Em busca do ramen perfeito


Referência no prepraro, Jojo comemora 8 anos com versões de chefs convidadas

Por Fernanda Meneguetti

De sexta para sábado da semana passada, Simone Xirata não dormiu. Passou a noite todinha cuidando do caldo de pato da chef Telma Shiraishi, que levou mais de oito horas para chegar ao ponto de redução desejado.

Ele é o fio condutor do Kamo Nanban Rāmen (R$ 75), que combina peito de pato grelhado, cebolinha japonesa, bardana, berinjela, cogumelo kikurague, os noodles caseiros e um tarê a base de shoyu com o tal do caldo da ave.

“É uma combinação clássica no Japão e foi a que a Telma escolheu para o aniversário”, conta a fundadora do Jojo Ramen, restaurante que completa 8 anos. Simone não é cozinheira, nem só administradora. É uma sacerdotisa do ramen.

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A primeira vez que provou o prato já tinha quase 30 anos: “Em 2011 fui com minha família a Fukuoka, que é cidade do lámen mais famoso do Japão. Até ali eu nunca tinha provado, só tinha comido Miojo”.

Sob preceitos do mestre japonês Takeshi Koitani, no Jojo todos os ramens são feitos a partir do zero FOTO - DANIEL TEIXEIRA / ESTADAO Foto: DANIEL TEIXEIRA

Então, em um lugar “velho e sujo”, emocionou-se. “Na hora que comi, quase chorei com a sensação daquela comida que te abraça, te acolhe. De afeto mesmo. Voltei encantada e comecei a provar os do Brasil”, conta.

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Ao longo de cinco anos, testou tudo o que encontrou, voltou ao Japão, fez curso no assunto e trouxe o professor para ajudá-la a fazer ramen do zero em São Paulo. Com Takeshi Koitani, de Tóquio, pôs o Jojo de pé. A ideia era um lámen versátil e com muito sabor, “porque brasileiro não está acostumado com coisa muito flat”. Porém, o mestre não topava nenhum tipo de adaptação.

Na teoria, o ramen é uma composição em cinco camadas: uma proteína (que pode ser pato, porco, boi, frango...); um tempero (como shoyu, sal ou missô); uma gordura (seja óleo de gergelim, banha ou manteiga); um dashi (o líquido sagrado da culinária nipônica) e o macarrão.

“Seguindo a lógica de construção, ele não se limita a um prato japonês, ele pode ter influência italiana, nórdica, brasileira, vietnamita... porque é a sobreposição de camadas que dá complexidade à receita, explica Simone.

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Com inspiração italiana, o rámen de Tássia Magalhães inclui seu já clássico agnolotti de queijo de cabra, alho negro e favo de mel Foto: Alex Takaki

Tanto assim que para celebrar oito anos do Jojo há versões de ascendência japonesa, mas também italiana e brasileira. Fora a mencionada criação da embaixadora de gastronomia do governo japonês, que fica em cartaz somente na unidade da Vila Mariana até este sábado, dia 11, do 14 ao 18 é a vez de Tássia Magalhães.

Hit do Nelita, o agnolotti de queijo de cabra, alho negro e favo de mel virá em caldo translúcido de porco, com vieiras na manteiga e queijo curado da Mantiqueira (R$ 125) para ser servido na casa do Paraíso. Para escoltá-lo, um matcha martini (R$ 45). Do 21 a 26 de maio, em Santa Cecília, Mara Salles terá seu Shio Tucupi Ramen (R$ 75), marcado pelo dashi transparente de porco, tucupi e sal de Okinawa.

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“Faz parte do nosso progresso ver como o ramen pode evoluir, ir para diferentes regiões do Japão e trazer referência cultural com alma”, explica a sócia de Simone, a sommelière de saquê Yasmin Yonashiro. Vale para a farinha de Hokkaido, o shoyu de Hyōgo, o sal de Okinawa e o aprimoramento constante das técnicas.

Na terceira unidade, em Santa Cecília, as sócias Simone Xirata e Yasmin Yonashiro - FOTO - DANIEL TEIXEIRA / ESTADAO Foto: DANIEL TEIXEIRA

“O lámen está virando um mundo novo como o do sushi, porque o sushi começou como o de izakaya e não como o dos omakases. O ramen era coisa de yatai, de barraquinha, e hoje já tem serviço de sala, de bebidas e cardápios que explicam as origens e montagens dos pratos”, justifica.

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Além de outra aficionada pelo preparo, Yasmin foi antes habitué do que dona. Deu o tom ao serviço dos três Jojos (Vila Mariana, Aclimação e Santa Cecília) e, no segundo semestre, fará a mesma coisa no Baixo Pinheiros.

Partidária de que em time que está ganhando se mexe, sim, ela garante: “A gente quer mostrar como o Japão tem ingredientes únicos e evoluir, desenvolver um produto melhor ainda. A gente não vai parar de buscar o ramen perfeito”.

Jojo Ramen

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R. Gandavo, 193, Vila Mariana. Todos os dias, das 11h30 às 15h e das 18h às 22h (Dia das Mães estará fechado). Tel.: (11) 5083-9837

R. Dr. Rafael de Barros, 262, Paraíso. Todos os dias, das 11h30 às 15h e das 18h às 22h (Dia das Mães estará fechado). Tel.: (11) 3262-1654

R. Jesuíno Pascoal, 24, Santa Cecília. Ter., das 18h às 22h; qua. a sáb., das 12h Às 15 e das 18h às 22h. Tel.: (11) 3262-1654

De sexta para sábado da semana passada, Simone Xirata não dormiu. Passou a noite todinha cuidando do caldo de pato da chef Telma Shiraishi, que levou mais de oito horas para chegar ao ponto de redução desejado.

Ele é o fio condutor do Kamo Nanban Rāmen (R$ 75), que combina peito de pato grelhado, cebolinha japonesa, bardana, berinjela, cogumelo kikurague, os noodles caseiros e um tarê a base de shoyu com o tal do caldo da ave.

“É uma combinação clássica no Japão e foi a que a Telma escolheu para o aniversário”, conta a fundadora do Jojo Ramen, restaurante que completa 8 anos. Simone não é cozinheira, nem só administradora. É uma sacerdotisa do ramen.

A primeira vez que provou o prato já tinha quase 30 anos: “Em 2011 fui com minha família a Fukuoka, que é cidade do lámen mais famoso do Japão. Até ali eu nunca tinha provado, só tinha comido Miojo”.

Sob preceitos do mestre japonês Takeshi Koitani, no Jojo todos os ramens são feitos a partir do zero FOTO - DANIEL TEIXEIRA / ESTADAO Foto: DANIEL TEIXEIRA

Então, em um lugar “velho e sujo”, emocionou-se. “Na hora que comi, quase chorei com a sensação daquela comida que te abraça, te acolhe. De afeto mesmo. Voltei encantada e comecei a provar os do Brasil”, conta.

Ao longo de cinco anos, testou tudo o que encontrou, voltou ao Japão, fez curso no assunto e trouxe o professor para ajudá-la a fazer ramen do zero em São Paulo. Com Takeshi Koitani, de Tóquio, pôs o Jojo de pé. A ideia era um lámen versátil e com muito sabor, “porque brasileiro não está acostumado com coisa muito flat”. Porém, o mestre não topava nenhum tipo de adaptação.

Na teoria, o ramen é uma composição em cinco camadas: uma proteína (que pode ser pato, porco, boi, frango...); um tempero (como shoyu, sal ou missô); uma gordura (seja óleo de gergelim, banha ou manteiga); um dashi (o líquido sagrado da culinária nipônica) e o macarrão.

“Seguindo a lógica de construção, ele não se limita a um prato japonês, ele pode ter influência italiana, nórdica, brasileira, vietnamita... porque é a sobreposição de camadas que dá complexidade à receita, explica Simone.

Com inspiração italiana, o rámen de Tássia Magalhães inclui seu já clássico agnolotti de queijo de cabra, alho negro e favo de mel Foto: Alex Takaki

Tanto assim que para celebrar oito anos do Jojo há versões de ascendência japonesa, mas também italiana e brasileira. Fora a mencionada criação da embaixadora de gastronomia do governo japonês, que fica em cartaz somente na unidade da Vila Mariana até este sábado, dia 11, do 14 ao 18 é a vez de Tássia Magalhães.

Hit do Nelita, o agnolotti de queijo de cabra, alho negro e favo de mel virá em caldo translúcido de porco, com vieiras na manteiga e queijo curado da Mantiqueira (R$ 125) para ser servido na casa do Paraíso. Para escoltá-lo, um matcha martini (R$ 45). Do 21 a 26 de maio, em Santa Cecília, Mara Salles terá seu Shio Tucupi Ramen (R$ 75), marcado pelo dashi transparente de porco, tucupi e sal de Okinawa.

“Faz parte do nosso progresso ver como o ramen pode evoluir, ir para diferentes regiões do Japão e trazer referência cultural com alma”, explica a sócia de Simone, a sommelière de saquê Yasmin Yonashiro. Vale para a farinha de Hokkaido, o shoyu de Hyōgo, o sal de Okinawa e o aprimoramento constante das técnicas.

Na terceira unidade, em Santa Cecília, as sócias Simone Xirata e Yasmin Yonashiro - FOTO - DANIEL TEIXEIRA / ESTADAO Foto: DANIEL TEIXEIRA

“O lámen está virando um mundo novo como o do sushi, porque o sushi começou como o de izakaya e não como o dos omakases. O ramen era coisa de yatai, de barraquinha, e hoje já tem serviço de sala, de bebidas e cardápios que explicam as origens e montagens dos pratos”, justifica.

Além de outra aficionada pelo preparo, Yasmin foi antes habitué do que dona. Deu o tom ao serviço dos três Jojos (Vila Mariana, Aclimação e Santa Cecília) e, no segundo semestre, fará a mesma coisa no Baixo Pinheiros.

Partidária de que em time que está ganhando se mexe, sim, ela garante: “A gente quer mostrar como o Japão tem ingredientes únicos e evoluir, desenvolver um produto melhor ainda. A gente não vai parar de buscar o ramen perfeito”.

Jojo Ramen

R. Gandavo, 193, Vila Mariana. Todos os dias, das 11h30 às 15h e das 18h às 22h (Dia das Mães estará fechado). Tel.: (11) 5083-9837

R. Dr. Rafael de Barros, 262, Paraíso. Todos os dias, das 11h30 às 15h e das 18h às 22h (Dia das Mães estará fechado). Tel.: (11) 3262-1654

R. Jesuíno Pascoal, 24, Santa Cecília. Ter., das 18h às 22h; qua. a sáb., das 12h Às 15 e das 18h às 22h. Tel.: (11) 3262-1654

De sexta para sábado da semana passada, Simone Xirata não dormiu. Passou a noite todinha cuidando do caldo de pato da chef Telma Shiraishi, que levou mais de oito horas para chegar ao ponto de redução desejado.

Ele é o fio condutor do Kamo Nanban Rāmen (R$ 75), que combina peito de pato grelhado, cebolinha japonesa, bardana, berinjela, cogumelo kikurague, os noodles caseiros e um tarê a base de shoyu com o tal do caldo da ave.

“É uma combinação clássica no Japão e foi a que a Telma escolheu para o aniversário”, conta a fundadora do Jojo Ramen, restaurante que completa 8 anos. Simone não é cozinheira, nem só administradora. É uma sacerdotisa do ramen.

A primeira vez que provou o prato já tinha quase 30 anos: “Em 2011 fui com minha família a Fukuoka, que é cidade do lámen mais famoso do Japão. Até ali eu nunca tinha provado, só tinha comido Miojo”.

Sob preceitos do mestre japonês Takeshi Koitani, no Jojo todos os ramens são feitos a partir do zero FOTO - DANIEL TEIXEIRA / ESTADAO Foto: DANIEL TEIXEIRA

Então, em um lugar “velho e sujo”, emocionou-se. “Na hora que comi, quase chorei com a sensação daquela comida que te abraça, te acolhe. De afeto mesmo. Voltei encantada e comecei a provar os do Brasil”, conta.

Ao longo de cinco anos, testou tudo o que encontrou, voltou ao Japão, fez curso no assunto e trouxe o professor para ajudá-la a fazer ramen do zero em São Paulo. Com Takeshi Koitani, de Tóquio, pôs o Jojo de pé. A ideia era um lámen versátil e com muito sabor, “porque brasileiro não está acostumado com coisa muito flat”. Porém, o mestre não topava nenhum tipo de adaptação.

Na teoria, o ramen é uma composição em cinco camadas: uma proteína (que pode ser pato, porco, boi, frango...); um tempero (como shoyu, sal ou missô); uma gordura (seja óleo de gergelim, banha ou manteiga); um dashi (o líquido sagrado da culinária nipônica) e o macarrão.

“Seguindo a lógica de construção, ele não se limita a um prato japonês, ele pode ter influência italiana, nórdica, brasileira, vietnamita... porque é a sobreposição de camadas que dá complexidade à receita, explica Simone.

Com inspiração italiana, o rámen de Tássia Magalhães inclui seu já clássico agnolotti de queijo de cabra, alho negro e favo de mel Foto: Alex Takaki

Tanto assim que para celebrar oito anos do Jojo há versões de ascendência japonesa, mas também italiana e brasileira. Fora a mencionada criação da embaixadora de gastronomia do governo japonês, que fica em cartaz somente na unidade da Vila Mariana até este sábado, dia 11, do 14 ao 18 é a vez de Tássia Magalhães.

Hit do Nelita, o agnolotti de queijo de cabra, alho negro e favo de mel virá em caldo translúcido de porco, com vieiras na manteiga e queijo curado da Mantiqueira (R$ 125) para ser servido na casa do Paraíso. Para escoltá-lo, um matcha martini (R$ 45). Do 21 a 26 de maio, em Santa Cecília, Mara Salles terá seu Shio Tucupi Ramen (R$ 75), marcado pelo dashi transparente de porco, tucupi e sal de Okinawa.

“Faz parte do nosso progresso ver como o ramen pode evoluir, ir para diferentes regiões do Japão e trazer referência cultural com alma”, explica a sócia de Simone, a sommelière de saquê Yasmin Yonashiro. Vale para a farinha de Hokkaido, o shoyu de Hyōgo, o sal de Okinawa e o aprimoramento constante das técnicas.

Na terceira unidade, em Santa Cecília, as sócias Simone Xirata e Yasmin Yonashiro - FOTO - DANIEL TEIXEIRA / ESTADAO Foto: DANIEL TEIXEIRA

“O lámen está virando um mundo novo como o do sushi, porque o sushi começou como o de izakaya e não como o dos omakases. O ramen era coisa de yatai, de barraquinha, e hoje já tem serviço de sala, de bebidas e cardápios que explicam as origens e montagens dos pratos”, justifica.

Além de outra aficionada pelo preparo, Yasmin foi antes habitué do que dona. Deu o tom ao serviço dos três Jojos (Vila Mariana, Aclimação e Santa Cecília) e, no segundo semestre, fará a mesma coisa no Baixo Pinheiros.

Partidária de que em time que está ganhando se mexe, sim, ela garante: “A gente quer mostrar como o Japão tem ingredientes únicos e evoluir, desenvolver um produto melhor ainda. A gente não vai parar de buscar o ramen perfeito”.

Jojo Ramen

R. Gandavo, 193, Vila Mariana. Todos os dias, das 11h30 às 15h e das 18h às 22h (Dia das Mães estará fechado). Tel.: (11) 5083-9837

R. Dr. Rafael de Barros, 262, Paraíso. Todos os dias, das 11h30 às 15h e das 18h às 22h (Dia das Mães estará fechado). Tel.: (11) 3262-1654

R. Jesuíno Pascoal, 24, Santa Cecília. Ter., das 18h às 22h; qua. a sáb., das 12h Às 15 e das 18h às 22h. Tel.: (11) 3262-1654

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