Coquetelaria Bossa Nova: os bares da vez no Rio de Janeiro


Bares do Rio abrem espaço para novos hábitos etílicos entre os cariocas com drinques de personalidade própria que esbanjam leveza e frescor

Por Gilberto Amendola

O Rio de Janeiro é reconhecido como o território da praia, do sol ardido, do pé no chão, cerveja de litrão e caipirinha. Mas, aos poucos, um movimento de bares e bartenders vem introduzindo novos hábitos etílicos pela cidade.

Sem abrir mão de leveza e frescor, já é possível ouvir o som das coqueteleiras tocando bossa nova nos balcões cariocas. Visitamos alguns bares para sentir e ouvir o ritmo desse movimento.

Rio está ganhandonovoshábitos etílicos e com isso novos bares de coquetelaria na cidade não param de abrir Foto: Samuel Antonini
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Spirit Copa

Recém-inaugurado, o Spirit Copa fica no também novíssimo hotel Fairmont Rio, em Copacabana. O bar conta com o experiente Tai Barbin como consultor. Não por acaso, a carta de coquetéis, criada em parceria com o bartender José Ronaldo, é o que mais brilha por lá.

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Na prateleira do “você precisa beber” está o surpreendente “presente de Isabel”. Servido em taça de espumante, com cara de espumante, mas feito de cachaça e tiquira (uma espécie de aguardente de mandioca popular no Maranhão). O coquetel é clarificado (com técnica de milk punch) e gaseificado. Já o camarote carril combina gim, infusão de abacaxi grelhado, amaro Lucano, Cynar, xarope de genmaicha (chá verde com arroz torrado), limão e ginger ale e é finalizado com alga nori e genmaicha.

O bar tem opções para bebedores mais acostumados com drinques encorpados (claro enigma – com uísque, vermute, vinho do Porto, licor feito a base de semente de pimenta-da-jamaica, noz-moscada e bitters) e secos (o carrasco – com gim, jerez, redução de tônica e bitters). 

Camarote Carril. Gim, infusão de abacaxi grelhado, amaro Lucano, Cynar, xarope de genmaicha, limão e ginger ale, do novíssimo Spirit Bar Foto: Dhani Borges
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Em dezembro, o Spirit também vai apresentar a carta global (que estará presente em todos os hotéis da rede Fairmont ao redor do mundo). Trata-se do projeto Classics Perfected, com releituras de clássicos e outras invenções desenvolvidas por um time internacional de bartenders, Barbin entre eles.

“Estamos vivendo um processo de renascença da coquetelaria no Rio. As empresas, marcas e os profissionais começaram a olhar para a cidade. Quanto mais bares de coquetelaria melhor”, falou Barbin. Embora fique dentro do Fairmont, o Spirit recebe público de não hóspedes. O visual da orla de Copacabana é espetacular. Para um bar de hotel, os preços também estão compatíveis, os coquetéis custam de R$ 28 a R$ 44. A cozinha também é de alto nível. Eu iria de pastelzinho para petiscar.

Onde: Hotel Fairmont Rio - Av. Atlântica, 4240, Copacabana

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Arp 

O bar do Hotel Arpoador também é uma das novidades na coquetelaria carioca. A responsável pela certeira carta de drinques é a bartender Neli Pereira, do Espaço Zebra (em São Paulo). Aqui, o bar é totalmente pé na areia. Algumas mesinhas estão coladas ao calçadão. O clima por lá é totalmente despojado.

A carta é pura refrescância e sabor. Destaque para o gosto e o sumo (espumante, shurb de manga e gim) e para o mojito da Amazônia, feito com cumaru. Para quem busca algo mais tradicional, a pedida é o velha guarda (foto), uma versão de old fashioned, que leva rum envelhecido com baru e maple syurp. Os preços variam de R$ 28 a R$ 31.

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“A ideia era trazer um Brasil não óbvio, das garrafadas e ervas. E fazer drinques descomplicados para um bar de praia. A carta é refrescante, cítrica e herbácea”, disse Neli. “Trouxe do Zebra o conceito que é possível fazer uma coquetelaria de qualidade sem duzentos ingredientes e sem cobrar muito caro”, completou.

Velha Guarda, do Arp,uma versão de old fashioned, com envelhecido com baru e maple syurp Foto: Samuel Antonini

Para o verão, Neli irá adicionar duas versões de caipirinha em sua carta, uma com infusão de louro em cachaça de bálsamo e outra com cachaça de jequitibá rosa com mexerica. Além disso, a carta vai contar com um ponche. “Queria ter um coquetel para compartilhar, mas com cara de Brasil. O nosso vai ter açaí, hibisco e catuaba”, revelou. Além disso, Néli também esté promovendo encontros no balcão - dias especiais de degustação e papo direcionados para clientes que preferem esse lugar nobre do bar. 

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Sobre a coquetelaria do Rio, Neli afirmou que ela não é uma “coquetelaria instagramável, mas algo mais incorporada ao cotidiano da cidade, algo mais informal”.

Onde: Hotel Arpoador - R. Francisco Otaviano 177, Arpoador.

Baretto-Londra

Para quem ainda quer ficar em bares de hotel, outra opção é o Baretto-Londra, versão carioca do Baretto São Paulo. O espaço recebe shows ao vivo, Djs e tem um jeitão de pub londrino (o “Londra” do nome é Londres, em italiano). As paredes são decoradas com capas de disco de vinilselecionados da coleção pessoal de Rogério Fasano.

Mas vamos ao que interessa: os coquetéis. Aqui, a pedida é se concentrar nos clássicos. Além disso, até o fim do ano, será possível encontrar uma carta de drinks especial em homenagem aos 100 anos do Negroni, com criações do barman André Paixão. Entre elas, o o coffee negroni, com gim, bitter, vermoute tinto, grãos de café, zest de laranja e gotas de chocolate à parte (R$ 44), e o smoked negroni, que leva gim, bitter, vermoute tinto, upisque single malte, pau de canela, aniz-estrelado e fatias de laranja (R$ 46).

Onde: Hotel Fasano – Avenida Vieira Souto, 80, Ipanema

Balcão do Londra, bar do hotel FAsano no Arpoador Foto: Tiago Carvalho

 

Mixxing bar is cool e Stuzzi

O Stuzzi continua servindo ótimos coquetéis no Leblon. O lugar é parada obrigatória na cidade – colecionando prêmios conquistados por sua carta e pelos bartenders Alex Miranda e Lelo Forti. Mas, nesse ano, a unidade do Stuzzi que ficava em Copacabana, transformou-se no Mixxing (que já foi uma escola de coquetelaria no bairro das Laranjeiras). Lá, uma variada carta de autorais e ótimas variações de negroni. A casa também tem uma espécie de “calçada da fama” da coquetelaria. Na verdade, são algumas garrafas assinadas pelos principais bartenders do País. Vale muito a visita a esse bar.Onde: Stuzzi - R. Dias Ferreira, 45, Leblon. Mixxing - R. Aires de Saldanha, 13, Copacabana

Nosso 

O Nosso é o restobar do chef Bruno Katz. Você vai ter um cardápio inteiro de motivos para querer jantar por lá, mas nossa conversa aqui é a coquetelaria. Pois então, o Nosso é o tipo de bar que faria bonito em qualquer outra cidade do mundo. O que se vê ali é alta e refinada coquetelaria, com muito equilíbrio e ousadia.

Vale destacar dois coquetéis da carta: o zigurate (foto; um white negroni, com gim, Lillet, Dolin dry, calda de genciana) e o marduk (lembra um sazerac, com bourbon, tequila reposado, jerez e bitters). Direto do barril também saem coquetéis como um old fashioned de rum envelhecido, com rapadura e bitters.

Onde: R. Maria Quitéria, 91, Ipanema

Zigurate. O white negroni do Nosso Foto: Nosso

Shake Speakeasy

Nem só de zona sul vive a coquetelaria carioca. O Shake Speakeasy fica na sobreloja de uma galeria popular no centro da cidade. Escondido, de iluminado baixa e com poucos lugares, o Shake propõe uma experiência diferente dos outros bares do Rio de Janeiro.

O bar é comandado por Walter Garin – responsável pela formação de uma série de bartenders na cidade. A carta é bastante extensa, mas o destaque fica para as versões abrasileiradas de clássicos. Uma boa pedida é um old fashioned com bourbon e cachaça. Garin também faz os seus próprios bitters e vermutes (que também estão à venda). O Shake não abre aos finais de semana.

Onde: Sobreloja do Terminal Menezes Cortes (lojas 230/231), na R. São José 35, Centro.  

Ambiente doShake Speakeasy, no centro do Rio de Janeiro Foto: Shake Speakeasy

Garoa, Vizinho Gastro Bar e Meza Bar

Três instituições etílicas cariocas. No Garoa, a pedida são as gim tônicas da casa. Vale destacar o GT Mule - que é uma divertida conversa entre gim tônica e moscow mule. Alguns coquetéis da casa também podem ser feitos sem álcool. O Vizinho Gastrobar fica por conta da ótima Jessica Sanchez, profissional que já assinou diversas cartas na cidade. A maior característica do Vizinho é o equilíbrio do seus coquetéis. Já o Meza Bar fecha a trinca dos obrigatórios – com drinques cheios de camadas, texturas e personalidade, como Tupi or Not e Calypso Pop.

Onde: Garoa - R. Prudente de Morais, 1810, Ipanema e R. Dias Ferreira, 50, Leblon; Vizinho Gastrobar - Avenida das Américas, 8585, quiosques 3-4, Barra da Tijuca; Meza - R. Capitão Salomão, 69, Humaitá

Ambiente do Garoa Bar do Leblon Foto: Sergio Greif

 

Astor e Julieta Bar

Um paulista de passeio pelo Rio de Janeiro está sujeito a cometer injustiças ou esquecimentos. Por isso, a menção honrosa a dois lugares em que se bebe bons coquetéis. O Astor, a versão carioca do bar paulistano. De clima despojado, comidinhas bem honestas e drinques bem executados. E o Julieta (ex- Paris Bar), bar com uma coquetelaria séria em um ambiente sofisticado, dentro de um palacete (Casa de Arte e Cultura Julieta de Serpa). Por lá, vale pedir o simple smoke, com uísque defumado e vermute infusionado com amoras.

Onde: Astor - Avenida Vieira Souto, 110 - Ipanema; Julieta - Praia do Flamengo, 340, Flamengo

Julieta. bar com uma coquetelaria séria em um ambiente sofisticado Foto: Rennan Correa da Silva/Drinksrio

Extra! Extra! - Para ficar de olho

Brasero Atlântico

Tato Giovanonni, dono do premiado Florería Atlántico, em Buenos Aires (bar que foi considerado o 3º melhor do mundo pela lista The World’s 50 Best Bars, acaba de abrir o restaurante Brasero Atlântico. O lugar, que deve privilegir os preparos na brasa, também vai trazer algumas criações etílicas clássicas do Giovanonni. É o caso do negroni balestrini, um dos hits da Florería. Ele leva gim, Campari, amaro, água do mar (e é defumado com eucalipto). O coquetel será vendido em garrafinhas. Onde: Shopping Fashion Mall. Estrada da Gavea 899, loja 316, Sao Conrado

Não é bar, mas é o Brasero Atlântico é mais recente empreendimento de Tato Giovanonni, dono do premiado Florería Atlántico, em Buenos Aires Foto: Brasero Atlântico

O Rio de Janeiro é reconhecido como o território da praia, do sol ardido, do pé no chão, cerveja de litrão e caipirinha. Mas, aos poucos, um movimento de bares e bartenders vem introduzindo novos hábitos etílicos pela cidade.

Sem abrir mão de leveza e frescor, já é possível ouvir o som das coqueteleiras tocando bossa nova nos balcões cariocas. Visitamos alguns bares para sentir e ouvir o ritmo desse movimento.

Rio está ganhandonovoshábitos etílicos e com isso novos bares de coquetelaria na cidade não param de abrir Foto: Samuel Antonini

 

Spirit Copa

Recém-inaugurado, o Spirit Copa fica no também novíssimo hotel Fairmont Rio, em Copacabana. O bar conta com o experiente Tai Barbin como consultor. Não por acaso, a carta de coquetéis, criada em parceria com o bartender José Ronaldo, é o que mais brilha por lá.

Na prateleira do “você precisa beber” está o surpreendente “presente de Isabel”. Servido em taça de espumante, com cara de espumante, mas feito de cachaça e tiquira (uma espécie de aguardente de mandioca popular no Maranhão). O coquetel é clarificado (com técnica de milk punch) e gaseificado. Já o camarote carril combina gim, infusão de abacaxi grelhado, amaro Lucano, Cynar, xarope de genmaicha (chá verde com arroz torrado), limão e ginger ale e é finalizado com alga nori e genmaicha.

O bar tem opções para bebedores mais acostumados com drinques encorpados (claro enigma – com uísque, vermute, vinho do Porto, licor feito a base de semente de pimenta-da-jamaica, noz-moscada e bitters) e secos (o carrasco – com gim, jerez, redução de tônica e bitters). 

Camarote Carril. Gim, infusão de abacaxi grelhado, amaro Lucano, Cynar, xarope de genmaicha, limão e ginger ale, do novíssimo Spirit Bar Foto: Dhani Borges

Em dezembro, o Spirit também vai apresentar a carta global (que estará presente em todos os hotéis da rede Fairmont ao redor do mundo). Trata-se do projeto Classics Perfected, com releituras de clássicos e outras invenções desenvolvidas por um time internacional de bartenders, Barbin entre eles.

“Estamos vivendo um processo de renascença da coquetelaria no Rio. As empresas, marcas e os profissionais começaram a olhar para a cidade. Quanto mais bares de coquetelaria melhor”, falou Barbin. Embora fique dentro do Fairmont, o Spirit recebe público de não hóspedes. O visual da orla de Copacabana é espetacular. Para um bar de hotel, os preços também estão compatíveis, os coquetéis custam de R$ 28 a R$ 44. A cozinha também é de alto nível. Eu iria de pastelzinho para petiscar.

Onde: Hotel Fairmont Rio - Av. Atlântica, 4240, Copacabana

Arp 

O bar do Hotel Arpoador também é uma das novidades na coquetelaria carioca. A responsável pela certeira carta de drinques é a bartender Neli Pereira, do Espaço Zebra (em São Paulo). Aqui, o bar é totalmente pé na areia. Algumas mesinhas estão coladas ao calçadão. O clima por lá é totalmente despojado.

A carta é pura refrescância e sabor. Destaque para o gosto e o sumo (espumante, shurb de manga e gim) e para o mojito da Amazônia, feito com cumaru. Para quem busca algo mais tradicional, a pedida é o velha guarda (foto), uma versão de old fashioned, que leva rum envelhecido com baru e maple syurp. Os preços variam de R$ 28 a R$ 31.

“A ideia era trazer um Brasil não óbvio, das garrafadas e ervas. E fazer drinques descomplicados para um bar de praia. A carta é refrescante, cítrica e herbácea”, disse Neli. “Trouxe do Zebra o conceito que é possível fazer uma coquetelaria de qualidade sem duzentos ingredientes e sem cobrar muito caro”, completou.

Velha Guarda, do Arp,uma versão de old fashioned, com envelhecido com baru e maple syurp Foto: Samuel Antonini

Para o verão, Neli irá adicionar duas versões de caipirinha em sua carta, uma com infusão de louro em cachaça de bálsamo e outra com cachaça de jequitibá rosa com mexerica. Além disso, a carta vai contar com um ponche. “Queria ter um coquetel para compartilhar, mas com cara de Brasil. O nosso vai ter açaí, hibisco e catuaba”, revelou. Além disso, Néli também esté promovendo encontros no balcão - dias especiais de degustação e papo direcionados para clientes que preferem esse lugar nobre do bar. 

Sobre a coquetelaria do Rio, Neli afirmou que ela não é uma “coquetelaria instagramável, mas algo mais incorporada ao cotidiano da cidade, algo mais informal”.

Onde: Hotel Arpoador - R. Francisco Otaviano 177, Arpoador.

Baretto-Londra

Para quem ainda quer ficar em bares de hotel, outra opção é o Baretto-Londra, versão carioca do Baretto São Paulo. O espaço recebe shows ao vivo, Djs e tem um jeitão de pub londrino (o “Londra” do nome é Londres, em italiano). As paredes são decoradas com capas de disco de vinilselecionados da coleção pessoal de Rogério Fasano.

Mas vamos ao que interessa: os coquetéis. Aqui, a pedida é se concentrar nos clássicos. Além disso, até o fim do ano, será possível encontrar uma carta de drinks especial em homenagem aos 100 anos do Negroni, com criações do barman André Paixão. Entre elas, o o coffee negroni, com gim, bitter, vermoute tinto, grãos de café, zest de laranja e gotas de chocolate à parte (R$ 44), e o smoked negroni, que leva gim, bitter, vermoute tinto, upisque single malte, pau de canela, aniz-estrelado e fatias de laranja (R$ 46).

Onde: Hotel Fasano – Avenida Vieira Souto, 80, Ipanema

Balcão do Londra, bar do hotel FAsano no Arpoador Foto: Tiago Carvalho

 

Mixxing bar is cool e Stuzzi

O Stuzzi continua servindo ótimos coquetéis no Leblon. O lugar é parada obrigatória na cidade – colecionando prêmios conquistados por sua carta e pelos bartenders Alex Miranda e Lelo Forti. Mas, nesse ano, a unidade do Stuzzi que ficava em Copacabana, transformou-se no Mixxing (que já foi uma escola de coquetelaria no bairro das Laranjeiras). Lá, uma variada carta de autorais e ótimas variações de negroni. A casa também tem uma espécie de “calçada da fama” da coquetelaria. Na verdade, são algumas garrafas assinadas pelos principais bartenders do País. Vale muito a visita a esse bar.Onde: Stuzzi - R. Dias Ferreira, 45, Leblon. Mixxing - R. Aires de Saldanha, 13, Copacabana

Nosso 

O Nosso é o restobar do chef Bruno Katz. Você vai ter um cardápio inteiro de motivos para querer jantar por lá, mas nossa conversa aqui é a coquetelaria. Pois então, o Nosso é o tipo de bar que faria bonito em qualquer outra cidade do mundo. O que se vê ali é alta e refinada coquetelaria, com muito equilíbrio e ousadia.

Vale destacar dois coquetéis da carta: o zigurate (foto; um white negroni, com gim, Lillet, Dolin dry, calda de genciana) e o marduk (lembra um sazerac, com bourbon, tequila reposado, jerez e bitters). Direto do barril também saem coquetéis como um old fashioned de rum envelhecido, com rapadura e bitters.

Onde: R. Maria Quitéria, 91, Ipanema

Zigurate. O white negroni do Nosso Foto: Nosso

Shake Speakeasy

Nem só de zona sul vive a coquetelaria carioca. O Shake Speakeasy fica na sobreloja de uma galeria popular no centro da cidade. Escondido, de iluminado baixa e com poucos lugares, o Shake propõe uma experiência diferente dos outros bares do Rio de Janeiro.

O bar é comandado por Walter Garin – responsável pela formação de uma série de bartenders na cidade. A carta é bastante extensa, mas o destaque fica para as versões abrasileiradas de clássicos. Uma boa pedida é um old fashioned com bourbon e cachaça. Garin também faz os seus próprios bitters e vermutes (que também estão à venda). O Shake não abre aos finais de semana.

Onde: Sobreloja do Terminal Menezes Cortes (lojas 230/231), na R. São José 35, Centro.  

Ambiente doShake Speakeasy, no centro do Rio de Janeiro Foto: Shake Speakeasy

Garoa, Vizinho Gastro Bar e Meza Bar

Três instituições etílicas cariocas. No Garoa, a pedida são as gim tônicas da casa. Vale destacar o GT Mule - que é uma divertida conversa entre gim tônica e moscow mule. Alguns coquetéis da casa também podem ser feitos sem álcool. O Vizinho Gastrobar fica por conta da ótima Jessica Sanchez, profissional que já assinou diversas cartas na cidade. A maior característica do Vizinho é o equilíbrio do seus coquetéis. Já o Meza Bar fecha a trinca dos obrigatórios – com drinques cheios de camadas, texturas e personalidade, como Tupi or Not e Calypso Pop.

Onde: Garoa - R. Prudente de Morais, 1810, Ipanema e R. Dias Ferreira, 50, Leblon; Vizinho Gastrobar - Avenida das Américas, 8585, quiosques 3-4, Barra da Tijuca; Meza - R. Capitão Salomão, 69, Humaitá

Ambiente do Garoa Bar do Leblon Foto: Sergio Greif

 

Astor e Julieta Bar

Um paulista de passeio pelo Rio de Janeiro está sujeito a cometer injustiças ou esquecimentos. Por isso, a menção honrosa a dois lugares em que se bebe bons coquetéis. O Astor, a versão carioca do bar paulistano. De clima despojado, comidinhas bem honestas e drinques bem executados. E o Julieta (ex- Paris Bar), bar com uma coquetelaria séria em um ambiente sofisticado, dentro de um palacete (Casa de Arte e Cultura Julieta de Serpa). Por lá, vale pedir o simple smoke, com uísque defumado e vermute infusionado com amoras.

Onde: Astor - Avenida Vieira Souto, 110 - Ipanema; Julieta - Praia do Flamengo, 340, Flamengo

Julieta. bar com uma coquetelaria séria em um ambiente sofisticado Foto: Rennan Correa da Silva/Drinksrio

Extra! Extra! - Para ficar de olho

Brasero Atlântico

Tato Giovanonni, dono do premiado Florería Atlántico, em Buenos Aires (bar que foi considerado o 3º melhor do mundo pela lista The World’s 50 Best Bars, acaba de abrir o restaurante Brasero Atlântico. O lugar, que deve privilegir os preparos na brasa, também vai trazer algumas criações etílicas clássicas do Giovanonni. É o caso do negroni balestrini, um dos hits da Florería. Ele leva gim, Campari, amaro, água do mar (e é defumado com eucalipto). O coquetel será vendido em garrafinhas. Onde: Shopping Fashion Mall. Estrada da Gavea 899, loja 316, Sao Conrado

Não é bar, mas é o Brasero Atlântico é mais recente empreendimento de Tato Giovanonni, dono do premiado Florería Atlántico, em Buenos Aires Foto: Brasero Atlântico

O Rio de Janeiro é reconhecido como o território da praia, do sol ardido, do pé no chão, cerveja de litrão e caipirinha. Mas, aos poucos, um movimento de bares e bartenders vem introduzindo novos hábitos etílicos pela cidade.

Sem abrir mão de leveza e frescor, já é possível ouvir o som das coqueteleiras tocando bossa nova nos balcões cariocas. Visitamos alguns bares para sentir e ouvir o ritmo desse movimento.

Rio está ganhandonovoshábitos etílicos e com isso novos bares de coquetelaria na cidade não param de abrir Foto: Samuel Antonini

 

Spirit Copa

Recém-inaugurado, o Spirit Copa fica no também novíssimo hotel Fairmont Rio, em Copacabana. O bar conta com o experiente Tai Barbin como consultor. Não por acaso, a carta de coquetéis, criada em parceria com o bartender José Ronaldo, é o que mais brilha por lá.

Na prateleira do “você precisa beber” está o surpreendente “presente de Isabel”. Servido em taça de espumante, com cara de espumante, mas feito de cachaça e tiquira (uma espécie de aguardente de mandioca popular no Maranhão). O coquetel é clarificado (com técnica de milk punch) e gaseificado. Já o camarote carril combina gim, infusão de abacaxi grelhado, amaro Lucano, Cynar, xarope de genmaicha (chá verde com arroz torrado), limão e ginger ale e é finalizado com alga nori e genmaicha.

O bar tem opções para bebedores mais acostumados com drinques encorpados (claro enigma – com uísque, vermute, vinho do Porto, licor feito a base de semente de pimenta-da-jamaica, noz-moscada e bitters) e secos (o carrasco – com gim, jerez, redução de tônica e bitters). 

Camarote Carril. Gim, infusão de abacaxi grelhado, amaro Lucano, Cynar, xarope de genmaicha, limão e ginger ale, do novíssimo Spirit Bar Foto: Dhani Borges

Em dezembro, o Spirit também vai apresentar a carta global (que estará presente em todos os hotéis da rede Fairmont ao redor do mundo). Trata-se do projeto Classics Perfected, com releituras de clássicos e outras invenções desenvolvidas por um time internacional de bartenders, Barbin entre eles.

“Estamos vivendo um processo de renascença da coquetelaria no Rio. As empresas, marcas e os profissionais começaram a olhar para a cidade. Quanto mais bares de coquetelaria melhor”, falou Barbin. Embora fique dentro do Fairmont, o Spirit recebe público de não hóspedes. O visual da orla de Copacabana é espetacular. Para um bar de hotel, os preços também estão compatíveis, os coquetéis custam de R$ 28 a R$ 44. A cozinha também é de alto nível. Eu iria de pastelzinho para petiscar.

Onde: Hotel Fairmont Rio - Av. Atlântica, 4240, Copacabana

Arp 

O bar do Hotel Arpoador também é uma das novidades na coquetelaria carioca. A responsável pela certeira carta de drinques é a bartender Neli Pereira, do Espaço Zebra (em São Paulo). Aqui, o bar é totalmente pé na areia. Algumas mesinhas estão coladas ao calçadão. O clima por lá é totalmente despojado.

A carta é pura refrescância e sabor. Destaque para o gosto e o sumo (espumante, shurb de manga e gim) e para o mojito da Amazônia, feito com cumaru. Para quem busca algo mais tradicional, a pedida é o velha guarda (foto), uma versão de old fashioned, que leva rum envelhecido com baru e maple syurp. Os preços variam de R$ 28 a R$ 31.

“A ideia era trazer um Brasil não óbvio, das garrafadas e ervas. E fazer drinques descomplicados para um bar de praia. A carta é refrescante, cítrica e herbácea”, disse Neli. “Trouxe do Zebra o conceito que é possível fazer uma coquetelaria de qualidade sem duzentos ingredientes e sem cobrar muito caro”, completou.

Velha Guarda, do Arp,uma versão de old fashioned, com envelhecido com baru e maple syurp Foto: Samuel Antonini

Para o verão, Neli irá adicionar duas versões de caipirinha em sua carta, uma com infusão de louro em cachaça de bálsamo e outra com cachaça de jequitibá rosa com mexerica. Além disso, a carta vai contar com um ponche. “Queria ter um coquetel para compartilhar, mas com cara de Brasil. O nosso vai ter açaí, hibisco e catuaba”, revelou. Além disso, Néli também esté promovendo encontros no balcão - dias especiais de degustação e papo direcionados para clientes que preferem esse lugar nobre do bar. 

Sobre a coquetelaria do Rio, Neli afirmou que ela não é uma “coquetelaria instagramável, mas algo mais incorporada ao cotidiano da cidade, algo mais informal”.

Onde: Hotel Arpoador - R. Francisco Otaviano 177, Arpoador.

Baretto-Londra

Para quem ainda quer ficar em bares de hotel, outra opção é o Baretto-Londra, versão carioca do Baretto São Paulo. O espaço recebe shows ao vivo, Djs e tem um jeitão de pub londrino (o “Londra” do nome é Londres, em italiano). As paredes são decoradas com capas de disco de vinilselecionados da coleção pessoal de Rogério Fasano.

Mas vamos ao que interessa: os coquetéis. Aqui, a pedida é se concentrar nos clássicos. Além disso, até o fim do ano, será possível encontrar uma carta de drinks especial em homenagem aos 100 anos do Negroni, com criações do barman André Paixão. Entre elas, o o coffee negroni, com gim, bitter, vermoute tinto, grãos de café, zest de laranja e gotas de chocolate à parte (R$ 44), e o smoked negroni, que leva gim, bitter, vermoute tinto, upisque single malte, pau de canela, aniz-estrelado e fatias de laranja (R$ 46).

Onde: Hotel Fasano – Avenida Vieira Souto, 80, Ipanema

Balcão do Londra, bar do hotel FAsano no Arpoador Foto: Tiago Carvalho

 

Mixxing bar is cool e Stuzzi

O Stuzzi continua servindo ótimos coquetéis no Leblon. O lugar é parada obrigatória na cidade – colecionando prêmios conquistados por sua carta e pelos bartenders Alex Miranda e Lelo Forti. Mas, nesse ano, a unidade do Stuzzi que ficava em Copacabana, transformou-se no Mixxing (que já foi uma escola de coquetelaria no bairro das Laranjeiras). Lá, uma variada carta de autorais e ótimas variações de negroni. A casa também tem uma espécie de “calçada da fama” da coquetelaria. Na verdade, são algumas garrafas assinadas pelos principais bartenders do País. Vale muito a visita a esse bar.Onde: Stuzzi - R. Dias Ferreira, 45, Leblon. Mixxing - R. Aires de Saldanha, 13, Copacabana

Nosso 

O Nosso é o restobar do chef Bruno Katz. Você vai ter um cardápio inteiro de motivos para querer jantar por lá, mas nossa conversa aqui é a coquetelaria. Pois então, o Nosso é o tipo de bar que faria bonito em qualquer outra cidade do mundo. O que se vê ali é alta e refinada coquetelaria, com muito equilíbrio e ousadia.

Vale destacar dois coquetéis da carta: o zigurate (foto; um white negroni, com gim, Lillet, Dolin dry, calda de genciana) e o marduk (lembra um sazerac, com bourbon, tequila reposado, jerez e bitters). Direto do barril também saem coquetéis como um old fashioned de rum envelhecido, com rapadura e bitters.

Onde: R. Maria Quitéria, 91, Ipanema

Zigurate. O white negroni do Nosso Foto: Nosso

Shake Speakeasy

Nem só de zona sul vive a coquetelaria carioca. O Shake Speakeasy fica na sobreloja de uma galeria popular no centro da cidade. Escondido, de iluminado baixa e com poucos lugares, o Shake propõe uma experiência diferente dos outros bares do Rio de Janeiro.

O bar é comandado por Walter Garin – responsável pela formação de uma série de bartenders na cidade. A carta é bastante extensa, mas o destaque fica para as versões abrasileiradas de clássicos. Uma boa pedida é um old fashioned com bourbon e cachaça. Garin também faz os seus próprios bitters e vermutes (que também estão à venda). O Shake não abre aos finais de semana.

Onde: Sobreloja do Terminal Menezes Cortes (lojas 230/231), na R. São José 35, Centro.  

Ambiente doShake Speakeasy, no centro do Rio de Janeiro Foto: Shake Speakeasy

Garoa, Vizinho Gastro Bar e Meza Bar

Três instituições etílicas cariocas. No Garoa, a pedida são as gim tônicas da casa. Vale destacar o GT Mule - que é uma divertida conversa entre gim tônica e moscow mule. Alguns coquetéis da casa também podem ser feitos sem álcool. O Vizinho Gastrobar fica por conta da ótima Jessica Sanchez, profissional que já assinou diversas cartas na cidade. A maior característica do Vizinho é o equilíbrio do seus coquetéis. Já o Meza Bar fecha a trinca dos obrigatórios – com drinques cheios de camadas, texturas e personalidade, como Tupi or Not e Calypso Pop.

Onde: Garoa - R. Prudente de Morais, 1810, Ipanema e R. Dias Ferreira, 50, Leblon; Vizinho Gastrobar - Avenida das Américas, 8585, quiosques 3-4, Barra da Tijuca; Meza - R. Capitão Salomão, 69, Humaitá

Ambiente do Garoa Bar do Leblon Foto: Sergio Greif

 

Astor e Julieta Bar

Um paulista de passeio pelo Rio de Janeiro está sujeito a cometer injustiças ou esquecimentos. Por isso, a menção honrosa a dois lugares em que se bebe bons coquetéis. O Astor, a versão carioca do bar paulistano. De clima despojado, comidinhas bem honestas e drinques bem executados. E o Julieta (ex- Paris Bar), bar com uma coquetelaria séria em um ambiente sofisticado, dentro de um palacete (Casa de Arte e Cultura Julieta de Serpa). Por lá, vale pedir o simple smoke, com uísque defumado e vermute infusionado com amoras.

Onde: Astor - Avenida Vieira Souto, 110 - Ipanema; Julieta - Praia do Flamengo, 340, Flamengo

Julieta. bar com uma coquetelaria séria em um ambiente sofisticado Foto: Rennan Correa da Silva/Drinksrio

Extra! Extra! - Para ficar de olho

Brasero Atlântico

Tato Giovanonni, dono do premiado Florería Atlántico, em Buenos Aires (bar que foi considerado o 3º melhor do mundo pela lista The World’s 50 Best Bars, acaba de abrir o restaurante Brasero Atlântico. O lugar, que deve privilegir os preparos na brasa, também vai trazer algumas criações etílicas clássicas do Giovanonni. É o caso do negroni balestrini, um dos hits da Florería. Ele leva gim, Campari, amaro, água do mar (e é defumado com eucalipto). O coquetel será vendido em garrafinhas. Onde: Shopping Fashion Mall. Estrada da Gavea 899, loja 316, Sao Conrado

Não é bar, mas é o Brasero Atlântico é mais recente empreendimento de Tato Giovanonni, dono do premiado Florería Atlántico, em Buenos Aires Foto: Brasero Atlântico

O Rio de Janeiro é reconhecido como o território da praia, do sol ardido, do pé no chão, cerveja de litrão e caipirinha. Mas, aos poucos, um movimento de bares e bartenders vem introduzindo novos hábitos etílicos pela cidade.

Sem abrir mão de leveza e frescor, já é possível ouvir o som das coqueteleiras tocando bossa nova nos balcões cariocas. Visitamos alguns bares para sentir e ouvir o ritmo desse movimento.

Rio está ganhandonovoshábitos etílicos e com isso novos bares de coquetelaria na cidade não param de abrir Foto: Samuel Antonini

 

Spirit Copa

Recém-inaugurado, o Spirit Copa fica no também novíssimo hotel Fairmont Rio, em Copacabana. O bar conta com o experiente Tai Barbin como consultor. Não por acaso, a carta de coquetéis, criada em parceria com o bartender José Ronaldo, é o que mais brilha por lá.

Na prateleira do “você precisa beber” está o surpreendente “presente de Isabel”. Servido em taça de espumante, com cara de espumante, mas feito de cachaça e tiquira (uma espécie de aguardente de mandioca popular no Maranhão). O coquetel é clarificado (com técnica de milk punch) e gaseificado. Já o camarote carril combina gim, infusão de abacaxi grelhado, amaro Lucano, Cynar, xarope de genmaicha (chá verde com arroz torrado), limão e ginger ale e é finalizado com alga nori e genmaicha.

O bar tem opções para bebedores mais acostumados com drinques encorpados (claro enigma – com uísque, vermute, vinho do Porto, licor feito a base de semente de pimenta-da-jamaica, noz-moscada e bitters) e secos (o carrasco – com gim, jerez, redução de tônica e bitters). 

Camarote Carril. Gim, infusão de abacaxi grelhado, amaro Lucano, Cynar, xarope de genmaicha, limão e ginger ale, do novíssimo Spirit Bar Foto: Dhani Borges

Em dezembro, o Spirit também vai apresentar a carta global (que estará presente em todos os hotéis da rede Fairmont ao redor do mundo). Trata-se do projeto Classics Perfected, com releituras de clássicos e outras invenções desenvolvidas por um time internacional de bartenders, Barbin entre eles.

“Estamos vivendo um processo de renascença da coquetelaria no Rio. As empresas, marcas e os profissionais começaram a olhar para a cidade. Quanto mais bares de coquetelaria melhor”, falou Barbin. Embora fique dentro do Fairmont, o Spirit recebe público de não hóspedes. O visual da orla de Copacabana é espetacular. Para um bar de hotel, os preços também estão compatíveis, os coquetéis custam de R$ 28 a R$ 44. A cozinha também é de alto nível. Eu iria de pastelzinho para petiscar.

Onde: Hotel Fairmont Rio - Av. Atlântica, 4240, Copacabana

Arp 

O bar do Hotel Arpoador também é uma das novidades na coquetelaria carioca. A responsável pela certeira carta de drinques é a bartender Neli Pereira, do Espaço Zebra (em São Paulo). Aqui, o bar é totalmente pé na areia. Algumas mesinhas estão coladas ao calçadão. O clima por lá é totalmente despojado.

A carta é pura refrescância e sabor. Destaque para o gosto e o sumo (espumante, shurb de manga e gim) e para o mojito da Amazônia, feito com cumaru. Para quem busca algo mais tradicional, a pedida é o velha guarda (foto), uma versão de old fashioned, que leva rum envelhecido com baru e maple syurp. Os preços variam de R$ 28 a R$ 31.

“A ideia era trazer um Brasil não óbvio, das garrafadas e ervas. E fazer drinques descomplicados para um bar de praia. A carta é refrescante, cítrica e herbácea”, disse Neli. “Trouxe do Zebra o conceito que é possível fazer uma coquetelaria de qualidade sem duzentos ingredientes e sem cobrar muito caro”, completou.

Velha Guarda, do Arp,uma versão de old fashioned, com envelhecido com baru e maple syurp Foto: Samuel Antonini

Para o verão, Neli irá adicionar duas versões de caipirinha em sua carta, uma com infusão de louro em cachaça de bálsamo e outra com cachaça de jequitibá rosa com mexerica. Além disso, a carta vai contar com um ponche. “Queria ter um coquetel para compartilhar, mas com cara de Brasil. O nosso vai ter açaí, hibisco e catuaba”, revelou. Além disso, Néli também esté promovendo encontros no balcão - dias especiais de degustação e papo direcionados para clientes que preferem esse lugar nobre do bar. 

Sobre a coquetelaria do Rio, Neli afirmou que ela não é uma “coquetelaria instagramável, mas algo mais incorporada ao cotidiano da cidade, algo mais informal”.

Onde: Hotel Arpoador - R. Francisco Otaviano 177, Arpoador.

Baretto-Londra

Para quem ainda quer ficar em bares de hotel, outra opção é o Baretto-Londra, versão carioca do Baretto São Paulo. O espaço recebe shows ao vivo, Djs e tem um jeitão de pub londrino (o “Londra” do nome é Londres, em italiano). As paredes são decoradas com capas de disco de vinilselecionados da coleção pessoal de Rogério Fasano.

Mas vamos ao que interessa: os coquetéis. Aqui, a pedida é se concentrar nos clássicos. Além disso, até o fim do ano, será possível encontrar uma carta de drinks especial em homenagem aos 100 anos do Negroni, com criações do barman André Paixão. Entre elas, o o coffee negroni, com gim, bitter, vermoute tinto, grãos de café, zest de laranja e gotas de chocolate à parte (R$ 44), e o smoked negroni, que leva gim, bitter, vermoute tinto, upisque single malte, pau de canela, aniz-estrelado e fatias de laranja (R$ 46).

Onde: Hotel Fasano – Avenida Vieira Souto, 80, Ipanema

Balcão do Londra, bar do hotel FAsano no Arpoador Foto: Tiago Carvalho

 

Mixxing bar is cool e Stuzzi

O Stuzzi continua servindo ótimos coquetéis no Leblon. O lugar é parada obrigatória na cidade – colecionando prêmios conquistados por sua carta e pelos bartenders Alex Miranda e Lelo Forti. Mas, nesse ano, a unidade do Stuzzi que ficava em Copacabana, transformou-se no Mixxing (que já foi uma escola de coquetelaria no bairro das Laranjeiras). Lá, uma variada carta de autorais e ótimas variações de negroni. A casa também tem uma espécie de “calçada da fama” da coquetelaria. Na verdade, são algumas garrafas assinadas pelos principais bartenders do País. Vale muito a visita a esse bar.Onde: Stuzzi - R. Dias Ferreira, 45, Leblon. Mixxing - R. Aires de Saldanha, 13, Copacabana

Nosso 

O Nosso é o restobar do chef Bruno Katz. Você vai ter um cardápio inteiro de motivos para querer jantar por lá, mas nossa conversa aqui é a coquetelaria. Pois então, o Nosso é o tipo de bar que faria bonito em qualquer outra cidade do mundo. O que se vê ali é alta e refinada coquetelaria, com muito equilíbrio e ousadia.

Vale destacar dois coquetéis da carta: o zigurate (foto; um white negroni, com gim, Lillet, Dolin dry, calda de genciana) e o marduk (lembra um sazerac, com bourbon, tequila reposado, jerez e bitters). Direto do barril também saem coquetéis como um old fashioned de rum envelhecido, com rapadura e bitters.

Onde: R. Maria Quitéria, 91, Ipanema

Zigurate. O white negroni do Nosso Foto: Nosso

Shake Speakeasy

Nem só de zona sul vive a coquetelaria carioca. O Shake Speakeasy fica na sobreloja de uma galeria popular no centro da cidade. Escondido, de iluminado baixa e com poucos lugares, o Shake propõe uma experiência diferente dos outros bares do Rio de Janeiro.

O bar é comandado por Walter Garin – responsável pela formação de uma série de bartenders na cidade. A carta é bastante extensa, mas o destaque fica para as versões abrasileiradas de clássicos. Uma boa pedida é um old fashioned com bourbon e cachaça. Garin também faz os seus próprios bitters e vermutes (que também estão à venda). O Shake não abre aos finais de semana.

Onde: Sobreloja do Terminal Menezes Cortes (lojas 230/231), na R. São José 35, Centro.  

Ambiente doShake Speakeasy, no centro do Rio de Janeiro Foto: Shake Speakeasy

Garoa, Vizinho Gastro Bar e Meza Bar

Três instituições etílicas cariocas. No Garoa, a pedida são as gim tônicas da casa. Vale destacar o GT Mule - que é uma divertida conversa entre gim tônica e moscow mule. Alguns coquetéis da casa também podem ser feitos sem álcool. O Vizinho Gastrobar fica por conta da ótima Jessica Sanchez, profissional que já assinou diversas cartas na cidade. A maior característica do Vizinho é o equilíbrio do seus coquetéis. Já o Meza Bar fecha a trinca dos obrigatórios – com drinques cheios de camadas, texturas e personalidade, como Tupi or Not e Calypso Pop.

Onde: Garoa - R. Prudente de Morais, 1810, Ipanema e R. Dias Ferreira, 50, Leblon; Vizinho Gastrobar - Avenida das Américas, 8585, quiosques 3-4, Barra da Tijuca; Meza - R. Capitão Salomão, 69, Humaitá

Ambiente do Garoa Bar do Leblon Foto: Sergio Greif

 

Astor e Julieta Bar

Um paulista de passeio pelo Rio de Janeiro está sujeito a cometer injustiças ou esquecimentos. Por isso, a menção honrosa a dois lugares em que se bebe bons coquetéis. O Astor, a versão carioca do bar paulistano. De clima despojado, comidinhas bem honestas e drinques bem executados. E o Julieta (ex- Paris Bar), bar com uma coquetelaria séria em um ambiente sofisticado, dentro de um palacete (Casa de Arte e Cultura Julieta de Serpa). Por lá, vale pedir o simple smoke, com uísque defumado e vermute infusionado com amoras.

Onde: Astor - Avenida Vieira Souto, 110 - Ipanema; Julieta - Praia do Flamengo, 340, Flamengo

Julieta. bar com uma coquetelaria séria em um ambiente sofisticado Foto: Rennan Correa da Silva/Drinksrio

Extra! Extra! - Para ficar de olho

Brasero Atlântico

Tato Giovanonni, dono do premiado Florería Atlántico, em Buenos Aires (bar que foi considerado o 3º melhor do mundo pela lista The World’s 50 Best Bars, acaba de abrir o restaurante Brasero Atlântico. O lugar, que deve privilegir os preparos na brasa, também vai trazer algumas criações etílicas clássicas do Giovanonni. É o caso do negroni balestrini, um dos hits da Florería. Ele leva gim, Campari, amaro, água do mar (e é defumado com eucalipto). O coquetel será vendido em garrafinhas. Onde: Shopping Fashion Mall. Estrada da Gavea 899, loja 316, Sao Conrado

Não é bar, mas é o Brasero Atlântico é mais recente empreendimento de Tato Giovanonni, dono do premiado Florería Atlántico, em Buenos Aires Foto: Brasero Atlântico

O Rio de Janeiro é reconhecido como o território da praia, do sol ardido, do pé no chão, cerveja de litrão e caipirinha. Mas, aos poucos, um movimento de bares e bartenders vem introduzindo novos hábitos etílicos pela cidade.

Sem abrir mão de leveza e frescor, já é possível ouvir o som das coqueteleiras tocando bossa nova nos balcões cariocas. Visitamos alguns bares para sentir e ouvir o ritmo desse movimento.

Rio está ganhandonovoshábitos etílicos e com isso novos bares de coquetelaria na cidade não param de abrir Foto: Samuel Antonini

 

Spirit Copa

Recém-inaugurado, o Spirit Copa fica no também novíssimo hotel Fairmont Rio, em Copacabana. O bar conta com o experiente Tai Barbin como consultor. Não por acaso, a carta de coquetéis, criada em parceria com o bartender José Ronaldo, é o que mais brilha por lá.

Na prateleira do “você precisa beber” está o surpreendente “presente de Isabel”. Servido em taça de espumante, com cara de espumante, mas feito de cachaça e tiquira (uma espécie de aguardente de mandioca popular no Maranhão). O coquetel é clarificado (com técnica de milk punch) e gaseificado. Já o camarote carril combina gim, infusão de abacaxi grelhado, amaro Lucano, Cynar, xarope de genmaicha (chá verde com arroz torrado), limão e ginger ale e é finalizado com alga nori e genmaicha.

O bar tem opções para bebedores mais acostumados com drinques encorpados (claro enigma – com uísque, vermute, vinho do Porto, licor feito a base de semente de pimenta-da-jamaica, noz-moscada e bitters) e secos (o carrasco – com gim, jerez, redução de tônica e bitters). 

Camarote Carril. Gim, infusão de abacaxi grelhado, amaro Lucano, Cynar, xarope de genmaicha, limão e ginger ale, do novíssimo Spirit Bar Foto: Dhani Borges

Em dezembro, o Spirit também vai apresentar a carta global (que estará presente em todos os hotéis da rede Fairmont ao redor do mundo). Trata-se do projeto Classics Perfected, com releituras de clássicos e outras invenções desenvolvidas por um time internacional de bartenders, Barbin entre eles.

“Estamos vivendo um processo de renascença da coquetelaria no Rio. As empresas, marcas e os profissionais começaram a olhar para a cidade. Quanto mais bares de coquetelaria melhor”, falou Barbin. Embora fique dentro do Fairmont, o Spirit recebe público de não hóspedes. O visual da orla de Copacabana é espetacular. Para um bar de hotel, os preços também estão compatíveis, os coquetéis custam de R$ 28 a R$ 44. A cozinha também é de alto nível. Eu iria de pastelzinho para petiscar.

Onde: Hotel Fairmont Rio - Av. Atlântica, 4240, Copacabana

Arp 

O bar do Hotel Arpoador também é uma das novidades na coquetelaria carioca. A responsável pela certeira carta de drinques é a bartender Neli Pereira, do Espaço Zebra (em São Paulo). Aqui, o bar é totalmente pé na areia. Algumas mesinhas estão coladas ao calçadão. O clima por lá é totalmente despojado.

A carta é pura refrescância e sabor. Destaque para o gosto e o sumo (espumante, shurb de manga e gim) e para o mojito da Amazônia, feito com cumaru. Para quem busca algo mais tradicional, a pedida é o velha guarda (foto), uma versão de old fashioned, que leva rum envelhecido com baru e maple syurp. Os preços variam de R$ 28 a R$ 31.

“A ideia era trazer um Brasil não óbvio, das garrafadas e ervas. E fazer drinques descomplicados para um bar de praia. A carta é refrescante, cítrica e herbácea”, disse Neli. “Trouxe do Zebra o conceito que é possível fazer uma coquetelaria de qualidade sem duzentos ingredientes e sem cobrar muito caro”, completou.

Velha Guarda, do Arp,uma versão de old fashioned, com envelhecido com baru e maple syurp Foto: Samuel Antonini

Para o verão, Neli irá adicionar duas versões de caipirinha em sua carta, uma com infusão de louro em cachaça de bálsamo e outra com cachaça de jequitibá rosa com mexerica. Além disso, a carta vai contar com um ponche. “Queria ter um coquetel para compartilhar, mas com cara de Brasil. O nosso vai ter açaí, hibisco e catuaba”, revelou. Além disso, Néli também esté promovendo encontros no balcão - dias especiais de degustação e papo direcionados para clientes que preferem esse lugar nobre do bar. 

Sobre a coquetelaria do Rio, Neli afirmou que ela não é uma “coquetelaria instagramável, mas algo mais incorporada ao cotidiano da cidade, algo mais informal”.

Onde: Hotel Arpoador - R. Francisco Otaviano 177, Arpoador.

Baretto-Londra

Para quem ainda quer ficar em bares de hotel, outra opção é o Baretto-Londra, versão carioca do Baretto São Paulo. O espaço recebe shows ao vivo, Djs e tem um jeitão de pub londrino (o “Londra” do nome é Londres, em italiano). As paredes são decoradas com capas de disco de vinilselecionados da coleção pessoal de Rogério Fasano.

Mas vamos ao que interessa: os coquetéis. Aqui, a pedida é se concentrar nos clássicos. Além disso, até o fim do ano, será possível encontrar uma carta de drinks especial em homenagem aos 100 anos do Negroni, com criações do barman André Paixão. Entre elas, o o coffee negroni, com gim, bitter, vermoute tinto, grãos de café, zest de laranja e gotas de chocolate à parte (R$ 44), e o smoked negroni, que leva gim, bitter, vermoute tinto, upisque single malte, pau de canela, aniz-estrelado e fatias de laranja (R$ 46).

Onde: Hotel Fasano – Avenida Vieira Souto, 80, Ipanema

Balcão do Londra, bar do hotel FAsano no Arpoador Foto: Tiago Carvalho

 

Mixxing bar is cool e Stuzzi

O Stuzzi continua servindo ótimos coquetéis no Leblon. O lugar é parada obrigatória na cidade – colecionando prêmios conquistados por sua carta e pelos bartenders Alex Miranda e Lelo Forti. Mas, nesse ano, a unidade do Stuzzi que ficava em Copacabana, transformou-se no Mixxing (que já foi uma escola de coquetelaria no bairro das Laranjeiras). Lá, uma variada carta de autorais e ótimas variações de negroni. A casa também tem uma espécie de “calçada da fama” da coquetelaria. Na verdade, são algumas garrafas assinadas pelos principais bartenders do País. Vale muito a visita a esse bar.Onde: Stuzzi - R. Dias Ferreira, 45, Leblon. Mixxing - R. Aires de Saldanha, 13, Copacabana

Nosso 

O Nosso é o restobar do chef Bruno Katz. Você vai ter um cardápio inteiro de motivos para querer jantar por lá, mas nossa conversa aqui é a coquetelaria. Pois então, o Nosso é o tipo de bar que faria bonito em qualquer outra cidade do mundo. O que se vê ali é alta e refinada coquetelaria, com muito equilíbrio e ousadia.

Vale destacar dois coquetéis da carta: o zigurate (foto; um white negroni, com gim, Lillet, Dolin dry, calda de genciana) e o marduk (lembra um sazerac, com bourbon, tequila reposado, jerez e bitters). Direto do barril também saem coquetéis como um old fashioned de rum envelhecido, com rapadura e bitters.

Onde: R. Maria Quitéria, 91, Ipanema

Zigurate. O white negroni do Nosso Foto: Nosso

Shake Speakeasy

Nem só de zona sul vive a coquetelaria carioca. O Shake Speakeasy fica na sobreloja de uma galeria popular no centro da cidade. Escondido, de iluminado baixa e com poucos lugares, o Shake propõe uma experiência diferente dos outros bares do Rio de Janeiro.

O bar é comandado por Walter Garin – responsável pela formação de uma série de bartenders na cidade. A carta é bastante extensa, mas o destaque fica para as versões abrasileiradas de clássicos. Uma boa pedida é um old fashioned com bourbon e cachaça. Garin também faz os seus próprios bitters e vermutes (que também estão à venda). O Shake não abre aos finais de semana.

Onde: Sobreloja do Terminal Menezes Cortes (lojas 230/231), na R. São José 35, Centro.  

Ambiente doShake Speakeasy, no centro do Rio de Janeiro Foto: Shake Speakeasy

Garoa, Vizinho Gastro Bar e Meza Bar

Três instituições etílicas cariocas. No Garoa, a pedida são as gim tônicas da casa. Vale destacar o GT Mule - que é uma divertida conversa entre gim tônica e moscow mule. Alguns coquetéis da casa também podem ser feitos sem álcool. O Vizinho Gastrobar fica por conta da ótima Jessica Sanchez, profissional que já assinou diversas cartas na cidade. A maior característica do Vizinho é o equilíbrio do seus coquetéis. Já o Meza Bar fecha a trinca dos obrigatórios – com drinques cheios de camadas, texturas e personalidade, como Tupi or Not e Calypso Pop.

Onde: Garoa - R. Prudente de Morais, 1810, Ipanema e R. Dias Ferreira, 50, Leblon; Vizinho Gastrobar - Avenida das Américas, 8585, quiosques 3-4, Barra da Tijuca; Meza - R. Capitão Salomão, 69, Humaitá

Ambiente do Garoa Bar do Leblon Foto: Sergio Greif

 

Astor e Julieta Bar

Um paulista de passeio pelo Rio de Janeiro está sujeito a cometer injustiças ou esquecimentos. Por isso, a menção honrosa a dois lugares em que se bebe bons coquetéis. O Astor, a versão carioca do bar paulistano. De clima despojado, comidinhas bem honestas e drinques bem executados. E o Julieta (ex- Paris Bar), bar com uma coquetelaria séria em um ambiente sofisticado, dentro de um palacete (Casa de Arte e Cultura Julieta de Serpa). Por lá, vale pedir o simple smoke, com uísque defumado e vermute infusionado com amoras.

Onde: Astor - Avenida Vieira Souto, 110 - Ipanema; Julieta - Praia do Flamengo, 340, Flamengo

Julieta. bar com uma coquetelaria séria em um ambiente sofisticado Foto: Rennan Correa da Silva/Drinksrio

Extra! Extra! - Para ficar de olho

Brasero Atlântico

Tato Giovanonni, dono do premiado Florería Atlántico, em Buenos Aires (bar que foi considerado o 3º melhor do mundo pela lista The World’s 50 Best Bars, acaba de abrir o restaurante Brasero Atlântico. O lugar, que deve privilegir os preparos na brasa, também vai trazer algumas criações etílicas clássicas do Giovanonni. É o caso do negroni balestrini, um dos hits da Florería. Ele leva gim, Campari, amaro, água do mar (e é defumado com eucalipto). O coquetel será vendido em garrafinhas. Onde: Shopping Fashion Mall. Estrada da Gavea 899, loja 316, Sao Conrado

Não é bar, mas é o Brasero Atlântico é mais recente empreendimento de Tato Giovanonni, dono do premiado Florería Atlántico, em Buenos Aires Foto: Brasero Atlântico

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