas e antepastos feitos na cozinha.Av. Brigadeiro Faria Lima, 140, 3031-1204

>> Veja a íntegra da edição do Paladar de 10/7/2014

Ali não é Vila Madalena, que fique claro. É Pinheiros, parte baixa, no que seria mesmo a várzea do rio. Solo fértil para a gastronomia, que nos últimos anos transformou um conjunto de ruas pacatas em ponto agitado de restaurantes, bares, confeitarias e lojas de comida. E vem mais por aí até o fim do ano.

Encravada numa espécie de tríplice fronteira entre o denso Largo da Batata, a balbúrdia da Vila Madalena e o grã-fino Alto de Pinheiros, a região, que se consolida como novo polo gastronômico, está sendo chamada de Baixo Pinheiros.

ILUSTRAÇÕES: Daniel Almeida/Estadão

Para os próximos meses, mais inaugurações estão previstas. Uma você lê agora em primeira mão: em setembro, a Lanchonete da Cidade, que fez fama com sanduíches servidos em ambiente anos 1950, desembarca na área, bem ao lado do bar da BrewDog, cultuado pub gringo especializado em cervejas, inaugurado há pouco na Rua Coropé.

Antes dela, em agosto, abre as portas na Ferreira de Araújo o Delirium Café, aguardado pelo público cervejeiro: é uma filial da marca belga Delirium Tremens, conhecida pelo elefantinho cor de rosa que estampa seus rótulos. O café, que tem sedes em diversos países (inclusive por aqui, no Rio, desde 2010), vai servir centenas de rótulos do mundo todo e terá um palquinho para música. “Será diferente de todos os outros. Bem Pinheiros, bem São Paulo. Vai ficar aberto até alta madrugada, 4, 5 da manhã”, diz Paulo Almeida, um dos sócios do negócio e também dono do Empório Alto de Pinheiros, a meca das cervejas importadas, ali pertinho.

Outra novidade na vizinhança, que deve abrir em setembro, é o Empório NB Steak. Na casinha ao lado da churrascaria que abriu em maio, na Av. Pedroso de Morais, o restaurateur Arri Coser (Ex-dono da Fogo de Chão) diz que vai vender cortes diversos de carne e artigos para churrasco.

Além da NB Steak – que é de certa forma um estranho no ninho pinheirense pelo gigantismo, já que comporta mais de 200 pessoas –, abriu há três meses o Makanudo, restaurante especializado em carnes argentinas. Completam o time de casas inauguradas desde meados de 2013 lugares que já conquistaram clientela, como a lanchonete Vinil Burger, o Dona Chica Bistrot – de inspiração francesa –, o Forquilha, que aposta em pratos de feitos no forno a lenha, e ainda o Ella, italiano clássico, mas com preços moderados que foi finalista do Prêmio Paladar 2013.

Isso para não falar em lojas especializadas em comida para levar: há dois meses, abriu um pequeno açougue que vende cortes especiais, bebidas e acessórios para churrasco, o The Butcher, na Ferreira de Araújo. Bem na frente, há um ano, foi o Empório Sole que se instalou ali, oferecendo massas, molhos, quiches e salgadinhos de fabricação própria, além de produtos nacionais e importados.

Opções para comer no Baixo Pinheiros não faltam. E os próprios donos dos estabelecimentos perceberam isso: lançaram recentemente um mapa gastronômico que, por meio de ilustrações, indica alguns dos restaurantes, bares e confeitarias da área.

O mapa é distribuído gratuitamente nos estabelecimentos e foi iniciativa conjunta de Fernanda Barros, do Le Repas, e Mariana Gorski, da confeitaria Dama. “Foi uma primeira iniciativa para promover a região”, diz Fernanda.

LEIA MAIS:+ É bairrismo, mesmo

Se você mora ali perto, tanto melhor. Pode chegar a pé, caminhando pelas planas e pequenas ruas do bairro, de escala mais aconchegante e com mais árvores que a maior parte de São Paulo. Mas se vem de outra parte da cidade, também é boa ideia dar uma andada até decidir onde parar para comer. Nos últimos três anos, a oferta cresceu bastante e segue um padrão de restaurantes menores, com preços em geral não tão altos, e ambiente acolhedor – geralmente instalados em antigas casas familiares. Carnes, pizzas, massas, sushi ou petiscos: a fauna gastronômica para quem tem fome é variada no Baixo Pinheiros. Para não falar nos restaurantes a quilo, que também se espalham pela região. Abaixo, listamos algumas das casas que podem ser um bom motivo para frequentar aquelas ruazinhas da várzea do Rio Pinheiros.

Forquilha Fica bem em frente à Igreja da Cruz Torta, com ambiente simpático e acolhedor, decorado com madeira do chão ao teto. O restaurante tem como principal atração um amplo forno a lenha de onde saem as especialidades do cardápio – da bruschetta e focaccia, à lasanha, que é servida num carrinho. Até as frutas da sobremesa são assadas a lenha antes de serem servidas com mascarpone. Tem uma enomatic, com oferta de seis vinhos em taça.R. Vupabussu, 347, 2371-7981

Ella Descontraído, sem grande decoração, serve comida de qualidade a bons preços. O chef proprietário Alex Romano, que trabalhou no Fasano, faz massas frescas todo dia – o destaque é o agnolotti dal plin, mas há também tortelli recheado com beterraba, entre outras –, algumas opções de carnes, saladas e o melhor cannolo da cidade, crocante e fresquinho, recheado na hora. Mas prepare-se para ouvir a conversa da mesa vizinha, que vai estar bem coladinha à sua.R. Costa Carvalho, 138, 3034-1267

Premiada. A caprese é uma das mais pedidas na pizzaria Bráz, que está instalada no Baixo Pinheiros desde 1999. FOTO: Divulgação

Bráz Desde 1999, a pizzaria da Cia. Tradicional de Comércio que depois virou rede está sempre cheia. Foi um marco na ocupação gastronômica do bairro. Prima pela regularidade das pizzas que serve, as mais premiadas da cidade.R. Vupabussu, 271, 3037-7975

Makanudo Na casa colada ao Empório Alto dos Pinheiros, essa parrilla argentina abriu em abril. O salão principal fica onde antes era a garagem do imóvel.R. Vupabussu, 293, 3375-8232

Ruella O restaurante da chef Danielle Dahoui é uma filial da primeira casa, que funciona na Vila Olímpia. A decoração remete à francesa Provence. O cardápio também tem toque francês.R. Vupabussu, 199, 3097-9257

Vinil Burger. Com cebola, picles, bacon, alface, tomate, molho bernaise e queijo, que pode ser cheddar, provolone ou muçarela. FOTO: Filipe Araújo/Estadão

Vinil Burger Com clima de “burger joint”, hambúrguer e cerveja boa são os carros-chefe da casa. Mas tem batata frita, suco e refrigerante. O Vinil Burger (R$ 19), único sanduíche servido, leva cebola, picles, bacon, alface, tomate, molho bernaise e queijo, que pode ser cheddar, provolone ou muçarela. A geladeira tem quatro rótulos de cerveja, com destaque para My Name is Zé, parceria da carioca Duas Cabeças com a escocesa BrewDog (R$18). O sistema é simples: você encosta no balcão, pede o sanduíche, dá uns passinhos, pega o sanduíche, escolhe a bebida e paga. Para sentar, são 15 lugares.R. Padre Carvalho, 18, 3032-1442

Nou É dos mais movimentados restaurantes da região. Filas na porta são comuns, tanto durante semana, quando o público vem dos escritórios à volta, como nos fins de semana, em que famílias ocupam as mesas. A cozinha é simples, sem aspiração autoral, mas caprichada – como no caso do competente confit de pato ao vinho do porto, com figo, presunto cru e gorgonzola. O serviço é feito por garçons estilo universitário. O Nou, inaugurado em 2008, é uma espécie de versão baixo-pinheirense do Spot.R. Ferreira de Araújo, 419, 2609-6939

I Vitelloni É a desbravadora da região, e das primeiras pizzarias da cidade a trabalhar com ingredientes que, nos anos 1980, eram “diferentes”, como presunto cru, muçarela de búfala, alcachofrinha. Com poucas mesas, gerava filas que podiam durar horas. Mantém clientela fiel.R. Conde Sílvio Álvares Penteado, 31, 3816-3071

Dô Culinária Japonesa A casa fica numa esquina discreta, no térreo de um prédio residencial. É tradicional no bairro, muito frequentada pelos vizinhos, que a tem como “japonês de segurança” .R. Padre Carvalho, 224, 3816-3958

Sarrasin Galetterie Pouco antes de completar quatro anos no bairro, o que faria em outubro deste ano, o restaurante está de mudança. Na contramão da expansão gastronômica da região, essa casa francesa arruma as malas para os Jardins. “Apareceu a chance lá. Acho que vai ter mais visibilidade”, diz Juliana Botelho, uma das sócias, que costuma atender os clientes no salão. É o que cria o ambiente intimista pelo qual o restaurante ficou conhecido. No cardápio reinam as galettes, espécie de panqueca típica da Bretanha francesa. Até a mudança, prevista para setembro, a casa funciona normalmente em Pinheiros.R. Costa Carvalho, 182, 3031-1594

Dona Chica Bistrot O restaurante é dos novatos do bairro: comemora neste mês um ano. Segue o clima dos vizinhos, com casinha charmosa, cardápio enxuto, preços não tão altos. A inclinação francesa fica no nome: a cozinha é mais pra internacional – de cordeiro com risoto ao bacalhau no azeite.R. Costa Carvalho, 72, 3031-6373

Violeta. A atmosfera é aconchegante e o cardápio é bem francês. Em dias de sol, vale pegar uma mesa no quintal. FOTO: Érica Dezonne/Estadão

Le Repas Instalada numa casa bem aconchegante, tem salão comprido que termina num agradável quintal nos fundos. O clima é de bistrô e o cardápio também: tem terrine de foie gras, moules et frites, escargot. Da cozinha de Fernanda Barros saem também clássicos gauleses, como o filé au poivre ou o magret de pato com molho de laranja Completou três anos de Baixo Pinheiros em maio deste ano.R. Ferreira de Araújo, 450, 2366-9882

Chácara Santa Cecília Das mais antigas da área, desde 2002, é bar, restaurante e balada.R. Ferreira de Araújo, 601, 3034-3910

NB Steak Destoa dos vizinhos: é daquelas churrascarias com carrões na porta e funciona com sistema híbrido entre à la carte e rodízio – menos agressivo e sem bufê de salada: tudo é servido no prato. Por R$ 95, come-se à vontade.Av. Brigadeiro Faria Lima, 140, 3031-1204

Pirajá É um bar, mas entra nesta lista de restaurantes pela importância que teve para atrair o público para a região – e pela boa oferta de petiscos, como o bolinho de abóbora com carne-seca.Av. Brigadeiro Faria Lima, 64, 3815-6881

Lanchonete da Cidade Filial da rede que serve sanduíches, será nova opção no bairro.R. dos Coropés. Ainda em obras, deve abrir em setembro

Quem leva a sério cervejas especiais certamente já passou pela região. É que no Baixo Pinheiros funciona o templo cervejeiro paulistano – não é exagero: o Empório Alto dos Pinheiros (assim nomeado para atrair a clientela do bairro vizinho) recebe sempre em primeira mão os lançamentos e tem no estoque mais de 700 rótulos. Além de 33 torneiras de chope. Mais recentemente, em janeiro, se instalou ali o bar da cervejaria escocesa BrewDog, reforçando a área, com boa oferta de chopes gringos e nacionais bem tirados. E, até setembro, outro nome de peso chega lá: o Delirium Café, da celebrada marca belga Delirium Tremens.

Bar da Brewdog O bar tem 22 torneiras de chope, que servem rótulos da marca escocesa, como o levíssimo Dead Pony e o queridinho Punk IPA, e de convidadas – em geral cervejas brasileiras recém-lançadas ou criadas especialmente para serem servidas ali. Além das torneiras, há uma fila de geladeiras com garrafas e latas nacionais e importadas, com foco no perfil hop head, malucos por lúpulo, como IPAs e Imperial IPAs, e no que está em alta – como as cervejas ácidas. Para comer, cachorro-quente, tábua de petiscos e batata chips. Se quiser jantar para valer, melhor comer em outro lugar antes.R. dos Coropés, 41, 3032-4007

Doido? Paulo Almeida, do EAP, apostou na grande variedade de rótulos em 2008, quando parecia maluquice. FOTO: Érica Dezonne/Estadão

Empório Alto do Pinheiros Quer achar uma cerveja? Vá ao EAP (diga letra a letra: ê-á-pê). Ali tem de tudo, das cervejas brasileiras que acabaram de ser lançadas às importadas recém-chegadas ao País. Até Westvleteren, a mítica belga trapista que não é exportada, está à venda lá, em um lote especial feito para custear uma reforma no mosteiro. Para saber o que está saindo das 33 torneiras de chope, basta entrar no site: a lista é atualizada frequentemente e permite planejar as rodadas (e o orçamento). O EAP tem um menu com pratos e sanduíches.R. Vupabussu, 305, 3031-4328

Delirium Café O bar da marca belga Delirium Tremens ganha unidade paulistana (já tem no Rio).R. Ferreira de Araújo, 589 – ainda em obras

Nos últimos anos, a famosa confeitaria Mariza Doces, especializada em doces de casamento, deixou de ser a única por ali. Está fora do mapa de Baixo Pinheiros por uma rua apenas, mas, instalada na fronteira, merece menção, pelo pioneirismo. Hoje, a concentração de açúcar na região é alta. O bairro tem quatro boas confeitarias e o cardápio local é extenso: vai de sofisticadas sobremesas modeladas à francesa aos prosaicos bolos e brigadeiros caseiros. “Virou uma febre desde que a gente se instalou aqui”, diz Bia Fortes, da Brigadeiro, que funciona também como café e foi aberta em 2005. As lojas na região vendem doces para levar para casa ou para comer ali mesmo – o que faz parte do programa depois de almoçar em algum dos vizinhos.

Brigadeiro Foi a primeira das docerias a inaugurar no baixo Pinheiros, em 2005. “Mudou muito de lá para cá”, lembra Bia Fortes. É ela que toca o negócio e cuida da cozinha, com a ajuda das filhas Isabel e Marina. Bolos opulentos como o de ovomaltine ou opções mais sóbrias como a torta de amêndoas ou pera são boas pedidas.R. Padre Carvalho, 91. 3097-8488

Nina Veloso Pâtisserie A casa que leva o nome da chef patissière aportou no Baixo Pinheiros em 2010. É especializada em doces mais delicados, menores, como os macarons, vendidos em dezenas de sabores, como cupuaçu com castanha-do-pará ou mais tradicionais, como framboesa. Bombons, bolos, brownies e brigadeiro de colher completam o cardápio da doceria, que também funciona numa casinha, com mesas ao ar livre onde se pode provar os doces e tomar café.R. Costa Carvalho, 195, 3032-6453

Clássico. Bolo à Toa tem 16 sabores, sem invencionices. FOTO: Felipe Rau/Estadão

Bolo à Toa Bolos e mais bolos, de 16 sabores. Quem comanda as fornadas é Renata Frioli, que aprendeu as receitas na família e abriu ali no Baixo Pinheiros a loja em meados de 2011. Não tem muita invencionice no cardápio: os tradicionais fubá, milho, laranja, cenoura com chocolate estão lá, sempre com massa fofa e boa textura. A loja, num sobrado pintado de rosa, vende somente bolos inteiros, já prontos para levar para casa.R. Padre Carvalho, 103, 2857-4857

Carro-chefe. O delicado mil-folhas fez a fama da confeitaria Dama. FOTO: Érica Dezonne/Estadão

Dama Daniela e Mariana Gorski tinham uma produção no Morumbi. Mas há três anos acharam o imóvel em que hoje estão no Baixo Pinheiros e abriram portas também para o público – além de vender por encomenda. O carro-chefe da casa é o mil-folhas, campeão de pedidos, bem montado e com boa proporção massa/creme. Mas tortas, bolos, brigadeiros e um cafezinho também atraem o público da região – seja dos escritórios à volta, seja de clientes do Nou, logo à frente, depois do almoço.R. Ferreira de Araújo, 376, 5182-5088

A consolidação de Baixo Pinheiros como polo gastronômico deve-se também à nova oferta de comidas para levar e preparar em casa. No último ano, duas lojas apareceram e uma está para ser inaugurada em breve. São empórios e delicatessens que vendem produtos mais difíceis de encontrar nos mercados comuns.

Empório Sole A loja é um desdobramento do bufê de Renata Pusset, que antes já cozinhava por encomenda e em eventos. Está há pouco mais de um ano na Ferreira de Araújo, onde ocupa uma das pequenas casinhas típicas do bairro. Expõe logo na entrada biscoitos, massas, temperos e alguns itens importados. Numa geladeira mais ao fundo, estão à venda os produtos feitos na casa: massas frescas, molhos e quiches.R. Ferreira de Araújo, 345, 2619-5384

Altos cortes. The Butchers vende carnes especiais e utensílios para churrasco. FOTO: Divulgação

The Butcher Recém-aberto numa casa reformada com tijolos aparentes, é fácil de ser identificado: uma estátua de um touro vermelho guarda a porta do local. É um açougue com loja de utensílios para churrasco. Vende carnes mais sofisticadas e caras, de animais da raça Wagyu e Angus. E cortes menos comuns na mesa brasileira que a picanha, como o T-Bone e a bananinha. Bebidas, carvão e facas também fazem parte da oferta do The Butcher.R. Ferreira de Araújo, 330, 3031-1256

Empório NB Steak Colada na enorme churrascaria recém-inaugurada, uma casinha vai abrigar o empório, que deve abrir até setembro. Assim como na unidade de Campo Belo, a ideia é vender as mesmas carnes da churrascaria já porcionadas para levar para casa, além de molhos, compotas e antepastos feitos na cozinha.Av. Brigadeiro Faria Lima, 140, 3031-1204

>> Veja a íntegra da edição do Paladar de 10/7/2014

Ali não é Vila Madalena, que fique claro. É Pinheiros, parte baixa, no que seria mesmo a várzea do rio. Solo fértil para a gastronomia, que nos últimos anos transformou um conjunto de ruas pacatas em ponto agitado de restaurantes, bares, confeitarias e lojas de comida. E vem mais por aí até o fim do ano.

Encravada numa espécie de tríplice fronteira entre o denso Largo da Batata, a balbúrdia da Vila Madalena e o grã-fino Alto de Pinheiros, a região, que se consolida como novo polo gastronômico, está sendo chamada de Baixo Pinheiros.

ILUSTRAÇÕES: Daniel Almeida/Estadão

Para os próximos meses, mais inaugurações estão previstas. Uma você lê agora em primeira mão: em setembro, a Lanchonete da Cidade, que fez fama com sanduíches servidos em ambiente anos 1950, desembarca na área, bem ao lado do bar da BrewDog, cultuado pub gringo especializado em cervejas, inaugurado há pouco na Rua Coropé.

Antes dela, em agosto, abre as portas na Ferreira de Araújo o Delirium Café, aguardado pelo público cervejeiro: é uma filial da marca belga Delirium Tremens, conhecida pelo elefantinho cor de rosa que estampa seus rótulos. O café, que tem sedes em diversos países (inclusive por aqui, no Rio, desde 2010), vai servir centenas de rótulos do mundo todo e terá um palquinho para música. “Será diferente de todos os outros. Bem Pinheiros, bem São Paulo. Vai ficar aberto até alta madrugada, 4, 5 da manhã”, diz Paulo Almeida, um dos sócios do negócio e também dono do Empório Alto de Pinheiros, a meca das cervejas importadas, ali pertinho.

Outra novidade na vizinhança, que deve abrir em setembro, é o Empório NB Steak. Na casinha ao lado da churrascaria que abriu em maio, na Av. Pedroso de Morais, o restaurateur Arri Coser (Ex-dono da Fogo de Chão) diz que vai vender cortes diversos de carne e artigos para churrasco.

Além da NB Steak – que é de certa forma um estranho no ninho pinheirense pelo gigantismo, já que comporta mais de 200 pessoas –, abriu há três meses o Makanudo, restaurante especializado em carnes argentinas. Completam o time de casas inauguradas desde meados de 2013 lugares que já conquistaram clientela, como a lanchonete Vinil Burger, o Dona Chica Bistrot – de inspiração francesa –, o Forquilha, que aposta em pratos de feitos no forno a lenha, e ainda o Ella, italiano clássico, mas com preços moderados que foi finalista do Prêmio Paladar 2013.

Isso para não falar em lojas especializadas em comida para levar: há dois meses, abriu um pequeno açougue que vende cortes especiais, bebidas e acessórios para churrasco, o The Butcher, na Ferreira de Araújo. Bem na frente, há um ano, foi o Empório Sole que se instalou ali, oferecendo massas, molhos, quiches e salgadinhos de fabricação própria, além de produtos nacionais e importados.

Opções para comer no Baixo Pinheiros não faltam. E os próprios donos dos estabelecimentos perceberam isso: lançaram recentemente um mapa gastronômico que, por meio de ilustrações, indica alguns dos restaurantes, bares e confeitarias da área.

O mapa é distribuído gratuitamente nos estabelecimentos e foi iniciativa conjunta de Fernanda Barros, do Le Repas, e Mariana Gorski, da confeitaria Dama. “Foi uma primeira iniciativa para promover a região”, diz Fernanda.

LEIA MAIS:+ É bairrismo, mesmo

Se você mora ali perto, tanto melhor. Pode chegar a pé, caminhando pelas planas e pequenas ruas do bairro, de escala mais aconchegante e com mais árvores que a maior parte de São Paulo. Mas se vem de outra parte da cidade, também é boa ideia dar uma andada até decidir onde parar para comer. Nos últimos três anos, a oferta cresceu bastante e segue um padrão de restaurantes menores, com preços em geral não tão altos, e ambiente acolhedor – geralmente instalados em antigas casas familiares. Carnes, pizzas, massas, sushi ou petiscos: a fauna gastronômica para quem tem fome é variada no Baixo Pinheiros. Para não falar nos restaurantes a quilo, que também se espalham pela região. Abaixo, listamos algumas das casas que podem ser um bom motivo para frequentar aquelas ruazinhas da várzea do Rio Pinheiros.

Forquilha Fica bem em frente à Igreja da Cruz Torta, com ambiente simpático e acolhedor, decorado com madeira do chão ao teto. O restaurante tem como principal atração um amplo forno a lenha de onde saem as especialidades do cardápio – da bruschetta e focaccia, à lasanha, que é servida num carrinho. Até as frutas da sobremesa são assadas a lenha antes de serem servidas com mascarpone. Tem uma enomatic, com oferta de seis vinhos em taça.R. Vupabussu, 347, 2371-7981

Ella Descontraído, sem grande decoração, serve comida de qualidade a bons preços. O chef proprietário Alex Romano, que trabalhou no Fasano, faz massas frescas todo dia – o destaque é o agnolotti dal plin, mas há também tortelli recheado com beterraba, entre outras –, algumas opções de carnes, saladas e o melhor cannolo da cidade, crocante e fresquinho, recheado na hora. Mas prepare-se para ouvir a conversa da mesa vizinha, que vai estar bem coladinha à sua.R. Costa Carvalho, 138, 3034-1267

Premiada. A caprese é uma das mais pedidas na pizzaria Bráz, que está instalada no Baixo Pinheiros desde 1999. FOTO: Divulgação

Bráz Desde 1999, a pizzaria da Cia. Tradicional de Comércio que depois virou rede está sempre cheia. Foi um marco na ocupação gastronômica do bairro. Prima pela regularidade das pizzas que serve, as mais premiadas da cidade.R. Vupabussu, 271, 3037-7975

Makanudo Na casa colada ao Empório Alto dos Pinheiros, essa parrilla argentina abriu em abril. O salão principal fica onde antes era a garagem do imóvel.R. Vupabussu, 293, 3375-8232

Ruella O restaurante da chef Danielle Dahoui é uma filial da primeira casa, que funciona na Vila Olímpia. A decoração remete à francesa Provence. O cardápio também tem toque francês.R. Vupabussu, 199, 3097-9257

Vinil Burger. Com cebola, picles, bacon, alface, tomate, molho bernaise e queijo, que pode ser cheddar, provolone ou muçarela. FOTO: Filipe Araújo/Estadão

Vinil Burger Com clima de “burger joint”, hambúrguer e cerveja boa são os carros-chefe da casa. Mas tem batata frita, suco e refrigerante. O Vinil Burger (R$ 19), único sanduíche servido, leva cebola, picles, bacon, alface, tomate, molho bernaise e queijo, que pode ser cheddar, provolone ou muçarela. A geladeira tem quatro rótulos de cerveja, com destaque para My Name is Zé, parceria da carioca Duas Cabeças com a escocesa BrewDog (R$18). O sistema é simples: você encosta no balcão, pede o sanduíche, dá uns passinhos, pega o sanduíche, escolhe a bebida e paga. Para sentar, são 15 lugares.R. Padre Carvalho, 18, 3032-1442

Nou É dos mais movimentados restaurantes da região. Filas na porta são comuns, tanto durante semana, quando o público vem dos escritórios à volta, como nos fins de semana, em que famílias ocupam as mesas. A cozinha é simples, sem aspiração autoral, mas caprichada – como no caso do competente confit de pato ao vinho do porto, com figo, presunto cru e gorgonzola. O serviço é feito por garçons estilo universitário. O Nou, inaugurado em 2008, é uma espécie de versão baixo-pinheirense do Spot.R. Ferreira de Araújo, 419, 2609-6939

I Vitelloni É a desbravadora da região, e das primeiras pizzarias da cidade a trabalhar com ingredientes que, nos anos 1980, eram “diferentes”, como presunto cru, muçarela de búfala, alcachofrinha. Com poucas mesas, gerava filas que podiam durar horas. Mantém clientela fiel.R. Conde Sílvio Álvares Penteado, 31, 3816-3071

Dô Culinária Japonesa A casa fica numa esquina discreta, no térreo de um prédio residencial. É tradicional no bairro, muito frequentada pelos vizinhos, que a tem como “japonês de segurança” .R. Padre Carvalho, 224, 3816-3958

Sarrasin Galetterie Pouco antes de completar quatro anos no bairro, o que faria em outubro deste ano, o restaurante está de mudança. Na contramão da expansão gastronômica da região, essa casa francesa arruma as malas para os Jardins. “Apareceu a chance lá. Acho que vai ter mais visibilidade”, diz Juliana Botelho, uma das sócias, que costuma atender os clientes no salão. É o que cria o ambiente intimista pelo qual o restaurante ficou conhecido. No cardápio reinam as galettes, espécie de panqueca típica da Bretanha francesa. Até a mudança, prevista para setembro, a casa funciona normalmente em Pinheiros.R. Costa Carvalho, 182, 3031-1594

Dona Chica Bistrot O restaurante é dos novatos do bairro: comemora neste mês um ano. Segue o clima dos vizinhos, com casinha charmosa, cardápio enxuto, preços não tão altos. A inclinação francesa fica no nome: a cozinha é mais pra internacional – de cordeiro com risoto ao bacalhau no azeite.R. Costa Carvalho, 72, 3031-6373

Violeta. A atmosfera é aconchegante e o cardápio é bem francês. Em dias de sol, vale pegar uma mesa no quintal. FOTO: Érica Dezonne/Estadão

Le Repas Instalada numa casa bem aconchegante, tem salão comprido que termina num agradável quintal nos fundos. O clima é de bistrô e o cardápio também: tem terrine de foie gras, moules et frites, escargot. Da cozinha de Fernanda Barros saem também clássicos gauleses, como o filé au poivre ou o magret de pato com molho de laranja Completou três anos de Baixo Pinheiros em maio deste ano.R. Ferreira de Araújo, 450, 2366-9882

Chácara Santa Cecília Das mais antigas da área, desde 2002, é bar, restaurante e balada.R. Ferreira de Araújo, 601, 3034-3910

NB Steak Destoa dos vizinhos: é daquelas churrascarias com carrões na porta e funciona com sistema híbrido entre à la carte e rodízio – menos agressivo e sem bufê de salada: tudo é servido no prato. Por R$ 95, come-se à vontade.Av. Brigadeiro Faria Lima, 140, 3031-1204

Pirajá É um bar, mas entra nesta lista de restaurantes pela importância que teve para atrair o público para a região – e pela boa oferta de petiscos, como o bolinho de abóbora com carne-seca.Av. Brigadeiro Faria Lima, 64, 3815-6881

Lanchonete da Cidade Filial da rede que serve sanduíches, será nova opção no bairro.R. dos Coropés. Ainda em obras, deve abrir em setembro

Quem leva a sério cervejas especiais certamente já passou pela região. É que no Baixo Pinheiros funciona o templo cervejeiro paulistano – não é exagero: o Empório Alto dos Pinheiros (assim nomeado para atrair a clientela do bairro vizinho) recebe sempre em primeira mão os lançamentos e tem no estoque mais de 700 rótulos. Além de 33 torneiras de chope. Mais recentemente, em janeiro, se instalou ali o bar da cervejaria escocesa BrewDog, reforçando a área, com boa oferta de chopes gringos e nacionais bem tirados. E, até setembro, outro nome de peso chega lá: o Delirium Café, da celebrada marca belga Delirium Tremens.

Bar da Brewdog O bar tem 22 torneiras de chope, que servem rótulos da marca escocesa, como o levíssimo Dead Pony e o queridinho Punk IPA, e de convidadas – em geral cervejas brasileiras recém-lançadas ou criadas especialmente para serem servidas ali. Além das torneiras, há uma fila de geladeiras com garrafas e latas nacionais e importadas, com foco no perfil hop head, malucos por lúpulo, como IPAs e Imperial IPAs, e no que está em alta – como as cervejas ácidas. Para comer, cachorro-quente, tábua de petiscos e batata chips. Se quiser jantar para valer, melhor comer em outro lugar antes.R. dos Coropés, 41, 3032-4007

Doido? Paulo Almeida, do EAP, apostou na grande variedade de rótulos em 2008, quando parecia maluquice. FOTO: Érica Dezonne/Estadão

Empório Alto do Pinheiros Quer achar uma cerveja? Vá ao EAP (diga letra a letra: ê-á-pê). Ali tem de tudo, das cervejas brasileiras que acabaram de ser lançadas às importadas recém-chegadas ao País. Até Westvleteren, a mítica belga trapista que não é exportada, está à venda lá, em um lote especial feito para custear uma reforma no mosteiro. Para saber o que está saindo das 33 torneiras de chope, basta entrar no site: a lista é atualizada frequentemente e permite planejar as rodadas (e o orçamento). O EAP tem um menu com pratos e sanduíches.R. Vupabussu, 305, 3031-4328

Delirium Café O bar da marca belga Delirium Tremens ganha unidade paulistana (já tem no Rio).R. Ferreira de Araújo, 589 – ainda em obras

Nos últimos anos, a famosa confeitaria Mariza Doces, especializada em doces de casamento, deixou de ser a única por ali. Está fora do mapa de Baixo Pinheiros por uma rua apenas, mas, instalada na fronteira, merece menção, pelo pioneirismo. Hoje, a concentração de açúcar na região é alta. O bairro tem quatro boas confeitarias e o cardápio local é extenso: vai de sofisticadas sobremesas modeladas à francesa aos prosaicos bolos e brigadeiros caseiros. “Virou uma febre desde que a gente se instalou aqui”, diz Bia Fortes, da Brigadeiro, que funciona também como café e foi aberta em 2005. As lojas na região vendem doces para levar para casa ou para comer ali mesmo – o que faz parte do programa depois de almoçar em algum dos vizinhos.

Brigadeiro Foi a primeira das docerias a inaugurar no baixo Pinheiros, em 2005. “Mudou muito de lá para cá”, lembra Bia Fortes. É ela que toca o negócio e cuida da cozinha, com a ajuda das filhas Isabel e Marina. Bolos opulentos como o de ovomaltine ou opções mais sóbrias como a torta de amêndoas ou pera são boas pedidas.R. Padre Carvalho, 91. 3097-8488

Nina Veloso Pâtisserie A casa que leva o nome da chef patissière aportou no Baixo Pinheiros em 2010. É especializada em doces mais delicados, menores, como os macarons, vendidos em dezenas de sabores, como cupuaçu com castanha-do-pará ou mais tradicionais, como framboesa. Bombons, bolos, brownies e brigadeiro de colher completam o cardápio da doceria, que também funciona numa casinha, com mesas ao ar livre onde se pode provar os doces e tomar café.R. Costa Carvalho, 195, 3032-6453

Clássico. Bolo à Toa tem 16 sabores, sem invencionices. FOTO: Felipe Rau/Estadão

Bolo à Toa Bolos e mais bolos, de 16 sabores. Quem comanda as fornadas é Renata Frioli, que aprendeu as receitas na família e abriu ali no Baixo Pinheiros a loja em meados de 2011. Não tem muita invencionice no cardápio: os tradicionais fubá, milho, laranja, cenoura com chocolate estão lá, sempre com massa fofa e boa textura. A loja, num sobrado pintado de rosa, vende somente bolos inteiros, já prontos para levar para casa.R. Padre Carvalho, 103, 2857-4857

Carro-chefe. O delicado mil-folhas fez a fama da confeitaria Dama. FOTO: Érica Dezonne/Estadão

Dama Daniela e Mariana Gorski tinham uma produção no Morumbi. Mas há três anos acharam o imóvel em que hoje estão no Baixo Pinheiros e abriram portas também para o público – além de vender por encomenda. O carro-chefe da casa é o mil-folhas, campeão de pedidos, bem montado e com boa proporção massa/creme. Mas tortas, bolos, brigadeiros e um cafezinho também atraem o público da região – seja dos escritórios à volta, seja de clientes do Nou, logo à frente, depois do almoço.R. Ferreira de Araújo, 376, 5182-5088

A consolidação de Baixo Pinheiros como polo gastronômico deve-se também à nova oferta de comidas para levar e preparar em casa. No último ano, duas lojas apareceram e uma está para ser inaugurada em breve. São empórios e delicatessens que vendem produtos mais difíceis de encontrar nos mercados comuns.

Empório Sole A loja é um desdobramento do bufê de Renata Pusset, que antes já cozinhava por encomenda e em eventos. Está há pouco mais de um ano na Ferreira de Araújo, onde ocupa uma das pequenas casinhas típicas do bairro. Expõe logo na entrada biscoitos, massas, temperos e alguns itens importados. Numa geladeira mais ao fundo, estão à venda os produtos feitos na casa: massas frescas, molhos e quiches.R. Ferreira de Araújo, 345, 2619-5384

Altos cortes. The Butchers vende carnes especiais e utensílios para churrasco. FOTO: Divulgação

The Butcher Recém-aberto numa casa reformada com tijolos aparentes, é fácil de ser identificado: uma estátua de um touro vermelho guarda a porta do local. É um açougue com loja de utensílios para churrasco. Vende carnes mais sofisticadas e caras, de animais da raça Wagyu e Angus. E cortes menos comuns na mesa brasileira que a picanha, como o T-Bone e a bananinha. Bebidas, carvão e facas também fazem parte da oferta do The Butcher.R. Ferreira de Araújo, 330, 3031-1256

Empório NB Steak Colada na enorme churrascaria recém-inaugurada, uma casinha vai abrigar o empório, que deve abrir até setembro. Assim como na unidade de Campo Belo, a ideia é vender as mesmas carnes da churrascaria já porcionadas para levar para casa, além de molhos, compotas e antepastos feitos na cozinha.Av. Brigadeiro Faria Lima, 140, 3031-1204

>> Veja a íntegra da edição do Paladar de 10/7/2014

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