Como nasce um chef de cozinha?


Conheça as histórias inspiradoras de Ronan Oliveira, Giovanna Cordeiro e Martin Casilli

Por Felipe de Paula
Atualização:

Criativo, resiliente, líder, apaixonado. É assim que muitos chefs de cozinha sonham ser definidos na carreira. E certamente essas qualidades são imprescindíveis para o sucesso nessa profissão que exige muito esforço físico e mental.

Escolher a gastronomia porque gosta de cozinhar com a mãe ou a avó, ou porque foi inspirado por programas de televisão, pode ser pouco. Dentro da cozinha profissional, a coisa muda de figura e a pressão dessa carreira exigente faz com que muitos profissionais desistam no meio do caminho árduo.

Por outro lado, existem jovens persistentes, aqueles que trilham suas estradas profissionais sem perder o foco. Mas claro que existem muitos caminhos até a ‘’glória’', sejam eles convencionais ou excêntricos.

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Ronan Oliveira

Ronan Oliveira durante aula do Senac Foto: Arquivo Pessoal

Nascido em São Paulo, Ronan Oliveira, 35, perdeu os pais com apenas quatro anos. Ele e os irmãos passaram por vários lares adotivos até serem separados e colocados em diferentes casas de tios por Minas Gerais.

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Em certo ponto, Ronan decidiu fugir da casa dos familiares e acabou sendo reinserido em mais um lar adotivo. Tentando escapar de mais um ambiente desestruturado e de traumas passados, o jovem fugiu novamente. Dessa vez, para mais longe. Andou por quatro dias de Conselheiro Pena até Governador Valadares, alimentando-se de mangas e leites de carrocinha.

Ao chegar na cidade, morou um ano na rua, até ser adotado com treze anos pela dona Maria José, que tinha um restaurante no Mercado Municipal de Governador Valadares. Foi aí que a gastronomia e a culinária popular entraram em sua vida.

Em 2016, deixando a paixão pela culinária um pouco de lado, Ronan entrou no reality show mais famoso do Brasil, o Big Brother. O competidor ficou em 3° lugar, garantindo R$ 50 mil reais. Com o dinheiro, abriu uma empresa de cosméticos e adquiriu uma franquia de viagens. Com as oscilações econômicas, os negócios mudaram. Ronan passou então a trabalhar e morar em um hostel que, com a pandemia, fechou.

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Em 2023, Ronan ingressou no curso profissionalizante do Senac para seguir o sonho de trabalhar com gastronomia. Sobre suas pretensões na área, ele diz que deseja aliar trabalhos sociais a comida de qualidade. ‘’Desde que voltei para a culinária, o objetivo da minha vida é unir tudo o que faço na cozinha a projetos comunitários’'.

Atualmente, Ronan divide os estudos gastronômicos com uma iniciativa em conjunto com o Instituto da Vovó Tutu, que através do ‘Chef Quebrada’, visa a instruir jovens da Brasilândia sobre atividades culinárias. “Jovens de treze a dezessete anos podem aprender o básico da cozinha para estarem aptos a oportunidades do mercado de trabalho e poder empreender no futuro’'.

Lecionar gastronomia e ter experiências em outros países estão entre os planos de Ronan. “Quando acabar a faculdade, quero fazer pós-graduação e mestrado. Desejo também entender sobre a cozinha internacional através de viagens. Voltando ao Brasil, desejo tocar projetos sociais sobre aproveitamento integral de alimentos e, principalmente, ensinar a cozinhar’'.

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Giovanna Cordeiro

Giovanna Cordeiro Foto: Arquivo Pessoal
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Natural da Zona Leste da capital paulista, Giovanna Cordeiro, 19, era apaixonada por doces e modelagem na infância. O destino, que parecia atraí-la em direção às passarelas, acabou levando-a para a cozinha de um dos melhores restaurantes de São Paulo.

Hoje, após um ano estudando gastronomia, Giovanna é auxiliar de cozinha no Fasano, mas já teve outras experiências profissionais no Chef Rouge. A decisão de seguir na área da gastronomia veio após uma viagem pela Europa, onde percebeu que, para ela, seu maior encanto estava nos pratos. “O que mais me marcava nos lugares era a comida. A primeira vez que eu comi carbonara, por exemplo, foi uma coisa de outro mundo, uma experiência sensacional’'.

Faltando apenas um ano para se formar, a estudante planeja sair do país e ter o “máximo de experiências possíveis”. “Eu quero ir para a França e entrar no curso Ferrandi, um dos mais conceituados da área. Depois de visitar vários lugares, quero voltar ao Brasil e ser chef do meu próprio restaurante’'.

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Mas o desejo de empreender não para por aí. A auxiliar de cozinha também planeja constituir um curso de culinária para crianças brasileiras. ‘’Eu quero abrir uma escolinha de gastronomia. Eu acho uma coisa incrível ensinar e no Brasil, isso não é muito valorizado.”

Comentando sobre as incertezas do futuro, Giovanna ressalta a falta de investimentos, as baixas remunerações e o machismo na cozinha. ‘’Eu vou enfrentar tudo isso”, arremata a futura chef.

Martin Casilli

Martin Casilli Foto: Arquivo Pessoal

O chef Martin Casilli, de 29 anos, é um jovem de sucesso. Desde a infância já demonstrava apreço por bons pratos e era apaixonado por novos sabores e combinações inusitadas. Mas a gastronomia nunca esteve nos planos de carreira da adolescência.

“Na época, eu pensei mesmo em fazer engenharia. Mas o destino, às vezes, puxa a gente para um lado e aí não podemos deixar de correr atrás, né?’’, brinca Martin.

Em 2014, com 21 anos, Martin participou da 1ª edição do programa Masterchef. Quando foi inscrito na competição por familiares, ele não acreditava que poderia ser selecionado, já que a cozinha para ele era apenas um hobby.

“Minha família falava que eu cozinhava bem, que eu tinha capacidade de entrar no Masterchef. Mas eu não acreditava, não dava muita bola. Daí um dia, gravaram meu vídeo de inscrição para ver se dava em alguma coisa. E acabou dando certo. Fui passando das fases iniciais e o resultado foi algo que eu não esperava’'.

Um dos participantes mais jovens daquela edição, Casilli acabou ficando em 10° lugar no programa, fato que abriu de vez as portas para o talento do chef.

Nos anos seguintes, Martin frequentou a faculdade de gastronomia e trabalhou em alguns projetos gastronômicos, um deles com a renomada chef Bel Coelho. Com mais experiência, Casilli abriu em 2017 o seu primeiro restaurante, o Sky Hall Terrace Bar no Itaim Bibi.

Após o sucesso inicial, com a casa funcionando a todo vapor por três anos, chegou a hora de enfrentar mais um desafio. Em 2021, Casilli abriu uma nova unidade do Sky Hall Bar, dessa vez na Avenida Haddock Lobo.

A terceira casa veio logo no final de 2022, quando Casilli emplacou um empreendimento em Itajaí (SC). Nasceu assim mais um Sky Hall, completando a tríade de restaurantes do jovem chef.

Um dos elementos que marcaram a trajetória de Casilli foi a flexibilidade. Sempre pronto para se adaptar ao que o destino tem para lhe oferecer, essa característica segue presente em sua carreira. Quando perguntado sobre a diferença entre suas casas, Martin responde sem pestanejar ‘’Cada Sky Hall é diferente do outro. O que você come em uma casa, não é o que você vai comer na outra, porque a gente acredita muito que cada restaurante tem que corresponder ao lugar que ele está inserido. Não adianta eu querer trazer um conceito de um lugar que funciona muito bem no centro financeiro de São Paulo para Itajaí, por exemplo. É preciso saber adaptar’'.

Caminhos distintos

Essas histórias comprovam que um chef de cozinha não nasce de um roteiro pronto. As nuances da vida contribuem para o caminho de cada um. Apesar de estarem em momentos distintos, as trajetórias de Ronan, Giovanna e Martin têm em comum não apenas o amor pela profissão, mas também o desejo de fazer diferença e contribuir cada vez mais para a expansão da gastronomia no Brasil.

Esses jovens ainda tem muita estrada pela frente. Mas uma coisa é certa: eles são inspiração para muitos sonhadores, seja pelos desafios vencidos ou pelo amor incondicional à cozinha.

Criativo, resiliente, líder, apaixonado. É assim que muitos chefs de cozinha sonham ser definidos na carreira. E certamente essas qualidades são imprescindíveis para o sucesso nessa profissão que exige muito esforço físico e mental.

Escolher a gastronomia porque gosta de cozinhar com a mãe ou a avó, ou porque foi inspirado por programas de televisão, pode ser pouco. Dentro da cozinha profissional, a coisa muda de figura e a pressão dessa carreira exigente faz com que muitos profissionais desistam no meio do caminho árduo.

Por outro lado, existem jovens persistentes, aqueles que trilham suas estradas profissionais sem perder o foco. Mas claro que existem muitos caminhos até a ‘’glória’', sejam eles convencionais ou excêntricos.

Ronan Oliveira

Ronan Oliveira durante aula do Senac Foto: Arquivo Pessoal

Nascido em São Paulo, Ronan Oliveira, 35, perdeu os pais com apenas quatro anos. Ele e os irmãos passaram por vários lares adotivos até serem separados e colocados em diferentes casas de tios por Minas Gerais.

Em certo ponto, Ronan decidiu fugir da casa dos familiares e acabou sendo reinserido em mais um lar adotivo. Tentando escapar de mais um ambiente desestruturado e de traumas passados, o jovem fugiu novamente. Dessa vez, para mais longe. Andou por quatro dias de Conselheiro Pena até Governador Valadares, alimentando-se de mangas e leites de carrocinha.

Ao chegar na cidade, morou um ano na rua, até ser adotado com treze anos pela dona Maria José, que tinha um restaurante no Mercado Municipal de Governador Valadares. Foi aí que a gastronomia e a culinária popular entraram em sua vida.

Em 2016, deixando a paixão pela culinária um pouco de lado, Ronan entrou no reality show mais famoso do Brasil, o Big Brother. O competidor ficou em 3° lugar, garantindo R$ 50 mil reais. Com o dinheiro, abriu uma empresa de cosméticos e adquiriu uma franquia de viagens. Com as oscilações econômicas, os negócios mudaram. Ronan passou então a trabalhar e morar em um hostel que, com a pandemia, fechou.

Em 2023, Ronan ingressou no curso profissionalizante do Senac para seguir o sonho de trabalhar com gastronomia. Sobre suas pretensões na área, ele diz que deseja aliar trabalhos sociais a comida de qualidade. ‘’Desde que voltei para a culinária, o objetivo da minha vida é unir tudo o que faço na cozinha a projetos comunitários’'.

Atualmente, Ronan divide os estudos gastronômicos com uma iniciativa em conjunto com o Instituto da Vovó Tutu, que através do ‘Chef Quebrada’, visa a instruir jovens da Brasilândia sobre atividades culinárias. “Jovens de treze a dezessete anos podem aprender o básico da cozinha para estarem aptos a oportunidades do mercado de trabalho e poder empreender no futuro’'.

Lecionar gastronomia e ter experiências em outros países estão entre os planos de Ronan. “Quando acabar a faculdade, quero fazer pós-graduação e mestrado. Desejo também entender sobre a cozinha internacional através de viagens. Voltando ao Brasil, desejo tocar projetos sociais sobre aproveitamento integral de alimentos e, principalmente, ensinar a cozinhar’'.

Giovanna Cordeiro

Giovanna Cordeiro Foto: Arquivo Pessoal

Natural da Zona Leste da capital paulista, Giovanna Cordeiro, 19, era apaixonada por doces e modelagem na infância. O destino, que parecia atraí-la em direção às passarelas, acabou levando-a para a cozinha de um dos melhores restaurantes de São Paulo.

Hoje, após um ano estudando gastronomia, Giovanna é auxiliar de cozinha no Fasano, mas já teve outras experiências profissionais no Chef Rouge. A decisão de seguir na área da gastronomia veio após uma viagem pela Europa, onde percebeu que, para ela, seu maior encanto estava nos pratos. “O que mais me marcava nos lugares era a comida. A primeira vez que eu comi carbonara, por exemplo, foi uma coisa de outro mundo, uma experiência sensacional’'.

Faltando apenas um ano para se formar, a estudante planeja sair do país e ter o “máximo de experiências possíveis”. “Eu quero ir para a França e entrar no curso Ferrandi, um dos mais conceituados da área. Depois de visitar vários lugares, quero voltar ao Brasil e ser chef do meu próprio restaurante’'.

Mas o desejo de empreender não para por aí. A auxiliar de cozinha também planeja constituir um curso de culinária para crianças brasileiras. ‘’Eu quero abrir uma escolinha de gastronomia. Eu acho uma coisa incrível ensinar e no Brasil, isso não é muito valorizado.”

Comentando sobre as incertezas do futuro, Giovanna ressalta a falta de investimentos, as baixas remunerações e o machismo na cozinha. ‘’Eu vou enfrentar tudo isso”, arremata a futura chef.

Martin Casilli

Martin Casilli Foto: Arquivo Pessoal

O chef Martin Casilli, de 29 anos, é um jovem de sucesso. Desde a infância já demonstrava apreço por bons pratos e era apaixonado por novos sabores e combinações inusitadas. Mas a gastronomia nunca esteve nos planos de carreira da adolescência.

“Na época, eu pensei mesmo em fazer engenharia. Mas o destino, às vezes, puxa a gente para um lado e aí não podemos deixar de correr atrás, né?’’, brinca Martin.

Em 2014, com 21 anos, Martin participou da 1ª edição do programa Masterchef. Quando foi inscrito na competição por familiares, ele não acreditava que poderia ser selecionado, já que a cozinha para ele era apenas um hobby.

“Minha família falava que eu cozinhava bem, que eu tinha capacidade de entrar no Masterchef. Mas eu não acreditava, não dava muita bola. Daí um dia, gravaram meu vídeo de inscrição para ver se dava em alguma coisa. E acabou dando certo. Fui passando das fases iniciais e o resultado foi algo que eu não esperava’'.

Um dos participantes mais jovens daquela edição, Casilli acabou ficando em 10° lugar no programa, fato que abriu de vez as portas para o talento do chef.

Nos anos seguintes, Martin frequentou a faculdade de gastronomia e trabalhou em alguns projetos gastronômicos, um deles com a renomada chef Bel Coelho. Com mais experiência, Casilli abriu em 2017 o seu primeiro restaurante, o Sky Hall Terrace Bar no Itaim Bibi.

Após o sucesso inicial, com a casa funcionando a todo vapor por três anos, chegou a hora de enfrentar mais um desafio. Em 2021, Casilli abriu uma nova unidade do Sky Hall Bar, dessa vez na Avenida Haddock Lobo.

A terceira casa veio logo no final de 2022, quando Casilli emplacou um empreendimento em Itajaí (SC). Nasceu assim mais um Sky Hall, completando a tríade de restaurantes do jovem chef.

Um dos elementos que marcaram a trajetória de Casilli foi a flexibilidade. Sempre pronto para se adaptar ao que o destino tem para lhe oferecer, essa característica segue presente em sua carreira. Quando perguntado sobre a diferença entre suas casas, Martin responde sem pestanejar ‘’Cada Sky Hall é diferente do outro. O que você come em uma casa, não é o que você vai comer na outra, porque a gente acredita muito que cada restaurante tem que corresponder ao lugar que ele está inserido. Não adianta eu querer trazer um conceito de um lugar que funciona muito bem no centro financeiro de São Paulo para Itajaí, por exemplo. É preciso saber adaptar’'.

Caminhos distintos

Essas histórias comprovam que um chef de cozinha não nasce de um roteiro pronto. As nuances da vida contribuem para o caminho de cada um. Apesar de estarem em momentos distintos, as trajetórias de Ronan, Giovanna e Martin têm em comum não apenas o amor pela profissão, mas também o desejo de fazer diferença e contribuir cada vez mais para a expansão da gastronomia no Brasil.

Esses jovens ainda tem muita estrada pela frente. Mas uma coisa é certa: eles são inspiração para muitos sonhadores, seja pelos desafios vencidos ou pelo amor incondicional à cozinha.

Criativo, resiliente, líder, apaixonado. É assim que muitos chefs de cozinha sonham ser definidos na carreira. E certamente essas qualidades são imprescindíveis para o sucesso nessa profissão que exige muito esforço físico e mental.

Escolher a gastronomia porque gosta de cozinhar com a mãe ou a avó, ou porque foi inspirado por programas de televisão, pode ser pouco. Dentro da cozinha profissional, a coisa muda de figura e a pressão dessa carreira exigente faz com que muitos profissionais desistam no meio do caminho árduo.

Por outro lado, existem jovens persistentes, aqueles que trilham suas estradas profissionais sem perder o foco. Mas claro que existem muitos caminhos até a ‘’glória’', sejam eles convencionais ou excêntricos.

Ronan Oliveira

Ronan Oliveira durante aula do Senac Foto: Arquivo Pessoal

Nascido em São Paulo, Ronan Oliveira, 35, perdeu os pais com apenas quatro anos. Ele e os irmãos passaram por vários lares adotivos até serem separados e colocados em diferentes casas de tios por Minas Gerais.

Em certo ponto, Ronan decidiu fugir da casa dos familiares e acabou sendo reinserido em mais um lar adotivo. Tentando escapar de mais um ambiente desestruturado e de traumas passados, o jovem fugiu novamente. Dessa vez, para mais longe. Andou por quatro dias de Conselheiro Pena até Governador Valadares, alimentando-se de mangas e leites de carrocinha.

Ao chegar na cidade, morou um ano na rua, até ser adotado com treze anos pela dona Maria José, que tinha um restaurante no Mercado Municipal de Governador Valadares. Foi aí que a gastronomia e a culinária popular entraram em sua vida.

Em 2016, deixando a paixão pela culinária um pouco de lado, Ronan entrou no reality show mais famoso do Brasil, o Big Brother. O competidor ficou em 3° lugar, garantindo R$ 50 mil reais. Com o dinheiro, abriu uma empresa de cosméticos e adquiriu uma franquia de viagens. Com as oscilações econômicas, os negócios mudaram. Ronan passou então a trabalhar e morar em um hostel que, com a pandemia, fechou.

Em 2023, Ronan ingressou no curso profissionalizante do Senac para seguir o sonho de trabalhar com gastronomia. Sobre suas pretensões na área, ele diz que deseja aliar trabalhos sociais a comida de qualidade. ‘’Desde que voltei para a culinária, o objetivo da minha vida é unir tudo o que faço na cozinha a projetos comunitários’'.

Atualmente, Ronan divide os estudos gastronômicos com uma iniciativa em conjunto com o Instituto da Vovó Tutu, que através do ‘Chef Quebrada’, visa a instruir jovens da Brasilândia sobre atividades culinárias. “Jovens de treze a dezessete anos podem aprender o básico da cozinha para estarem aptos a oportunidades do mercado de trabalho e poder empreender no futuro’'.

Lecionar gastronomia e ter experiências em outros países estão entre os planos de Ronan. “Quando acabar a faculdade, quero fazer pós-graduação e mestrado. Desejo também entender sobre a cozinha internacional através de viagens. Voltando ao Brasil, desejo tocar projetos sociais sobre aproveitamento integral de alimentos e, principalmente, ensinar a cozinhar’'.

Giovanna Cordeiro

Giovanna Cordeiro Foto: Arquivo Pessoal

Natural da Zona Leste da capital paulista, Giovanna Cordeiro, 19, era apaixonada por doces e modelagem na infância. O destino, que parecia atraí-la em direção às passarelas, acabou levando-a para a cozinha de um dos melhores restaurantes de São Paulo.

Hoje, após um ano estudando gastronomia, Giovanna é auxiliar de cozinha no Fasano, mas já teve outras experiências profissionais no Chef Rouge. A decisão de seguir na área da gastronomia veio após uma viagem pela Europa, onde percebeu que, para ela, seu maior encanto estava nos pratos. “O que mais me marcava nos lugares era a comida. A primeira vez que eu comi carbonara, por exemplo, foi uma coisa de outro mundo, uma experiência sensacional’'.

Faltando apenas um ano para se formar, a estudante planeja sair do país e ter o “máximo de experiências possíveis”. “Eu quero ir para a França e entrar no curso Ferrandi, um dos mais conceituados da área. Depois de visitar vários lugares, quero voltar ao Brasil e ser chef do meu próprio restaurante’'.

Mas o desejo de empreender não para por aí. A auxiliar de cozinha também planeja constituir um curso de culinária para crianças brasileiras. ‘’Eu quero abrir uma escolinha de gastronomia. Eu acho uma coisa incrível ensinar e no Brasil, isso não é muito valorizado.”

Comentando sobre as incertezas do futuro, Giovanna ressalta a falta de investimentos, as baixas remunerações e o machismo na cozinha. ‘’Eu vou enfrentar tudo isso”, arremata a futura chef.

Martin Casilli

Martin Casilli Foto: Arquivo Pessoal

O chef Martin Casilli, de 29 anos, é um jovem de sucesso. Desde a infância já demonstrava apreço por bons pratos e era apaixonado por novos sabores e combinações inusitadas. Mas a gastronomia nunca esteve nos planos de carreira da adolescência.

“Na época, eu pensei mesmo em fazer engenharia. Mas o destino, às vezes, puxa a gente para um lado e aí não podemos deixar de correr atrás, né?’’, brinca Martin.

Em 2014, com 21 anos, Martin participou da 1ª edição do programa Masterchef. Quando foi inscrito na competição por familiares, ele não acreditava que poderia ser selecionado, já que a cozinha para ele era apenas um hobby.

“Minha família falava que eu cozinhava bem, que eu tinha capacidade de entrar no Masterchef. Mas eu não acreditava, não dava muita bola. Daí um dia, gravaram meu vídeo de inscrição para ver se dava em alguma coisa. E acabou dando certo. Fui passando das fases iniciais e o resultado foi algo que eu não esperava’'.

Um dos participantes mais jovens daquela edição, Casilli acabou ficando em 10° lugar no programa, fato que abriu de vez as portas para o talento do chef.

Nos anos seguintes, Martin frequentou a faculdade de gastronomia e trabalhou em alguns projetos gastronômicos, um deles com a renomada chef Bel Coelho. Com mais experiência, Casilli abriu em 2017 o seu primeiro restaurante, o Sky Hall Terrace Bar no Itaim Bibi.

Após o sucesso inicial, com a casa funcionando a todo vapor por três anos, chegou a hora de enfrentar mais um desafio. Em 2021, Casilli abriu uma nova unidade do Sky Hall Bar, dessa vez na Avenida Haddock Lobo.

A terceira casa veio logo no final de 2022, quando Casilli emplacou um empreendimento em Itajaí (SC). Nasceu assim mais um Sky Hall, completando a tríade de restaurantes do jovem chef.

Um dos elementos que marcaram a trajetória de Casilli foi a flexibilidade. Sempre pronto para se adaptar ao que o destino tem para lhe oferecer, essa característica segue presente em sua carreira. Quando perguntado sobre a diferença entre suas casas, Martin responde sem pestanejar ‘’Cada Sky Hall é diferente do outro. O que você come em uma casa, não é o que você vai comer na outra, porque a gente acredita muito que cada restaurante tem que corresponder ao lugar que ele está inserido. Não adianta eu querer trazer um conceito de um lugar que funciona muito bem no centro financeiro de São Paulo para Itajaí, por exemplo. É preciso saber adaptar’'.

Caminhos distintos

Essas histórias comprovam que um chef de cozinha não nasce de um roteiro pronto. As nuances da vida contribuem para o caminho de cada um. Apesar de estarem em momentos distintos, as trajetórias de Ronan, Giovanna e Martin têm em comum não apenas o amor pela profissão, mas também o desejo de fazer diferença e contribuir cada vez mais para a expansão da gastronomia no Brasil.

Esses jovens ainda tem muita estrada pela frente. Mas uma coisa é certa: eles são inspiração para muitos sonhadores, seja pelos desafios vencidos ou pelo amor incondicional à cozinha.

Criativo, resiliente, líder, apaixonado. É assim que muitos chefs de cozinha sonham ser definidos na carreira. E certamente essas qualidades são imprescindíveis para o sucesso nessa profissão que exige muito esforço físico e mental.

Escolher a gastronomia porque gosta de cozinhar com a mãe ou a avó, ou porque foi inspirado por programas de televisão, pode ser pouco. Dentro da cozinha profissional, a coisa muda de figura e a pressão dessa carreira exigente faz com que muitos profissionais desistam no meio do caminho árduo.

Por outro lado, existem jovens persistentes, aqueles que trilham suas estradas profissionais sem perder o foco. Mas claro que existem muitos caminhos até a ‘’glória’', sejam eles convencionais ou excêntricos.

Ronan Oliveira

Ronan Oliveira durante aula do Senac Foto: Arquivo Pessoal

Nascido em São Paulo, Ronan Oliveira, 35, perdeu os pais com apenas quatro anos. Ele e os irmãos passaram por vários lares adotivos até serem separados e colocados em diferentes casas de tios por Minas Gerais.

Em certo ponto, Ronan decidiu fugir da casa dos familiares e acabou sendo reinserido em mais um lar adotivo. Tentando escapar de mais um ambiente desestruturado e de traumas passados, o jovem fugiu novamente. Dessa vez, para mais longe. Andou por quatro dias de Conselheiro Pena até Governador Valadares, alimentando-se de mangas e leites de carrocinha.

Ao chegar na cidade, morou um ano na rua, até ser adotado com treze anos pela dona Maria José, que tinha um restaurante no Mercado Municipal de Governador Valadares. Foi aí que a gastronomia e a culinária popular entraram em sua vida.

Em 2016, deixando a paixão pela culinária um pouco de lado, Ronan entrou no reality show mais famoso do Brasil, o Big Brother. O competidor ficou em 3° lugar, garantindo R$ 50 mil reais. Com o dinheiro, abriu uma empresa de cosméticos e adquiriu uma franquia de viagens. Com as oscilações econômicas, os negócios mudaram. Ronan passou então a trabalhar e morar em um hostel que, com a pandemia, fechou.

Em 2023, Ronan ingressou no curso profissionalizante do Senac para seguir o sonho de trabalhar com gastronomia. Sobre suas pretensões na área, ele diz que deseja aliar trabalhos sociais a comida de qualidade. ‘’Desde que voltei para a culinária, o objetivo da minha vida é unir tudo o que faço na cozinha a projetos comunitários’'.

Atualmente, Ronan divide os estudos gastronômicos com uma iniciativa em conjunto com o Instituto da Vovó Tutu, que através do ‘Chef Quebrada’, visa a instruir jovens da Brasilândia sobre atividades culinárias. “Jovens de treze a dezessete anos podem aprender o básico da cozinha para estarem aptos a oportunidades do mercado de trabalho e poder empreender no futuro’'.

Lecionar gastronomia e ter experiências em outros países estão entre os planos de Ronan. “Quando acabar a faculdade, quero fazer pós-graduação e mestrado. Desejo também entender sobre a cozinha internacional através de viagens. Voltando ao Brasil, desejo tocar projetos sociais sobre aproveitamento integral de alimentos e, principalmente, ensinar a cozinhar’'.

Giovanna Cordeiro

Giovanna Cordeiro Foto: Arquivo Pessoal

Natural da Zona Leste da capital paulista, Giovanna Cordeiro, 19, era apaixonada por doces e modelagem na infância. O destino, que parecia atraí-la em direção às passarelas, acabou levando-a para a cozinha de um dos melhores restaurantes de São Paulo.

Hoje, após um ano estudando gastronomia, Giovanna é auxiliar de cozinha no Fasano, mas já teve outras experiências profissionais no Chef Rouge. A decisão de seguir na área da gastronomia veio após uma viagem pela Europa, onde percebeu que, para ela, seu maior encanto estava nos pratos. “O que mais me marcava nos lugares era a comida. A primeira vez que eu comi carbonara, por exemplo, foi uma coisa de outro mundo, uma experiência sensacional’'.

Faltando apenas um ano para se formar, a estudante planeja sair do país e ter o “máximo de experiências possíveis”. “Eu quero ir para a França e entrar no curso Ferrandi, um dos mais conceituados da área. Depois de visitar vários lugares, quero voltar ao Brasil e ser chef do meu próprio restaurante’'.

Mas o desejo de empreender não para por aí. A auxiliar de cozinha também planeja constituir um curso de culinária para crianças brasileiras. ‘’Eu quero abrir uma escolinha de gastronomia. Eu acho uma coisa incrível ensinar e no Brasil, isso não é muito valorizado.”

Comentando sobre as incertezas do futuro, Giovanna ressalta a falta de investimentos, as baixas remunerações e o machismo na cozinha. ‘’Eu vou enfrentar tudo isso”, arremata a futura chef.

Martin Casilli

Martin Casilli Foto: Arquivo Pessoal

O chef Martin Casilli, de 29 anos, é um jovem de sucesso. Desde a infância já demonstrava apreço por bons pratos e era apaixonado por novos sabores e combinações inusitadas. Mas a gastronomia nunca esteve nos planos de carreira da adolescência.

“Na época, eu pensei mesmo em fazer engenharia. Mas o destino, às vezes, puxa a gente para um lado e aí não podemos deixar de correr atrás, né?’’, brinca Martin.

Em 2014, com 21 anos, Martin participou da 1ª edição do programa Masterchef. Quando foi inscrito na competição por familiares, ele não acreditava que poderia ser selecionado, já que a cozinha para ele era apenas um hobby.

“Minha família falava que eu cozinhava bem, que eu tinha capacidade de entrar no Masterchef. Mas eu não acreditava, não dava muita bola. Daí um dia, gravaram meu vídeo de inscrição para ver se dava em alguma coisa. E acabou dando certo. Fui passando das fases iniciais e o resultado foi algo que eu não esperava’'.

Um dos participantes mais jovens daquela edição, Casilli acabou ficando em 10° lugar no programa, fato que abriu de vez as portas para o talento do chef.

Nos anos seguintes, Martin frequentou a faculdade de gastronomia e trabalhou em alguns projetos gastronômicos, um deles com a renomada chef Bel Coelho. Com mais experiência, Casilli abriu em 2017 o seu primeiro restaurante, o Sky Hall Terrace Bar no Itaim Bibi.

Após o sucesso inicial, com a casa funcionando a todo vapor por três anos, chegou a hora de enfrentar mais um desafio. Em 2021, Casilli abriu uma nova unidade do Sky Hall Bar, dessa vez na Avenida Haddock Lobo.

A terceira casa veio logo no final de 2022, quando Casilli emplacou um empreendimento em Itajaí (SC). Nasceu assim mais um Sky Hall, completando a tríade de restaurantes do jovem chef.

Um dos elementos que marcaram a trajetória de Casilli foi a flexibilidade. Sempre pronto para se adaptar ao que o destino tem para lhe oferecer, essa característica segue presente em sua carreira. Quando perguntado sobre a diferença entre suas casas, Martin responde sem pestanejar ‘’Cada Sky Hall é diferente do outro. O que você come em uma casa, não é o que você vai comer na outra, porque a gente acredita muito que cada restaurante tem que corresponder ao lugar que ele está inserido. Não adianta eu querer trazer um conceito de um lugar que funciona muito bem no centro financeiro de São Paulo para Itajaí, por exemplo. É preciso saber adaptar’'.

Caminhos distintos

Essas histórias comprovam que um chef de cozinha não nasce de um roteiro pronto. As nuances da vida contribuem para o caminho de cada um. Apesar de estarem em momentos distintos, as trajetórias de Ronan, Giovanna e Martin têm em comum não apenas o amor pela profissão, mas também o desejo de fazer diferença e contribuir cada vez mais para a expansão da gastronomia no Brasil.

Esses jovens ainda tem muita estrada pela frente. Mas uma coisa é certa: eles são inspiração para muitos sonhadores, seja pelos desafios vencidos ou pelo amor incondicional à cozinha.

Criativo, resiliente, líder, apaixonado. É assim que muitos chefs de cozinha sonham ser definidos na carreira. E certamente essas qualidades são imprescindíveis para o sucesso nessa profissão que exige muito esforço físico e mental.

Escolher a gastronomia porque gosta de cozinhar com a mãe ou a avó, ou porque foi inspirado por programas de televisão, pode ser pouco. Dentro da cozinha profissional, a coisa muda de figura e a pressão dessa carreira exigente faz com que muitos profissionais desistam no meio do caminho árduo.

Por outro lado, existem jovens persistentes, aqueles que trilham suas estradas profissionais sem perder o foco. Mas claro que existem muitos caminhos até a ‘’glória’', sejam eles convencionais ou excêntricos.

Ronan Oliveira

Ronan Oliveira durante aula do Senac Foto: Arquivo Pessoal

Nascido em São Paulo, Ronan Oliveira, 35, perdeu os pais com apenas quatro anos. Ele e os irmãos passaram por vários lares adotivos até serem separados e colocados em diferentes casas de tios por Minas Gerais.

Em certo ponto, Ronan decidiu fugir da casa dos familiares e acabou sendo reinserido em mais um lar adotivo. Tentando escapar de mais um ambiente desestruturado e de traumas passados, o jovem fugiu novamente. Dessa vez, para mais longe. Andou por quatro dias de Conselheiro Pena até Governador Valadares, alimentando-se de mangas e leites de carrocinha.

Ao chegar na cidade, morou um ano na rua, até ser adotado com treze anos pela dona Maria José, que tinha um restaurante no Mercado Municipal de Governador Valadares. Foi aí que a gastronomia e a culinária popular entraram em sua vida.

Em 2016, deixando a paixão pela culinária um pouco de lado, Ronan entrou no reality show mais famoso do Brasil, o Big Brother. O competidor ficou em 3° lugar, garantindo R$ 50 mil reais. Com o dinheiro, abriu uma empresa de cosméticos e adquiriu uma franquia de viagens. Com as oscilações econômicas, os negócios mudaram. Ronan passou então a trabalhar e morar em um hostel que, com a pandemia, fechou.

Em 2023, Ronan ingressou no curso profissionalizante do Senac para seguir o sonho de trabalhar com gastronomia. Sobre suas pretensões na área, ele diz que deseja aliar trabalhos sociais a comida de qualidade. ‘’Desde que voltei para a culinária, o objetivo da minha vida é unir tudo o que faço na cozinha a projetos comunitários’'.

Atualmente, Ronan divide os estudos gastronômicos com uma iniciativa em conjunto com o Instituto da Vovó Tutu, que através do ‘Chef Quebrada’, visa a instruir jovens da Brasilândia sobre atividades culinárias. “Jovens de treze a dezessete anos podem aprender o básico da cozinha para estarem aptos a oportunidades do mercado de trabalho e poder empreender no futuro’'.

Lecionar gastronomia e ter experiências em outros países estão entre os planos de Ronan. “Quando acabar a faculdade, quero fazer pós-graduação e mestrado. Desejo também entender sobre a cozinha internacional através de viagens. Voltando ao Brasil, desejo tocar projetos sociais sobre aproveitamento integral de alimentos e, principalmente, ensinar a cozinhar’'.

Giovanna Cordeiro

Giovanna Cordeiro Foto: Arquivo Pessoal

Natural da Zona Leste da capital paulista, Giovanna Cordeiro, 19, era apaixonada por doces e modelagem na infância. O destino, que parecia atraí-la em direção às passarelas, acabou levando-a para a cozinha de um dos melhores restaurantes de São Paulo.

Hoje, após um ano estudando gastronomia, Giovanna é auxiliar de cozinha no Fasano, mas já teve outras experiências profissionais no Chef Rouge. A decisão de seguir na área da gastronomia veio após uma viagem pela Europa, onde percebeu que, para ela, seu maior encanto estava nos pratos. “O que mais me marcava nos lugares era a comida. A primeira vez que eu comi carbonara, por exemplo, foi uma coisa de outro mundo, uma experiência sensacional’'.

Faltando apenas um ano para se formar, a estudante planeja sair do país e ter o “máximo de experiências possíveis”. “Eu quero ir para a França e entrar no curso Ferrandi, um dos mais conceituados da área. Depois de visitar vários lugares, quero voltar ao Brasil e ser chef do meu próprio restaurante’'.

Mas o desejo de empreender não para por aí. A auxiliar de cozinha também planeja constituir um curso de culinária para crianças brasileiras. ‘’Eu quero abrir uma escolinha de gastronomia. Eu acho uma coisa incrível ensinar e no Brasil, isso não é muito valorizado.”

Comentando sobre as incertezas do futuro, Giovanna ressalta a falta de investimentos, as baixas remunerações e o machismo na cozinha. ‘’Eu vou enfrentar tudo isso”, arremata a futura chef.

Martin Casilli

Martin Casilli Foto: Arquivo Pessoal

O chef Martin Casilli, de 29 anos, é um jovem de sucesso. Desde a infância já demonstrava apreço por bons pratos e era apaixonado por novos sabores e combinações inusitadas. Mas a gastronomia nunca esteve nos planos de carreira da adolescência.

“Na época, eu pensei mesmo em fazer engenharia. Mas o destino, às vezes, puxa a gente para um lado e aí não podemos deixar de correr atrás, né?’’, brinca Martin.

Em 2014, com 21 anos, Martin participou da 1ª edição do programa Masterchef. Quando foi inscrito na competição por familiares, ele não acreditava que poderia ser selecionado, já que a cozinha para ele era apenas um hobby.

“Minha família falava que eu cozinhava bem, que eu tinha capacidade de entrar no Masterchef. Mas eu não acreditava, não dava muita bola. Daí um dia, gravaram meu vídeo de inscrição para ver se dava em alguma coisa. E acabou dando certo. Fui passando das fases iniciais e o resultado foi algo que eu não esperava’'.

Um dos participantes mais jovens daquela edição, Casilli acabou ficando em 10° lugar no programa, fato que abriu de vez as portas para o talento do chef.

Nos anos seguintes, Martin frequentou a faculdade de gastronomia e trabalhou em alguns projetos gastronômicos, um deles com a renomada chef Bel Coelho. Com mais experiência, Casilli abriu em 2017 o seu primeiro restaurante, o Sky Hall Terrace Bar no Itaim Bibi.

Após o sucesso inicial, com a casa funcionando a todo vapor por três anos, chegou a hora de enfrentar mais um desafio. Em 2021, Casilli abriu uma nova unidade do Sky Hall Bar, dessa vez na Avenida Haddock Lobo.

A terceira casa veio logo no final de 2022, quando Casilli emplacou um empreendimento em Itajaí (SC). Nasceu assim mais um Sky Hall, completando a tríade de restaurantes do jovem chef.

Um dos elementos que marcaram a trajetória de Casilli foi a flexibilidade. Sempre pronto para se adaptar ao que o destino tem para lhe oferecer, essa característica segue presente em sua carreira. Quando perguntado sobre a diferença entre suas casas, Martin responde sem pestanejar ‘’Cada Sky Hall é diferente do outro. O que você come em uma casa, não é o que você vai comer na outra, porque a gente acredita muito que cada restaurante tem que corresponder ao lugar que ele está inserido. Não adianta eu querer trazer um conceito de um lugar que funciona muito bem no centro financeiro de São Paulo para Itajaí, por exemplo. É preciso saber adaptar’'.

Caminhos distintos

Essas histórias comprovam que um chef de cozinha não nasce de um roteiro pronto. As nuances da vida contribuem para o caminho de cada um. Apesar de estarem em momentos distintos, as trajetórias de Ronan, Giovanna e Martin têm em comum não apenas o amor pela profissão, mas também o desejo de fazer diferença e contribuir cada vez mais para a expansão da gastronomia no Brasil.

Esses jovens ainda tem muita estrada pela frente. Mas uma coisa é certa: eles são inspiração para muitos sonhadores, seja pelos desafios vencidos ou pelo amor incondicional à cozinha.

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